sábado, 29 de fevereiro de 2020

Liga FIFUBO 2020 - Quinta Rodada - 29/02/2020

A data do ano bissexto se celebra no meio/final de um carnaval inesquecível, de muito futibou de butaum e ciclismo. Para melhorar a situação, caiu num sábado de rodada da Liga FIFUBO. O Imperatriz Arena abriu as suas portas neste dia chuvoso, de temperatura pra lá de agradável, recebendo um grande público para as duas partidas que abriram o quinto encontro da Liga. Vamos conferir como foram os jogos!
Antes da rodada, foi chamado ao centro do gramado o ciclista Primoz Roglic, campeão da Volta Ciclística ao Algarve, para dar o pontapé inicial.

O ciclista Primoz Roglic dá o pontapé inicial da quinta rodada.

ALEMANHA 2x1 COREIA DO SUL

Uma partida muito interessante abria a rodada, colocando frente a frente duas equipes que fizeram um jogo espetacular no Mundial 2019. Naquela ocasião, a Alemanha tinha muito mais time e era favorita ao título. A Coreia do Sul teve um jogador expulso logo no início, quando os adversários venciam o jogo, mas uma reviravolta impressionante resultou na expulsão do principal jogador alemão e os sul coreanos conseguiram reagir. No final, o empate em 2x2 foi celebrado como um dos melhores jogos da competição.

Aqui, a Alemanha tem uma situação incômoda. Em quatro jogos, venceu apenas um e empatou os outros. Pior, só marca um gol por jogo. O técnico Lothar Matthaus quer atenção tanto da defesa, para evitar distrações, quanto melhor pontaria dos homens de frente. O técnico Kozo Kira é o oposto. A Coreia do Sul lidera a competição ao lado da Inglaterra, mas perde no número de gols marcados. Um empate ou uma vitória os leva à liderança, pois os ingleses folgam nesta rodada. Voltando da folga, os sul coreanos querem se recuperar da rodada anterior, quando empataram com o Brasil (1x1).

Neste jogo, a Alemanha mostrou toda a sua grandeza. Com Thomas Muller e Toni Kroos atuando no campo adversário, o toque de bola era próximo à área sul coreana. Muller acertou dois chutes com perigo (um triscando o travessão) e Klose desperdiçou outras duas chances. A Coreia do Sul tentava sair nos contra ataques, mas a marcação matava no início as jogadas de Kazuo Tachibana. Assim, Jayeon teve que voltar para armar o jogo e ficou mais longe da área, o que foi bom para o arco de Neuer. Mesmo assim, o camisa 10 distribuiu bem o jogo e viu Lee Young-Un desperdiçar ótima chance da entrada da área.

Curiosamente, quando o gol alemão amadurecia, foi a Coreia do Sul quem inaugurou o marcador. Aos 4 minutos, Okawa desarmou Podolski e tocou a Kazuo Tachibana. O camisa 8 procurou Jayeon já no campo de ataque e o camisa 10, com belo passe para a direita, encontrou Joo Sung. O camisa 9 driblou Lahm com facilidade, invadiu a área e acertou um lindo chute, vencendo Manuel Neuer e fazendo Coreia do Sul 1x0.

A Alemanha lamentou a falta de sorte, mas tratou de se impor, na busca pelo empate. E ele veio somente nos acréscimos. Thomas Muller voltou para cobrir Reus na volância esquerda e interceptou um passe que ia para Joo Sung. Tabelou com o próprio Reus pela meia esquerda, para chegar ao campo sul coreano. Já no campo de ataque, tabelou com Podolski pelo meio e, avançando em diagonal, recebeu de volta na meia lua. Com um chute colocado impressionante, acertou o ângulo esquerdo de Wakashimazu para fazer Alemanha 1x1.

No intervalo, Lothar Matthaus promoveu uma ousada mudança tática. Tirou Hummels e Reus para colocar Draxler e Mario Goetze. Draxler seria um lateral direito "quase armador", Kroos recuaria para volante pela direita, Podolski faria a meia esquerda e Goetze entraria no campo de ataque. A equipe poderia oscilar do 4-4-2 habitual para o 3-4-3 sem perder essência. Kozo Kira também fez mudanças, tirando Masao Tachibana e Lee Young-Un para colocar Kishida e Taki. Reforçaria a marcação pelo lado esquerdo, onde a Alemanha criava mais, tendo a reposição em velocidade.

As mudanças promovidas por Lothar Matthaus deram resultado. A Alemanha ocupou o campo de ataque o segundo tempo inteiro. A Coreia do Sul percebeu e até os atacantes ajudaram na marcação, fazendo uma inversão interessante, já que os defensores partiam de surpresa para o ataque, enquanto os adiantados voltavam para a defesa. O jogo ficou interessante, com a Alemanha empurrando os adversários e a Coreia do Sul surpreendendo nos contra ataques.

O gol da vitória só veio aos 8 minutos. Thomas Muller fez ótima jogada pela esquerda e tocou a Mario Goetze dentro da área. O camisa 9 chutou forte e a bola explodiu no travessão de Wakashimazu, indo parar do lado esquerdo do ataque. Phillip Lahm pegou a bola na lateral, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para trás. Toni Kroos dominou e acertou um chute forte, no canto direito de Wakashimazu, para fazer Alemanha 2x1.

Destaque do jogo: Thomas Muller. É impressionante como joga o camisa 13 alemão. Desde o início, chamou a responsabilidade do jogo. Pedia a bola, se aproximava do ataque e chutava com perigo. Armava o jogo para seus companheiros concluírem e chegou a voltar para cobrir buraco deixado pelos volantes. Foi assim que pegou a bola lá de trás para iniciar a jogada do primeiro gol, feito por ele mesmo. No segundo, iniciou a jogada que decretou a primeira derrota da Coreia do Sul na FIFUBO. Saiu de campo aplaudido.

CAMARÕES 2x2 BRASIL

Outrora considerado saco de pancadas, Camarões faz uma boa Liga, com duas vitórias e duas derrotas. Apesar de virem de uma derrota (1x3 Japão), os africanos começam a dar sinais de um esquema de jogo e, com isso, a empolgação aparece e surge até o sonho de derrotar o poderoso rival, campeão mundial em 2019 e atual vencedor do Torneio Início. Mas estes troféus não devolvem o sono a Dorival Junior. O Brasil tem uma campanha parecida com a da Alemanha, com uma vitória e dois empates, marcando um gol em cada jogo. O ataque preocupa, pois é recheado de jogadores badalados e não consegue fazer grandes coisas. O técnico sabe que Camarões joga retrancado e ataca com poucos, então deu ordem a seus laterais para irem ao ataque e promoverem triangulações pelas pontas.

O jogo foi de uma grande emoção, apesar de um tanto desorganizado. Camarões joga desta forma, mas isso não é usual com o Brasil. Os africanos tinham o contra ataque à disposição e tentavam chegar com seu tradicional toque de bola envolvente, enquanto os sulamericanos apostavam muito mais na habilidade de seus jogadores, deixando espaços enormes na defesa.

O primeiro gol veio aos 3 minutos, após um passe errado de Zé Roberto para Denilson. Tataw recuperou a bola e tocou a Mbouh na meia direita e o camisa 8 esticou para Oman Biyik na ponta. O camisa 7 trouxe para dentro e rolou para Mfede, com o meio livre. O camisa 10 avançou, mas a bola ficou muito próxima do seu pé, então a solução foi apelar para a genialidade. Mfede acertou uma incrível "bola fubá" com o pé esquerdo, que foi cheia de efeito e enganou Carlos Germano: Camarões 1x0.

O empate brasileiro veio aos 5 minutos. Na saída de bola, Rivaldo, Zé Roberto e Ronaldo fizeram a "figura 8", mas o camisa 9 foi atropelado por Pagal na intermediária. Ronaldo cobrou rápido para Zé Roberto, que acionou Rivaldo na direita. O camisa 10 partiu para cima de Ebwelle, com a bola dominada, dando um drible para dentro e chutando antes da chegada de Kunde. A bola foi no ângulo de Nkono e o Brasil empatava o jogo: 1x1.

A virada veio aos 8 minutos, com uma boa arrancada de Denilson pela ponta esquerda, que Massing tirou para lateral. Lucio foi para a cobrança e, antes da mesma, sinalizou a Denilson o posicionamento que o camisa 17 deveria ter para receber a bola. Denilson atendeu, recebeu nas costas de Massing, invadiu a área pela ponta e chutou cruzado, vencendo Nkono e fazendo Brasil 2x1.

No intervalo, Zlatko Dalic tirou Kana Biyik e Oman Biyik para colocar Ndip e Roger Milla. Dorival Junior sacou Kleberson e Alex para colocar Roque Junior e Ronaldinho. Roque Junior iria para a zaga, Edmilson faria a primeira volância e o Brasil reforçaria a defesa pelo lado esquerdo, por onde Camarões criava as melhores jogadas.

A qualidade tática do jogo caiu bastante no segundo tempo, mas não impediu o jogo de ter emoção. O Brasil era tão desorganizado, que Roberto Carlos armava o jogo pela meia direita. Mas as arrancadas de Denilson pela esquerda eram a principal saída de jogo brasileira, de onde fluíam jogadas para Rivaldo e Ronaldo desperdiçarem. Camarões tinha em Roger Milla muito mais presença no ataque. Mfede e Makanaki trançavam bolas e o camisa 9 se movimentava pelo campo brasileiro, concluindo com perigo.

O empate veio aos 7 minutos, quando Ronaldinho não conseguiu dominar a bola passada por Zé Roberto e Makanaki interceptou. O camisa 20 tabelou primeiro com Mfede pelo meio e, depois, com Roger Milla pela esquerda. Makanaki recebeu na lateral da área e viu Lucio vir correndo, para despachar com tudo. Com um leve toque, o camisa 20 deu um drible desmoralizante e o brasileiro passou lotado, deixando a área inteira para o camaronês. Makanaki invadiu a área e tocou na saída de Carlos Germano, dando números finais a um bom confronto: Camarões 2x2.

Destaque do jogo: Denilson. O camisa 17 brasileiro mostrou por que é o melhor driblador da FIFUBO. Com arrancadas pela esquerda, enlouqueceu Tataw e Massing e criou ótimas oportunidades para o Brasil. Fez o segundo gol ao acertar um lindo chute.

NOTAS RÁPIDAS
  • A rodada se encerra neste domingo, com Holanda x Japão e França x Argentina.
  • Depois disso, a Liga segue seu padrão semanal de jogos aos sábados e domingos.

LMC - Volta Ciclística ao Algarve

Nesta sexta-feira, se encerrou a esperada edição de 2020 da Volta Ciclística ao Algarve que, infelizmente, ficou conhecida como Passeio Ciclístico ao Algarve, por conta do péssimo início de competição. Os ciclistas impuseram um ritmo baixo e, na segunda etapa, três abandonaram. O primeiro abandono foi o mais decepcionante, pois se tratava do vencedor do ano anterior, o Vincenzo Nibali. A quarta etapa era a chamada Etapa de Rainha, a prova de montanha, e foi ali que as coisas começaram a ficar interessante. Os ciclistas aumentaram o ritmo, trocaram constantemente de posições e a emoção chegou a Portugal. Nada menos que 13 ciclistas chegaram à sexta e última etapa com chances de título.

A última etapa, no entanto, foi a síntese da competição, começando pela chuva forte que caiu na região. Apesar do ritmo forte imposto desde o início, muitos ciclistas foram ao chão, fruto do asfalto molhado. Tom Boonen liderava a competição, mas decepcionou feio nesta última etapa. Cansado, o ciclista belga não conseguia acompanhar o pelotão e ficava cada vez mais para trás.

A única meta volante da etapa ficava em uma subida com 5% de inclinação e, ali, o alemão Marcel Kittel cruzou na frente com um "sprint para cima", assumindo a liderança da competição. Mas o esforço cobrou o seu preço e Kittel não conseguiu se manter no pelotão após isso. O segundo a cruzar a meta volante foi o esloveno Primoz Roglic, que percebeu o cansaço de Kittel e atacou, mas o pelotão se organizou e conseguiu pegar o escapado.

Quando se pensava que o pelotão ia junto para o sprint final, foi a vez de Peter Sagan atacar. Só a vitória daria o título ao eslovaco, então, ele se mandou. Com a linha de chegada se avizinhando e sendo sprinter, Sagan tinha tudo para vencer e sair de Portugal como campeão. Mas a chuva continuava caindo e Sagan escorregou, perdendo momentaneamente a passada. Atrás dele, fazendo esforço, vinha Alberto Contador, que tocou no eslovaco e o levou ao chão. De primeiro, Sagan acabou cruzando a linha de chegada em nono.

Logo atrás dos dois, vinha Frank Schleck. O ciclista de Luxemburgo conseguiu passar pelo lado do acidente, imprimiu uma velocidade incrível e venceu. Em segundo, veio Primoz Roglic e, em terceiro, Sylvain Chavanel. Então líder, Marcel Kittel cruzou em vigésimo quinto e Tom Boonen, em vigésimo oitavo e na penúltima colocação.

O pódio da última etapa. No meio e com a taça, o ciclista de Luxemburgo, Frank Schleck (Saxo Bank). Ao seu lado, o segundo colocado, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Do outro lado, o terceiro colocado, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep).

Com tantas reviravoltas, fez-se um silêncio enorme na linha de chegada para ver quem seria o campeão. E este foi Primoz Roglic. O esloveno da Imperatriz, que chegou em segundo, conquistou a Volta Ciclística ao Algarve com apenas um ponto de vantagem para o segundo colocado, Marcel Kittel, e dois para o terceiro, Tom Boonen.

Roglic conquista o seu primeiro título na LMC, deixando para trás o péssimo ano de 2019 (quando foi o único a não vencer uma corrida). Também foi o primeiro título da equipe de ciclismo do Imperatriz no ano, que se junta aos títulos da Fleche Wallone 2019 (o principal e o de montanha), conquistados por Rafael Andriato.

Assim, o carnaval fecha perfeito para a instituição Imperatriz. Na quarta-feira, a escola de samba conquistou o título do grupo A do carnaval carioca, voltando à elite em 2021. Na sexta, foi a vez da equipe de butaum trazer um importante título no ciclismo.

Os ciclistas, agora, partem para a Itália. A "Prova dos Dois Mares", como é conhecido o Tirreno Adriático, terá seu início ainda neste final de semana.

O pódio da Volta Ciclística ao Algarve. No lugar mais alto e com o troféu, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), campeão. Logo abaixo, o alemão Marcel Kittel (Katusha), vice campeão. Mais abaixo, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.

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