segunda-feira, 19 de agosto de 2019

LMC - Tour de France 2019

Numa sexta-feira, 02 de agosto de 2019, iniciava-se a maior prova do ciclismo mundial, o Tour de France, com 12 etapas das mais variadas e muita emoção. Em outra sexta-feira, 17 de agosto do mesmo ano, os ciclistas chegavam a Paris para a última etapa e, em uma disputa eletrizante, o campeão foi coroado.

O Tour de France foi uma prova que resgatou o ciclismo de raiz. Os ciclistas de provas por etapas, também conhecidos como líderes, apareceram bem aqui e emocionaram os fãs deste esporte tão fascinante. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a competição:

1ª Etapa

O Tour de France começou com um contra relógio, tipo de prova demorado e sem graça, pois cada ciclista larga e faz o circuito sozinho, vencendo aquele que conseguir completar o percurso em menos tempo. Os ciclistas teriam que percorrer 25 quilômetros de um circuito desenhado especialmente para o prólogo deste Tour, uma forma de comemorar o grande passo dado pela LMC. 

A magia que só os jogos de dado provêm esteve presente e, dos seis primeiros colocados (ou seja, aqueles que pontuam), nada menos que cinco eram sprinters. O único "intruso na zona de pontuação foi o que mais fez a alegria dos presentes. Julian Alaphilippe foi o francês mais bem colocado, chegando em quinto. Ao final, a vitória coube ao norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), um sprinter com bom contra relógio, que ficou com a camisa amarela. O segundo colocado foi o espanhol Oscar Freire (Rabobank), que havia vencido o contra relógio do Giro D'Italia, enquanto o terceiro foi o alemão Andre Greipel (Lotto Belisol).

A primeira etapa teve duas estreias. Marcel Kittel finalmente estreou na LMC, em equipe nova (Katusha) e terminou em décimo oitavo lugar. Já o novo líder do Imperatriz, Primoz Roglic, fez uma boa prova, terminando em décimo primeiro.

2ª Etapa

A primeira corrida “de linha” do Tour de France foi recheada de polêmica. Uma etapa totalmente plana, sonho dos sprinters. Mas a chuva que caiu forte durante toda a prova impediu um ritmo forte e tornou a corrida um perigo constante. O ponto após a única meta volante era uma curva, onde alguns ciclistas se acidentaram.

Mark Cavendish dominou a prova desde o início, em uma fuga incrível, conquistando a meta volante com sobras, mas acabou escorregando e caindo na curva, o que permitiu Chris Froome e Oscar Pereiro Sio (os outros dois ciclistas na fuga) o ultrapassarem. Outros ciclistas também brilharam na etapa, como Marcel Kittel e Francisco Chamorro, que foram ganhando confiança, acelerando e despontando como favoritos. Com Froome em primeiro e Oscar Pereiro em segundo, os quatro ciclistas seguintes eram sprinters: Cavendish (que se recuperou do acidente em grande estilo), Boonen, Kittel e, um pouco mais atrás, Francisco Chamorro.

Na reta final, a disputa por posições vitimou Mark Cavendish. O britânico foi tocado e acabou caindo. De terceiro, com chances de vitória, cruzou a linha de chegada em décimo primeiro. Marcel Kittel foi quem melhor se posicionou e acelerou em um sprint frenético, mas a vitória acabou ficando com Chris Froome, com Kittel em segundo e Oscar Pereiro Sio em terceiro.

Foi acionado o artigo 7 do Regulamento Geral de Competições da LMC, que diz que se um ciclista estiver entre os seis primeiros, tirar o número 1 no último checkpoint e perder ao menos três posições, poderá apresentar denúncia no Tribunal Ciclístico Botonesco contra os três ciclistas que vinham atrás dele e o ultrapassaram na linha de chegada. Desta forma, foram denunciados os ciclistas Marcel Kittel (que acabaria em segundo na classificação final), Francisco Chamorro (quarto) e Tom Boonen (décimo). O auditor do TCB, Dr. Concha Marítima, aceitando a denúncia, joga um dado de quatro lados. O número que cair corresponde a um inciso do artigo, com a respectiva punição para todos os ciclistas denunciados. Desta forma, os três foram considerados culpados da queda de Cavendish no sprint e, como resultado, foram desclassificados do Tour de France.

Em uma etapa sem abandonos, três ciclistas foram excluídos do Tour e houve uma nova classificação final da corrida. Assim, o inglês Chris Froome (Sky) se manteve como vencedor, com o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Erpagne) em segundo e o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) em terceiro. Ainda herdando posições, o americano Lance Armstrong (USPS) pulou da sexta para a quarta posição, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) pulou da sétima para a quinta posição e o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz) pulou da oitava para a sexta posição. Mark Cavendish não conseguiu voltar à zona de pontuação, mas pulou da décima primeira para a oitava posição.

Ao ser anunciada a punição, houve grande confusão entre os ciclistas. Os eliminados protestavam, enquanto os que herdaram posição pareciam não entender o que tinha acontecido. A única coisa que foi incontestável nesta que é a mais conturbada prova do ano na LMC foi a excelente corrida de Chris Froome. Desde o início, imprimiu um ritmo forte. Soube aproveitar a primeira queda de Cavendish para assumir a ponta e foi embora. Venceu a corrida e ficou com a camisa amarela.

3ª Etapa

Etapa plana, com metas volante e uma subida de 5% entre as metas. Um percurso tranquilo aos ciclistas, não fosse o tempo gélido, com vento cortante e uma chuva forte, que tornou quase impossível se manter em cima da bicicleta. Os ciclistas permaneceram agrupados na maior parte do tempo, formando um pelotão para se defenderem do vento e da chuva. Mesmo assim, aconteceram algumas quedas, inclusive na linha de chegada. O TCB foi acionado novamente e entendeu que Alberto Contador se acidentou após ser tocado por Andy Schleck e Phillipe Gilbert. Os dois foram desclassificados da corrida, mas não do Tour, e passaram ao último lugar. A punição, no entanto, não alterou a classificação dos seis primeiros, que pontuaram normalmente.

A vitória sorriu para o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), que conseguiu manter um ritmo médio e constante, sem os altos e baixos que os outros ciclistas tiveram na prova. Em segundo, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) e, em terceiro, o ciclista de Luxemburgo, Frank Schleck (Saxo Bank). Danilo Di Luca assumiu a camisa amarela do Tour, que teve os abandonos de Vincenzo Nibali e Peter Sagan nesta etapa.

4ª Etapa

Esta etapa teve uma subida em 5% e uma descida logo a seguir, ambas com meta volante. Somada à meta volante logo na largada, muitos pontos a serem distribuídos durante o percurso. Tirando aquela subida de 5% e a descida, o resto da prova era totalmente plano, paraíso para os sprinters. A chuva que caiu antes da etapa deu uma trégua, mas o tempo ainda estava frio, com um vento forte e gelado, o que dificultou muito a vida dos ciclistas.

Até por este motivo, os sprinters não conseguiram alinhar para tentarem a vitória. O pelotão andou junto, revezando o esforço para vencer a resistência do vento. Mas, quando chegou a montanha, a fuga começou. Na descida, enquanto os ciclistas optavam pela cautela, Tom Dumoulin resolveu arriscar. A estratégia deu certo e o holandês da Sunweb arrancou em uma fuga solo, vencendo a prova com muita tranquilidade. Tom Dumoulin vence pela primeira vez na LMC, com o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) em segundo e o italiano Fabio Aru (Liquigás) em terceiro.

Em uma etapa sem abandonos, os esforços de Danilo Di Luca para pontuar foram em vão (ele chegaria em oitavo), mas o italiano conseguiu manter a camisa amarela, apenas um ponto à frente de Dumoulin, que não só venceu, mas também passou na frente em duas metas volante.

5ª Etapa

Aqui, as coisas começavam a complicar. Apesar de ter chegada em sprint, as montanhas começavam a aparecer de vez no Tour de France. Com dois trechos com inclinação entre 5 e 6% (um deles, meta volante), os ciclistas teriam que começar a fazer mais esforço para conseguirem a vitória. Ainda mais porque, embora o sol tenha finalmente aparecido, o vento ainda estava presente e muito forte.

A quinta etapa foi a que teve o maior número de ciclistas abandonando o Tour. Nesta etapa, 27 começaram a corrida (5 haviam abandonado nas etapas anteriores) e só 22 completaram. O primeiro a abandonar foi Oscar Pereiro Sio, antes de chegar nas montanhas. O ciclista espanhol já foi para a etapa com uma lesão, que só piorou conforme tentava se manter no pelotão. Após as montanhas, Fabio Aru sentiu a fadiga acumulada desde a Copa do Mundo (quando se sagrou campeão) e também abandonou. Mas o pior estava para o final.

A disputa em si foi muito interessante. Desde o início, Lance Armstrong, Chris Froome e Oscar Freire se revezaram em ataques incríveis. Alberto Contador começou bem a prova, teve uma queda de produção absurda, mas se recuperou com uma aceleração impressionante e cruzou a linha de chegada em quarto. Outros dois ciclistas se destacaram: Frank Schleck e Danilo Di Luca. O ciclista de Luxemburgo esteve atrás até a metade da prova, andando bem lentamente, mas entrou em seu estilo que já é conhecido como “Bolt do Ciclismo”, pedalando forte e terminando a prova na quinta posição. Mas foi o italiano da Liquigás o mais combativo da etapa. Até a metade da prova, andou entre os últimos colocados, mas começou a acelerar quando as montanhas acabaram e, com uma velocidade incrível, cruzou a linha de chegada em terceiro. Ali começaria a polêmica…

Foi só as montanhas acabarem para Oscar Freire atacar sozinho. No plano, com chegada em sprint, o espanhol da Rabobank venceu na fuga, sem ser incomodado. O americano Lance Armstrong, da USPS, foi o segundo colocado. Armstrong se beneficiou da disputa por posições entre Chris Froome, Fernando Gaviria e Julian Alaphilippe. Os três se tocaram, Froome e Alaphilippe foram ao chão e Gaviria teve que parar para não cair. Quem levou a pior, em outro acidente, foi Primoz Roglic.

Em sexto, o esloveno da Imperatriz vinha forte para buscar o pódio. Atrás dele, Danilo Di Luca, Alberto Contador e Frank Schleck vinham babando e atropelaram Roglic, que foi ao chão e terminou em décimo primeiro lugar. O TCB foi acionado e julgou os três culpados pelo acidente, decidindo pela desclassificação de Di Luca, Contador e Schleck.

Assim, Oscar Freire e Lance Armstrong mantiveram suas posições. O pódio foi completado pelo suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), que havia terminado em sexto e herdou o terceiro lugar. Completaram a zona de pontuação o quarto colocado Fernando Gaviria (que chegou em sétimo); o quinto, Julian Alaphilippe (oitavo na linha de chegada); e o sexto, Chris Froome (o nono, ao final).

No pódio, Oscar Freire, Lance Armstrong e Fabian Cancellara ouviram vaias, mas estas eram direcionadas à direção da LMC, pela desclassificação de três ciclistas que foram extremamente combativos, principalmente Danilo Di Luca, que vestia a camisa amarela e fez de tudo para chegar entre os primeiros. Com os resultados e as desclassificações, Oscar Freire é o novo camisa amarela.

6ª Etapa

As montanhas iam ficando cada vez piores. Aqui, a largada teve uma subida de 6% (com meta volante) e, mais à frente, duas subidas com 7% (a última, com meta volante). Depois, tudo plano para chegada em sprint.

A maioria dos ciclistas parecia meio abalada pela polêmica da etapa anterior e, assim, o pelotão não impôs um ritmo muito forte. Os ciclistas que fizeram esforço desde o início saíram em uma fuga impressionante, com Oscar Freire, Primoz Roglic, André Greipel, Luciano Pagliarini e Fernando Gaviria formando o grupo de escapados.

Primoz Roglic manteve um ritmo forte a corrida inteira, obrigando Oscar Freire e Luciano Pagliarini a fazerem muito esforço para persegui-lo, principalmente nas montanhas. Conforme o tempo ia passando, mais claro ficava que a vitória seria decidida por aqueles três.

Oscar Freire escolheu a tática perfeita. Deixou Roglic impor o ritmo e fazer o esforço na cabeça da fuga, enquanto ele (Freire) acompanhava e não se expunha ao vento. Na reta final, Freire era o único sprinter e, com uma arrancada impressionante, cruzou a linha de chegada para vencer a sua segunda prova seguida na competição. O esloveno Primoz Roglic foi o segundo colocado, dando ao Imperatriz seu primeiro pódio no Tour, enquanto o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) foi o terceiro.

Em uma etapa sem abandonos, Oscar Freire manteve a camisa amarela, com uma vantagem enorme para os segundos colocados e despontando como principal favorito ao título do Tour.

7ª Etapa

A última etapa antes de começarem as provas de montanha trouxe uma subida logo no início, com 7% de inclinação e meta volante. Depois disso, tudo plano para os ciclistas relaxarem e chegarem em sprint.

Uma meta volante logo no início fez muitos sprinters tentarem a sorte, mas era em subida e o esforço foi cobrado. Logo após a subida, tudo ficou plano, mas faltaram pernas. Bauke Mollema partiu em fuga e não foi mais incomodado. O holandês da Rabobank venceu com sobras, com o americano Lance Armstrong (USPS) conseguindo um bom ataque e chegando em segundo. O brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz) cresceu na reta final e conseguiu o sprint que lhe deu o terceiro lugar. O quarto lugar fez Oscar Freire se manter com a camisa amarela, 15 pontos à frente de Lance Armstrong, em prova que contou com o abandono de Andy Schleck.

8ª Etapa

As provas de montanha começaram pra valer no Tour de France, com os ciclistas chegando aos Pirineus franceses. Tirando o primeiro checkpoint, que foi plano, o resto da corrida foi para cima, com a inclinação começando em 6% e chegando a 10% no momento mais crítico da etapa.

Etapas de montanha são duras, mas sempre tem um sprinter que se destaca. Aqui, Murilo Fischer impôs um ritmo muito forte desde o início e, acompanhado por Tom Dumoulin e Sylvain Chavanel, acelerava conforme a subida ficava mais inclinada.

Ao final, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux) teve mais forças e venceu com uma arrancada no final, com o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) em segundo. Não bastasse o vencedor ser de uma equipe francesa e um francês conquistar o primeiro pódio no Tour, os torcedores foram à loucura quando viram Romain Bardet impor um ritmo alucinante no pior trecho e sair lá de trás. O francês da AG2R chegou em terceiro, completou o pódio com seu compatriota e fez os franceses chorarem de emoção.

Oscar Freire chegou em sexto e manteve-se com a camisa amarela. Com a vitória e os pontos nas metas volante, Murilo Fischer foi o primeiro ciclista a vestir a camisa branca de bolinhas, em etapa que teve o abandono de Fernando Gaviria. O colombiano não aguentou o ritmo das montanhas e deixou o Tour.

9ª Etapa

Ainda nos Pirineus, os ciclistas tiveram que encarar o temido Col du Tourmalet, que começou já com uma inclinação de 7% e, no final, passou a 11%. Para piorar, o dia estava frio e chuvoso, com ventos fortes, que dificultavam a vida de quem tentasse correr a solo.

Os ciclistas partiram juntos, com poucos ficando para trás. Luciano Pagliarini tomou a dianteira desde o início da prova e foi derrubando seus adversários um a um. Primeiro, Julian Alaphilippe tentou acompanhá-lo, mas não aguentou o ritmo. Depois, foi Thor Hushovd quem tentou e o acompanhou por muito tempo. Mas, quando a montanha ficou bem inclinada, Luciano Pagliarini partiu e ninguém mais conseguiu segui-lo. O brasileiro da Saunier Duval venceu sua primeira etapa neste Tour de France, com o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) em segundo. O inglês Chris Froome, da Sky, impôs um ritmo alucinante na metade da prova e, conforme a montanha ficava mais dura, ele ia acelerando. Bateu Fabian Cancellara na linha de chegada para ficar com a terceira posição.

Oscar Freire teve muitas dificuldades. Desde o início, o espanhol da Rabobank pedalou em último e viu os outros ciclistas se distanciando. Freire quase abandonou, mas resistiu bravamente. Mesmo cruzando a linha de chegada na última posição, manteve a camisa amarela. Sua vantagem, no entanto, diminuiu bastante. Com a vitória não só na corrida como nas metas volante, Luciano Pagliarini deu um salto na classificação e, agora, é o segundo na geral, além de ter assumido a camisa branca de bolinhas. Apesar das dificuldades, a nona etapa não teve abandonos.

10ª Etapa

Ainda nas montanhas, era a hora dos ciclistas encararem os Alpes franceses, com uma prova duríssima. Logo de cara, a inclinação era entre 10% e 11%. O meio da prova foi plano só para os ciclistas recuperarem o fôlego. Depois, inclinação de 7% e chegada a 9%. Como se não bastasse a dificuldade na altimetria, fazia frio, ventava forte e caía chuva fina em alguns pontos.

Chris Froome impôs um ritmo muito forte desde o início, sendo seguido de perto por Fabian Cancellara e Primoz Roglic. Os três dispararam, mas Froome se distanciava cada vez mais. Porém, o ritmo forte cobrou seu preço e, na parte final, Froome não teve pernas, vendo uma máquina suíça passar voando ao seu lado. Fabian Cancellara (Saxo Bank) venceu na fuga, com o inglês da Sky em segundo. O belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol) deu uma arrancada impressionante e cruzou em terceiro lugar. Primoz Roglic não teve pernas para acompanhar o ritmo dos demais e viu Chavanel, Pinot e Armstrong passarem, cruzando a linha de chegada apenas na sétima posição.

Oscar Freire teve mais um dia de pesadelo nas montanhas, chegando na décima quinta posição. Ainda assim, o espanhol da Rabobank manteve a camisa amarela. Mas a diferença para Chris Froome (o novo camisa branca com bolinhas) caiu absurdamente. A etapa teve, ainda, o abandono de Tom Dumoulin. O holandês da Sunweb não aguentou as primeiras montanhas da etapa e deixou o Tour que, agora, só tem 19 ciclistas.

11ª Etapa

O melhor das montanhas ficou para o final. A penúltima etapa do Tour de France, ainda nos Alpes, era a mais temida: o Mont Ventoux! Aqui, além de ser uma prova duríssima (começou em 9%, passou a 10% e 11% e os dois trechos finais foram em 12%), o vento na montanha é fortíssimo, o que dificulta ainda mais a vida dos ciclistas. Mesmo com um lindo dia de céu azul, ainda fazia frio e ventava.

Apesar de ser a prova mais dura do Tour, a décima primeira etapa teve um ritmo muito forte. Esta seria a última vez que teríamos metas volante no Tour e, com isso, os ciclistas se esforçaram desde o início. Mas o Mont Ventoux não é temido à toa e o esforço de quem partiu com força logo foi cobrado. Chris Froome queria não só o título de montanha, mas a camisa amarela também e, por isso, foi um dos que puxaram o ritmo. Fabian Cancellara e Luciano Pagliarini também querem o título de montanha e não deixaram Froome escapar. Junto com eles, a revelação do Tour, Primoz Roglic, e Mark Cavendish, que soube se posicionar bem desde o início. Estes cinco puxaram o ritmo a corrida inteira e, ao menos uma vez, deram uma fraquejada.

Os franceses tiveram um início de prova de pesadelo, mas cresceram justamente quando as montanhas apertaram e, por isso, terminaram bem posicionados. Outra nação também começou mal e brilhou na parte mais difícil, o Brasil, com Murilo Fischer e Rafael Andriato.

Nos dois últimos trechos, de 12% de inclinação, Fabian Cancellara começou a ter uma boa vantagem, seguido por Primoz Roglic e Chris Froome. Enquanto o esloveno não aguentou o ritmo, Froome acelerou e passou por Cancellara. Em disputa por posições, o inglês da Sky tocou o suíço da Saxo Bank, que se desequilibrou. O TCB foi acionado, decidiu que Froome foi culpado pelo desequilíbrio de Fabian Cancellara, mas manteve a classificação final da etapa. Froome foi punido com a perda de 4 dos pontos conquistados nesta etapa.

Chris Froome venceu a prova e formou uma dobradinha inglesa, com Mark Cavendish na segunda posição. O ciclista da T-Mobile soube se posicionar no grupo da frente, atacar no momento certo e, com um “sprint pra cima”, cruzou em segundo. Completando o pódio, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) foi o terceiro colocado. Desequilibrado quando liderava, Fabian Cancellara foi o quarto colocado. Tanto Pagliarini quanto Cancellara aguardaram ansiosamente a decisão do TCB, pois poderiam ficar com o título de montanha caso Froome fosse desclassificado ou perdesse mais pontos, mas o veredicto não lhes foi favorável.

Oscar Freire teve mais um desempenho sofrível, estando próximo de abandonar. O ciclista espanhol ficou para trás desde o início e, novamente, chegou em último lugar. Com isso, Chris Froome é o novo líder da camisa amarela, além de ganhar o título de montanha.

12ª Etapa

Superadas as montanhas, era a hora da última etapa do Tour de France 2019. Um giro de 6 voltas por Paris, passando por seus cartões postais em terreno totalmente plano e um sprint espetacular na Avenida Champs Elysées. Tudo isso em um dia perfeito, de céu azul e pouco vento.

Somente três ciclistas chegaram à décima segunda etapa com chances de conquistar o título do Tour. Chris Froome liderava com 43 pontos e só precisava marcar os oponentes. Dois pontos atrás, Oscar Freire tem que chegar, ao menos, na quarta posição e torcer para Froome não pontuar. Já Luciano Pagliarini tem uma missão muito difícil. O campeão do Giro D’Italia tem que chegar, no mínimo, em segundo e torcer para os outros dois não pontuarem.

Quando foi dada a bandeirada de largada, Chris Froome começou a marcar Oscar Freire. O espanhol vinha logo atrás e, de repente, atacou. Froome tentou acompanhá-lo, mas o ritmo de Freire era muito forte. O ciclista da Rabobank logo se colocou entre os quatro primeiros, junto com Philippe Gilbert, Lance Armstrong e, mais importante, seu companheiro de equipe, Bauke Mollema. O ritmo elevado nas montanhas cobrou seu preço e, aos poucos, Chris Froome foi ficando para trás.

Quando o sino tocou sinalizando a última volta da etapa, Oscar Freire liderava, com Mollema em segundo. A volta foi com lágrimas nos olhos e, na linha de chegada, Freire abriu para Bauke Mollema vencer. O holandês da Rabobank agradeceu o reconhecimento e cruzou em primeiro, com Freire em segundo, fazendo a dobradinha da equipe. Em terceiro, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Chris Froome fez de tudo para conquistar o título, mas chegou apenas em oitavo. Pior fez Luciano Pagliarini, que desistiu do título logo no início e andou sempre atrás, terminando a corrida na décima oitava e penúltima posição.

O pódio da última etapa do Tour de France, com Bauke Mollema (Rabobank) no lugar mais alto e ladeado por Oscar Freire (Rabobank) e Philippe Gilbert (Lotto Belisol).

OSCAR FREIRE CAMPEÃO DO TOUR DE FRANCE 2019

O espanhol da Rabobank fez História ao levar seu primeiro título na LMC, justamente na maior prova do ciclismo mundial, o Tour de France! Tal qual na última etapa do Giro D’Italia, Freire chegou em segundo. No Giro, precisava vencer para ficar com o título e o segundo lugar na etapa lhe rendeu um terceiro lugar na classificação final e um gosto amargo. No Tour, por outro lado, reconheceu todo o esforço que Bauke Mollema fez para lhe ajudar e permitiu que o companheiro de equipe vencesse, pois chegar em segundo lhe foi mais que suficiente.

Chris Froome cruzou a linha de chegada em oitavo, balançando a cabeça negativamente, como se não acreditasse que perdeu a camisa amarela conquistada na etapa anterior. O inglês da Sky terminou com o vice campeonato. O brasileiro Luciano Pagliarini, da Saunier Duval, completou o pódio com a terceira colocação.
O pódio do Tour de France, com o campeão Oscar Freire (Rabobank) no centro, ladeado por Chris Froome (Sky) e Luciano Pagliarini (Saunier Duval). 

O esforço hercúleo nas montanhas pode ter cobrado seu preço na última etapa e Froome tem todos os motivos para se decepcionar com o vice campeonato do Tour. Mas aquele desempenho espetacular lhe rendeu o título de montanha, seu primeiro na LMC.
Chris Froome, no pódio após receber o prêmio de campeão de montanha. 

Por outro lado, o desempenho sofrível de Oscar Freire nas montanhas mostra que ele é um sprinter de raiz, daqueles que voam no plano e são péssimos quando há inclinação. Freire liderou o Tour em seis etapas, conquistando a camisa amarela na quinta etapa e só perdendo na décima primeira. Com inteligência, soube calcular os pontos e, na última etapa, sabia que só seria campeão se fizesse a corrida da sua vida. Fez e saiu com o título.
Oscar Freire, recebe o troféu de campeão do Tour de France das mãos do presidente da LMC, Lothaire Bluteau. 

NOTAS RÁPIDAS

  • Os maiores vencedores foram Oscar Freire, Chris Froome e Bauke Mollema, que venceram duas etapas, cada um. Outros seis ciclistas venceram no Tour.
  • Oscar Freire e Chris Froome se juntam a Luciano Pagliarini como os ciclistas que mais subiram ao pódio, com quatro premiações cada. Freire teve duas vitórias e dois segundos; Froome, duas vitórias, um segundo e um terceiro; e Pagliarini, uma vitória, dois segundos e um terceiro.
  • Em sua estreia na LMC, Primoz Roglic mostrou que a aposta do Imperatriz em seus talentos não é infundada. Conseguiu um segundo lugar, andou entre os primeiros em várias etapas e terminou o Tour na sétima posição.
  • O Imperatriz tem motivos para comemorar seu desempenho no Tour, afinal não foi só Roglic quem brilhou. Com um terceiro lugar, Rafael Andriato deu à equipe de futibou de butaum dois pódios na competição.
  • Por outro lado, os franceses saem decepcionados. Apesar de todos os quatro ciclistas completarem o Tour, nenhum deles conseguiu vencer. Conseguiram um pódio somente na oitava etapa, quando Sylvain Chavanel e Romain Bardet foram segundo e terceiro, respectivamente.
  • Se o Giro D’Italia teve oito abandonos e vinte e quatro ciclistas completando, no Tour a coisa foi muito pior. Entre abandonos e desclassificações, foram treze os ciclistas que deixaram a competição mais cedo, deixando apenas dezenove para cruzar a Avenida Champs Elysées.
  • Destes treze, seis foram desclassificados após decisões do TCB, o que levou o Tribunal a rever seu regulamento.
  • Com a vitória no Tour, Oscar Freire lidera o ranking da LMC. Com 139 pontos, está dois à frente do campeão do Giro D’Italia, Luciano Pagliarini. Curiosamente, os dois conquistaram um título e um terceiro lugar nas duas das três provas de Grand Slam até aqui.
  • Oscar Freire comemora seu título do Tour de France e os ciclistas já se preparam para a próxima competição. O Criterium du Dauphiné será disputado em seis etapas e promete muitas emoções para os fãs de ciclismo! 
Oscar Freire no pódio com o troféu de campeão do Tour de France 2019.

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