terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Torneio Apertura 2017 - Quarta Rodada - 28/02/2017

A terça-feira de carnaval caiu justo no último dia do mês e, por coincidência, no último dia da quarta rodada do Apertura. O clima continuou festivo no Itaquá Dome, que recebeu mais dois jogos inesquecíveis. Vamos a eles!

INDEPENDIENTE 3x1 HURACÁN

Os jogadores do Independiente estão empolgados com a ascensão da equipe, que vem de duas importantes vitórias (4x0 no Racing e 2x1 no River), mostrando que o time vem para brigar pelo título. O empate do Boca no dia anterior foi importante, pois uma vitória colocaria o time de Avellaneda na liderança isolada (ao menos até o jogo do River). Do outro lado, o que era uma promessa de frequentar o grupo de cima virou apreensão após 3 rodadas. O Huracán empatou seus dois primeiros jogos (3x3 com o Velez e 4x4 com o San Lorenzo), mas vinha de uma derrota para o Boca (1x3), o que começava a preocupar. O forte esquema defensivo ainda não deu as caras e Cigogna tem tido dificuldades em receber bolas em condição de marcar e isso resultou que, em 3 rodadas, o Huracán ainda não tinha vencido.

Cientes disso, os jogadores do Huracán começaram marcando forte sobre o meio de campo e saindo rápido em contra ataques. Com Cigogna bem marcado, a opção foi sair pela direita, com Milano. O time desperdiçou algumas boas oportunidades, acertando a trave em duas ocasiões. Com dificuldades para sair pro jogo, o Independiente não conseguia atacar. Gracián precisava entrar no jogo, para a equipe criar. E assim foi aos 7 minutos, quando o camisa 19 enfim resolveu armar uma jogada, passando a Facundo Parra na direita, já dentro da área. Barrientos deu um carrinho e mandou para escanteio. Gracián cobrou rasteiro para Parra, que deu um drible de corpo em Barrientos e chutou cruzado de pé esquerdo, fazendo Independiente 1x0.

No intervalo, Bayer resolveu tirar dois jogadores que não estavam bem. Matheu dava espaços para Cigogna e Silvera não era sombra do protagonista que se espera dele. Em seus lugares, entraram Acevedo e Gandin. Do outro lado, Sr Rabina tirou Danelon e Milano para colocar Erramuspe e Cigogna, visando assim dar mais movimentação ao lado direito e passar o mito para jogar por aquele lado.

As mexidas surtiram efeito no Huracán, que continuou dominando as ações e cedendo pouco espaço para o Independiente. O gol, no entanto, só saiu por falha do time de Avellaneda. Aos 2 minutos, após Barrales fazer falta em Vella no campo de defesa do Independiente, o camisa 2 quis tocar no meio para Gracián (embora tivesse melhores opções mais à frente) e errou fragorosamente, deixando a bola nos pés de Ruben Masantonio. O camisa 10 ajeitou e inverteu o jogo com um passe preciso, no meio de três marcadores. A bola encontrou Cigogna, que invadiu a área e chutou no alto, sem chances para Navarro, fazendo Huracán 1x1.

A torcida do Independiente passou a vaiar Vella. Muitos achavam que ele devia ter saído para a entrada de Acevedo. Mas o camisa 2 acabou se redimindo aos 6 minutos, ao cobrar lateral para dentro da área, surpreendendo a defesa rival. Facundo Parra entrou correndo e chutou na saída de Islas, fazendo Independiente 2x1. Na comemoração, fez questão de mostrar o camisa 2 à torcida, exigindo apoio.

A torcida vermelha passou a apoiar a equipe, que reequilibrou o jogo e conseguiu dominar o ímpeto do Huracán. O time de Buenos Aires não se acertou mais e o Independiente foi deixando o jogo passar. Aos 9 minutos, deu números finais em mais uma jogada de genialidade de Facundo Parra. Navarro cobrou tiro de meta na direita para o camisa 17, que trouxe a bola para o meio, chamou a atenção da marcação e passou na esquerda para Gandin, já dentro da área. O camisa 9 ajeitou o corpo para a bola cair em seu pé direito e o chute cruzado foi preciso, pegando Islas no contrapé e fazendo Independiente 3x1.

Destaque do jogo: Facundo Parra. Com 2 gols e o passe para o terceiro, o camisa 17 liderou sua equipe para a ponta da tabela, ajudando também a redimir o erro de Vella no gol do Huracán.

RACING 0x3 RIVER PLATE

Com apenas uma vitória no campeonato (3x2 no Estudiantes, na primeira rodada), o Racing começa a preocupar seu torcedor. As coisas pioraram na segunda rodada, com a derrota no Clássico de Avellaneda (0x4) e não melhoraram na última rodada, com a derrota para o Velez (2x3). O sentimento é o de que se Martin Simeone, Acosta e Ruben Capria começarem a jogar, a equipe pode alçar voos maiores e desafogar o sobrecarregado Latorre. O problema é que do outro lado está o poderoso River Plate, que nem se abalou com a derrota na rodada passada (1x2 para o Independiente), porque goleou nas rodadas anteriores (5x0 no San Lorenzo e 5x1 no Boca), além de ter em Trezeguet o melhor jogador do ano até aqui.

Pode-se dizer que o clássico da rodada foi também o melhor jogo deste carnaval. As duas equipes jogaram com técnica, com inteligência, criaram grandes jogadas, deram dribles e desarmes sensacionais e acertaram a trave algumas vezes. Faltava apenas o gol e ele só veio aos 7 minutos. O Racing foi tomando a iniciativa e isso dificultava ao River impor seu toque de bola, então a solução foi jogar no contra ataque. Após linda jogada que passou pelos pés de Martin Simeone, Ruben Capria e chegou a uma conclusão de Acosta na trave, Placente pegou o rebote e tocou na direita para Ferrari. O camisa 2 tocou a Gallardo no meio e o camisa 11 abriu na direita para Ortega. O camisa 10 procurou Trezeguet no meio, mas o camisa 7 era marcado por Gamboa e Quiroz. Então, Ortega recuou para Gallardo e correu para receber na frente. O dois-um deu resultado e Ortega recebeu já dentro da área. O chute forte tocou no travessão e morreu no fundo das redes de Saja, fazendo River 1x0.

No intervalo, Paralelo conversou com seus jogadores. A equipe produzia bem, seus atletas se movimentavam e marcavam Trezeguet de perto. Mas ele precisava mudar e os escolhidos para sair foram Diego Capria e Latorre, que deram lugar a Fariña e Hauche. A ideia era melhorar a marcação e a saída de bola na direita e ter uma opção mais avançada do outro lado. Já Francescoli, também feliz com a movimentação de sua equipe, sacou Almeyda e Buonanotte, para colocar Coudet e Funes Mori (Ferrari passou a ser o capitão). Embora os dois atuassem bem, a ideia era melhorar o passe e dar opção para o contra ataque.

O jogo continuou de altíssimo nível e, com menos de um minutos, os dois goleiros já tinham feito duas defesas excelentes, em chutes de Ruben Capria e Trezeguet. O goleiro do River, Carrizzo, se destacou em algumas oportunidades de Ruben Capria, Acosta e Hauche. O Racing mostrava movimentação e um repertório variado de jogadas, tanto pelas pontas quanto pelo meio. O River também criava e, como o Racing foi se abrindo, aos poucos a jogada característica do time de Nuñez foi aparecendo. Mas o contra ataque ainda era a melhor opção.

Aos 6 minutos, após uma blitz do River, o time do Racing mandou a bola para lateral. Ortega gritou para Berizzo não cobrar que ele, Ortega, faria a cobrança. O camisa 10 percebeu que Trezeguet ficou livre na entrada da área e foi lá que ele mandou a reposição manual. Trezeguet recebeu livre dentro da área e só esperou Saja sair do gol para tocar por baixo e fazer River 2x0.

O gol deu tranquilidade ao River, mas o Racing ainda era uma ameaça. O problema é que quando o River está inspirado, ninguém consegue batê-lo. Na saída de bola, o Racing criou uma boa jogada com Ruben Capria e Pelletieri, mas Placente estava atento para desarmar o camisa 10 antes do chute fatal. Abrindo na direita com Ferrari, Placente iniciou a jogada mais bonita de toda a partida. De Ferrari, a bola foi para Coudet no meio, que tocou mais à frente para Gallardo. O camisa 11 recuou na esquerda para Berizzo, que tocou mais à frente para Funes Mori. O camisa 9 tocou a Trezeguet na intermediária e, com a defesa do Racing desmontada após essa troca de passes, o camisa 7 foi avançando, até desferir potente chute da entrada da área e vencer Saja, fazendo River 3x0.

O resultado pode ter mostrado a superioridade do River, mas foi injusto com o belíssimo jogo que o Racing apresentou. A vitória poderia até ter sorrido para o time de Buenos Aires, mas o placar foi dilatado demais para o equilíbrio visto em campo.

Destaque do jogo: David Trezeguet. Não tem jeito. Trezeguet é o grande nome da FIFUBO neste ano de 2017. Bem marcado, pouco produziu no primeiro tempo e até a metade do segundo. Mas bastou um vacilo na marcação para o camisa 7 fazer dois gols e decidir a partida.

CLASSIFICAÇÃO
1° River Plate - 9 pontos, 14 gols pró
2° Independiente - 9 pontos, 9 gols pró
3° Boca Juniors - 7 pontos
4° Velez Sarsfield - 6 pontos
5° San Lorenzo - 5 pontos
6° Racing - 3 pontos
7° Huracán - 2 pontos, 9 gols pró
8° Estudiantes - 2 pontos, 6 gols pró

ARTILHARIA
1° David Trezeguet (River Plate) - 8 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 6 gols
3° Daniel Cigogna (Huracán) e Federico Insua (Velez Sarsfield) - 4 gols

NOTAS RÁPIDAS
  • O mutirão segue e, se tudo der certo, a quarta-feira de cinzas e a quinta-feira do rebote também terão jogos. Se tudo der certo, até a semana que vem o primeiro turno já vai estar encerrado e os playoffs garantidos.
  • O milestone da rodada vai para Facundo Parra. Ao abrir o marcador contra o Huracán, ele chegou a 30 gols com a camisa do Independiente.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Torneio Apertura 2017 - Quarta Rodada - 27/02/2017

Olha o Torneio Apertura aí gente! Chora cavaco! O que era para ser uma rodada adiada virou um mês de inatividade. Mas a FIFUBO aproveita a segunda-feira de carnaval e bota o bloco na rua, para começar a quarta rodada do Apertura 2017. Vamos ao desfile!

SAN LORENZO 2x2 VELEZ SARSFIELD

Empolgados pelo crescimento do jogo, os jogadores do San Lorenzo querem mais. Depois de adotar de vez o 4-3-3, o time goleou o Estudiantes na última rodada (4x1) e vem embalado. Nilson aproveitou o clima carnavalesco e ousou de vez, colocando Buffarini e Piatti como volantes, adiantando o meio de campo para impedir os avanços de Insua. Do outro lado, embora seja o único invicto do campeonato, o Velez ainda não mostrou o futebol que o fez ser temido. Fez os melhores jogos do campeonato até aqui, mas empatou duas partidas e só conseguiu vencer na última rodada (3x2 no Racing). A preocupação de Tripa Seca estava na defesa...

O San Lorenzo começou o jogo dominando, mostrando que Nilson acertou nas táticas do dia. Avançando os volantes, impedia o Velez de armar jogadas e marcava com ferocidade. E os escolhidos para compor a volância ainda mostraram-se dignos da confiança do comandante. Logo a um minuto, Dario Hussain tentou estourar jogada para trás e mandou a córner. Buffarini cobrou no segundo pau e Romagnoli entrou livre, cabeceando. A bola tocou no travessão e morreu no fundo das redes, enquanto o camisa 10 batia no peito, apontava ao chão e fazia a taunt da Paloma: San Lorenzo 1x0.

A despeito de algumas jogadas de Insua, que encontraram a trave, o Velez não conseguia sair da marcação do time de Almagro e se oferecia para o contra ataque. Aos 5 minutos, após Insua acertar a trave novamente, a bola saiu para lateral. Tulla cobrou para Luciatti, que procurou Piatti mais à frente. O camisa 12 levantou a cabeça e viu Romagnoli livre no outro lado do campo. O lançamento foi cirúrgico e o camisa 10 dominou entrando na área, para chutar na saída de Sosa, bater no peito, apontar ao chão e fazer  a taunt da Paloma novamente: San Lorenzo 2x0.

O novo esquema tático do San Lorenzo não é eficiente só na marcação, também resolveu um problema crônico no ataque. Ao jogar mais centralizado, Stracqualursi pode tabelar mais vezes com Raul 'Pipa' Estevez e foi assim que o camisa 9 tentou três vezes, para defesas milagrosas de Sosa evitarem uma goleada. O Velez se aproveitou uma única vez, aos 9 minutos, quando uma dessas defesas virou jogada de contra ataque. Sabia tocou a Dario Hussain, que procurou Insua no meio. Marcado por 2, o camisa 11 se livrou com habilidade e, de pé esquerdo, deu um perfeito chute de efeito, que enganou Migliore e morreu no fundo de suas redes: Velez 1x2.

No intervalo, Nilson tirou Luciatti e colocou Tellechea, para aumentar ainda mais a marcação. Já Tripa Seca tirou os inoperantes irmãos Hussain, para colocar Cubero e Lucas Pratto. Aproveitou para combinar uma jogada para a saída de jogo.

E a jogada foi a que deu números finais ao confronto. Ao melhor estilo futebol americano, Insua tocou a Romero, correu pelo meio e, no último instante, abriu em diagonal para a direita. O passe do camisa 7 foi preciso e Insua recebeu dentro da área, driblando Migliore e empurrando para o gol vazio com apenas 20 segundos: Velez 2x2.

O gol empolgou o Velez, que ainda teve ótima chance com Lucas Pratto. Mas o chute foi por cima. Depois disso, o San Lorenzo voltou a dominar o jogo, mas Sosa aproveitou para mostrar sua fantasia de paredão, mantendo a partida empatada.

Destaque do jogo: Federico Insua. O jogo foi dos dois armadores. Romagnoli e Insua marcaram dois gols, mas o camisa 10 se aproveitou de uma equipe que jogou e marcou bem no meio, para que lhe dessem liberdade. Já Insua jogou praticamente sozinho, driblando os adversários, acertando a trave pelo menos três vezes e livrando sua equipe da primeira derrota no campeonato.

BOCA JUNIORS 1x1 ESTUDIANTES

Não é menosprezo, mas Madeirite quer aproveitar que a equipe pega o pior time do campeonato e vencer, de preferência de forma contundente. O Boca vem de vitória (3x1 no Huracán) e quer a bola no chão para decolar de vez. Já o Estudiantes segue batendo na mesma tecla de que os armadores têm que participar do jogo, até para não sobrecarregar Verón, que teria que marcar Romagnoli na partida desta segunda.

O Estudiantes veio com uma proposta de adiantar o time e embolar o meio de campo, deixando os jogadores do Boca impedidos toda hora. O Boca aceitou passivamente esse jogo e o que se viu foi uma partida muito pobre tecnicamente. O primeiro gol só saiu aos 8 minutos, de forma inusitada. Após um lançamento para ninguém, Abbondanzieri saiu do gol e pegou a bola, reiniciando com Serna no meio. O camisa 5 não tinha opção de passe, então Escudero pediu a bola e partiu pela direita, sem marcação. Esperava-se que o camisa 2 fosse ao fundo e cruzasse para trás, para tirar seus companheiros do impedimento, mas Escudero preferiu avançar em diagonal e arriscar um chute cruzado. A bola foi no ângulo oposto de Andujar e o Boca fez 1x0.

Se o gol do zagueiro do Boca foi inusitado, mais ainda foi o gol de empate do Estudiantes. Na saída de bola, uma jogada tipo figura 8 foi armada. Verón tocou para Enzo Perez e correu para a direita. O camisa 7 tocou no vazio, na esquerda. Quem correu para pegar a bola foi Federico Fernandez, que avançou pela lateral, trouxe para o pé direito e chutou cruzado. A bola ganhou efeito e entrou no ângulo oposto de Abbondanzieri, fazendo Estudiantes 1x1 aos 9 minutos.

No intervalo, Madeirite trocou Riquelme e Palermo por Schelloto e Viatri, enquanto Cristaldo tirou Rodrigo Braña e Boselli para colocar Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez.

O jogo melhorou um pouco no segundo tempo, com o Estudiantes tomando a iniciativa. Em três ocasiões, acertou a trave, sendo duas com Leandro Benítez e uma com Gastón Fernandez. Mas o nível do jogo foi caindo novamente e o empate acabou sendo um resultado mais justo.

Destaque do jogo: Federico Fernandez. Em um jogo de baixíssimo nível técnico, a entrega do camisa 4 foi essencial. Sem ter a quem marcar, foi ao ataque, organizou jogadas, arriscou e foi premiado com um belo gol.

NOTAS RÁPIDAS

  • O carnaval é bom para fazer mutirão. Assim, aproveitando-se deste clima de feriado, a FIFUBO tentará avançar as 3 rodadas que se perderam até o fim de semana. Nesta terça, se encerra a quarta rodada. A quinta rodada será na quarta e na quinta e, no final de semana, a sexta rodada será disputada.