sexta-feira, 12 de maio de 2017

Torneio Apertura 2017 - Décima Terceira Rodada - 12/05/2017

Com o dia das mães acontecendo no próximo domingo, a FIFUBO antecipou a penúltima rodada do Apertura para esta sexta, se encerrando no próximo sábado. Assim, os torcedores puderam ir ao Itaquá Dome no finalzinho da tarde fria. E foram brindados com dois jogos de pura emoção. Vamos a eles!

SAN LORENZO 4x4 BOCA JUNIORS

Um jogo só para cumprir tabela, já que as duas equipes estão desclassificadas do campeonato, mas uma partida para promover testes e arrumar a equipe para o restante da temporada. No San Lorenzo, Nilson desarmou o 4-3-3, voltando ao 4-4-2 losango, com Reynoso, Buffarini, Piatti e Romagnoli no meio. No ataque, Raul 'Pipa' Estevez faria a ponta direita e Stracqualursi ficaria mais à frente, pelo lado esquerdo. Já no Boca, a decepção veio em forma de pressão. Os torcedores protestaram em Casa Amarilla e a diretoria ficou acuada. O treino foi prejudicado, obrigando Sr Rússia a ser ousado. Ele sacou os dois principais jogadores do time, Palermo e Riquelme, mais Cagna, para colocar Viatri, Schelloto e Battaglia. Tencionava algumas mudanças táticas também, como o centroavante mais centralizado e o segundo atacante mais recuado. No primeiro turno, Boca 4x2 San Lorenzo.

Schelloto entrou para jogar a partida de sua vida e começou a partida a mil por hora, se movimentando pelo campo de ataque e buscando tabelas, mas seus companheiros de frente começaram em marcha lenta e, com isso, o camisa 13 não tinha com quem dialogar. Para piorar, após uma boa tentativa, viu o San Lorenzo encaixar um contra ataque mortal. Tulla rebateu bola para a frente e Reynoso procurou Piatti. O camisa 12 deu lindo passe em profundidade para Romagnoli, que driblou Abbondanzieri e chutou. O goleiro do Boca se esticou e operou um milagre, mas a bola voltou a cair aos pés de Romagnoli, que empurrou para o gol vazio antes de bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma aos 2 minutos: San Lorenzo 1x0.

O gol parecia um golpe de sorte, pois o San Lorenzo não tinha muito interesse no jogo e ainda via Schelloto continuar sua carreira solitária em busca do empate. Mas o San Lorenzo percebeu que o Boca só tinha um jogador e partiu para dominar o jogo. De pé em pé, a equipe de Almagro foi trocando passes e ocupando o campo de ataque, com boas tabelas. O segundo gol veio aos 4 minutos, em cobrança de tiro de meta. Migliore abriu na direita para Johnathan Ferrari, que avançou pela ponta. Percebendo a movimentação, o camisa 2 deu um passe no corredor para Raul 'Pipa' Estevez, que avançou, deu um lindo drible em Schiavi e chutou cruzado, vencendo Abbondanzieri e fazendo San Lorenzo 2x0.

Se com um de desvantagem já estava difícil, imagina com 2. O Boca se perdeu completamente e a torcida começou a vaiar, principalmente os laterais Ibarra e Arruabarrena, que erravam passes e deixavam a defesa exposta. Aos 7 minutos, Ibarra tentou cruzar a bola no campo de defesa e errou. Raul 'Pipa' Estevez dominou, deu dois dribles desmoralizantes em Arruabarrena e tocou no meio para Romagnoli. O camisa 10 driblou Schiavi com extrema facilidade e tocou com categoria, sem chances para Abbondanzieri, para bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma novamente: San Lorenzo 3x0.

Com essa humilhação, os torcedores do Boca começaram a gritar 'olé' a cada toque do San Lorenzo, que tocava a bola à espera do fim do primeiro tempo. Mas um dos passes foi errado e o Boca se preparou para reiniciar o jogo. Basualdo fez o 'toca y me voy' com Schelloto no meio, mas não foi. Serna percebeu que Schelloto tocava no vazio e correu para dividir com Buffarini. O capitão do Boca chegou primeiro e conseguiu dar um bico na bola, que ganhou altura e enganou Migliore, que só viu quando ela entrou em sua meta: Boca 1x3, aos 10 minutos.

No intervalo, Nilson tirou Reynoso e Stracqualursi para colocar Tellechea e Bordagaray. Pretendia adiantar a marcação com a entrada do camisa 20, enquanto queria que Bordagaray fizesse o que Stracqualursi não fez no primeiro tempo: ser presença constante no ataque. Já Sr Rússia teve que fazer uma revolução. Tirou Ibarra e Arruabarrena (que saíram vaiados) e colocou Cagna e Riquelme. Assim, Battaglia e Basualdo fariam as laterais, Schelloto recuaria para volante e Riquelme seria o armador. Embora recuasse o principal jogador do time, ganharia em marcação e passe pelas laterais.

Mas, novamente, qualquer estratégia foi por água abaixo logo a um minuto. O Boca tentou armar uma jogada na saída e errou. Tellechea recuperou e, de pé em pé, foi armando uma jogada inteligente. Do camisa 20, a bola foi para Johnathan Ferrari, que passou no meio para Buffarini. O camisa 8 tocou a Romagnoli, que driblou Cagna e inverteu o jogo na direita. Raul Estevez recebeu, tirou Schiavi da jogada e deu um toque de cobertura com extrema categoria, para vencer Abbondanzieri e fazer San Lorenzo 4x1.

A essa altura, o torcedor do Boca já deixava o estádio. Eliminado, humilhado e goleado pelo último colocado do campeonato, não dava para acreditar em recuperação no segundo semestre. Mas o San Lorenzo cansou e o Boca começou a jogar. Riquelme entrou com vontade e começou a se movimentar pelo campo de ataque. Logo na saída de bola, aos 2 minutos, ele tocou para Schelloto e falou para o camisa 13 ir sozinho. Schelloto avançou, driblou Tellechea e, da entrada da área, chutou cruzado de pé esquerdo, para fazer Boca 2x4.

O que parecia ser um gol de honra foi o combustível para o Boca ir adiante. Mesmo sabendo das dificuldades, os jogadores começaram a se doar em campo. Riquelme chamava os companheiros para o campo de ataque, se mexia e procurava organizar o time. Aos 6 minutos, Battaglia recuperou no campo de defesa e tocou a Escudero, que se lançou à frente. O camisa 2 procurou Cagna, que tocou mais à frente para Riquelme. O camisa 10 atraiu a marcação e chamou Escudero para o campo de ataque, passando-lhe a bola. Como elemento surpresa, o camisa 2 recebeu, invadiu a área e chutou na saída de Migliore, fazendo Boca 3x4.

A partir daí, o jogo ficou dramático. Se faltava técnica, sobrava emoção. O San Lorenzo cansou e tentou tocar a bola, para o tempo passar. O Boca, sem muita organização, se lançava ao ataque em busca do empate. Já nos acréscimos, Riquelme deu lindo passe na ponta esquerda para Schelloto. O camisa 13 deu lindo drible em Tulla e invadiu a área. Migliore deu um carrinho e atingiu Schelloto. Pênalti que Riquelme cobrou no canto esquerdo, com Migliore indo para o direito: Boca 4x4.

Destaque do jogo: Leandro Romagnoli. Nessa injustiça que foi o San Lorenzo não sair com a vitória, vários jogadores se destacaram. Raul Estevez marcou dois gols, algo não muito comum em sua carreira (só fez 6 até agora, com a camisa do San Lorenzo). Johnathan Ferrari avançou bem pela direita. Buffarini e Piatti armaram muito bem o jogo. Mas Romagnoli foi o grande destaque. Além dos dois gols, se movimentou pelo campo todo, distribuiu o jogo, apareceu na conclusão e saiu consagrado, embora frustrado pelo empate.

VELEZ SARSFIELD 4x3 INDEPENDIENTE

O grande jogo da rodada é uma partida de 6 pontos. Empatados com 21 pontos, os times precisam da vitória para subir na tabela, mesmo classificados. Do lado do Velez, as duas últimas vitórias (3x0 no Boca e 5x2 no San Lorenzo) voltaram a empolgar os torcedores, mas a atenção aqui seria na defesa, já que o rival vinha de goleadas. Do outro lado, o Independiente celebra sua ascensão, com 3 vitórias importantíssimas (2x1 no River, 6x1 no Huracán e 5x1 no Estudiantes), que mostram que Bayer acertou a mão finalmente. No primeiro turno, Independiente 2x4 Velez.

Realmente, Bayer conseguiu chegar ao ponto de perfeição com o time do Independiente. A equipe joga um futebol fino, de bom toque de bola e jogadas bem trabalhadas. Não foi surpresa que levaram só dois minutos para abrirem o marcador. Busse e Gracián se movimentaram pelo campo de ataque, tabelando a bola mais para o lado direito e atraindo a atenção dos marcadores rivais. Quando o lado direito começou a ficar congestionado, Busse inverteu o jogo para a direita e encontrou Tuzzio livre. Como elemento surpresa, o camisa 6 recebeu na meia lua e se aproveitou do fato de que Gracián impedia a visão do goleiro, para chutar no ângulo. Quando Sosa viu, já era tarde e, mesmo tocando na bola, nada pôde fazer: Independiente 1x0.

O gol era um fiel retrato do domínio do Independiente no jogo, mas o Velez não se apequenou e começou a correr atrás. Mesmo dominado, o time de Buenos Aires ainda se organizava e levava perigo. Aos 4 minutos, veio o empate. Emiliano Papa tocou para Gago e o camisa 5 inverteu na direita para Claudio Hussain. O capitão tocou no meio para Insua, que fez um lançamento para a ponta direita. Dario Hussain correu para receber e Montenegro veio para cortar, mas o camisa 5 furou e Hussain pôde ir á linha de fundo e cruzar para a área. Turco Assad subiu no segundo pau e cabeceou cruzado, pegando Navarro no contrapé e fazendo Velez 1x1.

Mas Bayer não modificou esse time do Independiente para ficar só na fama. A equipe de Avellaneda tem um leque absurdo de jogadas para trabalhar e chegar á meta rival. Na saída de bola, utilizaram a 'figura 8' para ficar na frente. Aos 5 minutos, Gracián tocou a Busse e recebeu de volta. Enquanto o camisa 7 passava por trás e chamava a marcação, Gracián fez o passe para o outro lado. Mareque recebeu, adiantou a bola até a entrada da área sem oposição e chutou cruzado, sem chances para Sosa, fazendo Independiente 2x1.

O Velez não ficou atrás, saiu em busca do empate e o jogo ganhou em emoção. Mas, diferentemente do jogo anterior, aqui tinha técnica. As duas equipes tocavam de pé em pé e demonstravam um entrosamento impressionante, que fez o público delirar. O Velez conseguiu empatar aos 8 minutos, em uma linda jogada coletiva que começou lá atrás com Gago. O camisa 5 abriu na direita para Gino Peruzzi, que procurou Dario Hussain. O camisa 10 foi tabelando com seu irmão Claudio, que lhe fez um passe em profundidade, no estilo 'facão'. Se aproveitando da marcação falha de Montenegro, Dario Hussain invadiu a área e, na saída de Navarro, tocou bem e fez Velez 2x2.

O Independiente armou nova jogada na saída de bola. Desta vez, foi um 'toca y me voy' modificado, que teve a participação de Gracián, Busse e Silvera. O camisa 11 devolveu a Busse, que fez o passe para Gracián na direita. Sosa saiu do gol e o camisa 19 deu lindo toque por cobertura, mas a bola tocou no travessão e nas costas do goleiro. Sem força, a bola não voltou para dentro do gol e Sosa pôde recolhê-la, abrindo na direita para Gino Peruzzi. O camisa 2 avançou no contra ataque e tocou no meio para Insua, que arrancou em velocidade pelo meio. Quando a marcação chegou, o camisa 11 abriu na direita para Dario Hussain, que invadiu a área e chutou forte e cruzado para vencer Navarro e fazer Velez 3x2.

No intervalo, Tripa Seca tirou Romero e colocou Cubero, visando melhorar a marcação. Já Bayer, conhecido por mudar o ritmo do jogo no intervalo, tirou Montenegro e Facundo Parra, colocando Acevedo e Gandin em seus lugares.

Mas o Velez não é, atualmente, o grande papa títulos da FIFUBO por acaso. Sabendo dessa fama de Bayer, Tripa Seca mudou a marcação e sufocou as principais opções ofensivas do time adversário. Ajudou também o fato de terem ampliado logo a um minuto. Após uma jogada ensaiada de saída de bola. Claudio Hussain esticou na área para Insua, que dividiu com o goleiro e a bola saiu a córner. Claudio Hussain cobrou rasteiro para Insua, que continuava com Navarro em sua cola. Desta vez, no entanto, o camisa 11 deixou a bola correr e driblou o goleiro, que lhe aplicou um golpe de judô que valeria um waza ari. Gago cobrou o pênalti rasteiro, no canto direito de Navarro, que se esticou e não alcançou: Velez 4x2.

Aí o jogo complicou para o Independiente. A equipe jogava bem, mas o Velez se desdobrava em campo para anular os ataques do adversário e, com uma desvantagem de dois gols, ficava difícil. Enquanto o Velez tocava a bola, o Independiente usava a correria para tentar alguma coisa. Foi só quando botou a bola no chão que conseguiu chegar ao gol. Aos 8 minutos, Mareque tocou a Busse no meio e o camisa 7 procurou Gracián mais à frente. Com liberdade, o camisa 19 viu Silvera saindo da ponta para o meio e lhe fez o passe no ponto futuro. Sabia se antecipou e conseguiu ficar com a bola, mas pisou na mesma e ela sobrou para Silvera dentro da área. Dali, o camisa 11 não perde e, provando isso, chutou de primeira, sem chances para Sosa, fazendo Independiente 3x4.

Com isso, o jogo ganhou em emoção. O Velez se segurou como pôde e o Independiente atacou com tudo. Mas, na última bola do jogo, o chute de Fredes tocou caprichosamente na trave e saiu. No melhor jogo da tarde, quem ganhou foi o público.

Destaque do jogo: Dario Hussain. É difícil escolher o melhor em campo quando se tem tantas opções. Insua se movimentou o campo todo, como de praxe, Turco Assad cumpriu seu papel de matador, Gago tomou conta da cabeça de área... mas se não fosse a entrega do camisa 10, o Velez não teria saído com a vitória. Dario Hussain deu o passe para Turco Assad fazer o primeiro e marcou dois, tudo no primeiro tempo. No segundo tempo, foi peça importante no contra ataque, principalmente para impedir que Tuzzio e Mareque continuassem atacando.

NOTAS RÁPIDAS

  • Como já dito, o dia das mães é neste domingo e, como tradição, não haverá jogos. Assim, a rodada se encerra neste sábado, com Estudiantes x River e Huracán x Racing.
  • A ideia era fazer isso durante esta semana, mas o calendário não ajudou. Assim, a décima quarta e última rodada da temporada regular será disputada durante a semana, provavelmente na terça e/ou na quarta (ainda há que se decidir se todos os jogos em um dia ou duas datas), para os playoffs começarem já no próximo final de semana.

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