Neste sábado foi finalizada a quarta rodada do Clausura 2013, com dois jogos de tirar o fôlego. Vamos a eles!
BOCA JUNIORS 4x3 RIVER PLATE
O Superclássico dá as caras no Torneio Clausura com um jogo que faz jus a este status! Do lado do Boca Juniors, a derrota diante do Huracán na rodada anterior não era capaz de tirar o ânimo por jogar contra os maiores rivais. Por isso, Paralelo manteve a equipe que vinha atuando desde o início do certame. Já do lado do River, a invencibilidade e a ótima atuação diante do Independiente na rodada anterior eram o combustível para que os atletas não sentissem a falta de seu treinador, Francescoli, expulso no jogo contra a equipe de Avellaneda. Seu auxiliar, Blue Steel, assumia em seu lugar e mantinha a equipe que goleara o Independiente.
E o River começou a mil por hora. Com menos de um minuto de jogo, uma bola perdida na área do River e o início de uma bela jogada. Paz tocou para Placente, que mandou no meio para Barrado. O camisa 19 ajeitou a bola para Trezeguet, que invadiu até a intermediária e chutou rasteiro, sem chances para Abbondanzieri, fazendo River 1x0.
O River dominou o jogo. Ortega marcava Palermo em cima e Riquelme estava perdido, obrigando a equipe do Boca a sair jogando com seus laterais, que não conseguiam muita coisa. Na saída de bola, Palácio fez falta dura em Gallardo e levou o cartão amarelo.
O River continuava dominando e mandou diversas bolas na trave de Abbondanzieri, mas o improvável aconteceu aos 7 minutos. Paz foi tocar para Barrado e acertou o calcanhar do meiocampista. A bola sobrou para Ibarra, que chutou de primeira e acertou o ângulo de Carrizo, empatando o jogo: Boca 1x1.
Quando parecia que o resultado seria esse, o River tratou de confirmar o favoritismo. Paz se recuperou e fez belo lançamento para Barrado. O camisa 19 invadiu pela direita e chutou cruzado, para fazer River 2x1. Na saída de bola, Palácio fez falta dura em Barrado e recebeu o segundo amarelo, levando o vermelho logo na sequência.
Com o resultado favorável e um jogador a mais em campo, o River mudou no intervalo, inexplicavelmente. Blue Steel tirou Trezeguet e Berizzo e colocou Funes Mori e Coudet. Já Paralelo fez o possível para consertar os erros de sua equipe, tirando Arruabarrena e Cagna e colocando Battaglia e Guillermo Barros Schelotto.
A sorte continuava ao lado do River e, com menos de um minuto, a equipe voltou a marcar. Aproveitando-se do buraco deixado pela ausência de Palácio, Gallardo descobriu Buonanotte na esquerda. O camisa 30 avançou em diagonal e chutou na zaga, com a bola indo para lateral. Coudet cobrou para Gallardo, que tocou a Buonanotte e recebeu de volta na área, para chutar no alto e fazer River 3x1.
O Boca descontou logo na saída. Riquelme tocou para Basualdo, que avançou e teve a bola do jeito que gosta para fazer o seu chute de curva. A bola foi no ângulo de Carrizo e o Boca descontou para 2x3.
Achando que a vantagem numérica no campo e no placar lhes eram suficientes, o River relaxou e deixou o jogo correr em ritmo de pelada. Seus jogadores abandonaram a tática e passaram a jogar de brincadeira, se lançando ao ataque. Em um momento desses, Gallardo discutiu com Ortega, que estava brincando na área do Boca, enquanto a equipe xeneize partia em contra-ataque.
E foi assim que eles encontraram o empate, aos 6 minutos, num lance de pura sorte. Após Barrado acertar a trave do Boca mais uma vez, a bola foi isolada. Ibarra recebeu e avançou, tocando a Guillermo Barros Schelotto. O camisa 13 partiu pela ponta, tabelou com Riquelme e foi à linha de fundo cruzar na cabeça de Battaglia. O camisa 12 mandou no ângulo de Carrizo e empatou o jogo, para delírio da torcida xeneize: 3x3.
E quando parecia que o jogo terminaria empatado, eis que o milagre aconteceu. Riquelme finalmente entrou no jogo, avançou pelo centro e tocou na direita para Basualdo. O camisa 11 recuou para Palermo pegar de primeira, de dentro da área, e virar para o Boca aos 9 minutos: Boca 4x3.
O Boca vence e mostra que o estilo de seu treinador foi bem assimilado. A equipe não se importou com um placar adverso de 1x3, nem com a ausência de um jogador e foi se soltando no jogo, até virar. Palermo, ao fim do jogo, disse que a vitória era dedicada àqueles que suaram sangue em campo e à brilhante virada de seu treinador no intervalo.
Já do lado do River, ficou o sentimento de que um treinador fez falta. A inexplicável mudança de Blue Steel, tirando Berizzo para colocar Coudet improvisado na lateral e tirando Trezeguet (que já havia marcado) para colocar Funes Mori, sob o argumento de que queria colocar todos os jogadores à disposição para a disputa do Superclássico lhes custou a vitória. Além disso, a irresponsabilidade de alguns, notadamente Ortega, de abandonarem a tática proposta, faz surgir uma freguesia da equipe de Nuñez ante o maior rival e trouxe profundo desagrado em alguns atletas.
Destaque do jogo: Diego Armando Barrado. Mesmo com a derrota, novamente o camisa 19 foi o melhor em campo. Deu o passe para o primeiro gol, marcou o segundo, armou jogadas, marcou o adversário e se fartou de mandar bolas na trave, aparecendo como constante ameaça do River ao gol do Boca. Novamente, em um Superclássico, um Diego Armando foi o melhor. Mas desta vez, do lado do River e com a camisa 19.
ESTUDIANTES 0x1 HURACÁN
O segundo jogo colocava frente a frente uma equipe em franca ascensão e a grande surpresa e líder do campeonato. Do lado do Estudiantes, a empolgação frente à ótima partida contra o Racing e a manutenção da equipe que empatou na rodada anterior. Do lado do Huracán, a empolgação pelo campeonato em si, pelo status de único invicto do certame, pela liderança isolada, pela artilharia de Daniel Cigogna e pela constatação de que já haviam vencido dois dos três times argolados do campeonato.
Apesar de ter muito mais motivos para comemorar, o Huracán não dominou o jogo. Foi o Estudiantes quem o fez, com uma marcação em cima do meio de campo e diversas alternativas de ataque. Com Rodrigo Braña dominando a cabeça de área, Verón teve maior liberdade para armar com Benítez e Perez. Boselli e Gastón Fernandez se fartaram de chutar, mas todas as bolas paravam nas mãos do goleiro. À exceção de um ataque ou outro, o Huracán nada fez no primeiro tempo e comemorou quando este terminou em 0x0.
No segundo tempo, logo aos dois minutos a genialidade de Cigogna apareceu. O camisa 9 se deslocou rapidamente para receber um passe de Ruben Masantonio, avançou em velocidade, invadiu a área e chutou no ângulo. Andujar tocou de ponta de dedos para córner, mas o árbitro Wilson Neca marcou pênalti, pois Federico Fernandez atingiu Cigogna quando este chutou. O mito cobrou o penal no cantinho e pôs o Huracán em vantagem: 1x0.
A partir daí, o Huracán se encolheu numa marcação ferrenha e passou a tocar a bola para o tempo passar. Mas no último lance, tivemos um lance de pura emoção. Angeleri não tinha a quem passar e, por isso, foi avançando em velocidade, até ser derrubado por Daniel Islas dentro da área. O pênalti seria o último lance do jogo. Verón colocou a bola na marca, correu, bateu e Islas tocou de ponta de dedo. A bola ainda tocou na trave e saiu, para a alegria dos torcedores do Huracán.
A equipe de La Plata ainda comemora sua ascensão física, mas ainda peca nas finalizações. Seguem trabalhando para melhorar isso.
Já o Huracán comemora a liderança, na base da sorte ou da competência, mas uma liderança isolada. Na quarta, pegam o Racing.
Destaque do jogo: Daniel Islas. O goleiro fez ótimas defesas durante o jogo inteiro e ainda pegou o penal de Verón, em duelo de capitães, no último lance da partida, garantindo a vitória e a liderança para a sua equipe.
CLASSIFICAÇÃO
1° Huracán - 12 pontos
2° Boca Juniors - 9 pontos
3° Independiente - 6 pontos, 11 gols pró
4° River Plate - 6 pontos, 9 gols pró
5° Racing - 1 ponto, 6 gols pró
6° Estudiantes - 1 ponto, 3 gols pró
7° San Lorenzo - 0 ponto
ARTILHARIA
1° Daniel Cigogna (Huracán) - 5 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors), Nestor Silvera (Independiente), David Trezeguet (River Plate) - 4 gols
3° Diego Armando Barrado (River Plate) - 3 gols
NOTAS RÁPIDAS
* O milestone da rodada ficou por conta de Martin Palermo. Com o gol que deu a vitória ao Boca no Superclássico, o camisa 9 chega a 30 em sua carreira.
* Para o jogo de quarta-feira entre Huracán e Racing, será usada a bola de lã, numa tentativa de melhorar os chutes. Se aprovada, passará a ser a bola oficial dos encontros.
* Ainda esta semana, Estudiantes, San Lorenzo e Huracán submeterão seus jogadores a novos tratamentos, visando a melhoria do desempenho técnico e físico.
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