sábado, 21 de março de 2020

Liga FIFUBO 2020 - Oitava Rodada - 21/03/2020

O outono chegou, a quarentena continua e a Liga FIFUBO segue suas rodadas. O Imperatriz Arena vazio, de portões fechados, foi novamente palco de dois grandes jogos. A chuva que caiu durante todo o sábado empurrou as partidas para a tarde/noite, o teto retrátil foi acionado e a moderna arena esportiva ficou pronta para o espetáculo.
O ciclista Julian Alaphilippe dá o pontapé inicial da oitava rodada.

JAPÃO 3x2 ARGENTINA

Após um belíssimo empate com a Inglaterra (2x2), os japoneses vêm para este jogo para darem um salto na tabela e saírem da incômoda sétima posição. Tá certo que uma vitória pode deixá-los até na terceira posição, mas o sétimo entre nove equipes é muito aquém do que os Supercampeões podem produzir. Do outro lado, uma Argentina em uma crise sem precedentes. Com um empate e cinco derrotas na competição, os sulamericanos precisam urgentemente de uma vitória. O técnico Carlos Bianchi aproveitou a folga na última rodada para treinar muito o sistema defensivo e montar um polêmico esquema, onde o primeiro volante (Mascherano) se deslocaria mais para o lado onde Hyuga cairia, a fim de marcar o camisa 9 rival.

O grande problema da Argentina, mais do que posicionamento defensivo, é o vacilo de alguns jogadores. Logo na saída de jogo, Messi e Di Maria começaram uma tabela. O camisa 7 dava os passes onde Messi pedia, mas o camisa 10 não parecia satisfeito e buscava sempre um novo posicionamento. Assim, quando Di Maria tocou para Messi avançar pelo centro, o camisa 10 parecia querer pela ponta e, como o passe foi curto e caiu aos pés de Tsubasa, Messi tentou recuperar e fez uma falta.

Tsubasa cobrou rápido para Jun Misugi e os dois começaram a tabelar no contra ataque, até que Misugi abriu na ponta para Tsubasa. O camisa 10 avançou, driblou Vangioni e, do bico da área, acertou um chute impressionante, no ângulo oposto de Abbondanzieri, para fazer um golaço: Japão 1x0, logo a um minuto.

A Argentina tentou empatar na saída de bola, mas novamente Messi e Di Maria pareciam fora de sintonia. Quando o camisa 7 esticou na ponta, o camisa 10 foi para o meio. Alario correu e conseguiu pegar a bola, mas Soda veio na cobertura e desarmou o camisa 13 de forma magistral. Soda, então, tocou a Sawada na cabeça de área e recebeu de volta na intermediária defensiva, pela lateral esquerda. Com um belo passe em profundidade, encontrou Hyuga no campo de ataque. O camisa 9 pegou a bola, partiu para cima de Mercado, se livrou do marcador, deu outro drible para tirar Demichelis da jogada e acertou um Tiger Shot impressionante da entrada da área para ampliar aos 3 minutos: Japão 2x0.

Qualquer plano argentino de fazer um jogo de igual para igual se desfez ao tomar dois gols nos primeiros 3 minutos de jogo. A partir dali, a sensação era muito mais a de que o Japão ia golear do que a Argentina igualar o marcador. Os sulamericanos passaram a ficar mais na defesa, enquanto os japoneses faziam jogadas de efeito que sempre encontravam os seus atacantes em condições. De um lado para o outro, os asiáticos tocavam a bola e envolviam os adversários, que já temiam o pior.

Mas a Argentina conseguiu diminuir aos 6 minutos, da forma mais tradicional da FIFUBO. Abbondanzieri cobrou tiro de meta para Conca na meia direita e o camisa 8 tocou a Messi no meio. O camisa 10 avançou até a intermediária de ataque, esperou a marcação rival chegar e passou na esquerda para Tevez. O camisa 11 recebeu, driblou para dentro para tirar Hiroshi da jogada e chutou de forma espetacular no ângulo oposto de Wakabayashi, para fazer Argentina 1x2.

O gol não incomodou os Samurais, que continuavam a tocar de um lado para o outro e a desperdiçar chances. O problema é que cada gol perdido virava a chance para a Argentina empatar e isso quase aconteceu nos acréscimos, quando Conca e Messi fizeram boa jogada pela direita e o camisa 8 rolou para Alario dentro da área. O camisa 13 chutou rasteira e Wakabayashi fez a defesa, com a bola sobrando para Shingo Aoi na cabeça de área. O camisa 5 matou a bola e fez cara séria para seus companheiros, que perceberam que era preciso deixar a brincadeira de lado e matar o jogo. Aoi passou a Misugi na intermediária defensiva e o camisa 8 procurou Tsubasa no meio de campo. O camisa 10 avançou com a bola dominada e viu o erro defensivo de Bianchi ao pedir para Mascherano marcar Hyuga individualmente. Com o camisa 9 no lado esquerdo do ataque, havia um buraco no meio da defesa e foi ali que Tsubasa tocou a Taro Misaki. O camisa 11 recebeu livre, invadiu a área e virou o pé na saída de Abbondanzieri, deslocando o goleiro e fazendo Japão 3x1.

No intervalo, Sr. Mikami tirou Ishizaki e Taro Misaki para colocar Matsuyama e Shun Nitta. O camisa 11 jogava bem, mas como o Japão folga na última rodada, Hyuga foi mantido em campo para tentar melhorar sua conta de gols na tabela de artilheiros. Carlos Bianchi foi ousado. Tirou Gabriel Mercado (que levava um baile de Hyuga) e Messi (que estava em tarde muito infeliz) para colocar Kranevitter e Scocco. Kranevitter iria fazer a lateral direita, marcando Hyuga individualmente e retornando Mascherano para a cabeça da área. Tevez armaria o jogo no lugar de Messi e Scocco faria a dupla de ataque com Alario.

As mudanças melhoraram a Argentina, que passou a ter muito mais presença no ataque. Não só Tevez encostava mais nos atacantes como Di Maria passou a chegar. O Japão tocava a bola e esperava uma chance para matar o jogo, principalmente com Hyuga deitando e rolando na esquerda.

A Argentina complicou as coisas aos 7 minutos, quando Mascherano afastou uma bola da área e Conca tocou a Tevez no meio. O camisa 11 avançou até o campo de ataque e abriu na esquerda para Scocco. O camisa 9 tentou invadir a área, viu que a marcação apertou e tocou mais atrás para Di Maria, que chegava de surpresa. O camisa 7 chutou de primeira, pegou mal na bola, mas viu ela pegar um efeito e tocar a trave do goleiro. Wakabayashi se assustou, tentou pular, mas a bola bateu na sua mão, pegou um efeito inverso e morreu no gol, em um frango incrível: Argentina 2x3.

O jogo ficou eletrizante a partir daí. Uma jogada do Japão podia matar o jogo, enquanto uma da Argentina podia empatar tudo. E foi assim até o último lance do jogo, quando Alario recebeu de Tevez na direita e chutou no travessão de Wakabayashi, com a bola saindo pela linha de fundo.

Destaque do jogo: Kojiro Hyuga. Novamente, o camisa 9 mostrou seu faro de gol. Marcou um aos 3 minutos, infernizou a defesa argentina, perdeu chances, distribuiu o jogo e até ajudou na defesa, em mais uma tarde memorável deste grande centroavante.

BRASIL 0x2 INGLATERRA

A partida de fundo seria um jogo espetacular, entre duas equipes que estão jogando o fino da bola. Em segundo na tabela, o Brasil quer aproveitar a boa fase depois da vitória sobre a França (4x2). Em terceiro, a Inglaterra quer mais do que apenas jogar bem e não conseguir a vitória, como houve na rodada anterior (2x2 Japão). Para esta partida, além do retorno de Rooney no lugar de Crouch, o técnico Alex Ferguson fez uma palestra e disse a seus jogadores que se a Inglaterra quer ser temida, precisa derrotar as grandes equipes e o Brasil, campeão mundial em 2019 e atual campeão do Torneio Início, é uma das maiores.

Quem vê o placar pensa que foi um jogo desequilibrado, mas não foi bem assim. O Brasil jogou muito bem, principalmente com o seu quarteto ofensivo. Alex e Rivaldo atuavam no campo de ataque, buscando tabelas com Denilson e Ronaldo, mas o Brasil tinha dificuldades em superar o esquema inglês, de jogar em linhas. As famosas "duas linhas de quatro" na defesa e no meio faziam com que sempre tivesse um inglês na cobertura, impedindo as tabelas brasileiras. Os do meio atuaram mais compactados, marcando por dentro. O mais aberto era Joe Cole, que estava sempre pronto para iniciar o contra ataque. Outro ponto positivo do time inglês nesse jogo foi que Lampard atuou mais recuado, deixando Gerrard armar o jogo.

O primeiro gol saiu aos 7 minutos, em uma falha defensiva brasileira. Edmilson correu para fazer a cobertura a Lucio na direita e afastar uma bola da área. A sobra ficou com Beckham, que fez um passe no meio para Rooney. O camisa 9 pegou a bola sem marcação, invadiu a área e chutou forte. Carlos Germano fez uma defesa espetacular, mas espalmou para o meio da área, onde Joe Cole pegou de costas pro gol. Sem chances de virar e chutar, o camisa 11 tocou a Rooney na direita. Carlos Germano saiu para bloquear o chute do camisa 9 e, esperto, Rooney rolou de volta para Joe Cole. De bico, o camisa 11 só teve que chutar para o gol aberto e sair para comemorar: Inglaterra 1x0.

No intervalo, Dorival Junior foi muito ousado. Tirou Edmilson e Zé Roberto para colocar Roque Junior e Ronaldinho. Alex ficaria como segundo volante, enquanto Rivaldo e Ronaldinho fariam a armação. O Brasil ia atacar com cinco no segundo tempo! Alex Ferguson resolveu reforçar a marcação e apostar na estrela de seu centroavante. Tirou Bridge e Owen para colocar Carragher e Peter Crouch.

É difícil dizer como seria o segundo tempo, porque um lance logo na saída de bola mudou toda a tônica de um jogo até então equilibrado (embora com mais domínio inglês). Rivaldo fez o "toca y me voy" com Ronaldo e recebeu de volta na intermediária, partindo para dentro da defesa e arriscando o chute. O árbitro Aristeu Tavares entendeu que o camisa 10 brasileiro tocou em Carragher antes da bola e, na sequência, outros dois jogadores foram atingidos (Rio Ferdinand e Gerrard). Com isso, uma falta tripla foi marcada e Rivaldo recebeu o cartão vermelho. Os brasileiros protestaram e o árbitro nem quis saber. Ali o Brasil se descontrolou de vez...

Aos 2 minutos, Beckham já havia desperdiçado uma chance, ao chutar cruzado e Carlos Germano mandar para lateral. O próprio camisa 7 cobrou para Ferdinand na ponta e correu para a área para receber de volta. Mas, antes da bola chegar, Cafu foi bloqueá-lo e cometeu pênalti. O próprio Beckham cobrou no alto, deslocando Carlos Germano, mas a bola explodiu no travessão.

Aquele lance deveria dar uma injeção de ânimo ao time brasileiro, mas os jogadores continuaram muito abatidos pela expulsão de Rivaldo. Perdidos em campo, não conseguiam sair do campo de defesa e ainda viram a Inglaterra adiantar a marcação e promover um massacre ao gol de Carlos Germano. Aos 4 minutos, Joe Cole fez ótima jogada pelo meio e abriu para Rooney na direita. O camisa 9 ia invadir a área quando foi atingido por Lucio. Para David Beckham, uma falta na entrada da área é muito melhor que um pênalti. O camisa 7 cobrou a falta com perfeição, por cima da barreira, e acertou o ângulo de Carlos Germano, fazendo Inglaterra 2x0.

Dali em diante, os brasileiros tentavam na base do talento individual. Mas a equipe estava desmontada. Ronaldo armava o jogo, Roberto Carlos e Denilson tentavam criar pela ponta esquerda, ninguém concluía e a Inglaterra só esperou o apito final para conquistar uma belíssima vitória.

Destaque do jogo: Joe Cole. O camisa 11 é um jogador espetacular. Com suas arrancadas pela esquerda, chega nos atacantes e fica quase como um terceiro homem de habilidade naquele setor. Passa a bola, recebe de volta e conclui. Fez o primeiro gol e iniciou a jogada que originou a falta do segundo. Mostrou que a Inglaterra tem jogadores de qualidade para brigar pelo título.

NOTAS RÁPIDAS
  • A rodada se encerra neste domingo, com Coreia do Sul x França e Alemanha x Holanda.
  • Com a derrota do Brasil, só resta a Alemanha como invicta na competição.
  • Em sessão após o encerramento dos jogos deste sábado, os auditores do TJB entenderam que Aristeu Tavares foi rigoroso na expulsão a Rivaldo. Com isso, o Tribunal suspendeu o árbitro por duas rodadas. Aristeu Tavares fica de fora dos sorteios da nona rodada(a última do turno) e da décima (a primeira do returno).
  • Na mesma sessão, os auditores resolveram absolver o auxiliar Salvio Spinola.

Liege-Bastogne-Liege

Na última quarta-feira (18/03), a LMC promoveu a Liege-Bastogne-Liege, a Clássica Monumento conhecida como a "Decana", por ser a mais antiga deste tipo de prova. São chamadas Clássicas Monumento as cinco provas clássicas do ciclismo mundial de maior história e prestígio. São elas: Milan Sanremo (a Classícissima), o Tour de Flandres (a Mais Jovem), Paris Roubais (a Rainha das Clássicas), a Liege-Bastogne-Liege (a "Decana") e a Lombardia (a Clássica das Folhas Mortas). Destas, somente a de Flandres não é disputada na LMC.

A L-B-L tem um percurso cansativo, com duas subidas (uma com 5% de inclinação e outra com 7%) e chegada em sprint. Logo no início da prova, um grande acidente levou cinco ciclistas ao chão, deixando alguns deles com muitas dores, principalmente Andy Schleck e Oscar Freire, que andaram em ritmo diminuto só para completarem a prova. O pelotão andou sempre junto, à exceção de um trecho após a primeira colina, onde alguns ciclistas arriscaram uma fuga.

Um dos acidentados no início da prova foi Sylvain Chavanel. Depois de voltar à bicicleta, o francês da Quickstep deu show e se recuperou. Na parte final, estava em segundo e pronto para lutar pela vitória. Mas, no sprint final, a disputa por posições o levou ao chão, fazendo com que Chavanel terminasse em sétimo e muito decepcionado.

A vitória coube a outro francês da Quickstep. Julian Alaphilippe era o ciclista à frente de Chavanel na reta final. Com o ritmo forte que impôs desde o início, só precisou administrar após o acidente de seu compatriota e companheiro de equipe para vencer e conquistar seu segundo título na LMC (o outro tinha sido o prêmio de montanha no Benelux. Foi a segunda vitória de Alaphilippe no ano e o oitavo pódio em 2020, num grande início de temporada.

A segunda posição foi do brasileiro Murilo Fischer e a terceira, do italiano Damiano Cunego. Campeão em 2019, o colombiano Fernando Gaviria teve muitas dificuldades na prova e chegou apenas em vigésimo quarto. O único abandono da prova foi decepcionante para o público, pois se tratava do corredor local Philippe Gilbert. O traçado da L-B-L era feito especialmente para o belga, mas ele não conseguiu jamais mostrar seu talento.

Acionado após a prova, o TCB analisou as imagens do acidente de Sylvain Chavanel e concluiu que as manobras de Murilo Fischer e Fabio Aru (quarto colocado) poderiam ter contribuído para a queda do francês. Mas, sem ter 100% de certeza, o Tribunal decidiu não desclassificar os ciclistas, mantendo suas posições mas tirando um ponto de cada no ranking. Desta forma, Fischer levou cinco pontos e Aru, dois.

Com isso, a primeira posição do ranking não foi alterada. Tom Dumoulin segue com 84 pontos, mas a segunda posição, agora, tem dois ciclistas. Além de Tom Boonen, que não pontuou, Julian Alaphilippe também chegou aos 76 pontos e divide com o belga a vice liderança.

Neste domingo, começa a primeira das três jóias da coroa do ciclismo mundial. Vem aí o Giro D'Italia 2020!

O pódio da Liege-Bastogne-Liege. No alto, com o troféu de campeão, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Abaixo, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), segundo colocado. Mais abaixo, o italiano Damiano Cunego (Lampre), terceiro colocado.


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