segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Jarra Tropon 2017 - Primeira Rodada - 18/12/2017

O primeiro torneio entre seleções na História da FIFUBO tem seu pontapé inicial nesta segunda-feira. O forte calor não impediu os torcedores de comparecerem em bom número ao Itaquá Dome, afinal, é a primeira vez em que seleções disputam um campeonato. Antes de irmos para o jogo, um pouco de história sobre a Jarra Tropon e o regulamento do torneio:

Nos anos 80, a edição 919 da Revista Placar fez uma matéria sobre a sala de troféus do Flamengo. Com o título "Flamengo - Muita raça, muita taça", a revista descrevia sobre algumas das glórias do time carioca e, logo abaixo do título, trazia a foto de quatro troféus: o mundial de clubes de 1981, a Libertadores do mesmo ano, o troféu Ramon de Carranza e a Jarra Tropon. Sem ler a matéria, o leitor pensa que este último é um troféu internacional conquistado pelo futebol e comigo não foi diferente. Durante anos (sem internet) quis saber mais sobre este campeonato. Foi só muito tempo depois, lendo a matéria, que descobri a origem do troféu. A Jarra Tropon foi a primeira conquista do clube, em 1896, mas não no futebol. A vitória veio no remo! Mas a magia estava lançada e não tinha como voltar atrás. Sempre, em minhas brincadeiras, havia um torneio internacional nos moldes do Tereza Herrera, Ramon de Carranza e afins, chamado Jarra Tropon, disputado no Japão.

Agora, com a FIFUBO se lançando para as competições entre seleções, a Jarra Tropon entra para o calendário, na condição de "torneio extraoficiais". Segundo a Regra 13 do Regulamento Geral de Competições da FIFUBO, um torneio extraoficial é aquele disputado entre seleções, que não faz parte do calendário oficial (deve ser disputado fora do dia normal de jogo), sem formato pré-definido pela FIFUBO (o formato é definido pelos participantes), mas seguindo as regras da Federação (sorteio de árbitros, substituições, suspensão, etc) e contando as estatísticas de gols e conquistas.

A Jarra Tropon de 2017 é um triangular de seleções. Todos jogam contra todos e aquele que conseguir mais pontos é o campeão. Se houver empate em pontos, vence quem fizer mais gols. Persistindo o empate, vence quem sofrer menos gols. Se ainda assim o empate persistir, o título é dividido. Por ser o mandante do torneio, o Japão joga os dois jogos como mandante e um sorteio define quem será o mandante no outro jogo. Pela tabela, Japão e França fazem o primeiro jogo, França e Brasil fazem o segundo e Japão e Brasil fazem o terceiro. Mas se a França derrotar o Japão, a equipe asiática enfrentará o Brasil no dia seguinte, para não haver o risco da França ser campeã na segunda rodada e o último jogo ser apenas para cumprir tabela. História e regulamento apresentados, vamos ao jogo desta segunda!

JAPÃO 2x3 FRANÇA

Empolgados pela vitória no seu amistoso de estreia (3x2 CROL), os samurais vêm a campo dispostos a uma boa estreia. Mais empolgados ainda ficaram após a França perder seu amistoso de estreia (0x4 Brasil), o que mostra que eles não são assim tão superiores. Mas os jovens jogadores japoneses estavam nervosos, pelo primeiro teste de verdade que teriam pela frente. Já os bleus têm um misto de preocupação e tranquilidade. Apesar de saberem que o primeiro teste foi difícil e o desentrosamento falou mais alto, a goleada sofrida para o Brasil foi demais. Para esta partida, François Zidane manteve o esquema com dois volantes. Vieira marcaria Hyuga individualmente, enquanto Misaki seria acompanhado por Deschamps. A surpresa no esquema era Zidane, recuado para marcar Tsubasa, enquanto Pires seria o responsável pela armação.

O jogo foi muito bom, desde o início. As duas seleções mostraram um alto nível, trocaram passes, mas pecavam na finalização. Zidane surpreendeu a todos, deixando Pires na marcação e se adiantando para armar o jogo e até finalizar. O camisa 10 francês chegou a acertar o travessão de Wakabayashi em uma cobrança de falta. O Japão avançava em velocidade, mas Vieira realmente impedia a bola de chegar a Hyuga e, com Tsubasa mal, o time nipônico teve dificuldades na conclusão.

Foi só aos 6 minutos, quando a França dominava o jogo, que o placar foi inaugurado. Após a zaga japonesa afastar, Lizarazu pegou a bola e avançou, mas adiantou demais e Shingo Aoi estourou em cima do camisa 3. A bola subiu e foi parar no campo francês. Hyuga foi mais rápido que Vieira e conseguiu dominá-la, driblando o camisa 4 para dentro e chutando da entrada da área, sem chances para Barthez, fazendo Japão 1x0.

O gol mudou o panorama do jogo. Os japoneses começaram a dominar e deixaram os franceses perdidos com o bom toque de bola. E foi aí que a França conseguiu o empate. Já nos acréscimos, Tsubasa rolou para Hyuga, que foi desarmado por Desailly. O camisa 8 tocou a Vieira, que tocou a Pires no meio. O camisa 11 avançou sem marcação, de frente pro gol e, da entrada da área, viu Wakabayashi fechando o lado direito. De chapa, Pires chutou no outro lado e deslocou o goleiro adversário para fazer França 1x1.

No último lance do primeiro tempo, Pires abriu na direita para Zidane e o camisa 10 concluiu com um chute forte. Mas Wakabayashi se esticou todo e fez uma defesa espetacular. Neste momento, Tsubasa parou, atônito, e pensou: "... Benji Wakabayashi...". O ótimo primeiro tempo se encerrava em 1x1.

No intervalo, Bebeto resolveu sacar Soda (que levava um baile pelo seu lado) e Taro Misaki (que não esteve bem), colocando Matsuyama e Shun Nitta. Com isso, ficava com dois laterais mais defensivos e liberava os volantes Sawada e Misugi para ajudarem na armação. Já François Zidane não quis desfazer o meio com dois volantes e, sem opção, sacou o autor do gol. Além de Pires, Trezeguet foi sacado, para as entradas de  Djorkaeff e Guivarch. O jogo começava a ser ganho ali...

O segundo tempo manteve o altíssimo padrão do primeiro. Com apenas um minuto, Tsubasa foi derrubado por Blanc na entrada da área e cobrou a falta por cima do gol de Barthez. A França também melhorou bastante com a entrada de Guivarch, tendo um atacante mais incisivo na área, permitindo que Henry ajudasse na armação.

A virada veio aos 4 minutos. Misugi cobrou escanteio e Barthez saiu do gol, repondo para Vieira, que procurou Zidane no meio. O camisa 10 tabelou com Thuram, recebeu de volta na intermediária de ataque e deu um passe sensacional, no meio da defesa, encontrando Guivarch livre. O camisa 9 invadiu a área e acertou o ângulo de Wakabayashi, que nada pôde fazer no lance: França 2x1.

Com o placar adverso, os japoneses ficaram nervosos, fruto da inexperiência internacional. Mas é nessas horas que os craques aparecem. Aos 8 minutos, Vieira se lançou ao ataque e tocou a Djorkaeff na esquerda. Tsubasa se esticou e conseguiu roubar a bola do camisa 6, tocando a Sawada na esquerda. Como Vieira tinha se lançado ao ataque, a marcação a Hyuga se afrouxou. A bola estava com Sawada, conhecido parceiro do camisa 9 na Escola Meiwa, que logo procurou o Tigre para o passe. A bola chegou a Hyuga com liberdade e o camisa 9 invadiu a área, dando um chute de extrema destreza, para vencer Barthez novamente. O camisa 16 se lamentava enquanto Hyuga colocava a mão esquerda nas costas e levantava o braço direito pela segunda vez no jogo: Japão 2x2.

O empate parecia ser o resultado mais justo, mas os dois times queriam a vitória. Nos acréscimos, Tsubasa roubou de Zidane e tocou a Sawada na esquerda. O camisa 7 partiu pela ponta e tabelou com Hyuga. Mas, ao levar a bola à frente e ver o camisa 9 atrás, Sawada hesitou, pensando se Hyuga iria passar por trás ou se iria para o lado esquerdo. Esta fração de segundo foi o suficiente para Desailly roubar-lhe a bola e tocar a Vieira, que deixou a Deschamps mais à frente. O capitão francês avançou pelo meio, tabelou com Zidane e recebeu de volta na meia lua, para chutar alto e sem chances para Wakabayashi, dando números finais ao confronto: França 3x2.

Do lado japonês, duas coisas ficaram latentes: a primeira é a inexperiência internacional, que prejudica muito a seleção. Jogadores como Tsubasa e Wakabayashi, que seriam referência aos demais, parecem sofrer do nervosismo de estreante. A segunda é o nascimento de um fenômeno. Contra o CROL, Hyuga já havia feito dois gols. Agora, contra a França, o camisa 9 voltou a marcar duas vezes e, curiosamente, nas duas oportunidades que teve. Kojiro Hyuga parece ser aquele tipo de jogador que nasceu para jogar futebol, cujo talento está no sangue. Se tiver meia oportunidade, irá colocar a bola na rede. É um jogador a ser observado.

Do lado francês, ficou claro que a goleada sofrida para o Brasil foi fruto da falta de ritmo. Contra os japoneses, os jogadores europeus mostraram entrosamento maior. Eles pareciam saber melhor o lugar a ocupar em campo. Trezeguet esteve mal novamente, mas Guivarch entrou muito bem e pode ser titular contra o Brasil. O esquema com dois volantes também funcionou e pode ser uma constante daqui em diante. Zidane e Thuram foram os melhores em campo.

Assim, o terceiro jogo será disputado antes do segundo. Provavelmente nesta terça, Japão e Brasil se enfrentam. Na quarta (provavelmente), França e Brasil decidirão quem fica com a Jarra Tropon 2017!

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