A quinta-feira, 02/04/2020, foi um dia de festa na LMC, pois foi nesta data que se encerrou a edição de 2020 do Giro D'Italia, a primeira das três Grandes Voltas do Ciclismo mundial. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a competição esse ano.
1ª Etapa
O Giro D’Italia 2020 começou no domingo (22/03), com um
contrarrelógio de 20 quilômetros. Neste tipo de prova, os ciclistas saem
sozinhos e aquele que levar menos tempo para cruzar a linha de chegada é o
vencedor.
Pela segunda vez no ano, tivemos a dobradinha alemã no pódio, algo surpreendente, já que os dois ciclistas daquele país são sprinters. Isso só reforça aquela máxima de que, nos contra relógios da LMC, quem se dá bem são os velocistas.
A vitória coube a Marcel Kittel (Katusha), com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) em segundo e André Greipel (Lotto Belisol) em terceiro. Com a vitória, Kittel é o primeiro ciclista a vestir a Maglia Rosa neste Giro. No contrarrelógio, não há abandono nem desclassificação.
Pela segunda vez no ano, tivemos a dobradinha alemã no pódio, algo surpreendente, já que os dois ciclistas daquele país são sprinters. Isso só reforça aquela máxima de que, nos contra relógios da LMC, quem se dá bem são os velocistas.
A vitória coube a Marcel Kittel (Katusha), com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) em segundo e André Greipel (Lotto Belisol) em terceiro. Com a vitória, Kittel é o primeiro ciclista a vestir a Maglia Rosa neste Giro. No contrarrelógio, não há abandono nem desclassificação.
2ª Etapa
A primeira corrida de linha do Giro 2020 era inteira plana, paraíso para
os sprinters em um dia lindo, de céu azul e temperatura agradável. Também teria
a primeira meta volante desta edição, na metade da prova.
Apesar de um percurso plano e sem complicações, muitos acidentes foram
vistos ao longo de toda a prova. Rafael Andriato foi um que sofreu com quedas
e, com muitas dores, cruzou a linha de chegada em último. Assim, o brasileiro
da Imperatriz repetiu a lanterna da primeira etapa.
Com tantos acidentes, a fuga pôde se mandar sem ser incomodada pelo
pelotão e foi assim que a meta volante e a corrida foram definidas. Um dos
ciclistas na fuga era o espanhol Oscar Freire (Rabobank), mas ele estava
distante dos líderes e teve que se contentar com um terceiro lugar. A primeira
fuga era formada por Bauke Mollema e Frank Schleck, que impuseram um ritmo
forte e, sabendo que não seriam incomodados pelo sprinter (que vinha muito
atrás), aguardaram o momento certo de acelerar para decidir a corrida.
A vitória coube a Bauke Mollema. O holandês da Rabobank foi mais forte
que Frank Schleck, deixando o ciclista de Luxemburgo (Saxo Bank) com a segunda
colocação. Os italianos também tiveram motivos para comemorar, com a quarta
colocação de Damiano Cunego (Lampre).
Com os pontos da meta volante e a vitória, Mollema veste a Maglia Rosa,
em uma etapa sem abandonos.
3ª Etapa
Esta etapa ainda era totalmente plana e com duas metas volante, uma logo
no início e a outra mais para o meio da prova. O paraíso dos sprinters era
completado por um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, com uma leve
brisa fresca correndo.
As condições eram perfeitas e, por isso, uma grande fuga se formou logo
no início. O pelotão até tentou se organizar, mas a fuga imprimia um ritmo
muito forte, deixando claro que a vitória seria disputada entre os escapados.
Como a etapa era plana e o ritmo, forte, a maioria dos ciclistas na fuga era de
sprinters, indicando uma chegada naquele estilo.
Ao final, dois sprinters disputaram a vitória e quem triunfou foi o
espanhol Oscar Freire (Rabobank), com o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) em
segundo. O americano Lance Armstrong (USPS) vinha na fuga, mas era perseguido
por um dos sprinters mais letais da LMC, Peter Sagan. Mas Sagan acabou sendo
tocado e foi ao chão, caindo do quarto para o décimo lugar. A terceira posição,
então, caiu no colo de Lance Armstrong. Curiosamente, ele havia sido o segundo
colocado nesta mesma etapa, no ano de 2019.
O TCB foi acionado e absolveu Oscar Pereiro Sio (quarto) e Bauke Mollema
(sexto) da queda de Sagan. O Tribunal entendeu que nenhuma manobra poderia ser
a causadora do acidente. O público italiano aplaudiu muito a recuperação de
Domenico Pozzovivo. O ciclista da AG2R começou muito mal, andou sempre na parte
intermediária do pelotão, mas imprimiu um ritmo forte no final e chegou em
quinto lugar.
A terceira etapa apresentou o primeiro abandono do Giro. Após uma forte
queda, Thor Hushovd não resistiu às dores e deixou a competição. A vitória na
etapa, somada à vitória nas duas metas volantes, deu a Oscar Freire a Maglia
Rosa, que troca de ciclista, mas se mantém na Rabobank.
4ª Etapa
Aqui começava a farra da distribuição de pontos, além de surgir a
primeira subida do Giro, com uma leve inclinação de 5% na metade da prova. Um
lindo dia de céu azul e temperatura agradável marcaria esta etapa.
Esta foi a pior etapa do Giro até aqui. O clima agradável fez o pelotão
agir com extrema tranquilidade, num ritmo verdadeiramente suave mais parecido
com um passeio ciclístico do que com uma corrida. Melhor para a fuga, que
partiu cedo com Thibaut Pinot e Philippe Gilbert num ritmo elevado e, um pouco
mais atrás, Tom Dumoulin.
Gilbert ditou o ritmo altíssimo até a metade da prova, mas cansou após a
subida e foi perdendo velocidade, enquanto Pinot foi no vácuo do oponente e
acelerou mais quando aquele cansou. O francês da Française de Jeux cruzou a
linha de chegada em primeiro, com alguma sobra. Foi a primeira vitória de
Thibaut Pinot no Giro D’Italia, seu sexto pódio no ano.
O belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol) cruzou em segundo na mesma
etapa onde, em 2019, havia vencido. Gilbert mostrou que gosta deste tipo de
traçado. Apesar de ser seu quarto pódio no ano, ainda não conseguiu uma
vitória.
Em terceiro, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), com seu nono pódio no
ano. É a terceira vez que Dumoulin chega ao pódio no Giro D’Italia, tendo
alcançado tal feito por duas vezes em 2019, ambas também em terceiro lugar.
Mais dois ciclistas abandonaram o Giro nesta etapa. Mark Cavendish
sofreu uma queda logo no início e, com muitas dores, não teve outra alternativa
a não ser deixar a competição. Mas o abandono mais doloroso para os italianos
foi o de Vincenzo Nibali. O Tubarão de Messina era, dentre os italianos, o
favorito para conquistar o título e sua saída foi muito lamentada pelos
torcedores, que nem comemoraram o sexto lugar de Fabio Aru, em uma recuperação
incrível.
Apesar de chegar em vigésimo oitavo (na penúltima colocação), Oscar
Freire manteve a Maglia Rosa.
5ª Etapa
Aqui, as coisas começavam a ficar complicadas. Apesar da maioria do
traçado ser plano e a chegada, em sprint, haviam duas subidas para atrapalhar
um pouco a vida dos ciclistas. Na primeira metade da prova, uma colina com 5%
de inclinação. Na metade final, outra colina, mas com 6%. Entre elas, farta
distribuição de pontos. A corrida foi disputada em mais um lindo dia de céu
azul, mas com a temperatura um pouco mais elevada do que nos dias anteriores.
Como tem sido recorrente neste Giro, um acidente logo no início fez boa
parte dos ciclistas ir ao chão e deixou três deles em grande dificuldade para o
restante da prova. Andy Schleck, André Greipel e Domenico Pozzovivo fizeram a
corrida em um ritmo diminuto, com muitas dores, mas conseguiram cruzar a linha
de chegada.
Chris Froome nem quis saber e imprimiu um ritmo muito forte desde o
início. O inglês da Sky cruzou a linha de chegada em uma fuga solo, vencendo
com enorme vantagem sobre os demais.
Oscar Freire começou muito mal, andou na parte de trás do pelotão até a
metade da prova, quando começou a imprimir um ritmo alucinante. No sprint
final, o espanhol da Rabobank bateu o alemão Marcel Kittel (Katusha) para ficar
com o segundo lugar, deixando Kittel em terceiro.
No sprint final, um grande acidente aconteceu e levou ao chão alguns
ciclistas. Os italianos ficaram extremamente decepcionados com o acidente, pois
Damiano Cunego vinha em terceiro e tinha chances de fazer o primeiro pódio
local do Giro 2020, mas foi tocado após disputa com Oscar Freire e Fernando
Gaviria. O TCB, no entanto, decidiu que nenhum ciclista seria culpado por tal
manobra e não puniu nenhum dos dois. De terceiro, Cunego caiu para sétimo.
No outro acidente, o toque de Tom Boonen em Rafael Andriato fez o
brasileiro da Imperatriz cair da sexta para a décima posição. Neste, o TCB
puniu Boonen com a perda de 3 pontos na competição. Como havia chegado em
sexto, Boonen perdeu o ponto conquistado aqui e, de quebra, os dois pontos conquistados
na etapa anterior, quando foi quinto colocado. Tal punição segue o artigo 7,
inciso IV do Regulamento Geral de Competições da LMC.
Apesar do grande número de acidentes, ninguém abandonou o Giro nesta
etapa. A excelente recuperação de Oscar Freire não o premiou só com o segundo
lugar na corrida, mas também com a manutenção da Maglia Rosa.
6ª Etapa
A última corrida antes de começarem as etapas de montanha já era um
prenúncio do que os ciclistas veriam a seguir. A prova tinha duas metas volante
logo no início (sendo uma delas em uma subida com 5% de inclinação). No final,
uma subida com 6% de inclinação após a última meta volante e antes da chegada
em sprint trazia uma dificuldade extra aos ciclistas. Seria uma corrida tática
e disputada sob mais um lindo dia de céu azul e temperatura agradável.
Praxe neste Giro 2020, um acidente logo no início levou vários ciclistas
ao chão e, nesta brincadeira, Rafael Andriato não resistiu às dores da queda e
abandonou a competição, o quarto abandono desta edição. De resto, o ritmo ficou
meio lento. Talvez os ciclistas já estivessem guardando energia para as
próximas etapas.
Quem deu show na etapa foi Marcel Kittel. O alemão da Katusha partiu na
fuga cedo, foi se distanciando dos demais, não foi jamais incomodado e venceu
sua segunda corrida neste Giro com uma tranquilidade ímpar. Foi a maior
vantagem vista na edição deste ano.
Na disputa pelo segundo lugar, o belga Tom Boonen (Quickstep) fez valer
suas características de sprinter e bateu o francês Thibaut Pinot (Française De
Jeux), que ficou com a terceira posição. A tristeza do Imperatriz com o
abandono de Rafael Andriato foi compensada pelo quarto lugar de Primoz Roglic.
Com a grande exibição nesta prova e o vigésimo sexto lugar de Oscar
Freire, Marcel Kittel volta a vestir a Maglia Rosa. Com o abandono de
Andriato, o Giro chega à sua metade com 28 ciclistas.
7ª Etapa
As etapas de montanha começavam pra valer no Giro, cada uma com uma
passagem especial. A primeira destas corridas foi na sétima etapa, com o Passo
di Gavia. Os ciclistas começaram no plano, pegando logo a seguir uma subida com
5% de inclinação e, logo após, outra passagem plana. A partir dali, as coisas
complicavam, com subidas em 6%, 7% e chegada no Passo di Gavia, com 9%. A
corrida se daria em mais um lindo dia de céu azul e temperatura agradável.
Este tipo de corrida é sempre complicado. Pedalar para cima cansa muito
mais do que no plano. Isso faz a etapa de montanha ser uma prova tática, para
saber o momento certo de poupar energia e de atacar.
Os italianos foram ao delírio com as táticas escolhidas por Domenico
Pozzovivo. O ciclista da AG2R manteve um ritmo forte e constante a prova
inteira, se distanciando dos demais aos poucos e sendo empurrado pelo público,
que celebrou muito a sua vitória com extrema tranquilidade, a primeira de um
italiano nesta edição do Giro.
Em segundo lugar (e também com folga) chegou o brasileiro Murilo
Fischer. Completando a dobradinha da Française de Jeux com ele, o francês
Thibaut Pinot cruzou na terceira posição.
Apesar da enorme dificuldade nas montanhas (chegou em 23º), Marcel
Kittel manteve-se com a Maglia Rosa. A Maglia Ciclamino, de líder de montanha,
foi para Domenico Pozzovivo.
A alegria dos italianos com a primeira vitória de um local no Giro
serviu para compensar o abandono de Fabio Aru. Seguindo a tradição desta
edição, um acidente no início da prova levou o ciclista da Liquigás ao chão
que, com muitas dores, preferiu abandonar. Além dele, o holandês Tom Dumoulin
(líder do ranking) também deixou o Giro 2020.
8ª Etapa
Seguem as montanhas, apertando um pouco mais. Nesta etapa, os ciclistas
já começaram com uma subida de 6% e só tiveram um trecho plano, no meio da
prova. Dali, as coisas pioravam até a chegada, em 9%, no Passo del Mortirolo. A
situação da corrida era pior, por conta do calor e dos fortes ventos que
atingiram os ciclistas ao longo do percurso.
Os ciclistas andaram sempre próximos e só no final da prova se dividiram
em pequenos grupos, como é tradição neste tipo de corrida. E, pela segunda vez
nas montanhas deste Giro, os italianos foram ao delírio com o ritmo alucinante
que Danilo Di Luca imprimiu desde o início. Após um ataque pouco antes do meio
da prova, o ciclista da Liquigás começou a abrir distância dos adversários e
chegou sozinho, vencendo a sua primeira etapa de Giro na carreira. Em segundo,
o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) surpreendeu a todos, deixando
o terceiro lugar para o norte americano Lance Armstrong (USPS).
A dureza das inclinações, combinada com os ventos fortes durante a etapa
foram fatais para Marcel Kittel. O então Maglia Rosa não aguentou o ritmo da
subida e acabou abandonando o Giro. Com isso, a Maglia Rosa voltou para Oscar
Freire, que chegou em décimo terceiro e voltou à liderança da competição. A
Maglia Ciclamino continuou com Domenico Pozzovivo, a despeito de sua modesta
vigésima primeira colocação na etapa. O Giro segue com apenas 25 ciclistas.
9ª Etapa
A nona etapa foi bem dura com os ciclistas, que começaram com uma subida
de 6%, passaram para 8% e, depois, tiveram um momento de refresco com o único
trecho plano, no meio da prova. Depois deste descanso, as subidas eram bem
pesadas, começando em 9%, passando a 10% e terminando em duríssimos 12%, no
Courmayeur. A disputa seria em meio a um dia nublado e muito abafado,
dificultando ainda mais a vida dos ciclistas.
Como sempre, um grande acidente logo no início levou alguns ciclistas ao
chão, sendo um deles Domenico Pozzovivo, que vestia a Maglia Ciclamino. Com
muitas dores, Pozzovivo lutou bravamente e conseguiu completar a prova.
Seguindo a tradição em etapas de montanha, os ciclistas se dividiram em
pequenos grupos que, apesar de próximos um do outro, não formavam um pelotão.
As montanhas que levaram ao Courmayeur foram duríssimas, exigindo muito dos
atletas.
No final, um acidente levou Fabian Cancellara ao chão. O TCB foi
acionado e decidiu que as manobras de Lance Armstrong (segundo na etapa) e
André Greipel (décimo segundo) foram as causadoras da queda de Cancellara e,
com isso, os puniu com a desclassificação da etapa, de acordo com o artigo 7,
III do Regulamento Geral de Competições da LMC. Assim, os dois perderam
suas posições e foram para a última colocação, com Armstrong em vigésimo quarto
e Greipel, em vigésimo quinto.
Quem conseguiu um espetacular “sprint para cima” foi Murilo Fischer. O
brasileiro da Française De Jeux teve mais pernas e acelerou para vencer. Em
segundo, fazendo uma dobradinha brasileira no pódio, chegou Luciano Pagliarini
(Saunier Duval) e, em terceiro, o francês Romain Bardet (AG2R). Damiano Cunego
(Lampre) chegou em quarto e foi muito celebrado pelo público italiano.
Em uma etapa sem abandonos, Oscar Freire se manteve com a Maglia Rosa.
Mas a vitória na etapa e os pontos em metas volante deram a Murilo Fischer a
Maglia Ciclamino.
10ª Etapa
A última etapa de montanha foi a pior de todas, pois já começava em 7%,
depois ia para 8%, tinha um trecho plano e apertava mais após isso. Ia a 10%,
11% e terminava em 12%, em Pinerolo. O dia, parcialmente nublado e com
temperatura agradável, apresentava algum vento de quando em quando,
dificultando mais ainda a vida dos ciclistas.
A praxe do Giro deu as caras aqui e, logo no início, um acidente levou
alguns ciclistas ao chão. Tom Boonen não suportou as dores e, sabendo que teria
montanhas duríssimas pela frente, preferiu abandonar a disputa. De resto, a
inclinação das montanhas era tamanha que os ciclistas andaram sempre juntos,
ainda que não conseguindo formar um pelotão. Um grupo de bons escaladores se
destacou logo no início, mas o esforço de pedalar para cima foi enorme mesmo
para este tipo de ciclistas e, quando chegou a única parte plana da etapa,
todos diminuíram o ritmo e preferiram descansar as pernas, pois o pior viria
logo a seguir.
No final, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) foi o mais
forte e chegou a Pinerolo na primeira posição. Curiosamente, o próprio Oscar
Pereiro havia sido terceiro nesta mesma etapa, em 2019.
Na segunda posição, o alemão André Greipel (Lotto Belisol) conseguiu um
brilhante “sprint para cima” e bateu o italiano Damiano Cunego (Lampre), que
chegou em terceiro. Mesmo perdendo na linha de chegada, Cunego foi ovacionado
pelo público no pódio. Após o quarto lugar na etapa anterior, o ciclista da
Lampre conseguiu uma terceira posição e deixou os torcedores locais muito
felizes.
As posições seguintes foram muito disputadas e quem levou a pior foi
Thibaut Pinot. O francês fazia uma boa corrida, mas foi tocado na última
escalada e acabou sofrendo uma queda. O TCB foi acionado e decidiu que nenhuma
manobra poderia ser a causadora do acidente. Assim, ninguém foi punido.
Mesmo com a queda, Pinot somou pontos nas metas volante e, assim, veste
a Maglia Rosa pela primeira vez nesse Giro, já que Oscar Freire foi muito mal
novamente e chegou em vigésimo terceiro (última posição). Murilo Fischer não
conseguiu pontuar nesta etapa, mas assegurou a Maglia Ciclamino.
Além de Tom Boonen, Fabian Cancellara também não aguentou a dureza das
montanhas e abandonou o Giro, deixando a competição com apenas 23 ciclistas
agora.
11ª Etapa
Superadas as montanhas, o Giro voltava ao plano para as duas últimas
etapas de sua edição 2020. A penúltima etapa teria somente uma inclinação leve,
de 5%, na metade da prova. Esta montanha separava as duas últimas metas
volantes do Giro D’Italia desse ano. Após isso, uma chegada em sprint. A prova
seria disputada em um lindo dia de céu azul, temperatura amena e muito vento,
favorecendo cortes no pelotão.
A volta ao terreno plano fez os ciclistas andarem sempre juntos e em
ritmo elevado, mas os ventos realmente fizeram o pelotão sofrer cortes, ainda
que ninguém conseguisse sair em fuga. O vento, inclusive, atrapalhou a chegada
em sprint. Dos 9 ciclistas que estavam na frente no último trecho da etapa,
somente André Greipel era sprinter e, mesmo assim, ele não conseguiu o arranque
necessário para vencer.
Quem conseguiu a vitória foi o francês Thibaut Pinot (Française De
Jeux). Com uma arrancada impressionante, ele superou o espanhol Oscar Pereiro
Sio (Caisse D’Epargne), que chegou em segundo. Oscar Pereiro, curiosamente,
conseguiu mais um “back to back” neste Giro. Na décima etapa, ele foi terceiro
em 2019 e vencedor em 2020; na décima primeira, havia vencido em 2019 e foi
segundo em 2020. Em terceiro lugar, completando a dobradinha francesa no pódio,
Romain Bardet (AG2R). O público italiano aplaudiu muito a arrancada de Domenico
Pozzovivo, companheiro de equipe de Bardet, que chegou em sexto.
Primoz Roglic fazia ótima corrida e disputava a vitória, mas acabou
sofrendo uma queda. O TCB foi acionado e decidiu que nenhum ciclista poderia
ser culpado pelo acidente. Por este motivo, ninguém foi punido. A décima
primeira etapa não teve abandonos. Assim, os 23 ciclistas restantes chegam à
última etapa.
Com os pontos obtidos nas metas volante e na vitória, Thibaut Pinot
manteve-se com a Maglia Rosa e não pode mais ser alcançado na classificação
geral. Para confirmar o título do Giro D’Italia 2020, só precisa cruzar a linha
de chegada na última etapa. Murilo Fischer continua com a Maglia Ciclamino.
12ª Etapa
A última etapa do Giro D’Italia 2020 se deu na quinta-feira, 02/04/2020,
um lindo dia de sol e céu azul, com temperatura agradável e quase nenhum vento,
condições perfeitas para o grande encerramento de uma competição inesquecível.
Uma leve montanha com 5% de inclinação logo no início era sucedida por um
trecho totalmente plano e uma chegada em sprint em Roma. Thibaut Pinot largava
como campeão, mas precisava cruzar a linha de chegada para confirmar o título.
O pelotão com os ciclistas, na última etapa do Giro D'Italia 2020. |
Foi uma grande festa, com os ciclistas andando juntos no pelotão e confraternizando
uns com os outros. Somente na metade da prova os ciclistas começaram a disputar
a vitória para valer. O primeiro a sair no ataque foi Alberto Contador. Thibaut
Pinot começou administrando a prova, para cruzar a linha de chegada e confirmar
o título. Mas se sentia muito bem e, com isso, resolveu acelerar forte,
acompanhando Contador de perto.
Este Giro foi único e sua magia pôde ser comprovada na chegada em Roma.
Contador e Pinot disputavam a vitória e o público empurrava os dois, para ver
quem ia vencer: o vencedor da mesma etapa em 2019 ou o agora já confirmado
campeão do Giro. No final, Thibaut Pinot venceu. O francês da Française de Jeux
foi mais forte que Alberto Contador, deixando o espanhol da Astana na segunda
posição. Único sprinter no grupo da frente, o alemão André Greipel (Lotto
Belisol) não conseguiu chegar nos dois líderes e acabou na terceira posição.
O público ainda teve uma dose alta de emoção nas posições seguintes e
ovacionou Damiano Cunego, que chegou em quinto. Quem também foi muito aplaudido
foi Domenico Pozzovivo, ao cruzar em oitavo lugar. Murilo Fischer correu com
muitas dores e chegou na última posição, confirmando o título de montanha.
THIBAUT PINOT CAMPEÃO DO GIRO D’ITALIA 2020
Foi uma vitória épica, para entrar de vez na História da LMC. Thibaut
Pinot não só conquistou o seu segundo título na LMC, como a primeira Grande
Volta (ele havia vencido a Liga das Nações 2019).
Mas este título foi sensacional pelo desempenho do francês em todo o Giro.
Ele bateu o recorde de vitórias e pódios numa mesma edição do Giro e também em
uma edição das Grandes Voltas. Não havia como fazer frente ao desempenho
fabuloso de Thibaut Pinot nesta competição. Sua superioridade foi tanta, que
ele conquistou o título com uma etapa de antecipação, algo muito difícil de
acontecer na LMC. Pinot não era um dos principais favoritos ao título, mas
estava entre os mais cotados e fez valer os prognósticos com performances
extraordinárias.
Murilo Fischer foi espetacular nas montanhas. Venceu uma etapa, foi segundo em outra, conquistou pontos nas metas volante e terminou com a Maglia Ciclamino com inteira justiça. A Française De Jeux comemora uma inédita dobradinha de títulos, conquistando as Maglias Rosa e Ciclamino e dominando o Giro D’Italia 2020 por completo.
O brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), campeão de montanha do Giro D'Italia 2020. |
Thibaut Pinot foi o grande campeão do Giro D’Italia 2020 e conquistou o famoso troféu Senza Fine. Em segundo lugar ficou Oscar Pereiro Sio e, em terceiro, Oscar Freire, formando uma dobradinha espanhola no pódio.
Oscar Freire começou muito bem o Giro, chegou a vestir a Maglia Rosa
algumas vezes, mas quando as montanhas apareceram, ele não conseguiu pontuar,
andou sempre atrás e viu a liderança ir para Pinot e, ali, o título foi
perdido. Mesmo assim, seu bom desempenho o fez repetir o terceiro lugar de
2019, mostrando que é um ciclista que sabe correr as Grandes Voltas.
NOTAS RÁPIDAS
- Thibaut Pinot foi o ciclista que mais venceu, com 3 vitórias.
- Pinot também foi o ciclista que mais vezes subiu ao pódio, 5 vezes. Além das 3 vitórias, conquistou o terceiro lugar 2 vezes.
- No total, 9 ciclistas venceram neste Giro, sendo que Thibaut Pinot (3 vezes) e Marcel Kittel (2 vezes) foram os únicos a vencer mais de uma vez. 22 ciclistas subiram ao pódio.
- 18 equipes conquistaram pódios neste Giro, sendo que 7 delas conseguiram ao menos uma vitória. A maior vencedora foi a Française De Jeux, com 4 triunfos, sendo também a que mais subiu ao pódio, 7 vezes.
- 12 países viram suas bandeiras no pódio, sendo que 7 deles a viram tremular no lugar mais alto. A nação com mais vitórias foi a França, com 3 triunfos, dividindo o maior número de pódios com a Alemanha, com 6 pódios cada.
- Por falar em pódio, o Giro viu quatro dobradinhas nacionais em suas etapas: Alemanha (1ª), Brasil (9ª), França (11ª) e Espanha (12ª). Além dessas, a dobradinha espanhola no pódio final também foi notada.
- 23 ciclistas completaram o Giro e 9 abandonaram. Com isso, o número de abandonos foi um acima do de 2019, quando 24 ciclistas concluíram a competição.
- Um desses abandonos foi o de Marcel Kittel. O ciclista alemão dava show no Giro e liderava com sobras, despontando como grande favorito ao título. Mas não resistiu ao ritmo das montanhas e acabou abandonando na oitava etapa. A Maglia Rosa foi herdada por Oscar Freire, que tinha 10 pontos de desvantagem para Kittel. Só para se ter uma ideia do domínio do ciclista alemão, ele só foi superado em pontos na décima primeira etapa e, ao final do Giro, somente Thibaut Pinot conseguiu somar mais pontos do que ele.
- Outros dois desses abandonos foram muito mais decepcionantes para os italianos, que viram Vincenzo Nibali e Fabio Aru deixarem a competição. Nibali foi a maior decepção deste Giro, pois era um dos grandes favoritos ao título, mas abandonou na quarta etapa.
- Mesmo assim, os italianos tiveram muitos motivos para aplaudir seus ídolos, pois Domenico Pozzovivo e Danilo Di Luca venceram nas montanhas e, ainda naquelas etapas, Damiano Cunego conseguiu um terceiro lugar. Além disso e do fato de Pozzovivo ter vestido a Maglia Ciclamino durante a competição, os ciclistas italianos chegaram entre os 6 primeiros algumas vezes.
- Damiano Cunego e Domenico Pozzovivo terminaram o Giro na quinta colocação, empatados com um grande número de ciclistas, mostrando que os italianos fizeram bonito em casa.
- O TCB teve uma atuação firme e discreta. Longe de polêmicas, o Tribunal aplicou as punições de forma justa e absolveu ciclistas quando não conseguia decidir com clareza.
- Com os resultados do Giro D’Italia, o ranking da LMC teve uma grande mudança. O novo líder é Marcel Kittel, com 104 pontos. O campeão Thibaut Pinot é o vice líder, com 102. Oscar Freire está em terceiro, com 91 e, em quarto, o antigo líder Tom Dumoulin, com 90. O holandês viu a liderança escapar após abandonar o Giro na sétima etapa.
- Thibaut Pinot vai colher os louros da sua vitória e mostrar o seu troféu Senza Fine no Imperatriz Arena no próximo final de semana, quando dará o pontapé inicial da Copa Olé 2020.
- Os ciclistas, agora, se dividem para as copas continentais. A maior parte vai disputar o campeonato europeu, enquanto a outra parte disputará o campeonato panamericano.
O campeão do Giro D'Italia 2020, Thibaut Pinot, com os troféus Senza Fine (de campeão do Giro) e da vitória na última etapa. |
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