quarta-feira, 17 de junho de 2020

Tour de France 2020

Quarta-feira, 17/06/2020. Os ciclistas entravam em Paris para enlouquecerem os fãs do esporte e encerrarem o Tour de France 2020. A segunda das três Grandes Voltas do ciclismo mundial foi histórica sob diversos pontos. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a competição deste ano.


1ª Etapa

No dia 01/06, começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2020 se iniciava com um contra relógio de 20 quilômetros em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, um prenúncio da competição maravilhosa que estava por vir.

Os ciclistas imprimiram um ritmo forte e ninguém destoou negativamente, mas a disputa foi apenas do segundo lugar para baixo, já que um ciclista se sentou no hot seat logo no início e não saiu mais de lá. Como praxe nos contra relógios da LMC, quem dominou a prova foi um sprinter. O belga Tom Boonen (Quickstep) venceu com sobras, com o americano Lance Armstrong (USPS) em segundo e o italiano Fabio Aru (Liquigás) em terceiro.

O contra relógio não tem abandonos. Com a vitória, Tom Boonen foi o primeiro a vestir a camisa amarela no Tour 2020.

2ª Etapa

A primeira corrida de linha do Tour de France 2020 seria totalmente plana, paraíso para os sprinters. Também teria a primeira meta volante da edição deste ano, logo após a metade do percurso, e seria disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável.

Na LMC é assim. Quando as condições são perfeitas, acontecem os acidentes e abandonos. É apenas a segunda etapa do Tour e um festival de quedas durante a prova já vitimou Fernando Gaviria e Domenico Pozzovivo, os dois primeiros abandonos do Tour.

Logo no início, uma fuga com quatro ciclistas aconteceu e o pelotão demorou a se organizar. Só na metade da prova tentou-se uma organização para pegar os escapados, mas aí já era tarde. A fuga era composta por Marcel Kittel, Murilo Fischer e Francisco Chamorro e, com o passar do tempo, ficou claro que a vitória seria decidida entre eles.

Kittel impôs um ritmo altíssimo desde o início, mas cansou perto do fim e preferiu usar o vácuo dos outros dois, para tentar um sprint. Mas as pernas pesaram e Chamorro usou a tática certa, de acelerar no momento crucial. O argentino da Credite Agricole venceu, com o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux) em segundo. Ao alemão Marcel Kittel (Katusha), restou o terceiro lugar. Desenhada para o sprint, a segunda etapa teve um pódio composto por sprinters. Mas os franceses tiveram motivos para comemorar, com o ótimo ritmo imposto por Sylvain Chavanel, que resultou em um quarto lugar.

Foi a primeira vitória do argentino em 2020 e, agora, somente Philippe Gilbert não triunfou no ano. Com a vitória e os pontos na meta volante, Chamorro assume a camisa amarela.

3ª Etapa

A terceira etapa do Tour era quase que totalmente plana. Somente uma leve inclinação de 5% na metade do percurso aparecia como dificuldade em mais uma prova com chegada em sprint. Um dia parcialmente nublado e com temperatura amena prometia ser um refresco aos ciclistas.

Até por ser um dia mais tranquilo, os atletas relaxaram. Uma pequena fuga se formou no início e foi controlada pelo pelotão, preparando uma grande chegada em sprint. Quando a linha de chegada se aproximou, os sprinters estavam na frente, prontos para o arranque final.

A vitória coube ao belga Tom Boonen (Quickstep), sua segunda neste Tour. Mas os franceses foram ao delírio com Sylvain Chavanel, que deu uma arrancada impressionante, chegou em segundo e fez a dobradinha da Quickstep. Em terceiro, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole).

Apesar do alto número de quedas durante a etapa, incluindo vários franceses, ninguém abandonou o Tour na terceira etapa. Com a vitória não só na corrida como nas duas metas volante, Tom Boonen volta a vestir a camisa amarela e dispara na liderança.

4ª Etapa

Etapa bem parecida com a anterior, a quarta corrida do Tour seria quase que totalmente plana. Com apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova e farta distribuição de pontos em metas volante, teria um grand finale em sprint. Seria mais um dia com poucas nuvens e temperatura amena, um refresco para os ciclistas.

As condições climáticas favoráveis fizeram com que o pelotão andasse sempre junto. Se alguém tentasse uma fuga, os ciclistas se organizavam e alcançavam a fuga rapidamente. Com isso, a linha de chegada foi se aproximando e todos estavam juntos, indicando uma grande chegada em sprint.

Por isso, uma grande disputa por posições se desenhou e aconteceram algumas quedas. O TCB teve que ser acionado para julgar dois acidentes. O primeiro, com Oscar Pereiro Sio, o Tribunal decidiu que Primoz Roglic foi culpado pela queda daquele e o condenou com a perda de 5 pontos no Tour de France. No segundo, o Tribunal decidiu que Marcel Kittel e Sylvain Chavanel foram culpados no acidente de Damiano Cunego, desclassificando os dois do Tour 2020. Kittel e Chavanel haviam chegado em segundo e terceiro na prova, respectivamente.

O belga Tom Boonen (Quickstep) venceu novamente, sua terceira vitória em quatro etapas. Com as desclassificações, o holandês Bauke Mollema (Rabobank) herdou a segunda posição e o norte americano Lance Armstrong (USPS) foi o terceiro. O francês Julian Alaphilippe (Quickstep) foi o quarto, mas isso não amenizou as vaias para os ciclistas em um pódio completamente constrangedor. Sylvain Chavanel vinha sendo o melhor ciclista francês no Tour, com um quarto lugar na segunda etapa e um segundo lugar na terceira corrida.

A quarta etapa também foi triste por conta do abandono de Oscar Freire. Com uma queda logo no início, o espanhol da Rabobank não suportou as dores e deixou o Tour de France, que havia vencido em 2019. Com mais uma vitória, Tom Boonen manteve a camisa amarela e disparou de vez, garantindo a liderança por mais duas etapas, no mínimo.

Com as desclassificações e o abandono, o Tour de France passa de um quarto de sua competição com 27 ciclistas na disputa.

5ª Etapa

A primeira montanha mais difícil do circuito aconteceria na metade desta etapa, com 7% de inclinação. De resto, muitas metas volante ao longo do percurso e uma chegada em sprint, em um dia de temperatura agradável para os ciclistas poderem entregar uma grande prova.

Dia agradável faz os ciclistas se manterem mais calmos. Uma pequena fuga se formou no início e logo foi neutralizada. O pelotão andou junto a prova inteira, com um grupeto formado por ciclistas que não estavam muito bem. A montanha fez com que os especialistas neste tipo de terreno tivessem mais força para superá-la, empurrando os sprinters para o final do pelotão. Assim, ao se aproximar da linha de chegada, havia muito mais ciclistas resistentes do que velozes.

Fabian Cancellara soube se posicionar bem e atacar na hora certa. O suíço da Saxo Bank venceu, com o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne) em segundo e o italiano Vincenzo Nibali (Astana) em terceiro.

Tom Boonen chegou em quarto e, com estes pontos, garantiu a camisa amarela até a sétima etapa. Thor Hushovd e Frank Schleck abandonaram o Tour, deixando a competição com apenas 25 atletas.

6ª Etapa

A última etapa antes das montanhas trazia duas subidas como uma espécie de preparação para o que estava por vir. Com uma subida logo no início em 6% e uma mais dura em 7% antes do final em sprint, os ciclistas teriam que pensar em uma boa estratégia para vencerem. A corrida seria disputada em um dia nublado, com temperatura bem agradável.

O dia estava perfeito e os ciclistas aproveitaram. Uma pequena fuga se formou no início, mas o pelotão monitorou sempre de perto e soube alcançá-la quando necessário. O panorama foi esse até aparecerem as últimas subidas da prova, quando os escaladores foram para a frente e os sprinters ficaram atrás.

Assim, coube aos escaladores fazerem o sprint, o que tornou a chegada disputada e curiosa. Ao final, o suíço Fabian Cancellara foi o melhor e venceu sua segunda prova seguida neste Tour. Em segundo lugar, fazendo dobradinha da Saxo Bank, o ciclista de Luxemburgo Andy Schleck. Em terceiro, o inglês Chris Froome (Sky).

Com dois pontos conquistados em meta volante e sem pontuar mais na etapa, Tom Boonen manteve-se com a camisa amarela, em uma prova tranquila e sem abandonos.

7ª Etapa

A metade do Tour de France trouxe as etapas de montanha, começando com uma difícil prova nos Pirineus. A corrida começava plana, mas logo a seguir vinham as subidas, no início com 6%, depois chegando a 10% e terminando em 7%. Um lindo dia de céu azul e temperatura agradável brindaria os ciclistas aqui.

O que se viu na chegada às montanhas foi uma prova muito boa, técnica, com o pelotão tentando andar junto e uma pequena fuga acontecendo aqui e ali. Para vencer esta etapa, era preciso escolher a estratégia certa e os mais preparados para isso não eram os sprinters, tanto que o melhor deles aqui só conseguiu chegar na sexta posição.

Quem escolheu a melhor estratégia foi Tom Dumoulin. O holandês da Sunweb andou sempre na frente e atento a qualquer tentativa de fuga, contra atacando rapidamente. Soube usar os ciclistas para se proteger e acelerou na hora exata para vencer. Em segundo, o inglês Chris Froome (Sky) e, em terceiro, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), que superou uma queda no meio da prova para chegar ao pódio. O público foi ao delírio com a excelente prova do ciclista local, Romain Bardet, que cruzou a linha de chegada em quarto.

Em uma prova sem abandonos, Tom Dumoulin é o primeiro a usar a camisa branca com bolinhas neste Tour, enquanto Tom Boonen manteve a camisa amarela, apesar de chegar somente na décima sexta posição.

8ª Etapa

Ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam um dia mais duro que o anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando a 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet. A prova seria disputada em um dia de muito calor, um problema para os ciclistas.

Realmente foi uma prova bem dura. Os ciclistas tiveram dificuldades com as subidas e fizeram uma clássica etapa de montanha, andando em pequenos grupos e em duplas. No único trecho plano, muitas quedas aconteceram, mas os ciclistas se levantaram e continuaram.

Os italianos Danilo Di Luca e Damiano Cunego, o americano Lance Armstrong e o inglês Chris Froome brilharam na etapa, mostrando bem suas características no terreno inclinado, mas a etapa reservou uma surpresa, um intruso neste meio.

A vitória ficou com Di Luca (Liquigás), que atacou no final e venceu com sobras. A disputa pelas posições seguintes apertou e quem surpreendeu foi o belga Tom Boonen (Quickstep), que conseguiu chegar em segundo lugar. Damiano Cunego (Lampre) chegou em terceiro e completou a dobradinha italiana no pódio. Do grupo escapado, restou a Chris Froome (Sky) o quarto lugar e a Lance Armstrong (USPS), o quinto.

Dois ciclistas não aguentaram o ritmo da etapa e abandonaram. Alberto Contador e Peter Sagan, deixam o Tour de France e, agora, a competição segue com apenas 23 ciclistas. Com o segundo lugar, Tom Boonen permanece com a camisa amarela e a garante, pelo menos, até o final das etapas de montanha, se não abandonar. Com a vitória e os pontos em metas volante, Danilo Di Luca empata com Tom Dumoulin e divide com ele a camisa branca de bolinhas.

9ª Etapa

As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, os ciclistas já começavam em 10%. Superados os Pirineus, era hora de encarar os Alpes franceses. Mas, como a próxima etapa seria a pior de todas, as montanhas na chegada aqui estavam com 7% de inclinação. Um dia nublado, com ameaça constante de chuva e um vento gelado soprando intermitentemente, era um pesadelo para os ciclistas tentarem atravessar a dura etapa.

Esta foi, de longe, a etapa mais dramática do Tour 2020. O tempo realmente prejudicou os ciclistas, que tentaram andar juntos a maior parte do tempo. O problema é que não dá para manter o pelotão unido durante etapas de montanha, ou veremos quedas. E elas aconteceram com muita frequência.

A pior delas levou ao chão justamente o líder do Tour de France, Tom Boonen. O belga sofreu uma queda violenta e, com muitas dores, foi obrigado a abandonar a competição. Chorando muito, Boonen comoveu os outros ciclistas, que chegaram a parar para acompanhar o drama do então camisa amarela. Boonen liderou desde o início e tinha a ponta garantida, pelo menos, até a penúltima etapa.

Mas o show tinha que continuar e foi a partir dali que os torcedores viram a emoção tomar conta da etapa. Dois franceses imprimiram um ritmo forte o tempo todo, puxando os demais atletas para uma grande disputa na linha de chegada.

Para delírio da torcida, quem venceu foi o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), da mesma equipe de Tom Boonen. Em segundo, com uma arrancada impressionante, chegou o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) e, em terceiro, o ciclista de Luxemburgo Andy Schleck (Saxo Bank). Para completar a festa francesa, Thibaut Pinot (Française De Jeux) chegou em quarto lugar.

Além de Boonen, Vincenzo Nibali também não resistiu ao ritmo forte das montanhas e abandonou, deixando o Tour 2020 com apenas 21 ciclistas para as três etapas finais.

Com o segundo lugar, Danilo Di Luca lidera a competição de montanha, levando a camisa branca de bolinhas. E, com o abandono de Tom Boonen, o italiano da Liquigás também herda a camisa amarela e é o novo líder do Tour de France 2020.

10ª Etapa

O pior ficou para o final. A última etapa de montanha, ainda nos Alpes, levaria os ciclistas ao Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima. Para piorar a situação, estava um dia nublado, com chuva fina em alguns pontos e um vento gelado constante.

Sem poder formar pelotão nem arriscar fuga, os ciclistas se mantiveram próximos até a metade da prova. A partir dali, as piores inclinações começaram a aparecer e alguns atletas começaram a arriscar uma fuga.

Quem se deu melhor foi o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), que atacou na parte final e mais dura e não foi acompanhado por ninguém, vencendo a etapa com sobras. A disputa pelas posições seguintes no pódio se acirraram e quem levou a melhor foi Fabian Cancellara. O suíço da Saxo Bank chegou em segundo, mas a grande festa do público foi para Julian Alaphilippe. O francês da Quickstep chegou em terceiro e levou os torcedores ao delírio com mais um pódio.

Com o segundo lugar na etapa e os pontos em metas volante, além do fato de Danilo Di Luca ter chegado apenas em décimo oitavo, deram a Fabian Cancellara a camisa amarela. Tom Dumoulin brilhou nas metas volante e chegou em quarto lugar, conquistando assim a camisa branca de bolinhas, em uma etapa sem abandonos.

11ª Etapa

Superadas as montanhas, o Tour de France entra em sua reta final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes da edição 2020 e duas colinas, com apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas. A prova seria disputada em um dia nublado e frio, mas sem vento para atrapalhar os atletas.

Os ciclistas pareciam cansados, após as duras montanhas, por isso não fizeram grandes esforços nesta etapa. Poucos tinham alguma chance de título e, assim, as últimas metas volante do Tour deste foram pouco disputadas. Se alguém quisesse deixar seu nome na edição de 2020 desta competição, este era o momento.

Então, nada melhor do que dar uma alegria aos fãs locais. Thibaut Pinot (Française De Jeux) marcou de perto e atacou no final para vencer, superando o holandês Bauke Mollema (Rabobank) na linha de chegada e deixando-o em segundo lugar. Em terceiro, Romain Bardet (AG2R) completou a dobradinha francesa no pódio e fez a alegria completa dos torcedores.

O holandês Tom Dumoulin (Sunweb) chegou em sexto e manteve a camisa branca de bolinhas. A camisa amarela, de líder, se manteve com o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), apesar dele ter cruzado a linha de chegada apenas em décimo quinto lugar.

O ritmo pesado das montanhas cobrou e trouxe lesões. Assim, Lance Armstrong abandonou na décima primeira etapa, deixando o Tour com apenas 20 ciclistas.

12ª Etapa

O Tour de France 2020 chega à sua derradeira corrida com festa, em uma etapa totalmente plana. Os ciclistas iriam até Paris e dariam três voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elyseés, de frente para o Arco do Triunfo. A prova seria disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura pra lá de agradável.
O pelotão nas ruas de Paris, com a Torre Eiffel ao fundo. Os ciclistas aproveitaram o momento para fazer uma grande confraternização.
Dos 32 ciclistas que começaram a competição, apenas 20 chegaram à última etapa e somente dois deles ainda disputavam o título. Danilo Di Luca só conquistaria o título se vencesse a corrida e Fabian Cancellara não chegasse abaixo do sexto lugar. O suíço da Saxo Bank tinha todas as armas na mão para ser campeão, pois era só acompanhar o italiano da Liquigás de perto.

A corrida foi, realmente, uma grande festa. Relaxados, os ciclistas andaram sempre no pelotão, confraternizando uns com os outros e aguardando a entrada em Paris para, aí sim, começarem a verdadeira disputa. As três voltas no circuito dentro da Cidade Luz foram de altíssima velocidade, com os ciclistas se posicionando para a chegada em sprint.

Curiosamente, na hora do sprint final, nenhum dos velocistas se apresentou. Foram os montanhistas e corredores por etapas que disputaram e o ciclista de Luxemburgo, Andy Schleck (Saxo Bank) se saiu melhor, conquistando sua primeira vitória no Tour de France. Em segundo chegou o inglês Chris Froome (Sky) e, em terceiro, o francês Romain Bardet (AG2R) fez a alegria dos torcedores locais. Francisco Chamorro não aguentou o ritmo e sequer conseguiu entrar em Paris, sendo o último ciclista a abandonar o Tour.

O pódio da décima segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o ciclista de Luxemburgo, Andy Schleck (Saxo Bank). Um pouco abaixo, o inglês Chris Froome (Sky), segundo colocado. Mais abaixo, o francês Romain Bardet (AG2R), terceiro colocado.

FABIAN CANCELLARA CAMPEÃO DO TOUR DE FRANCE 2020

O suíço da Saxo Bank fez uma corrida taticamente perfeita e correu com o regulamento debaixo do braço. Marcou Danilo Di Luca de perto e, quando viu que o adversário não tinha pernas para vencer, se poupou para cruzar a linha de chegada em sétimo e conquistar o histórico título, seu primeiro de Grandes Voltas. Danilo Di Luca tentou manter um bom ritmo, mas não teve forças para buscar a vitória que lhe daria o triunfo e teve que se contentar com o vice campeonato.

O holandês Tom Dumoulin (Sunweb), campeão de montanha

Tom Dumoulin brilhou na primeira etapa de montanha, mas Danilo Di Luca empatou com ele na etapa seguinte e o superou logo a seguir. Dumoulin não se acanhou e ousou na última etapa, conquistando os pontos suficientes para conquistar a camisa branca de bolinhas e ser coroado campeão de montanha do Tour.


O pódio do Tour de France 2020. No centro, com o troféu, o campeão Fabian Cancellara (Saxo Bank). Ao seu lado, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), vice campeão. Ao lado do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

Fabian Cancellara conquista o Tour de France 2020, com Danilo Di Luca em segundo e Chris Froome em terceiro. Cancellara e Di Luca herdaram a camisa amarela após o abandono de Tom Boonen e disputaram o título até a última etapa, mas foi o suíço da Saxo Bank quem se mostrou um melhor estrategista e conquistou o inédito título.

Pode-se dizer que foi um Tour de France bem frustrante. Começando pela disputa do título, ela praticamente não houve. Tom Boonen venceu o contra relógio e vestiu a camisa amarela, que perderia na etapa seguinte para Francisco Chamorro, mas recuperaria na seguinte. Dali em diante, a vantagem de Boonen só aumentava a cada corrida, o que mostrava que ele era não só o grande, mas único favorito ao título.

Um acidente nas montanhas obrigou Boonen a abandonar. Era a nona etapa e Boonen tinha a camisa amarela garantida, pelo menos, até a penúltima etapa. Isso causou uma comoção tal entre os ciclistas que eles interromperam a prova para consolar o belga. Mas a etapa tinha que continuar e foi só assim que a camisa amarela passou a ser disputada de verdade. Mas isso não tira o brilho da conquista de Fabian Cancellara.

NOTAS RÁPIDAS
  •  Tom Boonen foi o maior vencedor deste Tour, com 3 vitórias. O campeão Fabian Cancellara veio logo atrás, com 2.
  • Tom Boonen também foi o que mais subiu ao pódio, 4 vezes (3 vitórias e 1 segundo lugar). Em seguida, vieram Fabian Cancellara (2 vitórias e 1 segundo), Andy Schleck (1 vitória, 1 segundo e 1 terceiro) e Chris Froome (2 segundos e 1 terceiro).
  • No total, 9 ciclistas venceram neste Tour e 21 subiram ao pódio.
  • 14 equipes subiram ao pódio, sendo que 6 conseguiram pelo menos uma vitória. A maior vencedora foi a Quickstep, com 4 triunfos, sendo também a que conseguiu mais pódios, com 7.
  • 13 países subiram ao pódio, sendo que 8 viram sua bandeira tremular no lugar mais alto. A Bélgica teve o maior número de vitórias, 3, enquanto a França teve o maior número de pódios, com 6.
  • Só duas etapas tiveram dobradinha no pódio: a oitava (Itália) e a décima primeira (França).
  • Não fosse o abandono nas montanhas, Tom Boonen faria um Tour de France épico, com possibilidade de quebra de vários recordes. Fabian Cancellara e Danilo Di Luca não podem ser descartados também, assim como Chris Froome. Os três imprimiram bom ritmo durante as corridas e conseguiu dar brilho a uma competição que decepcionou sob diversos aspectos.
  • Só para se ter ideia do domínio de Boonen, mesmo tendo abandonado na nona etapa, ainda terminou o Tour de France 7 pontos à frente de Fabian Cancellara. Ou seja, se Boonen continuasse na competição e não houvesse pontuado mais, o suíço teria que ganhar a última etapa e torcer para Boonen não chegar antes do quinto lugar.
  • Os ciclistas franceses vinham decepcionando, andando sempre na parte de trás. A exceção era Sylvain Chavanel, que havia conseguido um segundo lugar e tinha boas atuações até ser desclassificado pelo TCB na quarta etapa, quando Julian Alaphilippe chegou em quarto.
  • Quando o número de ciclistas diminuiu consideravelmente, o desempenho dos franceses melhorou. Julian Alaphilippe venceu a nona etapa e foi terceiro na décima; Romain Bardet foi terceiro nas duas últimas etapas e ainda fez dobradinha com Thibaut Pinot, que venceu a décima primeira. Assim, os quatro franceses conquistaram ao menos um pódio nesse ano.
  • 11 ciclistas abandonaram o Tour e 2 foram desclassificados. Um incrível e decepcionante número de 13 abandonos (incluindo na última etapa), o que fez com que a linha de chegada na Avenida Champs Elyseés tivesse apenas 19 ciclistas a cruzá-la. Curiosamente, foi o mesmo número do ano passado.
  • A maior decepção deste Tour de France, no entanto, veio do TCB. Apesar de aplicar apenas 3 punições, eliminou dois ciclistas por conta de um acidente e um deles era justamente o queridinho do público, Sylvain Chavanel. Eliminar um ciclista local nunca é bom.
  • O vice campeonato pode ter dado um gosto amargo à boca de Danilo Di Luca. Mas os pontos conquistados no Tour de France serviram para manter-lhe na liderança do ranking da LMC, agora com 183 pontos. O novo vice líder é Tom Boonen, que soma 161 pontos e mostra que poderia ir mais longe se não tivesse abandonado. Marcel Kittel caiu para a terceira posição, com 131.
  • Fabian Cancellara vai curtir a vitória por um tempo e os ciclistas vão descansar. As Olimpíadas de Tóquio estão chegando (mesmo que a verdadeira tenha sido cancelada) e o ciclismo terá duas provas.
  • A primeira prova é o contra relógio e somente um ciclista por país poderá competir. Isso significa que alguns países terão que fazer pré olímpico para definir o seu representante.
  • A segunda prova é a corrida de estrada, com todos disputando as tão sonhadas medalhas.
  • A LMC tem um orgulho enorme de apresentar mais quatro ciclistas para o restante da temporada. O inglês Bradley Wiggins, o italiano Filippo Pozzato, o belga Remco Evenepoel e o holandês Mathieu Van Der Poel vão estrear nos respectivos pré olímpicos.
O suíço Fabian Cancellara e o troféu de campeão do Tour de France 2020, tendo ao fundo a Torre Eiffel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!