domingo, 6 de novembro de 2016

Copa Olé 2016 - Final - 06/11/2016

E chega o dia da grande final da Copa Olé 2016! A chuva parou, o público lotou o Itaquá Dome e as equipes se prepararam para esta data majestosa!

Do lado do Estudiantes, a competição começou com a marca da desconfiança. Tida como uma das piores equipes do torneio e às voltas com problemas físicos, os jogadores foram mostrando jogo a jogo que estavam prontos para alçar voos mais altos. Após estrear como azarão contra o Racing e estar perdendo por 2x0, o time de La Plata arrancou um empate na raça, com um gol de falta de Verón no último lance, e se classificou nos pênaltis. Nas semifinais, no melhor jogo do torneio, bateram o San Lorenzo por 3x2, com autoridade. Chegavam a esta final com a moral elevada e a expectativa de conquistar seu primeiro título na FIFUBO. Para isso, Cristaldo mandava a campo o time com 21. Andujar, 2. Angeleri, 3. Desábato, 4. Federico Fernandez e 6. Marco Rojo; 5. Rodrigo Braña, 11. Juan Sebastian Verón (c), 7. Enzo Perez e 8. Leandro Benítez; 10. Gastón Fernandez e 9. Mauro Boselli. A equipe, que tinha Douradino como auxiliar, tinha ainda 12. Mathias Sanchez e 13. Hernan Rodrigo Lopez como opções no banco.

Do lado do Velez, a certeza de que a equipe mete medo nos adversários e é tida como uma das maiores da FIFUBO hoje. Ao estrear batendo o Boca por 3x1, mostrou que a fama é verdadeira, o que se confirmou quando empatou com o River no último minuto (2x2) e levou a classificação nos pênaltis. Chegavam à final dispostos a fazer história e se tornarem o primeiro time a conquistar a taça duas vezes. Assim, Tripa Seca mandou o time a campo com 1. Sosa, 2. Gino Peruzzi, 4. Juan Sabia, 6. Sebá Dominguez e 3. Emiliano Papa; 5. Fernando Gago, 8. Claudio Hussain (c), 7. Lucas Romero e 11. Federico Insua; 10. Dario Hussain e 9. Turco Assad. A equipe, que tinha Parraguez como auxiliar, ainda levava no banco 12. Lucas Pratto e 13. Fabian Cubero.

Equipes no campo, prontas para o início do jogo. A saída foi do Estudiantes.
A bola rolou e as duas equipes começaram a se movimentar, buscando as melhores oportunidades para abrir o marcador. Algumas chances foram criadas de lado a lado, mas faltava organização e isso complicava na maioria das vezes.

O primeiro gol aconteceu aos 4 minutos, na primeira vez que um time se organizou. Após tentativa de lançamento para Gastón Fernandez, Sebá Dominguez apareceu no meio do caminho e interceptou a bola. Colocando-a no chão, o camisa 6 viu Turco Assad se movimentando no ataque e fez o lançamento. O camisa 9 recebeu na entrada da área, de costas para o gol. Girando, se livrou da marcação de Desábato, invadiu a área e chutou na saída de Andujar, fazendo Velez 1x0 e indo comemorar com o treinador, que lhe deu um gesto de confiança.

O gol acendeu as duas equipes, mas o Estudiantes tinha dificuldades para se armar. Com Leandro Benítez mal na armação, Gastón Fernandez sumido e Angeleri e Marco Rojo tímidos no apoio, a equipe de La Plata não tinha como sair para o ataque e, com isso, foi cedendo espaços para o Velez, que adiantou a marcação e passou a criar melhores oportunidades. Foi assim aos 7 minutos, quando Gino Peruzzi ganhou de Leandro Benítez no pé de ferro na intermediária de defesa do Estudiantes. Após ganhar a disputa, o camisa 2 viu que o time de La Plata estava concentrado no lado direito e, com um lançamento primoroso, inverteu o jogo para a esquerda, onde encontrou Emiliano Papa. O camisa 3 recebeu na lateral da área e, com chute cruzado, venceu Andujar, fazendo Velez 2x0.

O primeiro tempo estava perfeito para o Velez e um pesadelo para o Estudiantes, que não conseguia organizar mais nada. Após mais uma roubada de bola, desta vez na esquerda com Papa, a bola foi a Gago no meio, que encontrou Insua mais à frente. O camisa 11 passou a Claudio Hussain, que abriu na direita para seu irmão, Dario. Invertendo com o meio campo, o camisa 10 tocou a Romero, que recebeu na entrada da área, de frente para o gol e pôde escolher o canto onde mandar a bola, longe do alcance de Andujar: Velez 3x0.

O primeiro tempo de pesadelo para o Estudiantes fez Cristaldo se desesperar. No intervalo, ele tentava juntar os cacos e escolher quem sair. Os eleitos foram Leandro Benítez e Gastón Fernandez, que deram lugar a Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez. O Estudiantes voltava à tática que funcionou contra o Racing, com 3 volantes, sendo Verón uma espécie de terceiro homem para armar. Já o Velez confiava bastante na conquista do título e Tripa Seca se deu ao luxo de fazer mudanças para garantir que todos participassem da final. Saíram Juan Sabia e Dario Hussain para as entradas de Cubero e Lucas Pratto. Assim, Cubero entraria na zaga e ajudaria na saída de bola.

O jogo voltou com o Estudiantes correndo desesperadamente e se abrindo para o Velez matar no contra ataque. Assim, a equipe de Buenos Aires colocou a bola no chão e foi tocando. Com apenas dois minutos, Cubero desarmou Boselli e iniciou um momento que lembrou o Barcelona, com toques curtos e pacientes. De Cubero, a bola chegou a Sebá, que tocou a Gago no meio. O camisa 5 abriu na direita para Peruzzi, que procurou Claudio Hussain. O camisa 8 tocou para Lucas Pratto, que devolveu a Insua. Com um toque primoroso, o camisa 11 encontrou Romero dentro da área, em lance muito parecido com o do terceiro gol. Mas Andujar saiu do gol e derrubou Romero antes que ele tentasse o drible e José Roberto Wright marcou pênalti. Gago cobrou no ângulo esquerdo de Romero, que se esticou, mas não achou: Velez 4x0.

A partir daí, o Estudiantes jogou a toalha e o Velez passou a tocar a bola, se limitando a tentar uma ou outra situação em que estivesse bem claro o chute. Com paciência e aos gritos de "olé", os jogadores do Velez foram tocando e esperando o tempo passar. Quando o Estudiantes recuperava, partia rápido para tentar marcar. Aos 8 minutos, conseguiu seu gol de honra, em cobrança de tiro de meta de Andujar, que encontrou Enzo Perez no meio. O camisa 7 abriu a Angeleri na direita, que foi ao fundo e cruzou para trás. Hernan Rodrigo Lopez chutou de primeira e venceu Sosa, fazendo Estudiantes 1x4, mas já era tarde.

VELEZ SARSFIELD CAMPEÃO DA COPA OLÉ 2016

A equipe do Velez vence o Estudiantes por 4x1 e se sagra bicampeã legítima da Copa Olé 2016, já que conquistou também em 2014 (não houve competição em 2015), além de ser a primeira equipe a levantar o troféu duas vezes (Independiente, Boca e Racing têm um título cada). A conquista veio para coroar o grande trabalho de Tripa Seca, que em sua primeira competição (Apertura 2014) ficou em último e, dali, arrancou para conquistas de títulos e grandes vitórias, que fizeram a fama de sua equipe.

O presidente da Rádio Olé, Jorge Mario Trasmonte, e o presidente da FIFUBO, Gabriel Omar Batistuta, entregam a Copa Olé para o capitão do Velez, Claudio Hussain
Além disso, o Velez demonstra sua supremacia entre os times argentinos da FIFUBO, ao conquistar os dois torneios disputados no ano (Torneio Início do Apertura e Copa Olé), além de se classificar para a final da Supercopa FIFUBO contra o Imperatriz (campeão da Copa 3 Corações), que será disputada em dezembro. O Velez já foi campeão da Supercopa, em 2014, enquanto o Imperatriz tem 3 conquistas (2003, 2010 e 2015).

Quatro foram os artilheiros da Copa Olé: Gallardo (River Plate), Dario Hussain (Velez Sarsfield), Enzo Perez (Estudiantes) e Julio Buffarini (San Lorenzo), com 2 gols cada.

Foto oficial dos jogadores e comissão técnica do Velez, com a taça da Copa Olé 2016

sábado, 5 de novembro de 2016

Copa Olé 2016 - Semifinais - 05/11/2016

O sábado foi de muita chuva, mas o público compareceu em bom número ao Itaquá Dome, para as semifinais da Copa Olé 2016. Os torcedores foram recompensados com dois grandes jogos. Vamos a eles!

SAN LORENZO 2x3 ESTUDIANTES

Dois times com empates épicos e classificação sofrida nos pênaltis. Foi assim que o jogo foi vendido. O San Lorenzo arrancou um empate contra o Huracán, depois de estar perdendo por 2x0, com ótimo futebol, que lhes dava uma esperança de chegar á final. Nilson manteve o 4-4-2 losango, mas deixou o 4-3-3 na manga, caso as coisas saíssem do controle. O Estudiantes também arrancou um empate depois de estar perdendo por 2x0, mas o adversário era o Rei de Copas Racing e a conquista nos pênaltis não coroou um futebol envolvente, foi algo mais na base da raça. O recondicionamento físico feito logo após a partida era o grande trunfo do time de La Plata para chegar à final.

A partida foi a melhor do torneio até aqui. Outrora considerados os dois sacos de pancada da liga, San Lorenzo e Estudiantes mostraram movimentação, toques precisos, jogadas bem tramadas e muitas conclusões. O Estudiantes saiu na frente logo aos 3 minutos, quando Angeleri desarmou Stracqualursi e tocou a Gastón Fernandez. Invertendo papéis, o camisa 10 virou armador e tocou em profundidade para Enzo Perez, que virou atacante. O camisa 7 recebeu na entrada da área e chutou no alto. A bola tocou no travessão e morreu no fundo das redes, fazendo Estudiantes 1x0.

O San Lorenzo não se intimidou e partiu para cima. O empate veio aos 6 minutos, em linda jogada coletiva. Tulla recuperou a bola e abriu para Johnathan Ferrari. O camisa 2 tocou a Raul 'Pipa' Estevez, que devolveu a Romagnoli no meio. O camisa 10 abriu a Buffarini na ponta e o camisa 8 avançou, chutando alto e sem chances para Andujar do bico da área: San Lorenzo 1x1.

Quando parecia que o empate se consagraria, eis que o Estudiantes volta a ficar na frente, aos 9 minutos. O San Lorenzo se empolgou com o empate e se lançou ao ataque, mas se abriu para o contra ataque, sendo castigado quando Federico Fernandez recuperou bola que ia para Stracqualursi e tocou a Marco Rojo na esquerda. Com um passe em profundidade, o camisa 6 lançou Boselli, que avançou pela ponta esquerda, invadiu a área e chutou cruzado, vencendo Migliore e fazendo Estudiantes 2x1.

Antes do intervalo, o lance polêmico do jogo ocorreu quando a bola chegou para Stracqualursi dentro da área, de frente pro gol. Ele chutou, Andujar espalmou, a bola tocou no travessão e Andujar tirou no ar. Os jogadores do San Lorenzo cercaram o árbitro, mas ele não confirmou o gol.

No intervalo, Nilson mexeu para colocar o time mais pra frente, não por estar descontente com a atuação de seus comandados. Tirou Raul Estevez e Piatti e colocou Bordagaray e Erviti. Cristaldo tirou Desábato e colocou Mathias Sanchez, com a missão de marcar Stracqualursi e impedir suas entradas pelo meio.

O jogo continuou em altíssimo nível. Sempre que parecia que um time estava dominando, o outro aparecia na frente e levava perigo. Assim foi aos 3 minutos, quando o Estudiantes pressionou de todas as formas. Migliore recolheu cruzamento e tocou a Reynoso. O camisa 5 deu mais à frente para Romagnoli. que lançou Bordagaray. Vendo Buffarini sair da ponta para o meio, o camisa 13 tocou e Buffarini recebeu de frente para Andujar, deslocando-o e fazendo San Lorenzo 2x2.

O jogo ficou dramático. Cada ataque era um perigo duplo, pois o contra ataque viria a seguir. E assim foi até os 7 minutos, quando Marco Rojo saiu da lateral para cobrir Leandro Benítez no meio. Johnathan Ferrari tentou o passe para Romagnoli e encontrou justamente Rojo no meio para interceptar. O camisa 6 tocou a Verón, que inverteu o jogo para Gastón Fernandez. O camisa 10 viu Enzo Perez se lançando ao ataque e tocou. Perez invadiu a área e chutou cruzado, sem chances para Migliore, fazendo Estudiantes 3x2.

VELEZ SARSFIELD 2x2 RIVER PLATE

Se o jogo entre as ditas piores equipes foi um jogaço, o que esperar da partida entre os dois gigantes, que levaram os últimos títulos da FIFUBO e decidiram uma Supercopa FIFUBO? O Velez foi a única equipe a vencer nas quartas (3x1 no Boca) e apostava no seu jogo cadenciado para envolver o River e avançar à final. Já o River tinha na empolgação do empate contra o Independiente (quando chegou a estar perdendo por 3x0) e no seu toque de bola envolvente as armas para conquistar um título que ainda não possuía.

O River começou o jogo amassando o Velez, abafando-o no seu campo e chegando em frente com vários nomes para a conclusão. Mas se abria aos contra ataques. O Velez resistiu por 1 minuto e meio até Gago desarmar Trezeguet e tocar a Insua no meio. O camisa 11 recebeu com liberdade e lançou perfeitamente para Dario Hussain. O camisa 10 recebeu, invadiu a área e chutou sem chances para Carrizzo. Ex jogador do River, Hussain fez sinal de silêncio para os torcedores rivais, enquanto o Velez comemorava o 1x0.

O River não se abateu e continuou dominando o jogo. Mas faltava Trezeguet aparecer para a conclusão, o que fazia com que os jogadores tentassem jogadas com seus pontas. E foi assim que chegou ao empate, aos 6 minutos. Buonanotte recebeu na esquerda e avançou, sendo derrubado por Gago próximo à entrada da área. Gallardo cobrou com perfeição e mandou bola e Sosa para dentro do gol: River 1x1.

No intervalo, Madeirite novamente mexeu no lado esquerdo, a exemplo do que ocorrera contra o Boca. Tirou Romero e Turco Assad para colocar Cubero e Lucas Pratto. Já Francescoli mexeu apenas no comando de ataque. Assim como contra o Independiente, Trezeguet foi sacado para a entrada de Funes Mori.

A chuva piorou no segundo tempo, mas o nível do jogo aumentou. O River passou a dominar as ações e criar jogadas. Fez a sua famosa jogada de armação para as pontas, passe para o centroavante e conclusão. Mas exatamente na hora da conclusão, Gago estava colado em Funes Mori para impedir o chute. Mesmo assim, o Velez foi anulado, pois Almeyda e Barrado adiantaram a marcação, impedindo a bola de chegar aos atacantes.

Com tanto domínio, o gol do River era questão de tempo e ele apareceu aos 4 minutos. Após Almeyda impedir mais uma tentativa de passe para Pratto, a bola ficou com Ferrari na direita. O lateral tocou a Gallardo no meio, que foi tabelando com Ortega até deixar o camisa 10 em condições de chutar de dentro da área. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar: River 2x1.

O Velez tentou se lançar ao ataque, mas o River continuou dominando as ações e neutralizando as tentativas do rival. Porém, não conseguia traduzir seu domínio em gol e acabou penalizado com a máxima do "quem não faz, leva". Aos 9 minutos, Buonanotte errou um passe e propiciou um contra ataque para o Velez. Claudio Hussain tocou a seu irmão Dario, que tocou a Lucas Pratto na esquerda. Os marcadores do River correram desesperados, ante a fama de matador do camisa 12. Inteligentemente, Pratto devolveu a bola para Dario Hussain, que recebeu da meia lua e chutou. Carrizzo voou na bola, espalmou e a bola bateu no travessão. O efeito da bola e o gramado molhado fizeram a bola bater no chão e rodopiar enlouquecidamente, até entrar calmamente no gol, empatando o jogo em 2x2 e levando para os pênaltis.

Nas primeiras 4 cobranças, ambos acertaram 3 e erraram justamente a terceira. Almeyda chutou para defesa de Sosa e Gago chutou para Carrizzo pegar. Na última cobrança do River, Buonanotte cobrou no ângulo esquerdo e Sosa fez uma defesa cinematográfica. Lucas Pratto foi para a última cobrança do jogo e bateu com muita força no canto esquerdo de Carrizzo, que pulou mas não pôde evitar o gol: Velez 4x3.

NOTAS RÁPIDAS
  • Estudiantes de La Plata e Velez Sarsfield fazem a grande final da Copa Olé neste domingo. O time de La Plata busca seu primeiro título na FIFUBO. Já o time de Buenos Aires busca se tornar o primeiro bicampeão da história da Copa Olé.
  • Em sessão no TJB após a rodada, foi acolhida a reclamação do San Lorenzo no lance em que a bola de Stracqualursi teria entrado e, com isso, o árbitro Juan Carlos Loustau recebeu um jogo de suspensão, ficando de fora da final da Copa Olé.
  • Três jogadores atingiram milestones na rodada. O primeiro gol marcado contra o Estudiantes foi o décimo de Buffarini com a camisa do San Lorenzo. Já os gols marcados pelo River fizeram Ortega chegar a 40 e Gallardo a 60 com a camisa milionária.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Copa Olé 2016 - Quartas de Final - 02/11/2016

Ah essa falta de datas... sempre nos impedindo de prosseguir... ainda bem que tivemos um feriado nesta quarta-feira, para completar as quartas de final da Copa Olé 2016. O dia de los muertos trouxe muito calor, mas também ajudou a encher o Itaquá Dome, para as duas partidas restantes. Vamos a elas!

SAN LORENZO 2x2 HURACÁN

Considerado o pior time do campeonato, o San Lorenzo vinha fazendo uma campanha de recuperação no Apertura. Com duas vitórias e três derrotas, o time de Almagro ocupava a quarta posição, impulsionado pelos gols de Romagnoli. Sabendo que seu craque iria enfrentar uma marcação individual, Nilson pediu a Buffarini e Piatti que participassem da armação e voltassem para impedir os contra ataques do Huracán. Do outro lado, o time do Huracán festejava. Tido pela imprensa como favorita ao título, pelo sistema defensivo eficiente, a equipe de Sr Rabina queria manter a fama, com o lema "Racing, Velez, por que não Huracán?", em alusão às equipes desacreditadas que conquistaram a Copa Olé. No Apertura, tinha campanha idêntica ao San Lorenzo, mas estava em quinto devido ao número de gols pró inferior ao de seu rival.

Quem esperava uma partida ruim, apertada, se enganou. Desde o início, San Lorenzo e Huracán jogaram com inteligência, armaram jogadas e rondaram a área rival. Romagnoli tinha liberdade extrema e cabia a Islas evitar que o camisa 10 inaugurasse o marcador. Por outro lado, Buffarini e Piatti não faziam nem a armação, nem a marcação e isso ajudava o Huracán na hora de puxar contra ataques.

Foi assim que, aos 4 minutos, a equipe de Buenos Aires abriu o marcador. Cigogna cobrou lateral para Masantonio, que puxou contra ataque invertendo o jogo na direita para Milano. Sem oposição, o camisa 7 invadiu a área e chutou na saída de Migliore, fazendo Huracán 1x0.

No intervalo, Nilson mudou radicalmente a equipe. Tirou Buffarini e Piatti e colocou Tellechea e Bordagaray. A equipe passaria a jogar no 4-3-3, com Tellechea e Reynoso formando uma dupla de volantes de marcação forte. Já Sr Rabina tirou Centurión e colocou Erramuspe, para melhorar a marcação em cima de Romagnoli.

O Huracán voltou melhor e dominou as ações, mas só levava perigo mesmo nos contra ataques. Foi assim aos 2 minutos, quando uma bola rebatida por Minici encontrou Cigogna na esquerda. O camisa 9 deu um chapéu em Johnathan Ferrari e avançou até o bico da área, de onde deu um toque colocado, de extrema categoria, no ângulo de Migliore, fazendo o gol mais bonito da rodada: Huracán 2x0.

O San Lorenzo se desmontou de vez e passou a recorrer ao chutão. O Huracán, feliz, tocava a bola com inteligência, à espera do apito final. Mas a raça é um arma importante quando não se tem a técnica. E foi assim que o San Lorenzo partiu para evitar a eliminação. Aos 6 minutos, Bordagaray cobrou escanteio para o meio da área. Stracqualursi cabeceou desequilibrado para o primeiro pau e Romagnoli apareceu para completar, também de cabeça, bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma: San Lorenzo 1x2.

O gol, que parecia ser só um gol de honra, incendiou o San Lorenzo. A equipe de Almagro se lançou ao ataque e se abriu de vez, sujeitando-se a contra ataques, arma favorita do Huracán. Aos 8 minutos, num contra ataque, Ruben Masantonio foi agarrado por Ameli. A cobrança de falta encobriu a barreira, mas parou em Migliore, que espalmou para o outro lado. Tulla pegou a bola e partiu para o ataque. Tabelou com Johnathan Ferrari, com Romagnoli e tocou a Stracqualursi. O camisa 9 viu a marcação se aproximando e tocou de volta para Tulla. O zagueiro invadiu a área e chutou no alto, sem chance para Islas, marcando seu primeiro gol com a camisa do San Lorenzo, empatando o jogo em 2x2 e levando para os pênaltis.

Nas cobranças, o San Lorenzo acertou suas quatro primeiras tentativas. Do lado do Huracán, a cobrança de Milano foi para fora e a de Cigogna parou em uma defesa espetacular de Migliore. O San Lorenzo venceu por 4x2 e avançou às semifinais da Copa Olé, no melhor jogo do campeonato.

ESTUDIANTES 2x2 RACING

Ainda em busca de um esquema que os leve à vitória, o time do Estudiantes enfrenta a fúria de sua torcida. A paz entre os grupos dentro do elenco ainda não trouxe a paz com a bola no pé, que os leve à vitória. Até então, era o penúltimo no Apertura, com apenas 4 pontos. Do outro lado, os jogadores do Racing tinham a confiança de uma equipe que foi apelidada de "Rei de Copas". Dispostos a lutar pelo bi, os jogadores esqueceram a campanha no Apertura (onde eram os últimos) e se concentravam no crescimento de seus atletas em competições eliminatórias.

Se o jogo anterior foi o melhor da competição, o daqui deixou muito a desejar. Erros de passe em profusão, pouquíssimas chances de gol e torcedores irritados. Quando colocou a bola no chão, porém, o Racing levou perigo e chegou ao gol. Aos 4 minutos, em falta no seu campo de defesa, Ruben Capria voltou para cobrar a falta e arrumar a equipe. Tocou para seu irmão, Diego, e pediu de volta a bola. Na intermediária, ele orientou o posicionamento dos jogadores e descobriu Enrique avançando livre na esquerda. O passe saiu preciso e o camisa 3 recebeu no bico da área, para chutar cruzado e fazer Racing 1x0.

O gol foi uma bênção para a equipe de Avellaneda, que jogava mal. Bênção maior foi aos 7 minutos, quando Martin Simeone puxou contra ataque, invadiu a área e chutou. A bola tocou na trave e o perigo foi afastado, mas Andujar cometeu uma atitude estúpida e agrediu Martin Simeone quando este voltava para o seu campo. Pênalti, que Ruben Capria cobrou com categoria no canto esquerdo, deslocando Andujar e fazendo Racing 2x0.

No intervalo, Cristaldo trocou Leandro Benítez e Mauro Boselli por Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez, montando um 4-4-2 com 3 volantes, sendo que Verón jogaria mais adiantado. Já Paralelo sacou Pelletieri e Acosta e colocou Fariña e Hauche, uma vez que os titulares não produziram nada em campo.

Se o jogo foi ruim no primeiro tempo, foi pior no segundo. As equipes sentiram a falta de ritmo e o calor e passaram a errar mais, irritando a torcida profundamente. O jogo parecia fadado a um fim com aquele placar do primeiro tempo, já que o Racing deixou de dominar as ações e o Estudiantes não conseguia armar nada. Foi aí que Angeleri resolveu apoiar pela direita. Aos 6 minutos, o camisa 2 correu e pediu a bola. Verón passou com precisão e o camisa 2 recebeu na intermediária, passando a Gastón Fernandez. O camisa 10 devolveu na entrada da área e Angeleri chutou no ângulo, sem chances para Saja, fazendo Estudiantes 1x2.

Parecia apenas o gol de honra, já que as duas equipes continuaram errando. Mas o erro crucial foi de Pocchetino, que fez uma falta próxima ao bico direito da área no último lance do jogo. Verón ajeitou, respirou fundo e chutou. A bola encobriu a barreira e Saja não alcançou: Estudiantes 2x2.

Só para se ter ideia da ira da torcida, o ídolo do Racing, Ruben Capria, foi vaiado enquanto se preparava para bater o primeiro pênalti. A cobrança foi perfeita, mas a torcida não comemorou. No Racing, Hauche chutou para fora e Latorre bateu para a defesa de Migliore. O San Lorenzo converteu suas 4 cobranças e fez 4x2, avançando às semifinais, enquanto a torcida do Racing não perdoava seus jogadores, com vaias e outras ofensas.

NOTAS RÁPIDAS

  • Se tudo correr bem e o calendário permitir, as semifinais serão disputadas neste sábado. San Lorenzo e Estudiantes farão o "Clássico do Ônibus Azul", enquanto Velez e River reeditarão a final da Supercopa FIFUBO de 2014.