terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Jarra Tropon 2017 - Segunda Rodada - 19/12/2017

Por ter perdido o primeiro jogo (2x3 França), o Japão teve que voltar a campo para enfrentar o Brasil, em seu último jogo na Jarra Tropon. Os samurais precisam da vitória, de preferência marcando muitos gols, para torcer para o Brasil derrotar os franceses amanhã, com os dois marcando menos gols que os asiáticos. Bebeto teve longa conversa com o goleiro Wakabayashi, sobre posicionamento e falhas, mantendo a equipe que foi derrotada pela França na rodada anterior.

O Brasil, estreando na competição, tinha uma novidade. Romário iria de titular pela primeira vez, com Ronaldinho armando o jogo e Juninho indo para o banco. Os brasileiros, mais experientes que os japoneses, querem manter a boa carreira após derrotarem a França em amistoso (4x0). Com estes ingredientes, o Itaquá Dome ficou cheio e os torcedores foram brindados com mais um espetáculo de primeira grandeza.

JAPÃO 2x3 BRASIL

O jogo era bem interessante, porque seria o primeiro duelo entre os dois camisas 9 que estão sacudindo o futibou de butaum mundial. Kojiro Hyuga, o artilheiro japonês, ia ficar frente a frente com Ronaldo, o Fenômeno, pela primeira vez. Os fãs estavam ansiosos por este duelo.

Mais ansiosos estavam os jogadores japoneses. Jovens e inexperientes, viam do outro lado a referência no futebol mundial. Os samurais ficaram nervosos e demoraram a se acalmar. Com dois minutos de jogo, Taro Misaki foi acionado na direita e avançou, mas viu Roberto Carlos à sua frente. O lateral brasileiro o desarmou com facilidade, driblou-o para avançar e tocou a Denilson na frente. O camisa 17 recebeu, marcado por Jun Misugi e, ao seu estilo, deu um corte para a esquerda e chutou da entrada da área quase no ângulo de Wakabayashi, que nada pôde fazer: Brasil 1x0.

Abrir o marcador contra uma seleção inexperiente com apenas dois minutos de jogo é sinônimo de goleada. O Japão acusou o golpe de tal forma, que só conseguiu chutar a gol pela primeira vez aos 5 minutos. Hyuga arrumou um espaço e, mesmo sem ângulo, arriscou. A bola raspou a trave esquerda de Carlos Germano e saiu. Não era o momento do camisa 9, mas é nessas horas que o craque tem que aparecer. Oliver Tsubasa, criticado por ter jogado mal contra a França, chamou a responsabilidade para si. Vendo Hyuga bem marcado, o camisa 10 foi ao ataque, buscou tabelas e se apresentou para a conclusão.

Aos 8 minutos, Shingo Aoi afastou bola lançada para Ronaldo e Ishizaki pegou, avançando pela direita. Ele passou a bola para Misugi, mas Tsubasa gritou para que ele apoiasse o ataque. Então, Misugi devolveu ao camisa 2, que se lançou em velocidade. Quando Roberto Carlos saiu da lateral para marcá-lo, Ishizaki tocou a Tsubasa, que girou bonito em cima de Edmilson e, dentro da área, soltou o seu famoso chute chamado Sky Wing Shoot. A bola fez uma curva ascendente e venceu Carlos Germano: Japão 1x1.

O gol mostrou que as críticas eram exageradas. Tsubasa cresceu e passou a se movimentar pelo campo todo, buscando tabelas e incentivando seus companheiros. Mas a inexperiência ainda fala alto para os nipônicos. Já nos acréscimos, Tsubasa pegou a bola no meio e abriu na esquerda para Sawada, para que o camisa 7 acionasse Hyuga na esquerda. Talvez por ainda sentir a falha que originou o gol que deu a vitória aos franceses, Sawada estava discreto no jogo e, indeciso, demorou a girar para buscar Hyuga. Kleberson percebeu, saiu da marcação ao camisa 9 e roubou a bola de Sawada, tocando a Ronaldinho no meio. O camisa 7 brasileiro abriu na esquerda para Rivaldo, que pôde avançar sem ser incomodado e, da entrada da área, deu um chute colocado com a sua marca, vencendo Wakabayashi e fazendo Brasil 2x1.

No intervalo, Bebeto sabia que só teria alguma chance de título se virasse o jogo. Resolveu, então, arriscar tudo. Tirou Soda e Sawada e colocou Matsuyama e Shun Nitta. Iria para um 4-3-3 que era quase um 4-4-2. Ishizaki e  Matsuyama recuariam para ajudar os zagueiros, Misugi jogaria como volante ao lado de Shingo Aoi, Misaki e Nitta iriam jogar em velocidade pelas pontas, Hyuga seria o centroavante e Tsubasa viria de trás. Já Madeirite mudou apenas as peças que não funcionavam. Tirou Edmilson (que teve problemas com Tsubasa e Misaki) e Ronaldinho (discreto) e colocou Roque Jr e Juninho.

O fato é que a ousada mudança de Bebeto pegou Madeirite de surpresa e o treinador da seleção brasileira só percebeu isso quando a bola rolou. O Japão tinha, agora, 4 homens na frente e o Brasil tinha só um volante para segurar tudo lá atrás. Mas esse único volante foi um gigante. Com apenas um minuto, Nitta e Hyuga tabelaram bem e o camisa 9 recebeu de frente pro gol. Kleberson se atirou com tudo na bola e conseguiu bloquear o chute, que foi por cima do gol com Carlos Germano já batido.

Aos gritos, Madeirite pedia a Cafu e Roberto Carlos para ficarem lá atrás e marcarem os pontas, mas Tsubasa ainda corria livre e chutava, para Carlos Germano fazer um milagre atrás do outro. Juninho, que deveria armar o jogo, foi recuado para volante justamente para impedir que o camisa 10 japonês tivesse liberdade.

Mas a velha máxima do "quem não faz, leva" tinha que dar as caras no Itaquá Dome. O Brasil se defendeu como pôde até os 10 minutos, quando Misugi tentou lançar para Nitta na ponta esquerda. Lucio se antecipou e interceptou o passe, tocando a Kleberson. O camisa 15 avançou com a bola dominada e, da intermediária, resolveu jogar para a área. Wakabayashi saiu para cortar o lance, mas Romário estava no meio do caminho e foi atropelado pelo goleiro. O camisa 11 virou-se para Rivaldo e pediu para bater o pênalti. Rivaldo, relutante, deixou e Romário chutou no canto esquerdo de Wakabayashi, que foi para o outro lado: Brasil 3x1.

O resultado era injusto para a partida maravilhosa que o Japão fez. O time asiático não merecia perder desse jeito e, assim, se lançou ao ataque para tentar um gol de honra. Kleberson acabou derrubando Misugi na intermediária. O camisa 8 se preparava para rolar para Tsubasa quando Hyuga percebeu que o árbitro Pedro Carlos Bregalda se preparava para encerrar o jogo. Hyuga, então, pediu para bater direto. A falta era de longe, mas a barreira brasileira foi armada assim mesmo. O camisa 9 japonês mandou o seu famoso Tiger Shoot (aquele que fura as ondas) e acertou um míssil no ângulo direito de Carlos Germano. O gol não valeu o empate, mas ao menos foi uma despedida honrosa: Japão 2x3.

Os japoneses se despedem da Jarra Tropon em terceiro e último lugar, sem marcar ponto algum, mas com o sentimento de que podem jogar de igual para igual com as outras seleções. Wakabayashi foi bem no jogo, assim como Hiroshi e Ishizaki deram segurança à defesa. Tsubasa foi o líder que se espera, chamando a responsabilidade e marcando um dos gols. O outro foi de Hyuga, que foi bem marcado, mas conseguiu sair de campo com um gol anotado. Mas o grande nome da seleção asiática foi Shingo Aoi. Discreto, o camisa 5 anulou Ronaldo, impedindo o camisa 9 de respirar ao dominar uma bola.

Do lado brasileiro, Carlos Germano fez defesas espetaculares, Lucio foi um gigante na zaga, Rivaldo se destacou e afastou as críticas, atuando na intermediária de ataque e deixando a sua marca. Romário, afastado da área, não produziu muito, mas foi lá pra dentro ao ver Ronaldo bem marcado e sofreu o penal que ele próprio converteu. Se Ronaldo não esteve bem, anulado por Aoi, Denilson apareceu muito bem, atuando como um verdadeiro ponta esquerda e infernizando a defesa japonesa. Mas o grande nome do Brasil foi mesmo Kleberson. O camisa 15 marcou Hyuga em cima e impediu que o camisa 9 concluísse a gol, se atirando na bola como dava.

E assim, só resta um jogo nesta Jarra Tropon, com uma situação muito curiosa. Empatados em pontos, gols pró e gols contra, França e Brasil estão com uma mão na taça, cada. Se a partida entre eles terminar empatada, os dois dividirão o título. O título só fica com um deles se derrotar o outro. Então, o jogo desta quarta-feira não vai ser para ver quem fica com o título, mas sim quem impede o outro de ser campeão.

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