quarta-feira, 2 de outubro de 2019

LMC - Vuelta a España 2019

Em setembro, justamente numa sexta-feira 13, começava a Vuelta a España, o último Grand Slam do ano. Os ciclistas correriam 12 etapas dos mais variados tipos para ver quem ficaria com o cobiçado troféu. Em outra sexta-feira, no dia 27 do mesmo mês, os ciclistas chegavam a Madrid para o encerramento da competição.

A Vuelta é um pouco menos prestigiosa do que o Giro D’Italia e o Tour de France, mas é um Grand Slam e, como tal, tem um valor altíssimo. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a edição deste ano.


Primeira Etapa

O tempo estava típico de sexta-feira 13. Nublado, ameaça de chuva, um pouco de vento gelado, um dia escuro. O contra relógio que abriu a edição tinha 22 quilômetros totalmente planos.

Como acontece em 99% dos contra relógios da LMC, este terminou com vitória de um sprinter. O belga Tom Boonen (Quickstep) vence a etapa de abertura e fica com a camisa vermelha. Em segundo, o francês Romain Bardet (AG2R), que havia acabado de conquistar o Troféu Brasil. Completando o pódio, o ciclista de Luxemburgo, Frank Schleck (Saxo Bank) ficou em terceiro.

Segunda Etapa

A primeira corrida de linha da Vuelta foi disputada em meio a um dia frio e com vento forte. As primeiras metas volante apareceram, com dois trechos com inclinação em 5% no meio da prova só para dificultar um pouquinho e chegada em sprint.

Foi uma prova bem estranha. O vento forte fez o pelotão se alongar e o que se viu foi uma corrida com jogo de equipe. Os ciclistas se alinhavam com membros de seus próprios times, revezando no esforço e avançando.

A chegada foi eletrizante. Os cinco primeiros colocados disputaram o sprint. Os sprinters André Greipel e Thor Hushovd deixaram Frank Schleck puxar o esforço e arrancaram na linha de chegada. Coube ao alemão André Greipel (Lotto Belisol) a vitória, com o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) em segundo. Frank Schleck não teve como disputar contra os sprinter. O ciclista de Luxemburgo chegou em terceiro e ainda viu seu companheiro de Saxo Bank, o suíço Fabian Cancellara, chegar em quarto. Completando este sprint, Vincenzo Nibali chegou em quinto.

Frank Schleck chega em terceiro pela segunda vez nesta Vuelta e, somado aos pontos das metas volante, fica com a camisa vermelha, em prova que teve o primeiro abandono da competição: Francisco Chamorro.

Terceira Etapa

Com um perfil parecido com a prova anterior, esta etapa tinha duas metas volante e duas pequenas subidas, com inclinação em 5%. A chegada também foi em sprint. Um vento forte bateu forte na maioria da prova e, apesar do pelotão andar próximo, muitos cortes foram feitos durante o percurso.

No final, Sylvain Chavanel usou seu estilo combativo e arrancou com velocidade constante. O francês da Quickstep cruzou a linha de chegada sozinho, comemorando a vitória. Oscar Pereiro Sio estava em segundo, mas a disputa por posições o levou ao chão. O TCB foi acionado, mas entendeu que ninguém poderia ser culpado. De segundo, o espanhol acabou chegando em sexto. O segundo lugar ficou com o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol) e o terceiro foi o italiano Fabio Aru (Liquigás), ambos vaiados no pódio.

A camisa vermelha continuou com Frank Schleck, em prova que teve os abandonos de Julian Alaphilippe e Rafael Andriato.

Quarta Etapa

Mais pontos a serem distribuídos. A quarta etapa da Vuelta foi a primeira a ter três metas volante, sendo uma delas na única subida da corrida, com 5% de inclinação. Um dia lindo, sem vento para atrapalhar, condições perfeitas para os ciclistas.

Uma pequena fuga se formou, liderada por Frank Schleck e Oscar Freire, mas o pelotão sempre se manteve por perto. Quando a linha de chegada se aproximava, a fuga havia sido neutralizada e tudo se armou para um grande sprint.

Os espanhóis foram à loucura quando Oscar Freire cruzou a linha de chegada em primeiro, quase empatado com Tom Dumoulin. Mas uma fração mínima da roda do espanhol da Rabobank determinou sua vitória, deixando o holandês da Sunweb em segundo. O norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) conseguiu se impor ante Andre Greipel e completou o pódio, em terceiro.

Com vitória em duas metas volante e um quinto lugar na linha de chegada, Frank Schleck conseguiu se manter com a camisa vermelha. A quarta etapa manteve a alta média de abandonos da Vuelta (são cinco, até aqui), com Andy Schleck e Vincenzo Nibali deixando a competição.

Quinta Etapa

A quinta etapa era a última antes dos ciclistas chegarem às montanhas. Três metas volante estavam espalhadas ao longo do percurso, totalmente plano. A ausência total de ventos fez com que os ciclistas não tivessem preocupação com cortes no pelotão, mas o dia estava muito quente, desgastando todos.

O somatório de todos esses fatores fez o pelotão andar sempre junto, mas em um ritmo muito forte, indicando uma grande chegada em sprint. Quando Oscar Pereiro Sio apontou na frente próximo à reta final, Oscar Freire e Murilo Fischer vinham logo atrás, ou seja, um embalador contra dois sprinters. Mas o embalador impôs um ritmo muito forte, derrotou os dois favoritos e levou o público ao delírio com a segunda vitória de um espanhol na Vuelta. Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) venceu, com o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux) em segundo e outro espanhol, Oscar Freire (Rabobank) em terceiro.

O sprint final foi tão disputado que alguns ciclistas se tocaram e foram ao chão. Fabian Cancellara estava em quinto e com chances de vitória, mas foi tocado por Romain Bardet (que cruzaria em quarto) e Tom Boonen (que seria o sexto), indo ao chão e terminando na décima quarta posição. O TCB foi acionado e decidiu que Bardet e Boonen foram culpados do acidente, eliminando-os da Vuelta. Assim, Primoz Roglic passou a quarto, Frank Schleck herdou a quinta posição e Sylvain Chavanel foi reclassificado em sexto.

Os espanhóis deliraram com a dobradinha no pódio e estavam ansiosos para ver Oscar Pereiro Sio ou Oscar Freire vestindo a camisa vermelha. Mas as desclassificações fizeram Frank Schleck subir a quinto e, com os dois pontos conquistados com aquela posição, conseguiu manter-se na liderança da Vuelta, apenas um ponto à frente de Oscar Freire.

Além das duas desclassificações, a etapa também teve o abandono de Fernando Gaviria. Com apenas cinco etapas disputadas, oito ciclistas já deixaram a Vuelta.

Sexta Etapa

A prova que marcava a metade da Vuelta era também aquela onde começava a disputa pelo título de montanha. Com um trecho plano logo no início, todo o resto era para cima, com inclinações que variavam de 5 a 8%, além das três metas volante ao longo do percurso. Foi uma corrida sem vento, o que ajudou bastante para um começo de montanha.

Apesar de não haver grandes inclinações, os ciclistas parecem não ter energia para ditar um ritmo mais forte. Por esse motivo, o pelotão andou sempre junto, algo raro em provas de montanha.

No final, dois ciclistas desgarraram do pelotão e fizeram uma dobradinha italiana no pódio. Damiano Cunego (Lampre) foi o vencedor, com Fabio Aru (Liquigás) em segundo. O inglês Chris Froome (Sky) conseguiu bater Fabian Cancellara na linha de chegada e cruzou em terceiro.

Apesar de chegar em décimo, Frank Schleck manteve-se com a camisa vermelha de líder no geral. Com a vitória e pontos em todas as metas volante, Damiano Cunego vestiu a camisa branca de bolinhas azuis, de líder na montanha. A sexta etapa manteve a preocupante tradição desta Vuelta, com mais um abandono. Peter Sagan deixou a competição logo na largada e completou seu “Grand Slam da Decepção”, ao abandonar no Giro D’Italia, no Tour de France e na Vuelta a España. Ao chegar à LMC cercado de expectativas de muitas vitórias, Peter Sagan revelou-se a grande decepção da temporada ciclística.

Sétima Etapa

As montanhas apertavam um pouco. Desde o início, os ciclistas tiveram que pedalar para cima. Começaram em 6% e chegaram 9% no pior trecho, com três metas volante entre as subidas. O único ponto plano era justamente antes da chegada, que forçaria os ciclistas a subirem em 8%. Um dia parcialmente nublado, sem vento, perfeito para se passar nas montanhas.

Os ciclistas andaram juntos a maior parte da prova; pareciam estar sentindo as montanhas mesmo com a pouca inclinação. O único que não sentiu nada foi Fabio Aru. Desde o início, o italiano da Liquigás disparou em uma fuga, impôs um ritmo muito forte e não foi incomodado. Venceu todas as metas volante e a corrida também. Uma disputa eletrizante aconteceu a seguir e quem levou a melhor foi o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), que chegou em segundo, com o italiano Damiano Cunego (Lampre) em terceiro. Marcel Kittel foi o último a chegar escapado, em quarto lugar. O resto veio em pelotão e houve uma boa disputa pelos pontos que restavam, com Lance Armstrong ficando em quinto e Mark Cavendish em sexto.

A excelente prova fez Fabio Aru vencer sua primeira etapa nesta Vuelta e, além de assumir a camisa branca com bolinhas azuis de melhor montanhista, o fez assumir a liderança da competição e também vestir a camisa vermelha, com ampla vantagem sobre os demais. Seguindo a tradição desta Vuelta, mais um ciclista abandonou a prova. Desta vez foi Fabian Cancellara, que não aguentou o ritmo das montanhas e deixou a competição.

Oitava Etapa

A última das etapas de montanha começava em 6% e tinha um trecho plano logo a seguir, uma das três metas volante da corrida. Depois disso, a inclinação ficou entre 8 e 10%, sendo o pior trecho justamente a linha de chegada. Para piorar, estava chovendo e um vento forte soprou desde o início, dificultando muito a vida dos ciclistas.

O início inclinado viu uma fuga ser formada com Bauke Mollema e Danilo Di Luca. Os dois se mantiveram juntos por um período e dividiram vitórias nas primeiras metas volante. Mas, aos poucos, Di Luca foi sentindo o ritmo elevado das montanhas e ficou para trás, terminando a prova em quinto.

Bauke Mollema não sentiu nada e continuou em um ritmo elevado. O holandês da Rabobank ganhou em uma fuga solo, sem ser incomodado por nenhum concorrente. O alemão Marcel Kittel (Katusha) e o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux) também partiram em fuga, mas muito distantes do líder. Kittel conseguiu “sprintar para cima” e cruzou em segundo, com Pinot em terceiro, em um pódio totalmente inédito nesta Vuelta.

Os pontos das metas volante e a vitória não foram suficientes para Bauke Mollema superar Fabio Aru. Além de se manter com a camisa vermelha de líder, o italiano da Liquigás conquistou o título de montanha desta Vuelta. A oitava etapa foi abençoada, pois foi a primeira de linha que não teve um abandono sequer e, assim, a Vuelta segue com 22 ciclistas na disputa.

Nona Etapa

Superadas as montanhas, o terreno voltava a ficar plano para os ciclistas. Uma única subida de 5% no meio do percurso (onde estava uma das três metas volante) e o resto bem tranquilo para chegada em sprint. A chuva fina que caiu durante toda a prova dificultou a vida dos ciclistas e fez com que vários deles fossem ao chão.

Até pelo asfalto molhado, os ciclistas não queriam arriscar muito, mas aqueles que o fizeram se deram bem. Com uma meta volante logo no início, acelerar parecia ser uma boa opção. Assim, uma fuga se formou com Lance Armstrong, Sylvain Chavanel e Tom Dumoulin. Armstrong liderou quase toda a prova, mas não teve pernas no final e acabou em quinto, deixando Sylvain Chavanel e Tom Dumoulin livres para a disputa da vitória.

Chavanel mostrou por que tem um estilo combativo admirado no mundo do ciclismo. O francês da Quickstep não deu chances aos adversários e, com um ataque incrível, venceu a nona etapa, sua segunda nesta Vuelta (já havia vencido a terceira etapa). O holandês Tom Dumoulin (Sunweb) foi o segundo, mesma posição que já havia conseguido na quarta etapa desta Vuelta. Completando o pódio, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), vencedor da etapa anterior.

Sem pontuar mais uma vez (foi o décimo segundo), Fabio Aru viu cair sua vantagem para apenas quatro pontos, mas ainda assim se manteve com a camisa vermelha de líder. A etapa voltou à rotina de abandonos. Desta vez, foi Andre Greipel quem não resistiu aos ferimentos de duas quedas e deixou a Vuelta que, agora, só tem 21 ciclistas.

Décima Etapa

Uma subida de 5% logo no início da corrida, três metas volante e o resto da prova totalmente plano. Seria o paraíso dos sprinters se não tivesse chovido forte durante todo o percurso, o que ocasionou muitas quedas.

Mesmo com o asfalto molhado e escorregadio, os sprinters saíram em fuga. Mark Cavendish e Sylvain Chavanel dominaram as ações no início da prova, com o pelotão lutando para alcançá-los. Quando ficou claro que isso não ia acontecer, Marcel Kittel e Murilo Fischer também atacaram. Enquanto Chavanel fraquejava, Cavendish seguia solo.

O inglês da T-Mobile não foi mais incomodado, venceu todas as metas volante e a corrida, dando um salto na classificação para terceiro e entrando de vez na disputa pelo título da Vuelta. Em segundo, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), que fez mais esforço que Marcel Kittel e também cruzou sozinho. Mesmo não conseguindo acompanhar Fischer, o alemão da Katusha também chegou sem ser incomodado, ficando com a terceira colocação.

Os quatro pontos conquistados em metas volante por Sylvain Chavanel o fizeram empatar na liderança da Vuelta com Fabio Aru (que chegou em décimo sexto). Como tem duas vitórias contra uma do rival, Chavanel veste a camisa vermelha de líder, faltando duas etapas para o final da Vuelta. A décima etapa não teve abandonos.

Décima Primeira Etapa

A penúltima etapa da Vuelta seguiu o padrão das demais. Entregou muitos pontos nas três metas volante (as últimas da competição) e teve uma subida em 5% logo na largada, justamente a primeira meta volante da etapa. O resto foi totalmente plano, para chegada em sprint. Mas ainda chovia durante todo o percurso, o que levou alguns ciclistas ao chão.

O pelotão não deixou nenhuma fuga se afastar, embora Oscar Freire tenha tentado. O máximo eram alguns cortes no pelotão. Curiosamente, os ciclistas que disputavam a camisa vermelha só andavam na parte de trás e jamais deram sinais de que queriam alguma coisa aqui.

No final, enquanto todos se entreolhavam à espera do sprint, Luciano Pagliarini tentou sua sorte com um ataque. O brasileiro da Saunier Duval venceu na fuga de forma brilhante, mas o público vibrou mesmo com o que acontecia atrás. O sprint se formou e os ciclistas partiram. O que ninguém percebeu foi Oscar Pereiro Sio, que começou mal a prova e pedalou forte para alcançar os ciclistas da frente. O espanhol da Caisse D’Epargne foi o segundo colocado e levou os torcedores ao delírio, que viram nova dobradinha espanhola quando Oscar Freire (Rabobank) sprintou bem e chegou em terceiro.

Já que nenhum dos líderes pontuou, a camisa vermelha continuou com Sylvain Chavanel. Mas a disputa apertou muito para a última etapa. Nenhum ciclista abandonou; os 21 chegam ilesos a Madrid.

Décima Segunda Etapa

Um lindo dia de céu azul trouxe a derradeira etapa da Vuelta, totalmente plana. Um circuito em Madrid, com seis voltas para definir o vencedor e nenhuma meta volante. Os resultados da etapa anterior fizeram com que seis ciclistas chegassem até aqui com chances de título.

O pelotão parte pelas ruas de Madrid, dando início à última etapa da Vuelta a España 2019.
Bauke Mollema, Damiano Cunego e Oscar Pereiro Sio tinham chances remotíssimas de conquistarem a Vuelta, necessitando de uma grande combinação de resultados. A grande disputa estava entre Sylvain Chavanel, Fabio Aru (ambos empatados) e Oscar Freire (dois pontos atrás dos líderes), garantindo a emoção até o sino badalar, indicando a última volta da etapa.

Uma coisa muito curiosa aconteceu nesta etapa. Lance Armstrong saiu em uma fuga incrível desde o início, com um ritmo forte e se distanciando cada vez mais de seus rivais. Mas o que impressionava realmente era o fato de nenhum dos postulantes ao título se esforçar para tentar ficar entre os primeiros. Oscar Pereiro Sio, Bauke Mollema e Fabio Aru eram os três últimos; Sylvain Chavanel não conseguia se manter no pelotão; Oscar Freire até se posicionava no pelotão, mas jamais dava sinais de que lutaria pelo quarto lugar que lhe daria o título. O único que tentou alguma coisa era o que menos chances tinha.

Como dito anteriormente, as chances de Damiano Cunego eram remotíssimas, mas ele resolveu arriscar. Com um ataque na terceira volta, Cunego começou a se afastar do pelotão e começou a perseguir Lance Armstrong, que estava bem distante, mas dava sinais de cansaço. Aos poucos, a diferença entre os dois foi caindo e, na última volta, Armstrong e Cunego pedalavam juntos, destacados dos demais. Estava claro que a vitória ficaria entre eles…

Acontece que enquanto Armstrong parecia não ter mais pernas para manter o ritmo, Cunego tinha energia de sobra. Com um ataque impressionante, o italiano da Lampre foi deixando o americano da USPS para trás até cruzar a linha de chegada com lágrimas nos olhos em comemoração à vitória que parecia impossível. Armstrong chegou em segundo e, muito atrás, o ciclista de Luxemburgo, Frank Schleck (Saxo Bank) foi o terceiro. Após os ciclistas cruzarem a linha de chegada, os cálculos começaram a ser feitos.
O pódio da última etapa da Vuelta. Damiano Cunego no lugar mais alto, ladeado por Lance Armstrong e Frank Schleck
DAMIANO CUNEGO CAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2019
Para Damiano Cunego ser o campeão, ele precisava vencer e torcer para nenhum dos outros rivais pontuarem. Sylvain Chavanel fez um esforço hercúleo no final, mas chegou apenas em décimo lugar. Oscar Freire precisava só chegar em quarto, mas chegou em décimo terceiro. Fabio Aru foi o décimo oitavo, com Bauke Mollema em décimo nono e Oscar Pereiro Sio em vigésimo primeiro e último lugar.

A improvável e quase impossível combinação de resultados aconteceu e o italiano da Lampre comemora seu primeiro Grand Slam. Com duas vitórias (na sexta e na décima segunda etapas) e um terceiro lugar (na sétima etapa), Cunego soube somar os pontos e, na última etapa, teve coragem de arriscar tudo, sendo campeão com inteira justiça.

Por não terem pontuado nas duas últimas etapas, Sylvain Chavanel e Fabio Aru mantiveram seus pontos, mas Chavanel ficou à frente por ter duas vitórias contra uma de  Aru. Assim, Sylvain Chavanel terminou a Vuelta em segundo e Fabio Aru foi o terceiro.
O pódio da Vuelta a España 2019. Ao centro, o campeão Damiano Cunego, ladeado pelo vice campeão, Sylvain Chavanel, e pelo terceiro colocado, Fabio Aru. Com Cunego em primeiro e Aru em terceiro, a Itália confirma uma dobradinha no pódio da Vuelta.
O terceiro lugar pode ter sido amargo para quem vestiu a camisa vermelha durante boa parte da competição e alimentava o sonho de vencer um Grand Slam. Mas Fabio Aru pode sair da Vuelta de cabeça erguida, após levar o prêmio de montanha.

Fabio Aru posa no pódio após ser premiado com o título de montanha da Vuelta a España 2019

Damiano Cunego conquista seu segundo título na LMC. Além da Vuelta, ele já havia vencido a Clássica Paris Roubaix.

O presidente da LMC, Lothaire Bluteau, entre o troféu de campeão da Vuelta a España a Damiano Cunego.

NOTAS RÁPIDAS

  • Damiano Cunego e Sylvain Chavanel foram os maiores vencedores de etapa, com duas vitórias para cada um.
  • O maior número de pódios tem um grande empate, todos com três pódios: Frank Schleck (3 terceiros), Fabio Aru (1 primeiro, 1 segundo e 1 terceiro), Oscar Freire (1 primeiro e 2 terceiros) e Damiano Cunego (2 primeiros e 1 terceiro).
  • Os espanhóis saem muito felizes da Vuelta. Oscar Freire venceu a quarta etapa e Oscar Pereiro Sio, a quinta. Os dois ciclistas foram ao pódio algumas vezes e fizeram duas dobradinhas.
  • Por outro lado, a maior decepção desta Vuelta foi Alberto Contador. Ele era o ciclista que trazia mais esperanças de título aos espanhóis e, com exibições muito pobres, andou sempre do meio para o final do pelotão, saindo sem conseguir um ponto sequer nesta competição.
  • O número de abandonos foi enorme. 32 ciclistas largaram e somente 21 completaram a Vuelta. Dos 11 que abandonaram a competição, somente 2 foram desclassificados (Tom Boonen e Romain Bardet). Os outros 9 simplesmente não completaram alguma etapa.
  • Excluindo-se a primeira etapa, que é um contra relógio e não tem abandono, tivemos 11 etapas e abandonos em 7 delas. Da segunda até a oitava, em todas as etapas tivemos alguém deixando a Vuelta. Menos mal que, nas três últimas etapas, todos completaram.
  • Encerrada a Vuelta, a liderança do ranking da LMC continua com Lance Armstrong. Com 193 pontos, está à frente de Bauke Mollema (189) e Oscar Freire (174).
  • Após o último Grand Slam do ano, as emoções ainda continuam na LMC! A próxima competição é a Clássica Liege-Bastogne-Liege.
Damiano Cunego posa no pódio com o troféu da Vuelta a España 2019.

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