domingo, 23 de novembro de 2014

Torneio Clausura 2014 - Final - 23/11/2014

O domingo foi chuvoso, mas o público não quis ficar longe do Itaquá Dome, onde seria disputada a grande final do Torneio Clausura 2014. O campeonato, que começou em 19 de julho, encontrou seu ponto final aqui, com os dois primeiros colocados se enfrentando em jogo único, onde o vencedor ficaria com a taça. Em caso de empate, o campeão seria escolhido nos pênaltis. As duas equipes haviam se enfrentado duas vezes na temporada regular, com vitórias do River por 5x3 e 4x2.

Ao terminar a temporada em primeiro lugar, invicto, o River vinha como grande favorito. A equipe de Nuñez assumiu a liderança na quarta rodada e não largou mais, se classificando com algumas rodadas de antecedência. Terminou a fase de classificação em primeiro, com 38 pontos (12 vitórias e 2 empates), 53 gols marcados e 27 gols sofridos, tendo o melhor ataque e a melhor defesa da competição. Nas semifinais, atropelou o Independiente, vencendo os dois jogos (4x1 e 4x2), chegando à final com incríveis 14 vitórias e 2 empates em 16 jogos. De quebra, ainda tinha o vice-artilheiro da competição (Trezeguet, com 16 gols). Depois de jogar muito mal o Apertura, Francescoli mudou a equipe física, tática, técnica e mentalmente. Arrumou a casa e conseguiu uma incrível campanha até a final.
  
Jogadores do River formados antes da partida com 1. Carrizzo; 2. Ferrari, 3. Placente, 4. Paz, 6. Berizzo; 5. Almeyda (c), 19. Barrado, 11. Gallardo; 10. Ortega, 7. Trezeguet e 30. Buonanotte. O treinador é Francescoli e seu auxiliar é Blue Steel. No banco de reservas, 8. Coudet e 9. Funes Mori.
Ao terminar em segundo lugar na competição, com 28 pontos (8 vitórias, 4 empates e 2 derrotas), 45 gols marcados e 35 sofridos, o Racing vinha em posição inferior ao rival. Para piorar, Fariña havia sido expulso no jogo contra o Boca e cumpria suspensão aqui, deixando a equipe com apenas um atleta no banco. Nas semifinais, após massacrar o Boca no jogo de ida (5x0), administrou e perdeu no jogo de volta (2x3). Como trunfos, além do artilheiro do campeonato (Ruben Capria, com 20 gols), a equipe de Avellaneda vinha credenciada por ter vencido os dois Torneios Inícios do ano, sendo que o do Clausura foi com vitória sobre o River na final (2x0). O treinador Paralelo, que assumiu a equipe após o Apertura, mudou a cara da equipe e fez o Racing jogar como grande uma liga, campeonato que a equipe jamais havia conseguido sequer entrar no G4. Credenciado pelo título do Apertura, Paralelo ainda mostrou a seus jogadores que eles são capazes de jogar na adversidade, após vencerem a Copa Olé 2013 (com vitória de 5x0 sobre o Independiente na final), a Supercopa FIFUBO 2013 (com vitória nos pênaltis após empate em 4x4 com o River) e os Torneios Inícios do Apertura e do Clausura em 2014.

O Racing, formado antes da partida. A equipe veio a campo com 1. Saja; 2. Diego Capria, 4. Gamboa, 6. Pocchetino, 3. Enrique; 5. Quiroz, 7. Pelletieri, 8. Martin Simeone, 10. Ruben Capria (c); 9. Acosta, 11. Latorre. O treinador é Paralelo, auxiliado por Buchanan's Special Reserve 3, tendo apenas 13. Hauche no banco.

RIVER PLATE 5x2 RACING

Jogadores em campo, antes da bola rolar. A saída pertenceu ao Racing.

A bola rolou e o famoso nervosismo de se jogar uma final logo foi visto. As equipes arriscavam pouco, marcavam muito e tentavam encontrar espaços no campo. Nisso, a variação tática do River foi mais eficiente. Com os atacantes marcados, coube aos laterais Ferrari e Berizzo aparecerem na frente para tentar as jogadas. Outro nó tático bem aplicado por Francescoli foi Gallardo marcando Ruben Capria e Buonanotte marcando Acosta, anulando assim as jogadas do Racing. Coube a Barrado atuar na armação e o River começou a se soltar assim.

O Racing tinha muitas dificuldades, pois sempre que um jogador pegava a bola e levantava a cabeça, já tinha um do River em cima para roubar-lhe a bola e foi assim que surgiu o primeiro gol, aos 3 minutos. Pelletieri cobrou lateral para Ruben Capria próximo ao bico esquerdo da área do River. Quando o camisa 10 virou de costas para devolver a Pelletieri, Paz já havia se colocado entre eles e ficou com a bola, tocando a Almeyda para reiniciar o ataque. O camisa 5 tocou a Barrado, que buscou Ortega no campo de ataque. Pegando a defesa do Racing de calças curtas, o camisa 10 avançou, invadiu a área e tocou na saída de Saja, fazendo River 1x0.

O gol não mudou muito o panorama. O Racing tentou sair para empatar e ficou preso à forte e eficiente marcação do River. Aos 6 minutos, Ruben Capria recebeu uma bola esticada dentro da área, mas quando levantou a cabeça, Carrizzo já estava em cima. O goleiro conseguiu afastar para o meio, onde Almeyda abriu na direita para Ferrari. O camisa 2 lançou a Barrado na entrada da área, que viu Saja adiantado e mandou por cobertura: River 2x0.

O gol desesperou o Racing, que errou na saída de bola. Martin Simeone tentou fazer fila, mas Ferrari lhe roubou a bola e foi empurrado. O próprio Ferrari cobrou no meio para Barrado, que abriu a Ortega na direita. O camisa 10 tocou no meio para Trezeguet, que avançou em velocidade, driblou Quiroz e chutou na saída de Saja, fazendo River 3x0, aos 8 minutos.

A essa altura, o Racing estava perplexo e é assim que o River gosta de jogar. Aos 9, a equipe de Avellaneda errou a saída de bola novamente. Martin Simeone adiantou demais e Placente lhe roubou a bola, tocando a Almeyda. O camisa 5 tocou para Ferrari na direita e o camisa 2 procurou Barrado no meio. Com bom passe para a direita, Barrado tocou a Ortega, que deu lindo drible em Pocchetino e chutou cruzado, vencendo Saja e fazendo River 4x0.

No intervalo, com uma das mãos e metade dos dedos da outra na taça, Francescoli resolveu segurar o resultado. Tirou Gallardo e Buonanotte e colocou Coudet e Funes Mori. A intenção era redobrar a marcação em Ruben Capria e tocar a bola para o tempo passar. Perplexo e abatido, Paralelo tentou reorganizar o time. Tirou Acosta e colocou Hauche, mas o sentimento era de que 10 minutos era muito pouco tempo para marcar 4 gols contra o único invicto do campeonato.

O River diminuiu o ritmo e passou a tocar a bola e o Racing se aproveitou para ganhar terreno. Mas a marcação apertada lhes mostrava que não seria fácil encontrar o caminho das redes. Teria que ser um esforço coletivo para tal intento e isso ocorreu aos 3 minutos, quando Saja cobrou tiro de meta para Ruben Capria no meio. O camisa 10 recuou a Martin Simeone e correu para a direita. Hauche recebeu o lançamento de Simeone e deixou atrás para Ruben Capria. O camisa 10 chutou de pé esquerdo, a bola pegou uma curva e enganou Carrizzo: Racing 1x4.

A equipe de Avellaneda tentou se empolgar, mas o River apertou e mostrou que não ia deixar que isso acontecesse. E ainda forçava o erro do Racing, como o de Martin Simeone, que se afobou para tentar pegar a bola e fez falta dupla na entrada da própria área. Simeone recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso na sequência. Se pudesse piorar, piorava. Mas podia piorar! Almeyda cobrou falta no lado oposto ao da barreira e, quando Saja percebeu, o capitão do River já comemorava: River 5x1, aos 6 minutos.

A empolgação do River deu lugar a gritos de "olé" e "é campeão" e os jogadores se empolgaram com isso. Ortega tentou fazer um lançamento de efeito aos 8 minutos, pegou mal e a bola foi para trás, encontrando Hauche livre. O camisa 13 recebeu na entrada da área e chutou na saída de Carrizzo, fazendo Racing 2x5, mas era tarde.

RIVER PLATE CAMPEÃO DO TORNEIO CLAUSURA 2014

A goleada imposta ao oponente na final deu ao River o bicampeonato do Torneio Clausura (2013/14), desta vez de forma invicta, vindo a coroar o belo campeonato praticado pela equipe de Francescoli.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

Campeão - River Plate - 16 jogos, 14 vitórias, 2 empates, 0 derrota, 66 gols marcados, 32 gols sofridos
Vice-campeão - Racing - 9 vitórias, 4 empates, 4 derrotas, 54 gols marcados, 43 gols sofridos
3° Lugar - Boca Juniors - 7 vitórias, 3 empates, 6 derrotas, 42 gols marcados, 38 gols sofridos
4° Lugar - Independiente - 5 vitórias, 5 empates, 6 derrotas, 50 gols marcados, 51 gols sofridos
5° Lugar - Velez Sarsfield - 5 vitórias, 4 empates, 5 derrotas, 46 gols marcados, 41 gols sofridos
6° Lugar - Huracán - 4 vitórias, 3 empates, 7 derrotas, 27 gols marcados, 39 gols sofridos
7° Lugar - Estudiantes - 2 vitórias, 2 empates, 10 derrotas, 30 gols marcados, 46 gols sofridos
8° Lugar - San Lorenzo - 2 vitórias, 1 empate, 11 derrotas, 27 gols marcados, 52 gols sofridos

ARTILHARIA

1° Ruben Capria (Racing) - 21 gols
2° David Trezeguet (River Plate) - 17 gols
3° Martin Palermo (Boca Juniors) e Leandro Gracián (Independiente) - 15 gols
5° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 14 gols
6° Nestor Silvera (Independiente) e Martin Simeone (Racing) - 12 gols
8° Juan Roman Riquelme (Boca Juniors), Daniel Cigogna (Huracán) e Dario Hussain (Velez) - 10 gols
11° Funes Mori (River Plate) e Federico Insua (Velez) - 9 gols
13° Facundo Parra (Independiente), Pablo Ferrari (River Plate), Claudio Hussain (Velez) e Lucas Pratto (Velez) - 8 gols
18° Juan Sebastian Verón (Estudiantes), Hernan Fredes (Independiente), Ariel Ortega (River Plate) e Marcelo Gallardo (River Plate) - 7 gols
21° Diego Latorre (Racing) e Diego Buonanotte (River Plate) - 6 gols
23° Enzo Perez (Estudiantes), Gastón Fernandez (Estudiantes) e Acosta (Racing) - 5 gols
26° José Basualdo (Boca Juniors), Leandro Benítez (Estudiantes), Centurión (Huracán) e Fernando Gago (Velez) - 4 gols
30° Martin Arruabarrena (Boca Juniors), Mauro Boselli (Estudiantes), Mauro Milano (Huracán), Nicolás Minici (Huracán), Walter Busse (Independiente), Diego Capria (Racing), Diego Armando Barrado (River Plate), Eduardo Coudet (River Plate), Matias Almeyda (River Plate), Denis Stracqualursi (San Lorenzo), Ignácio Piatti (San Lorenzo), Emiliano Papa (Velez) e Turco Assad (Velez) - 3 gols
43° Lucas Viatri (Boca Juniors), Rodrigo Palacio (Boca Juniors), Leandro Desábato (Estudiantes), Lucas Villarruel (Huracán), Ruben Masantonio (Huracán), Dario Gandin (Independiente), Walter Acevedo (Independiente), Enrique (Racing), Hauche (Racing), Fariña (Racing), Eduardo Berizzo (River Plate), Luciatti (San Lorenzo) e Bordagaray (San Lorenzo) - 2 gols
56° Diego Cagna (Boca Juniors), Escudero (Boca Juniors), Guillermo Barros Schelloto (Boca Juniors), Ibarra (Boca Juniors), Serna (Boca Juniors), Abbondanzieri (Boca Juniors), Hernán Rodrigo Lopez (Estudiantes), Angeleri (Estudiantes), Mathias Sanchez (Estudiantes), Danelón (Huracán), Barrales (Huracán), Erramuspe (Huracán), Luciano Vella (Independiente), Pelletieri (Racing), Buffarini (San Lorenzo), Raul 'Pipa' Estevez (San Lorenzo), Juan Sabia (Velez) e Lucas Romero (Velez) - 1 gols
76° Schiavi (Boca Juniors), Battaglia (Boca Juniors), Federico Fernandez (Estudiantes), Andujar (Estudiantes), Marco Rojo (Estudiantes), Rodrigo Braña (Estudiantes), Alexis Ferrero (Huracán), Islas (Huracán), Barrientos (Huracán), Walter Ferrero (Huracán), Matheu (Independiente), Montenegro (Independiente), Tuzzio (Independiente), Navarro (Independiente), Mareque (Independiente), Quiroz (Racing), Gamboa (Racing), Pocchetino (Racing), Saja (Racing), Placente (River Plate), Paz (River Plate), Carrizzo (River Plate), Ameli (San Lorenzo), Tula (San Lorenzo), Tellechea (San Lorenzo), Erviti (San Lorenzo), Jonathan Ferrari (San Lorenzo), Migliore (San Lorenzo), Reynoso (San Lorenzo), Cubero (Velez), Peruzzi (Velez), Domingues (Velez), Sosa (Velez).

NOTAS RÁPIDAS

  • Com o título, o River Plate é o último time a garantir vaga na Supercopa FIFUBO, que acontecerá no próximo fim de semana. A equipe de Nuñez se junta a Vasco (campeão da Copa 3 Corações), Boca Juniors (campeão do Apertura) e Velez Sarsfield (campeão da Copa Olé). Um sorteio durante a semana definirá os confrontos nas semifinais.
  • No meio da semana ocorrerá o All Star Game do Torneio Clausura 2014. O River Plate enfrentará a seleção do campeonato, com reservas no lugar dos indicados do River Plate. Ao contrário do Apertura, a seleção do campeonato não terá reservas, apenas os 11 titulares.
  • Uma nova equipe se juntará à FIFUBO e jogará os campeonatos em 2015. Em breve, mais informações.
  • O milestone da rodada vai para David Trezeguet. Além de sair com o título do Clausura, o francês chegou a 50 gols com a camisa do River, ao marcar na final.
PREMIAÇÃO DO CAMPEONATO

Troféu Van Basten - Ruben Capria (Racing) leva o troféu de artilheiro, ao marcar 21 gols no campeonato.
Ruben Capria recebe de Mike Modano, maior artilheiro em atividade na FIFUBO (99 gols), o troféu Van Basten de artilheiro do campeonato, sendo seguido por David Trezeguet (River), Martin Palermo (Boca) e Leandro Romagnoli (San Lorenzo). Gracián não pôde comparecer ao evento.
Troféu Brasil - Martin Palermo (Boca Juniors) foi eleito o MVP do campeonato, indicado como melhor em campo em 6 ocasiões.

Martin Palermo recebe do capitão do Imperatriz, Etcheverry, o troféu Brasil, de melhor jogador do campeonato.

Campeão - O River Plate se sagrou campeão do Torneio Clausura 2014, de forma invicta.

Mathias Almeyda, capitão do River Plate, recebe o troféu de campeão do Torneio Clausura 2014 das mãos de Batistuta (presidente da FIFUBO) e Ruben Paz (vice presidente da FIFUBO).
O River Plate também levou a premiação por ter o ataque mais positivo, a defesa menos vazada e por terminar em primeiro a temporada regular

Jogadores e comissão técnica do River Plate com o troféu do Torneio Clausura 2014
Vice-campeão - O Racing não levou troféu, mas seus jogadores recebem a medalha de prata pelo segundo lugar no campeonato.

Jogadores e comissão técnica do Racing, vice-campeão do Torneio Clausura 2014
E assim se encerra o Torneio Clausura 2014. A FIFUBO agradece a todos que leram as histórias neste blog e parabeniza o River Plate pelo bicampeonato do certame!

Jogadores do River Plate dão a volta olímpica após a conquista do Torneio Clausura 2014.

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