terça-feira, 8 de outubro de 2019

Liga FIFUBO 2019 - Décima Quarta Rodada - 08/10/2019

Terça-feira, um dia escuro e com constante ameaça de chuva. O Imperatriz Arena abriu suas portas para uma maratona com os três jogos restantes da quinta rodada do returno da Liga FIFUBO, mas o público foi de mediano para pequeno. O tempo ruim e as partidas ruins do dia anterior afastaram os torcedores...


BOCA JUNIORS 1x1 RACING

Em sétimo na tabela, o Boca vem de uma importante vitória (2x0 Independiente), ainda que jogando feio. O jogo de hoje é difícil, mas a equipe de Julio Falcioni sabe que pode muito bem aprontar para cima do adversário. O Racing é o líder do campeonato, mas vem de sua pior derrota na competição (0x3 Huracán). A ordem é esquecer o vexame da rodada passada e aproveitar-se do fato de que Vasco e Imperatriz perderam pontos nesta rodada. No primeiro turno, Racing 2x0 Boca.

O que se diz da derrota para o Huracán é que os camisas 9 e 10 do Racing não estiveram numa tarde boa; que quando eles estão bem, não tem para ninguém. No jogo de hoje, os camisas 9 e 10 começaram muito bem, atuando próximos, trocando passes e concluindo com perigo. Mas estes eram os jogadores do Boca. Riquelme e Palermo infernizaram a equipe adversária e perderam inúmeras chances. Com a defesa do Boca bem postada, o Racing não conseguia responder à altura e ficava cada vez mais acuado.

Foi por isso que o Boca abriu o marcador aos 5 minutos. Abbondanzieri cobrou tiro de meta para Riquelme no meio, o camisa 10 avançou até o campo de ataque e viu a movimentação de Palermo. Com um passe preciso, encontrou o camisa 9 dentro da área. Palermo deu um toque de categoria por cima de Saja e fez Boca 1x0.

No intervalo, Falcioni reforçou a marcação e resolveu apostar nos contra ataques. Tirou Basualdo e Schelloto para colocar Battaglia e Palacio. Sabia que o Racing viria por aquele lado, por isso o reforço na marcação. Paralelo sacou Pelletieri e Latorre para colocar Fariña e Hauche.

O grande problema do Boca é não matar o jogo quando tem a oportunidade. Foram inúmeras no primeiro tempo e a equipe desperdiçou todas. No segundo tempo, quando Riquelme fez o "toca y me voy", Cagna deu um bico para a lateral que mostrava exatamente o que seria o segundo tempo da equipe xeneize. Aos poucos, o Boca foi errando passes e irritando seu torcedor. Por outro lado, o Racing foi crescendo. Ruben Capria enfim teve liberdade para jogar e, acionando Acosta, via o camisa 9 levar perigo ao arco de Abbondanzieri várias vezes.

Foi num erro do Boca que saiu o empate. Eram 7 minutos do segundo tempo quando Ruben Capria esticou uma bola para Acosta, mas Arruabarrena se antecipou. Ao invés de isolar a bola, o camisa 3 tentou sair jogando e acabou saindo com a bola pela linha lateral. Deixar um buraco na entrada da área com Acosta e Ruben Capria por perto é pedir para tomar gol. Acosta cobrou o lateral já para a área, Ruben Capria só deixou a bola correr para ficar no seu pé esquerdo e chutou no ângulo de Abbondanzieri, fazendo Racing 1x1.

Destaque do jogo: Ruben Capria. O primeiro tempo foi do Boca e Palermo foi o destaque. O segundo, foi do Racing e o destaque foi Ruben Capria. O camisa 10 da equipe de Avellaneda leva o prêmio porque, além de ter feito uma partida impecável na segunda etapa, era o único que tentava algo na primeira. E só não conseguiu levar seu time à vitória porque os companheiros estavam num dia muito ruim.

HURACÁN 1x0 SAN LORENZO

Empolgados pela vitória sobre o Racing (3x0), os jogadores do Huracán querem mais, sabendo que é uma chance de fazer a equipe saltar da oitava posição para beirar a zona de classificação. O San Lorenzo, por outro lado, parece já ter jogado a toalha. Em último na competição, não vencem há 6 jogos. A última vitória foi há exatos dois meses atrás. No primeiro turno, San Lorenzo 1x2 Huracán.

Tá certo que o San Lorenzo não serve de parâmetro para definir se uma equipe jogou bem ou não, mas é fato que os jogadores do Huracán estão muito mais empolgados. A partida, que se desenhava uma pelada, acabou sendo um bom jogo. O time de Almagro tinha a bola e procurava propor o jogo. O Huracán ficava fechado e aguardava os contra ataques. O gol sairia num detalhe, uma balança que esperava a menor poeira para pender para um lado ou outro.

Aos 5 minutos, Erviti atrapalhava Daniel Islas enquanto Romagnoli rolava a bola para Stracqualursi. O camisa 9 invadiu a área, o goleiro saiu desesperado, acabou atropelando-o e o juiz Daniel Pomeroy marcou pênalti. Romagnoli ajeitou com carinho, cobrou alta no canto esquerdo e Islas foi para o lado direito. Mas a bola subiu um pouco mais e acabou batendo no travessão.

Dali, os jogadores do Huracán se empolgaram mais e os do San Lorenzo murcharam. E foi aí que tudo mudou. Aos 7 minutos, Raul 'Pipa' Estevez tentou o passe para Stracqualursi, mas Barrientos afastou. Ruben Masantonio tocou a Cigogna na meia esquerda e o camisa 9 foi levando a bola para o meio. Ao inverter para Mauro Milano, Cigogna continuou correndo em diagonal e recebeu de volta pelo lado direito, nas costas da zaga. Cigogna invadiu a área, fez que ia mandar o scopetazzo, mas virou o pé no último instante, mandando uma bola colocada no ângulo oposto de Migliore: Huracán 1x0.

No intervalo, Sr. Rabina sacou Danelon e Milano para colocar Erramuspe e Barrales. Nilson desfez o  4-3-3, tirando Johnathan Ferrari e Erviti para colocar Tellechea e Buffarini.

O San Lorenzo bem que tentou. Romagnoli voltou a acertar o travessão, desta vez em cobrança de falta. Mas o dia era do Huracán. Com a defesa bem armada, a equipe de Buenos Aires afastava as tentativas do adversário e ainda arrancava bons contra ataques. No final, tocou a bola com inteligência e saiu com a segunda vitória seguida.

Destaque do jogo: Daniel Cigogna. O mito foi, novamente, decisivo. Jogou com inteligência, se apresentou pro jogo, voltou para buscar a bola e iniciou a jogada que resultou no gol marcado por ele mesmo. Aos poucos, volta a ser o grande artilheiro que a torcida idolatra.

RIVER PLATE 3x0 VELEZ SARSFIELD

Com um bom início de segundo turno (2 vitórias, 1 empate e 1 derrota), o River começa a sonhar com a classificação. Em quinto na tabela, por ter marcado menos gols que o Estudiantes, quer a vitória para entrar no G4 pela primeira vez na competição. A vitória na última rodada (1x0 Imperatriz) mostra a evolução da equipe. O Velez também vem de vitória (2x1 San Lorenzo), mas muito menos empolgados. Em nono e penúltimo lugar, precisam se decidir se querem brigar por uma vaga nas semifinais ou se já estão com a cabeça na Supercopa FIFUBO. No primeiro turno, Velez 0x1 River.

A ascensão da equipe de Nuñez é latente. Desde o início, o que se viu foi aquele River Plate clássico, que faz jus à alcunha de "Barcelona do Futibou de Butaum". Os jogadores trocavam passes com inteligência e, de pé em pé, levavam o time à frente. A defesa, bem postada, não deixava o Velez se aproximar da área. A única coisa que ainda estava ruim era a finalização. Mas, para isso, tiveram uma grande ajuda...

Aos 5 minutos, uma boa troca de passes começou da defesa, com Placente, Almeyda, Barrado, Gallardo e Buonanotte. O camisa 30 recebeu na intermediária de ataque, tocou a Trezeguet e recebeu de volta próximo à entrada da área. Buonanotte resolveu arriscar e deu um chute muito fraco e torto. Mas Sosa demorou a ir na bola e, quando o fez, acabou deixando-a passar por baixo do seu corpo, engolindo um enorme frango e vendo o River abrir 1x0.

O frango abalou a equipe de Liniers. Os jogadores não conseguiram digerir muito bem a situação e, para piorar, tinham do outro lado uma máquina de futibou de butaum. Aliviados pela vantagem no marcador, os jogadores do River tiveram muito mais tranquilidade para desenvolverem seu jogo e, com isso, liquidar a fatura. Mas precisariam da mãozinha novamente...

Aos 8 minutos, a jogada clássica que consagrou o River se iniciou. Carrizzo cobrou tiro de meta para Gallardo no meio, o camisa 11 dominou trazendo para a meia direita e abriu para Ortega na ponta. O camisa 10 deu a quebra de asa, trouxe para o meio e rolou no comando de ataque para Trezeguet. O camisa 7 recebeu com Gago à sua frente, driblou para o lado direito se livrando do marcador, invadiu a área e olhou para o goleiro. Sosa fez cara de quem não tinha confiança e Trezeguet riu. Com um chute fraquinho no canto direito, viu o goleiro se atrapalhar todo, pular tarde e deixar a bola passar, novamente, debaixo de seu corpo: River 2x0, em mais um frango.

No intervalo, Francescoli tirou Berizzo (o único que não marcava bem) e Ortega para colocar Ponzio e Funes Mori. Pearl Jam tirou Gino Peruzzi e Turco Assad para colocar Cubero e Lucas Pratto.

O fato é que o Velez já não tem muita empolgação para buscar alguma coisa neste campeonato. Menos ainda perdendo por dois gols e com duas falhas de seu goleiro. Então, o segundo tempo inteiro foi do River, que se fartou de perder oportunidades. Tocando a bola, a equipe de Nuñez atacava de tudo quanto era lado, mas a conclusão era sempre para fora. E aí veio a terceira falha...

Já corriam os acréscimos quando Buonanotte fez boa jogada pela linha de fundo e cruzou para trás. Trezeguet dominou de costas e, ao invés de girar, tocou para Barrado, que vinha de fora da área. O camisa 19 invadiu a área, Sosa saiu desesperado e o atropelou atabalhoadamente. O juiz Leonardo Gaciba não pensou duas vezes e marcou o pênalti. Ferrari cobrou no alto, no canto direito, Sosa foi na bola, mas não achou: River 3x0.

Destaque do jogo: Marcelo Gallardo. O River volta a ser River quando toca a bola de pé em pé. E, para isso acontecer, é necessário que o armador dite o ritmo. Gallardo fez isso o jogo inteiro. Desde o meio de campo, o camisa 11 distribuía o jogo para as pontas e organizava a equipe. Por isso o River chegou tantas vezes ao ataque.

CLASSIFICAÇÃO

1º Racing - 30 pontos;
2º Vasco - 28 pontos;
3º Imperatriz - 24 pontos;
4º River Plate - 19 pontos;
5º Independiente - 18 pontos, 18 gols pró;
6º Huracán - 18 pontos, 16 gols pró;
7º Estudiantes - 16 pontos, 18 gols pró;
8º Boca Juniors - 16 pontos, 16 gols pró;
9º Velez Sarsfield - 13 pontos;
10º San Lorenzo - 9 pontos.

ARTILHARIA

1º Acosta (Racing) - 9 gols;
2º Maikon Leite (Imperatriz) e Daniel Cigogna (Huracán) - 8 gols;
3º Martin Palermo (Boca Juniors), Robinho (Imperatriz), Ruben Capria (Racing) e Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 7 gols.

NOTAS RÁPIDAS

  • Encerrada a décima quarta rodada, as baterias já se voltam para a décima quinta. Provavelmente, teremos que fazer nova maratona de jogos para poder cumpri-la ainda nesta semana.
  • Com quatro rodadas por jogar e doze pontos em disputa, o Racing está praticamente classificado às semifinais. Sua distância para o quinto colocado é justamente de doze pontos, com o Racing tendo 10 gols a mais que o Independiente. Mas, como tudo pode acontecer na FIFUBO, ainda não há confirmação matemática da classificação antecipada, que pode vir na próxima rodada.
  • O River mantém sua ascensão no campeonato e, após 14 rodadas, entrou na zona de classificação pela primeira vez no campeonato. Ajudou o fato de os quatro primeiros até então terem perdido pontos, mas a equipe de Nuñez tem a segunda melhor campanha do returno até aqui e os gols estão saindo.
  • Dois jogadores atingiram milestones na rodada. Ao abrir o marcador da terça-feira, Martin Palermo chegou a 110 gols com a camisa do Boca. Por outro lado, ao fechar o marcador do dia, Pablo Ferrari chegou a 40 gols com a camisa do River.

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