domingo, 27 de agosto de 2017

Torneio Clausura 2017 - Segunda Rodada - 27/08/2017

Um belo domingo, com céu azul e temperatura amena, era o dia ideal para o encerramento da segunda rodada do Clausura 2017. O público lotou o Itaquá Dome, pois o primeiro clássico do campeonato seria disputado neste dia. Vamos aos jogos!

RACING 3x2 INDEPENDIENTE

Pela sétima vez no ano veríamos o Clássico de Avellaneda, mas desta vez, as duas equipes entravam em busca da vitória para afastar a crise. Vencedor em quatro ocasiões, o Racing havia perdido para o River na primeira rodada (1x3), mas as 3 semanas sem jogos serviram para os jogadores descansarem e treinarem. O Independiente venceu as outras duas partidas, mas estreou com derrota no Clausura (1x2 Velez) e precisava da vitória de qualquer jeito, para afastar a crise que ronda o clube desde o início do ano.

Assim que a bola rolou, o Racing mostrou que as 3 semanas sem jogos foram mais que suficientes. Descansados, os jogadores voavam em campo. Bem física e tecnicamente, o time azul e branco rondou a área do Independiente e concluiu diversas vezes, acertando a trave em algumas ocasiões e obrigando Navarro a afastar as outras. Aos 2 minutos, após uma dessas bolas ser afastada pelo goleiro, Tuzzio isolou para o outro lado do campo. Enrique pegou a bola e inverteu para o lado direito, encontrando Acosta. O camisa 9 recuou para Diego Capria e correu pela ponta para receber. Mas o camisa 2 passou para o meio, onde Martin Simeone recebeu livre, invadiu a área e chutou na saída de Navarro, para fazer Racing 1x0.

Aos 4 minutos, um lance poderia mudar tudo. Saja tocou na bola fora da área e recebeu o cartão vermelho. Por sorteio, Pocchetino foi escolhido para sair e cumprir a suspensão no lugar do goleiro. Mas nem isso mudou o panorama do jogo. Gracián errou na cobrança em dois lances e devolveu a bola para o Racing. Os erros de passe do Independiente faziam parecer que era a equipe vermelha quem tinha não um, mas vários jogadores a menos. Já o Racing se multiplicava em campo e jogava uma partida perfeita.

Aos 6 minutos, mais um passe errado do Independiente resultou no segundo gol do adversário. Quiroz recuperou e tocou a Martin Simeone mais à frente. O camisa 8 tocou a Ruben Capria, que lançou Acosta na direita. O camisa 9 foi ao fundo e cruzou rasteiro. Latorre chutou de primeira, da marca do pênalti, e pegou Navarro no contrapé: Racing 2x0.

Enquanto a torcida do Independiente protestava, a do Racing gritava 'olé' a cada toque de seus jogadores. A única jogada criada pela equipe vermelha foi aos 9 minutos e terminou em gol. Navarro repôs para Busse no meio e o camisa 7 procurou Gracián mais à frente. O camisa 19 lançou Facundo Parra na direita e o camisa 17 foi ao fundo para cruzar para a marca do pênalti. Silvera chutou de primeira e venceu Saja, num gol parecido com o do rival: Independiente 1x2.

Nem deu tempo de comemorar. Na saída de bola, Ruben Capria fez um 'toca y me voy' com Pelletieri, recebeu na intermediária e, vendo Navarro adiantado, deu lindo chute de cobertura para fazer Racing 3x1.

No intervalo, Paralelo recompôs a defesa. Tirou Acosta e Latorre para colocar Fariña e Hauche. Fariña iria para a lateral direita, Diego Capria voltaria à sua posição de origem na zaga e Hauche ficaria isolado como centroavante. Já Bayer tirou Fredes e Parra e colocou Acevedo e Gandin.

O Racing tinha apenas um jogador na frente e, com isso, o Independiente anulou-o fácil. Acevedo e Montenegro colaram em Hauche e o impediram de receber os passes. O cansaço também bateu e os jogadores do Racing tocaram a bola para o tempo passar. Os do Independiente tentavam ir à frente, mas não tinham organização para tal.

Somente aos 9 minutos o Independiente conseguiu descontar. Gracián tocou a Acevedo na direita e o camisa 12 lançou Gandin na ponta. O camisa 9 foi ao fundo e se aproveitou que Silvera correu para o meio da área, puxando a marcação. Com isso, Gandin cruzou para trás, para fora da área, onde Mareque recebeu sozinho e chutou de primeira, fazendo Independiente 2x3. Mas era tarde.

Destaque do jogo: Martin Simeone. No início do jogo, atuou como um segundo armador, auxiliando Ruben Capria na armação de jogadas e marcando o seu gol. Após a expulsão de Pocchetino, ficou mais no campo de defesa e anulou a maioria das jogadas do adversário. Terminou o jogo exausto, mas consagrado.

SAN LORENZO 0x4 RIVER PLATE

Vindos de uma humilhante derrota na primeira rodada (1x4 Estudiantes), os jogadores do San Lorenzo tinham uma preocupação, pois precisavam vencer um adversário acostumado a aplicar goleadas neste confronto. Já o River, embora tenha vencido na primeira rodada (3x1 Racing), jogou mal e queria melhorar seu volume de jogo. Francescoli pregava o respeito, mas o adversário era o ideal para o bom futebol do River voltar a brilhar.

O San Lorenzo surpreendeu no início do jogo e, com muitos jogadores no campo de ataque, chegou várias vezes. Na primeira, aos 30 segundos, Stracqualursi correu e concluiu uma boa jogada coletiva, para Carrizzo se esticar e mandar a córner. No início, foram 5 chegadas com perigo, com duas conclusões na trave. O River nem parecia se preocupar com esse barulho e ia, aos poucos, se organizando, esperando a melhor hora para fazer seu gol.

Aos 5 minutos, Barrado se esticou e desarmou Erviti, tocando a Ferrari na direita. O camisa 2 lançou para o lado esquerdo e encontrou Trezeguet. O camisa 7 fez o mesmo e inverteu para a ponta direita, onde encontrou Buonanotte. O camisa 30 recebeu com o pé direito e avançou. Do bico da área, chutou de pé esquerdo, de trivela, e viu a bola fazer uma curva incrível e entrar no ângulo oposto de Migliore, no gol mais bonito da rodada: River 1x0.

O gol desanimou o San Lorenzo, mas os seus jogadores ainda assim partiram para cima. O problema é que a vantagem no placar tranquilizou ainda mais os jogadores do River, que fizeram uma marcação impecável e não deixaram o time de Almagro chegar próximo à área. E, melhor, passaram a contar com os erros do adversário para puxar o contra ataque.

Aos 8 minutos, Placente recuperou uma bola mal esticada para Erviti e inverteu na esquerda para Paz. O camisa 4 tocou a Berizzo na lateral e o camisa 6 tocou a Barrado mais à frente. Com um bom passe em profundidade, o camisa 19 encontrou Buonanotte livre e o camisa 30 foi avançando sem oposição até a entrada da área, para chutar na saída de Migliore e fazer River 2x0.

No intervalo, Francescoli tirou os apagados Ortega e Gallardo para colocar Coudet e Funes Mori. Já Nilson, desanimado, tentou levar o time à frente. Tirou Johnathan Ferrari e Reynoso para colocar Piatti e Tellechea. Embora os substituídos estivessem bem, a intenção era lançar a equipe à frente e tentar empatar a partida.

Não funcionou. Logo na saída de bola, Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Buffarini, mas o camisa 8 errou o passe. Barrado recuperou e tocou na direita para Trezeguet, que lançou rápido para a esquerda. Coudet recebeu e avançou sem oposição, para chutar da entrada da área e fazer River 3x0, logo aos 30 segundos.

Tomar o terceiro gol antes de um minuto foi o banho de água fria que os jogadores do San Lorenzo precisavam para jogar a toalha. Mas outros fatores contribuíram, principalmente o cansaço dos jogadores e a marcação impecável do River. Assim, a equipe de Nuñez tocou a bola à espera do fim do jogo e de mais uma vitória.

Mas ainda deu tempo de transformar em goleada. Aos 6 minutos, uma linda jogada coletiva começou com Ferrari na direita, passou por Placente, Paz e Berizzo na esquerda. O camisa 6 procurou Almeyda no meio, que passou mais à frente para Coudet. A torcida gritava 'olé' quando o camisa 8 tocou a Funes Mori na direita. O camisa 9 tocou a Trezeguet no meio e o camisa 7, de frente pro gol, não desperdiçou. Chutou no canto direito de Migliore e finalizou o jogo: River 4x0.

Destaque do jogo: Diego Buonanotte. Mesmo com Gallardo fraco na armação e Ortega nulo no ataque, o River conseguiu chegar à vitória. Buonanotte armou o jogo, se movimentou pelo campo de ataque inteiro e deu opções. Marcou os dois primeiros gols, sendo um de cada lado do campo, e foi a principal figura da partida.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 6 pontos, 7 gols pró
2° Estudiantes - 6 pontos, 6 gols pró
3° Boca Juniors - 3 pontos, 5 gols pró
4° Velez Sarsfield - 3 pontos, 4 gols pró, 4 gols contra
5° Racing - 3 pontos, 4 gols pró, 5 gols contra
6° Huracán - 3 pontos, 3 gols pró
7° Independiente - 0 ponto, 3 gols pró
8° San Lorenzo - 0 ponto, 1 gol pró

ARTILHARIA

1° Juan Riquelme (Boca Juniors), Martin Palermo (Boca Juniors), Mauro Boselli (Estudiantes), Daniel Cigogna (Huracán), Nestor Silvera (Independiente), Diego Buonanotte (River Plate), Pablo Ferrari (River Plate), Federico Insua (Velez Sarsfield), Turco Assad (Velez Sarsfield) - 2 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • As 3 semanas sem jogos complicaram muito a tabela, que já era para estar na quarta ou quinta  rodada. A previsão é que a terceira rodada seja disputada no próximo final de semana e, no feriado, uma rodada seja disputada num único dia. Se tudo der certo, em duas semanas já recuperaremos o tempo perdido.
  • A aquisição de um novo jogador para o Independiente já está fechada, mas ainda depende de uns detalhes para poder ser concretizada. Se tudo der certo, até outubro tudo estará acertado.

sábado, 26 de agosto de 2017

Torneio Clausura 2017 - Segunda Rodada - 26/08/2017

19 dias. Este foi o exato período sem jogos na FIFUBO. Como dito anteriormente, o mês de agosto seria complicado e, após a primeira rodada, foram quase 3 semanas sem que o Clausura tivesse um jogo sequer. Mas a FIFUBO está empenhada em cumprir seu calendário e apertou a tarde de sábado para poder retomar a Liga. O Itaquá Dome teve um dia de sol e vento forte, mas o público não se importou com as condições climáticas e fez deste um sábado familiar, lotando o estádio. Vamos aos jogos!

HURACÁN 0x2 ESTUDIANTES

O eficiente esquema defensivo voltou neste Clausura e os jogadores do Huracán sabem disso. Na primeira rodada, o Boca dominou, teve posse de bola e o Huracán roubou e encaixou os contra ataques precisos para vencer. Cigogna voltou a marcar. Tudo isso contribuiu para fazer a confiança voltar e, agora, eles querem voltar a este eficiente esquema, para vencer a segunda. O Estudiantes, por sua vez, teve a melhor exibição na primeira rodada, ao bater o San Lorenzo por 4x1. A ordem é manter o ritmo e, com cada um na sua posição e sem inventar, engrenar a segunda. Vale lembrar que a meta do time de La Plata no campeonato é vencer, no mínimo, duas partidas e conseguir, no mínimo, a sexta posição.

O Estudiantes propôs o jogo o tempo todo e o Huracán ficou fechado em seu campo, buscando uma oportunidade para contra atacar. Mas Milano estava muito mal fisicamente e, por isso, a saída em velocidade ficou prejudicada. Já o Estudiantes, bem postado em campo, conseguia ficar com a bola e tocar com calma até chegar a Boselli, que desperdiçou duas chances, ao chutar por cima na primeira e o goleiro fazer ótima defesa na segunda.

O castigo parecia se desenhar e, aos 6 minutos, Villarruel interceptou passe que ia para Boselli, tocando a Masantonio no meio. O camisa 10 deu lindo drible em Desábato e invadiu a área, sendo derrubado por Andujar. Com confiança, Cigogna se apresentou para a cobrança, mas o scopetazzo no canto direito encontrou as mãos de Andujar, que espalmou para o lado e impediu a injustiça.

O lance empolgou a equipe de La Plata, que voltou a se organizar e, enfim, conseguiu seu gol. Já nos acréscimos, Angeleri roubou de Minici e protegeu com o corpo, sofrendo falta no campo de defesa. Ele repôs para Enzo Perez no meio e o camisa 7 levantou a cabeça antes de inverter para o lado esquerdo. Boselli recebeu, avançou em diagonal, fintou Alexis Ferrero e chutou com categoria da entrada da área para vencer Islas e fazer Estudiantes 1x0.

No intervalo, Sr Rabina tirou Centurión (que não marcava nem armava) e Milano (muito mal fisicamente) para colocar Erramuspe e Barrales. Já Cristaldo tirou Angeleri e Gastón Fernandez (ambos mal fisicamente) para colocar Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez.

O Huracán voltou tentando ocupar o campo de ataque, mas a marcação do Estudiantes era impecável e os jogadores do time de La Plata tocavam com calma, em busca da melhor jogada para concluir. Com isso, o jogo caiu um pouco de ritmo, mas continuou interessante. O Huracán tentava chegar à área e o Estudiantes marcava com maestria.

Assim foi até os 8 minutos, quando Rodrigo Braña desarmou Barrales e reiniciou com Mathias Sanchez na direita. O camisa 12 tocou a Enzo Perez, que buscou Leandro Benítez na esquerda. O camisa 8 avançou pela ponta até quase a entrada da área, quando foi derrubado por Danelon. Enquanto armava a barreira, Islas era atrapalhado por Boselli e, irritado, empurrou o camisa 9. O árbitro Dula Rápio viu e marcou pênalti. Verón, que ajeitava a cobrança da falta, colocou a bola debaixo do braço e foi para a marca da cal. A cobrança foi rasteira, no canto esquerdo e, apesar de Islas ter se esticado todo, não conseguiu alcançar: Estudiantes 2x0.

Destaque do jogo: Rodrigo Braña. Criticado por abandonar a marcação e deixar um buraco na entrada da área, o camisa 5 resolveu fazer a sua função e foi muito bem. Anulou Cigogna, roubou bolas e reiniciou o jogo, sendo peça fundamental para sua equipe cumprir o objetivo inicial com apenas 2 rodadas.

VELEZ SARSFIELD 2x3 BOCA JUNIORS

No Apertura, o Velez fez algumas das partidas mais memoráveis, mas não conseguiu ir muito longe. No Clausura, os jogadores não se importam de jogar mal e vencer e isso ficou claro na vitória na primeira rodada (2x1 no Independiente). Já o Boca tem uma pressão intensa. Após o fracasso no Apertura, a derrota na final da Copa Olé para o maior rival e a eliminação precoce no Torneio Início, a promessa era de um Clausura bem diferente. Mas, apesar do bom esquema e da posse de bola, acabaram derrotados pelo Huracán (2x3) e, com isso, a pressão aumentou.

Se até uma semana antes alguém dissesse que Huracán x Estudiantes e Velez x Boca seriam os jogos da rodada, haveria uma unanimidade de que o primeiro jogo seria ruim e o segundo, bom. Mas, aqui, as coisas se inverteram. A despeito do quão bom foi o primeiro jogo, Velez e Boca fizeram um espetáculo pobre, de intermediária a intermediária e muitos erros de passe.

As torcidas já ensaiavam as primeiras vaias quando o Boca encaixou uma jogada, a única criada em todo o primeiro tempo. Aos 2 minutos, em jogada de contra ataque, Serna recebeu de Abbondanzieri e tocou a Basualdo no meio. O camisa 11 inverteu para a direita para Palacio, que avançou em velocidade, sem oposição. O camisa 19 invadiu a área e, na saída de Sosa, tocou por cobertura e fez um bonito gol: Boca 1x0.

O gol empolgou os jogadores xeneizes, que passaram a tocar com qualidade. Mas a empolgação traz o erro e se transformou em decepção. Uma boa tabela começou no campo de defesa, com Escudero, Schiavi, Arruabarrena e Basualdo, até o camisa 11 tocar a Riquelme. O camisa 10 se atrapalhou com a bola e teve que agarrar Gino Peruzzi. A falta era próxima do bico direito da área e Insua, até então nulo, cobrou com categoria, por cima da barreira, para fazer Velez 1x1.

A partir daí, a torcida do Boca passou a vaiar Riquelme a cada vez que ele tocava na bola, mas a sua sorte é que não foram muitos momentos. Basualdo passou a armar o jogo, ao perceber que o camisa 10 tinha sentido o erro e as vaias. Mas o próprio Basualdo se encarregaria de cometer um erro e propiciar ao Velez a virada. Aos 9 minutos, ele adiantou demais a bola e errou um passe para Palacio. Gago recuperou a bola e tocou na esquerda para Romero. O camisa 7 recebeu, levantou a cabeça e fez um passe em profundidade para Turco Assad, que recebeu já dentro da área e chutou de primeira, na saída de Abbondanzieri: Velez 2x1.  A equipe não jogava nada e vencia...

No intervalo, Tripa Seca tirou Insua e Dario Hussain, duas peças nulas, para colocar Cubero e Lucas Pratto. Gago iria para a armação, mas o meio de campo ficaria mais recuado. Já Sr Rússia tirou os dois vaiados, Riquelme e Basualdo, para colocar Battaglia e Schelloto.

O Velez voltou melhor e criou umas boas oportunidades até o meio do segundo tempo. Nesse momento, Palermo começou a gritar com seus jogadores e o jogo começou a ser decidido. Aos 5 minutos, Palermo gritou a Schelloto para voltar e buscar o jogo. O camisa 13 fez isso e avançou, mas esqueceu a bola. Por sorte, Battaglia vinha atrás e passou-lhe de volta antes de gago chegar. O camisa 13 recebeu da esquerda e deu um lindo passe para o meio, onde Palermo recebeu, de frente para o gol. Cubero correu para bloquear, mas o camisa 9 deu um chute perfeito, no ângulo esquerdo de Sosa, que foi pego no contrapé: Boca 2x2.

O gol empolgou a equipe xeneize e os jogadores começaram a aceitar a liderança de Palermo. Schelloto e Palacio avançaram, a marcação se adiantou e o Boca começou uma blitz na área de Sosa. Schelloto chutou e o goleiro defendeu. Palacio chutou e acertou a trave. Palermo chutou e o goleiro mandou a córner. Palacio cobrou, Schelloto cabeceou no canto e Sosa mandou, novamente, a córner. Desta vez, Schelloto cobrou para o meio da área para Palermo. O camisa 9 matou no peito e invadiu, mas Sosa o empurrou e o juiz Pedro Carlos Bregalda marcou pênalti. O próprio Palermo cobrou no alto, no canto esquerdo e, desta vez, Sosa foi pro lado direito: Boca 3x2, aos 8 minutos.

Destaque do jogo: Martin Palermo. Num jogo de péssimo nível técnico, chamou a atenção a liderança do camisa 9. Aos berros, arrumou sua equipe, os levou à frente e marcou os dois gols que garantiram a vitória.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Torneio Clausura 2017 - Primeira Rodada - 07/08/2017

Finalmente! Depois de mais de uma semana, a primeira rodada do Clausura pôde ser finalizada. Os finais de semana foram intensos e, por isso, foi impossível realizar os jogos, mas a segunda-feira chegou como um dia de folga e o Itaquá Dome abriu as portas para um público mediano assistir a dois bons jogos. Vamos a eles!

BOCA JUNIORS 2x3 HURACÁN

Desanimados após a derrota na Copa Olé para o maior rival, os torcedores do Boca dão crédito a Sr Rússia, que diz que a equipe terá outra atitude neste Clausura. A ordem é dominar o jogo desde o início e frequentar a parte de cima da tabela sempre, vencendo os jogos e não se importando com o que vem pela frente. Já o Huracán quer apenas sair da situação incômoda em que está atualmente. Acostumado a incomodar os adversários na zona de classificação, o time fez campanha péssima no ano e jamais se portou como uma equipe que poderia ameaçar nas competições. A ordem é não se defender, mas recuperar o forte contra ataque.

A atitude pregada por Sr Rússia se fez vista no jogo todo. O Boca dominou o jogo desde o pontapé inicial e ficou com a bola. Palacio atuava como segundo atacante, mais para o meio (ao invés da ponta), dando opções de ataque. O Huracán, por sua vez, se fechava bem na defesa e esperava o Boca errar para partir para o contra ataque.

E foi assim que surgiu o primeiro gol. Aos 2 minutos, Cagna lançou Palacio, que chutou no travessão de Islas e a bola saiu para lateral. Danelon cobrou a Barrientos no meio, que inverteu a Centurión. O camisa 8 foi rápido no passe e deu no meio para Ruben Masantonio. O camisa 10 recebeu, se livrou de Serna, invadiu a área e chutou na saída de Abbondanzieri, que demorou a se mexer: Huracán 1x0.

Nem teve tempo de medir o efeito do gol, já que o Boca empatou na saída de bola, aos 3 minutos. Riquelme fez o 'toca y me voy' com Cagna, que esticou mais forte para o camisa 10. Islas saiu para fechar o ângulo, mas foi driblado por Riquelme, que só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio: Boca 1x1.

Apesar de estar mais para pelada do que para uma partida organizada, o jogo ganhou em emoção. As duas equipes jogavam bem, para a frente, desperdiçando ótimas oportunidades num toma lá, dá cá incrível. Aos 8 minutos, no entanto, novo erro do Boca permitiu ao Huracán voltar a dominar o marcador. Riquelme abriu na direita para Palacio, para o camisa 19 procurar Palermo no meio da defesa. Mas Palacio ficou enfeitando a jogada e, a cada toque de efeito, Centurión aparecia mais perto até que conseguiu roubar-lhe a bola. Palacio o agarrou e o juiz marcou falta. Enquanto Palacio reclamava, Centurión tocou rápido para Ruben Masantonio no meio, que viu Cigogna nas costas da zaga. O passe foi preciso e o camisa 9 recebeu na entrada da área, à sua feição para mandar o scopetazzo e fazer Huracán 2x1.

Se o Boca ainda precisa de tempo e jogos para assimilar as táticas de seu novo treinador, ao menos já tem jogadas ensaiadas na saída de bola e foi assim que empatou, aos 9 minutos. Novamente, Riquelme fez o 'toca y me voy' com Cagna, mas o camisa 8 devolveu mais curto desta vez. Riquelme recebeu na intermediária, percebeu Islas adiantado e mandou um lindo chute colocado, sem chances para o goleiro, que se esticou todo: Boca 2x2.

No intervalo, Sr Rússia não perdoou a indolência de Palacio e o trocou por Guillermo Barros Schelloto. Também tirou Arruabarrena e colocou Battaglia. Já Sr Rabina tirou Danelon e Milano para colocar Erramuspe e Barrales, visando trocar Cigogna de lado.

O jogo continuou bom no segundo tempo, sendo que o Boca dominou as ações e conseguiu marcar os contra ataques do Huracán. Mesmo cansado, Riquelme ainda conseguia armar o jogo e, com a entrada de Schelloto, ganhou uma companhia na armação do jogo para Palermo. Mas, do outro lado, Islas fazia defesas impossíveis e mantinha o jogo empatado.

Isso foi até os 7 minutos, quando o Huracán armou uma jogada em tiro de meta. Islas cobrou no meio para Masantonio, que abriu na esquerda para Barrales. Recuando para sair da ponta para o meio, o camisa 11 levantou a cabeça e viu Cigogna livre do lado direito. O passe foi preciso e, novamente da entrada da área, o camisa 9 pôde soltar o scopetazzo tradicional e vencer Abbondanzieri: Huracán 3x2.

Destaque do jogo: Daniel Cigogna. Jogando livre no ataque e recebendo passes dos companheiros, o mito pôde fazer o que mais sabe. Marcou dois gols e levou seu time a uma surpreendente vitória.

ESTUDIANTES 4x1 SAN LORENZO

As duas piores equipes se enfrentavam no jogo que fechava a rodada. Em todas as competições, a disputa entre eles é ver quem será o último e quem será o penúltimo. Mesmo assim, a torcida deu crédito para este jogo. O Estudiantes tem uma meta bastante modesta para este Clausura. Ao invés de tentar vaga nos playoffs, o time de La Plata quer vencer duas partidas (já que só venceu uma no Apertura) e tentar terminar o campeonato em sexto. Os treinos de finalização se intensificaram. Já o San Lorenzo quer sair do incômodo último lugar no último Apertura e rondar a parte de cima da tabela. Sem meta fixa, quer consolidar seu esquema 4-3-3 e começar a transformar o bom futebol em vitórias e, mais importante, pontos.

O início de jogo foi o pior possível. As duas equipes erravam demais. Romagnoli resolveu jogar de centroavante e deixar a armação para Stracqualursi, o que fez com que nada fosse produzido do lado de Almagro. O Estudiantes, ao menos, tinha Verón. Após Rodrigo Braña tentar sair armando e errar um passe, o camisa 11 lhe deu uma bronca e mandou que ele fizesse a posição original de volante, marcando apenas. Melhor ainda aconteceria aos 3 minutos, quando Enzo Perez recebeu uma bola para armar o jogo em contra ataque e ficou dando toques inúteis na bola. Verón se aproximou, pediu a bola e inverteu em lançamento magistral para Boselli. O camisa 9 recebeu, invadiu a área e tocou na saída de Migliore, fazendo Estudiantes 1x0. Enquanto Boselli corria para a torcida, Verón cobrava empenho de Enzo Perez.

As broncas deram resultado e isso ficou visível aos 6 minutos. Erviti passou a Stracqualursi no meio e Rodrigo Braña, em sua posição original, roubou-lhe a bola e recuou ao goleiro Andujar, que abriu na direita da área com Federico Fernandez. O camisa 4 procurou Angeleri na direita, que procurou Verón no meio. O camisa 11 viu Enzo Perez partindo pela direita e lhe passou a bola. Perez recebeu, avançou, invadiu a área e chutou cruzado na saída de Migliore, fazendo Estudiantes 2x0. Desta vez, não houve broncas, apenas abraços.

Com 2x0, o Estudiantes dominou o jogo e jogou por música. O terceiro gol veio aos 9 minutos, quando Marco Rojo desarmou Romagnoli e tocou a Enzo Perez no meio. O camisa 7 tocou a Verón mais à frente e o camisa 11 abriu brilhantemente para Leandro Benítez na esquerda. O camisa 8 recebeu ao seu estilo, na meia esquerda, avançou e, da entrada da área, chutou colocado e fez Estudiantes 3x0.

Maravilhado com o jogo de sua equipe, Cristaldo não queria mudar. Mas sabia que sua equipe iria cansar e, por isso, escolheu Federico Fernandez e Gastón Fernandez para darem lugar a Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez. Já que Federico insistia em armar jogadas e errava passes, que entrasse alguém que soubesse passar. Já Gastón passou apagado o primeiro tempo inteiro. Do lado do San Lorenzo, Nilson parecia desesperado. Desfez o 4-3-3 ao tirar Raul 'Pipa' Estevez (nulo em campo) e Stracqualursi (que insistia em jogar na armação) e colocou Bordagaray e Piatti. Assim, Erviti iria jogar como segundo atacante e, caso as coisas complicassem, podia voltar ao meio e fazer um 4-5-1.

O Estudiantes continuou jogando em altíssimo nível, apesar do cansaço. A equipe tocava a bola com inteligência e desperdiçava chances. O San Lorenzo, perdido, conseguiu um gol de honra na única vez que conseguiu armar alguma jogada. Romagnoli recebeu reposição de Migliore no meio e recuou a Piatti. O camisa 12 abriu na esquerda para Erviti, que saiu da ponta para o meio e fez um lançamento magistral para Bordagaray do lado direito. O camisa 13 invadiu a área e chutou forte na saída de Andujar, para fazer San Lorenzo 1x3 aos 6 minutos. Parecia não mais que um gol de honra...

E era só isso mesmo. O gol não desanimou o Estudiantes, que ampliou logo na saída de bola. Aos 7 minutos, a equipe fez a 'figura 8', com Verón tocando a Leandro Benítez e saindo para a esquerda. O camisa 8 tocou na direita para Angeleri, que invadiu a área e chutou na saída de Migliore. O goleiro conseguiu defender, mas a bola caiu aos pés de Hernan Rodrigo Lopez, que chutou o rebote para o gol vazio: Estudiantes 4x1.

Destaque do jogo: Enzo Perez. Verón receberia a honraria, por organizar a equipe com a bola nos pés e com as palavras. Mas o prêmio acabou indo para um dos "disciplinados" pelo camisa 11. Perez assimilou as broncas de Verón e partiu para o jogo. Após participar (ainda que desleixadamente) do primeiro gol, marcou o segundo e participou do terceiro (desta vez, ativamente). Se movimentou o tempo todo e se apresentou como legítimo armador que é.

CLASSIFICAÇÃO

1° Estudiantes - 3 pontos, 4 gols pró
2° River Plate - 3 pontos, 3 gols pró, 1 gol contra
3° Huracán - 3 pontos, 3 gols pró, 2 gols contra
4° Velez Sarsfield - 3 pontos, 2 gols pró
5° Boca Juniors - 0 ponto, 2 gols pró
6° Independiente - 0 ponto, 1 gol pró, 2 gols contra
7° Racing - 0 ponto, 1 gol pró, 3 gols contra
8° San Lorenzo - 0 ponto, 1 gol pró, 4 gols contra

ARTILHARIA

1° Juan Roman Riquelme (Boca Juniors), Daniel Cigogna (Huracán) e Pablo Ferrari (River Plate) - 2 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Diante da dificuldade de se realizar jogos, a primeira rodada só foi encerrada nesta segunda (já era para ter encerrado a segunda rodada). Mas o próximo final de semana promete ser cheio, então não há previsão de quando a segunda rodada será feita. Provavelmente, um mutirão será feito e todos os jogos poderão ser realizados no mesmo dia.
  • A mudança dos times argolados de mais de 15 anos de uso para times fechados pode render mais frutos. Depois do Imperatriz, é o Vasco quem pretende "trocar a frota". Caso seja realizado, contratará, ainda, os 3 jogadores argolados do Imperatriz que ainda atuam (Ramon, Elton e Rodrigo Pimpão). As negociações estão andando e mais surpresas podem vir por aí.
  • Dois jogadores atingiram milestones na rodada. Ao ampliar a vantagem de sua equipe, Enzo Perez chegou a 20 gols com a camisa do Estudiantes. Já o gol de honra no mesmo jogo foi o décimo de Fabian Bordagaray com a camisa do San Lorenzo.