sábado, 29 de novembro de 2014

Supercopa FIFUBO - Semifinais - 29/11/2014

A frente fria começa a se afastar. Algumas nuvens ainda cobrem o Itaquá Dome e a temperatura está perfeita para o começo da Supercopa FIFUBO. O público compareceu em bom número ao estádio e foi brindado com duas partidas com muita emoção.

BOCA JUNIORS 4x3 VASCO DA GAMA

Campeão do Torneio Apertura, o Boca se credenciou em uma campanha onde ficou latente que sua torcida é a mais  impaciente de toda a FIFUBO. A torcida não apoiou o time e pressionou a diretoria a demitir o treinador, até o anúncio de que Madeirite iria comandar a equipe no segundo semestre ser feito com o campeonato ainda em andamento. Resultado: Paralelo levou o time à conquista do Apertura e Madeirite assumiu assim mesmo, demorando a dar uma cara à equipe e fazendo com que o Boca ficasse um bom tempo sem vencer. A campanha no Clausura foi pra lá de irregular e as duas derrotas no Superclássico foram a cereja do bolo para que a torcida voltasse a protestar. Mesmo assim, a diretoria garante Madeirite, pelo menos, até o final de 2015.

Campeão da Copa 3 Corações, o Vasco é um time temido. Até o ano passado, quando se formou a "argentinização" da Liga, a equipe dividia com o Imperatriz todos os títulos, conquistando um total de oito troféus até então. Mas a equipe só fez 2 jogos esse ano, justamente os dois da Copa 3 Corações em janeiro e, por isso, o ritmo de jogo poderia ser prejudicado.

Quando a bola rolou, ficou claro por quê o Vasco é tão temido. A equipe marcou em cima e saiu em contra ataques ordenados, com um toque de bola bonito e eficiente. Demorou apenas um minuto para encontrar as redes. Palácio foi ao ataque e adiantou demais a bola, sendo desarmado por Mauro Galvão. O capitão tocou para Bruno Lazaroni, que tocou a Petkovic mais à frente. O camisa 20 tabelou com Marcelinho, que lhe devolveu no meio da zaga, já dentro da área. Com um toque de extrema categoria, Petkovic mandou por cobertura na saída de Abbondanzieri e fez Vasco 1x0.

O gol assustou o Boca, pela rapidez com que o Vasco desarma a jogada do adversário e encontra as redes. Assim sendo, aos 2 minutos, o Boca errou novamente na saída. Cagna tentou driblar Leo Lima e perdeu a bola para o camisa 7, que passou a Marcelinho. Marcado por 3, o camisa 8 conseguiu um excelente passe para Petkovic, que pegou a defesa do Boca aberta. O camisa 20 invadiu a área e, desta vez, chutou rasteiro na saída de Abbondanzieri, fazendo Vasco 2x0.

O domínio do time carioca era impressionante, mas um erro pôs tudo a perder. Aos 4 minutos, em linda jogada coletiva, Donizete se atrapalhou na hora de concluir e fez falta tripla, sendo expulso. O esquema de Antonio Lopes foi desfeito e o Boca conseguiu se organizar. Adiantando a marcação, a equipe de La Boca conseguiu evitar a avalanche vascaína e começou a se soltar com seus laterais. Aos 9 minutos, o Boca descontou ao fazer uma blitz na área do Vasco, chutando inúmeras bolas para defesas de Carlos Germano e sucessivas cobranças de córner. Em uma delas, Basualdo cobrou e Ibarra cabeceou sem chances para o goleiro vascaíno, fazendo Boca 1x2.

No intervalo, Madeirite tirou Cagna e Palácio e colocou Battaglia e Guillermo Barros Schelloto. Já Antonio Lopes, percebendo que sua equipe perdia o meio de campo, reforçou a marcação. Tirou Tinho e Leo Lima e colocou Rogério Pinheiro e Beto.

As mudanças do Vasco não surtiram efeito e o Boca continuou melhor. Somado à isso, uma bela jogada ensaiada na saída de bola para o segundo tempo fez o jogo ficar empatado. Riquelme tocou para Basualdo e correu para a direita. Basualdo driblou para a esquerda e jogou a bola mais para a ponta, enquanto o Vasco esperava que ele fosse trazer para o meio. Arruabarrena surgiu como elemento surpresa, chutando de primeira e surpreendendo Carlos Germano, para fazer Boca 2x2 aos 13 segundos.

O Vasco não é um dos maiores vencedores da FIFUBO à toa. Mesmo na adversidade, a equipe consegue tirar um coelho da cartola. E foi assim aos 5 minutos, quando o Boca partia com tudo para o ataque. Rogério Pinheiro roubou a bola e tocou para Maricá, que jogou mais à frente para Petkovic. O sérvio viu Edmundo livre no meio e tocou e o camisa 10 ajeitou antes de chutar no ângulo de Abbondanzieri, fazendo Vasco 3x2.

O Boca não se acanhou e descontou na saída de bola. Riquelme fez o "toca y me voy" com Basualdo, recebeu na frente e chutou no ângulo de Carlos Germano, fazendo Boca 3x3, aos 6 minutos.

A partir daí, as duas equipes passaram a arriscar menos, pois um erro poderia ser fatal. Mas o Vasco tinha um jogador que atuou muito bem no primeiro tempo e errou tudo no segundo e seu nome é Bruno Lazaroni. O camisa 12 resolveu se arriscar no ataque e armar jogadas. Em apenas um lance, conseguiu irritar Edmundo, ao enfeitar e errar o passe 3 vezes seguidas. Na última delas, Serna roubou e tocou a Arruabarrena na esquerda. O lateral viu Palermo livre e lançou. O camisa 9 recebeu, invadiu a área e soltou a bomba na saída de Carlos Germano, para fazer Boca 4x3 aos 9 minutos.

Destaque do jogo: Martin Arruabarrena. O lateral esquerdo foi uma grata surpresa no nó tático aplicado por Madeirite. Apareceu no ataque armando jogadas e ainda fez um gol em linda jogada ensaiada.

RIVER PLATE 3x5 VELEZ SARSFIELD

Campeão invicto do Torneio Clausura, jogando futebol do mais alto quilate, o River é o grande nome dessa Supercopa. Invicto a 17 jogos, o time de Francescoli mostra como um verdadeiro campeão deve jogar. Intensidade, marcação forte e bom toque de bola são as marcas deste time.

Campeão da Copa Olé, o Velez vive uma temporada de decepções e surpresas. Último colocado no Torneio Apertura, o time demitiu Valdir Espinoza, contratando Tripa Seca para o seu lugar e, logo de cara, conquistou a Copa Olé, entrando como favorito para uma das 4 vagas no Clausura. Após um bom início, a equipe começou a cair no campeonato, mas se manteve no G4 até ser eliminado na última bola da temporada regular. Mesmo assim, o saldo é positivo e a esperança de um nó tático que derrube o invicto existia.

E o nó tático também existiu. O Velez deu a saída de bola e Insua tentou driblar Barrado, que deu um carrinho e mandou a bola para lateral. Na cobrança, o Velez fez a jogada conhecida como "lateral de rúgbi". Dario Hussain cobrou, Insua chamou a marcação e a bola foi para Lucas Romero mais atrás. O camisa 7 chutou de primeira e venceu Carrizzo para fazer Velez 1x0 logo aos 30 segundos.

O River não se incomodou com o gol, pois a partida estava só começando e havia muito tempo para a virada. Mas o nó tático não se resumiu a um lateral de rúgbi. A grande chave de mestre foi Lucas Romero, que foi o responsável pela marcação da última bola do River. E assim foi aos 4 minutos, quando o River cobrou o tiro de meta em sua jogada característica. Carrizzo deu a Gallardo no meio, que procurou Ortega na direita. O camisa 10 trouxe para o meio e passou a Trezeguet, mas Romero se antecipou e interceptou a bola, tocando a Insua no meio. O camisa 11 tocou mais à frente para Turco Assad, que pegou a defesa do River desprevenida e chutou cruzado na saída de Carrizzo, fazendo Velez 2x0.

1x0 não era preocupante, mas 2 já era demais. O River começou a apressar jogadas, para tentar descontar, mas o Velez era muito intenso, com marcação forte. Romero estava sempre no lugar certo para interceptar e a equipe saía jogando com toques curtos e rápidos. E foi assim que chegou ao terceiro gol, quando Romero desarmou Gallardo e tocou a Dario Hussain. O camisa 10 tabelou com Turco Assad, que tocou a Insua no meio. O camisa 11 chegou de surpresa e deslocou Carrizzo para fazer Velez 3x0 aos 7 minutos.

A essa altura do jogo, tudo o que o River queria era que o primeiro tempo acabasse, para Francescoli arrumar a casa. Mas o Velez continuou em cima, para matar o jogo logo e, no último minuto do primeiro tempo, transformou o drama milionário em goleada. Dario Hussain cobrou escanteio curto para Turco Assad e recebeu de volta já dentro da área, sem ângulo. Ele tentou driblar Carrizzo e foi derrubado. Insua cobrou o pênalti no canto esquerdo, Carrizzo foi para o direito e o Velez foi para o intervalo com 4x0.

No intervalo, Tripa Seca resolveu dar ritmo aos reservas. Tirou Peruzzi e Dario Hussain e colocou Cubero e Lucas Pratto. Já Francescoli teve que mudar a forma de jogar. Tirou Barrado e Gallardo e colocou Coudet e Funes Mori. Com isso, Ortega passaria a armar e Funes Mori iria para a ponta direita, se aproximando mais de Trezeguet. Além disso, a ordem era botar o pé na forma, uma vez que o River mandou 3 bolas na trave do Velez, que poderiam equilibrar melhor o jogo.

O River continuou errando muito. Afobado, sempre passava errado e tinha que correr atrás do Velez que, mesmo cansado, continuava jogando melhor. Assim foi aos 2 minutos, quando Coudet errou um passe e Berizzo teve que fazer falta em Lucas Pratto na ponta direita. Insua cobrou com curva. Carrizzo foi para um lado e, quando percebeu que a bola mudou de direção, não teve como voltar: Velez 5x0.

A partir daí, a torcida do River começou a deixar o estádio e a do Velez gritava "olé". O River passou a jogar de qualquer jeito e foi aí que encontrou as redes. Aos 5 minutos, Paz saiu do campo de defesa e foi avançando. Tocou a Ortega, que se atrapalhou e perdeu a bola. O próprio Paz recuperou, avançou pela ponta direita e chutou cruzado para vencer Sosa, fazendo River 1x5.

Aos 9 minutos, em nova jogada "bumba meu boi", o River voltou a marcar. Trezeguet foi desarmado por Gago, que foi desarmado por Coudet. O camisa 8 viu Funes Mori entrando na área e tocou por cima. O camisa 9 dominou com categoria e chutou na saída de Sosa, fazendo River 2x5.

Nos acréscimos, o Velez errou a saída de bola. Almeyda tocou a Buonanotte, que girou bonito em cima de Lucas Pratto e chutou de muito longe. A bola entrou no ângulo de Sosa e o River descontava para 3x5. Mesmo assim, a invencibilidade de 17 jogos caía por terra.

Destaque do jogo: Federico Insua. Com uma menção honrosíssima para Romero, pela sua função tática importantíssima, o hat trick do camisa 11 levou o Velez à inédita final da Supercopa FIFUBO.

NOTAS RÁPIDAS

  • Após os jogos, por sorteio ficou decidido que o jogo final será Velez x Boca, mas o campo é neutro. No intervalo, as equipes trocarão de lado.
  • O Velez luta pelo título inédito. Já o Boca luta por sua segunda conquista de Copa Olé, sendo a primeira em campo. A conquista de 2011 foi outorgada outro dia, quando se notou que só teve um campeonato naquele ano, vencido pelo Boca.
  • Os jogadores do Vasco reclamaram muito da ausência de jogos no ano. Contando com a semifinal da Copa Olé, a equipe jogou apenas 3 vezes em 2014 e o ritmo diminuiu bastante. Com isso, juntou-se a Imperatriz, Bangu e CROL para assinar uma petição, pedindo que as quatro equipes sejam incluídas na Copa Olé a partir de 2015. O resultado de tal deliberação será apresentado no Bootecon 2015, que ocorrerá em janeiro.
  • Três jogadores atingiram milestone na rodada. O gol que levou o seu time à final foi o de número 70 de Palermo com a camisa do Boca. Já Turco Assad chegou a 10 com a camisa do Velez, enquanto Insua ultrapassou os 20 gols com a mesma camisa, no hat trick anotado contra o River.

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