sábado, 20 de julho de 2013

Torneio Clausura 2013 - Terceira Rodada - 20/07/2013

O sábado começou nublado, mas logo o sol apareceu para iluminar o fechamento da terceira rodada do Clausura 2013, com dois jogos cheios de emoção. Se no primeiro o torcedor ficou com o coração na boca, o segundo foi muito nervoso. Vamos aos jogos!

HURACÁN 2x1 BOCA JUNIORS

Choque de líderes. As duas equipes se enfrentavam para decidir quem continuaria com 100% de aproveitamento em situações distintas. Enquanto o Huracán era uma surpresa, mas ainda não trazia a confiança de sua torcida, o Boca Juniors jogava um futebol feio, mas eficiente e potente. Ambas as equipes mantiveram suas formações das duas primeiras rodadas.
Surpreendentemente, quem dominou o jogo foi o Huracán. A equipe não saiu do campo de defesa do Boca, armando diversas jogadas e concluindo com os mais variados jogadores. Se Cigogna era bem marcado, Danelon, Milano, Centurión, Ruben Masantonio e Villarruel marcavam presença constante e tentavam de todas as formas furar a meta de Abbondanzieri.

De tanto tentarem, conseguiram. Após Villarruel dar bom passe para Mauro Milano na ponta direita, o camisa 7 se preparou para um chute cruzado. Para chegar à bola, Abbondanzieri teve que tirar Cigogna do caminho e cometeu pênalti. A cobrança foi do próprio Cigogna, que bateu no cantinho, estufando as redes e fazendo Huracán 1x0, aos 6 minutos.

O jogo continuou nesta toada, com o Boca não sabendo como sair da marcação e o Huracán atraindo o adversário para sua armadilha. Parecia que eles estavam se espalhando em campo, mas estavam era confundindo os adversários, que se viram presos numa marcação implacável. Em dado momento, Martin Palermo era marcado por até 4 adversários. Isso fez o primeiro tempo terminar 1x0 para o Huracán e o Boca agradecer que o placar não foi mais dilatado.

No intervalo, Sr Rabina só fez uma mudança, tirando Villarruel e colocando Erramuspe, pois o camisa 13 estava cansado (embora jogasse muito bem). Já o Boca fez em sua única mudança a troca de Palacio por Guillermo Barros Schelloto, coisa que a torcida já vinha pedindo para Paralelo fazer, mas o treinador não fazia.

E a torcida mostrou que tinha razão com apenas um minuto, quando Schelloto tabelou com Cagna, invadiu a área e foi derrubado por Daniel Islas. Martin Palermo pediu a bola e os torcedores já começaram a arrancar os cabelos, pois seu centroavante não é conhecido por cobrar bem. Mas o camisa 9 contrariou as expectativas. Acertou linda cobrança no ângulo esquerdo, enquanto Islas caiu no canto direito: Boca 1x1.

O empate não trazia justiça ao marcador, pois o Huracán continuava envolvendo o Boca e conseguindo grandes jogadas de ataque que paravam na trave ou nas ótimas defesas de Abbondanzieri. Mas quando parecia que as duas equipes dividiriam a liderança, o improvável voltou a acontecer. Alexis Danelon partiu para o ataque da direita para o meio e procurou Cigogna. Como o camisa 9 estava marcado, o lateral direito continuou com a bola e passou para trás, pegando Minici sozinho. O camisa 6 soltou um lindo chute, no ângulo de Abbondanzieri, repetindo o que havia feito contra o San Lorenzo na primeira rodada, e fazendo Huracán 2x1 aos 9 minutos.

O Boca partiu desenfreadamente para o ataque, mas não conseguiu o empate. Na última jogada, Riquelme cobrou falta na trave e a bola saiu, no que começou uma comemoração no gramado com os jogadores do Huracán e seu treinador.

O Huracán mostra que não é líder à toa. Com um futebol envolvente, de marcação eficiente e presença constante no ataque (o que afasta a bola de sua meta) é líder do campeonato e ainda tem o artilheiro do campeonato. Com um rodízio e um toque de bola precisos, todos os jogadores aparecem bem no ataque e até a substituição de Villarruel seria injusta, se este não tivesse cansado. Mas o fato é que até Erramuspe entrou e manteve o nível.

Já com relação ao Boca nem dá para dizer que jogaram mal. O fato é que foram completamente envolvidos pela ótima marcação do Huracán.

Destaque do jogo: Alexis Danelon. Se o lateral esquerdo decidiu o jogo com mais um potente chute, o destaque do jogo foi o lateral direito. É até difícil dizer que ele foi o melhor, pois toda a equipe jogou bem. Mas Danelon foi o principal articulador de jogadas, sempre tramando bem pela direita e trazendo para o meio quando necessário e, inclusive, dando a assistência para o gol da vitória.

RIVER PLATE 4x1 INDEPENDIENTE

O segundo jogo era bem interessante. O River era a equipe prejudicada, pois só havia feito um jogo até então e não havia se esforçado muito para vencer o San Lorenzo (2x0). Mas Francescoli queria a equipe pronta para o jogo da quarta rodada, justamente o Superclássico contra o Boca e, atendendo os apelos da torcida, tirou Coudet e colocou Diego Armando Barrado em seu lugar. Já o Independiente queria mostrar que a derrota para o Huracán não lhes afetou e que o envolvente futebol (o melhor da Liga até então) voltaria com força total. Bayer manteve a equipe  que já havia atuado duas vezes.

O River começou bem melhor, se aproveitando das péssimas condições físicas de Fredes, o que complicou o andamento do meio de campo do Independiente. Silvera se movimentava e procurava tabelas, mas não tinha com quem dialogar. Já o River jogava como mandava a cartilha de seu treinador: passe para Gallardo, virada em uma das pontas e procura por Trezeguet no meio.

Foi assim que conseguiram marcar o primeiro gol, aos 5 minutos. Gallardo recuou para Almeyda, que procurou Buonanotte na ponta esquerda. O camisa 30 procurou Trezeguet no meio e o camisa 7 só teve o trabalho de ajeitar e chutar sem chances para Hilário Navarro, fazendo River Plate 1x0. Na jogada, o treinador do Independiente Bayer invadiu o campo e foi expulso.

Sem treinador e sem jogadas, o Independiente se perdeu e o jogo virou um bunda lelê. Mas até os bunda lelê terminam em gols. Vendo que a equipe não atacava, Tuzzio saiu da defesa e tabelou com Mareque. Ao receber de volta, o capitão do time ajeitou da esquerda e chutou forte, colocado, para vencer Carrizzo e fazer Independiente 1x1. Nesta jogada, quem invadiu o campo foi Francescoli, que acabou expulso.

No intervalo, as duas equipes ficaram aleatoriamente no campo, ao invés de ficarem na linha de fundo ouvindo seus treinadores. Afinal, os dois haviam sido expulsos! Mas Bayer, do vestiário, mandou Acevedo e Gandin entrarem nos lugares de Fredes e Facundo Parra. Francescoli nada fez.

O River continuou melhor, jogando organizadamente. O Independiente estava perdido em campo. E não demorou até que o River chegasse ao segundo gol. Na verdade, apenas dois minutos. Barrado tocou bem para Ortega, que invadiu a área em velocidade e foi derrubado por Hilário Navarro. Pênalti que Trezeguet cobrou bem, deslocando o goleiro e fazendo River 2x1.

O gol desnorteou o Independiente completamente. E o River passou a tocar a bola. Foi assim que chegou ao terceiro gol, aos 7 minutos. Diego Armando Barrado e Trezeguet ficaram trocando muitos passes, até Barrado ter condições de chutar. O camisa 19 deu um toquinho por cobertura e acertou o ângulo de Navarro, que se esticou todo mas não achou a bola. Golaço! River 3x1.

Na saída de bola, Acevedo fez falta dupla e recebeu o segundo amarelo, sendo expulso na sequência e isso acabou de vez com a equipe de Avellaneda. Nos acréscimos, bola de Barrado em profundidade encontrou Trezeguet livre dentro da área. O francês só teve que deslocar Navarro e dar números finais ao confronto: River Plate 4x1 Independiente.

A equipe de Nuñez jogou bem e dominou as ações, mostrando que é sim favorita ao título. Barrado começa a se destacar em uma equipe que conta também com jogadas ensaiadas. Já o Independiente nem de longe lembrou a equipe que encantou a todos no Torneio Início e no começo do Clausura. Foram dominados completamente, mas podem creditar isso à expulsão de seu treinador.

Destaque do jogo: Trezeguet. Menção honrosa a Diego Armando Barrado, que foi um gigante em campo. Marcou, armou, deu assistência para dois gols e fez um. Mas não dá para deixar de lado alguém que marca um hat-trick e este sujeito foi David Trezeguet. O camisa 7 marcou 3 gols que decidiram o jogo e, ao lado de Barrado, foi presença ameaçadora e constante no ataque. Como só um pode ser escolhido, vai para o artilheiro.

CLASSIFICAÇÃO

1° Huracan - 9 pontos
2° Boca Juniors - 6 pontos, 9 gols pró
3° River Plate - 6 pontos, 6 gols pró
4° Independiente - 3 pontos
5° Racing - 1 ponto, 6 gols pró
6° Estudiantes - 1 ponto, 3 gols pró
7° San Lorenzo - 0 ponto

ARTILHARIA

1° Daniel Cigogna (Huracán) - 4 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors), Nestor Silvera (Independiente), David Trezeguet - 3 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Após a expulsão dos dois treinadores no primeiro tempo do jogo River Plate 4x1 Independiente, a FIFUBO decidiu mudar a regra disciplinar número 7. No antigo texto (seguido pelo árbitro Chico Lírio na partida), se um treinador adentra ao campo de jogo é advertido, sendo expulso se o faz pela segunda vez. A partir de agora, com o novo texto da regra, para ser punido o treinador deve adentrar o campo de jogo e permanecer dentro do mesmo inteiramente. Será advertido verbalmente na primeira invasão, punido com cartão amarelo na segunda (podendo ser suspenso se tiver três amarelos) e sendo expulso com cartão vermelho na terceira invasão, ocasião em que será suspenso do próximo jogo.
  • Diante disso, rapidamente os departamentos jurídicos de River e Independiente entraram com pedido de despenalização no TJB, requerendo que as expulsões fossem anuladas e que seus treinadores pudessem estar à beira do campo na próxima rodada.
  • O TJB marcou uma reunião a portas fechadas ao término dos jogos da rodada, para decidir um conflito entre leis. De um lado, a lei que dizia que uma nova lei tem efeito ex nunc, ou seja, não retroage para beneficiar decisão já tomada. De outro, a lei que diz que uma regra manifestamente injusta não produz efeitos
  • Na reunião do TJB, ficou decidido por 2 votos a 1 que as punições aos treinadores seriam mantidas. Votaram a favor da manutenção os membros Alfredo Sampaio e Denner, cabendo ao membro Paraguaio decidir contrariamente à punição.
  • Assim sendo, Francescoli não poderá ficar à beira do campo no Superclássico do próximo sábado contra o Boca, sendo substituído por seu auxiliar Blue Steel. Já Bayer ficará de fora do jogo contra o San Lorenzo, também no sábado, sendo substituído por seu auxiliar Madeirite B.

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