Comecei a jogar futebol de botão no ano de 1990. Meu irmão tinha uma mesa Estrelão em casa e eu resolvi pegar para brincar com os Comandos em Ação. Ao ver isso, minha avó resolveu comprar um time de botão para mim e outro para meu irmão na banca de jornais. Com isso, eu ganhei o time do Vasco (nosso time do coração) e, a meu irmão, sobrou a seleção brasileira. A partir daí, começamos a jogar na regra toque-toque ou leva-leva com bola de disco, e a comprar times "panelinha" na banca de jornais, quase toda semana.
Nosso vizinho de frente, hondurenho naturalizado guatemalteco, filho de um americano e de uma brasileira, começou a brincar com a gente. Como qualquer latino americano, era apaixonado por futebol brasileiro e tinha um time do Flamengo. Ele começou a jogar com a gente e também viciou em comprar times "panelinha". Jogamos muitas partidas, com vários times diferentes, uma época muito boa. Mas, ao final do ano, a família desse nosso amigo voltou para os Estados Unidos e nós demos alguns de nossos melhores times a ele, como símbolo de nossa amizade.
Neste tempo, já comprávamos botões em lojas de esportes, armarinhos e afins. Eram os famosos botões de acrílico. Ali, cada um tinha um só time e ia reforçando se sobrava dinheiro da mesada, se encontrássemos uma loja, etc. Começamos a jogar com bola quadrada (dadinho), mas ainda na regra toque-toque. O time de meu irmão era o Achrilix e o meu era o Imperatriz Futebol de Botão (baseado na Imperatriz Leopoldinense, minha escola do coração). Curiosamente, eu não conseguia ganhar de meu irmão. No dia que consegui um empate, comemorei como se fosse título mundial. No dia que venci, ele parou de jogar comigo.
Eu tentei jogar com amigos de colégio, mas as regras que eles inventavam em cima da hora me deixavam com muita raiva e feriam de morte a "Regra Número 1 do Futebol de Botão": A diversão. Então, eu preferi jogar sozinho, onde faria minhas próprias regras.
O Estrelão já não existia há algum tempo. No lugar dele, o moderníssimo Itaquá Dome chegou, trazendo a Era da Modernidade. Nós encontramos uns botões lindos, embutidos, perfeitos para qualquer tipo de bola e isso acendeu a paixão do meu irmão pelo futebol de botão novamente. No aniversário de um amigo, eu sugeri que criássemos uma Liga, o que foi aprovado por todos. Como eu adoro uma paródia, já tinha o nome "FIFUBO" em mente, mas deixaria para divulgá-lo só no dia da competição. Todos correram às lojas para montar seus times e dois amigos montaram uma mesa com carpete, marcação com giz e alambrado, uma verdadeira obra de arte.
Para nossa surpresa (eu e meu irmão), quando o campeonato estava para começar, nosso nome não constava na lista dos participantes. Ao cobrarmos explicações, tivemos como resposta que aquele era um campeonato só para quem morava no condomínio e que, depois, ia ter um campeonato onde a gente pudesse participar. Ali nascia a Liga do Green Country e o nome FIFUBO ficou dentro da minha própria casa.
Minha namorada estagiava no BNDES naquela época e, por sorte, descobriu que os funcionários estavam montando um campeonato de botão. Ela me inscreveu, eu conheci vários amigos que admiram a mesma arte que eu e realizei o meu mais alto sonho no futebol de botão: Ter um time paulista (argolado). Sempre via aqueles botões nas matérias de TV e revistas e sempre quis jogar com eles. Para o campeonato (que terminei na quinta posição), tive que comprar um time. Foi também o meu primeiro contato com a bola "redonda"
Só que eu gosto mesmo é de jogar sozinho, narrar o jogo, fazer entrevistas, anotar resultados, dar nome aos botões e reparei que a maioria dos "profissionais" não tinha esse hábito. Os botões são meras peças. Então eu resolvi sair da Liga do BNDES após 4 campeonatos e tocar o "projeto FIFUBO".
Ali nascia a minha liga interna e a regra escolhida foi a Paulista 12 Toques, modificada para o tamanho de minha mesa. Com dois campeonatos por ano (Torneios Apertura e Clausura), com os campeões se enfrentando na Supercopa FIFUBO no fim do ano, mais um torneio chamado Copa 3 Corações, com as minhas 3 paixões: Vasco (futebol), Dallas Stars (hoquei) e Imperatriz (escola de samba).
O Torneio Apertura é uma homenagem às ligas americanas de outros esportes. Em turno e returno, as 4 equipes que possuirem mais vitórias se enfrentam em playoffs semifinais em melhor de 3. Os vencedores disputam o playoff final em melhor de 3 jogos também. Se alguma partida do campeonato terminar empatada, há disputa de pênaltis.
O Torneio Clausura é uma homenagem às ligas de futebol. Em turno e returno, as 4 equipes com mais pontos se classificam às semifinais em ida e volta, com as equipes de melhor campanha jogando por dois resultados iguais. Os vencedores vão à final, em jogo único e sem vantagem.
Atualmente, a FIFUBO conta com 8 equipes disputando seus torneios regulares (Americano de Campos, Bangu, CROL, Fluminense, Imperatriz, São Paulo, Vasco e Viradouro) mais 2 equipes que disputam amistosos (Dallas Stars e Juventus).
Eternamente em expansão e evolução, a FIFUBO estuda agora a criação da Liga Futsal. Neste blog, veremos histórias das competições passadas e, das competições presentes, veremos as rodadas detalhadas. Também teremos notícias.
Enfim, o intuito deste blog é dividir a paixão que possuo pelo futebol de botão e minha imensa satisfação por ter transformado meu sonho em realidade. Espero que curtam!
Boa iniciativa!! Conte conosco!!
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