sábado, 6 de julho de 2019

Mundial de Futibou de Butaum 2019 - Segunda Rodada, Grupos B e C - 06/07/2019

A segunda rodada do Futibou de Butaum prosseguiu neste sábado. Um dia gelado, com vento cortante e um público lotando o Imperatriz Arena, ansioso para ver tanto as duas seleções que ainda não tinham estreado quanto a possibilidade do primeiro classificado às semifinais. Vamos aos jogos!

FRANÇA 1x1 CAMARÕES

Toda competição de seleções que está para começar tem a França como grande favorita. Campeões da Jarra Tropon em 2017, os bleus estão sempre entre os mais cotados para sair com o troféu, mas sempre decepcionam, com vexames imperdoáveis. Mas neste Mundial, as coisas são bem diferentes. O amistoso de pré-temporada (1x2 Estudiantes) não ajudou a melhorar o ânimo dos franceses e os treinos, tensos e intensos, mostram que os europeus terão que ralar muito se quiserem recuperar seu antigo status. Sam Allardyce barrou Pires, colocando Djorkaeff em seu lugar, mas manteve Guivarch. A França adotou de vez o 4-4-2 losango, mas com os atacantes bem abertos nas pontas e jogando em diagonal. A ordem é fazer de Guivarch a referência e esperar pelos gols que o consagraram no Auxerre.

Já Camarões vive situação oposta. Sempre favoritos a ficarem entre os últimos, os africanos caíram num grupo difícil, onde a única "certeza" era de que não iriam pontuar. Mas a estreia, quando empatou com o Japão (1x1) jogando melhor, mostrou que a equipe dos Leões Indomáveis está mudando. A isso, soma-se a vitória na pré temporada sobre a Holanda (1x0) e a certeza de que Zlatko Dalic começa a dar uma cara à equipe, conseguindo enfim colocar um pouco de consciência tática na mente dos jogadores. Apesar dos pedidos da torcida e da imprensa, Dalic manteve Roger Milla no banco, pois Oman Biyik é importante taticamente.

A França começou o jogo mostrando que os treinamentos deram resultado. Sólida na defesa e bem armada com o meio em losango, a equipe europeia fazia a bola chegar a Zidane no meio e, dele, a bola ia para o ataque. As jogadas, mesmo que passassem pelos pés de Henry, acabavam encontrando Guivarch, que avançava em diagonal e chutava. O camisa 9 chutou uma por cima do gol e outra no travessão de Nkono. Mas, aos poucos, os franceses voltaram ao seu antigo jogo, perdidos em campo e deixando espaços, além dos erros de passe. E foi aí que Camarões começou a jogar. Com Mfede centralizando as jogadas e Oman Biyik fazendo o pivô tanto para o camisa 10 quanto para Mbouh e Makanaki nas pontas, a equipe africana rondava a área de Barthez.

Aos 5 minutos, uma combinação das duas equipes terminou no primeiro gol da partida. Deschamps foi ao ataque, na tentativa de armar o jogo, e acabou ficando por lá. Henry tentou o passe, tocou nas costas do camisa 7 e Massing roubou a bola. Tocando a Kana Biyik no meio, a jogada de contra ataque se iniciou. O camisa 5 tocou a Makanaki na esquerda e o camisa 20 avançou para o campo de ataque. Thuram correu para cobrir o buraco deixado por Deschamps e, neste momento, Makanaki tocou rápido a Mbouh. O camisa 8 recebeu pelo lado direito da defesa francesa, invadiu a área e chutou forte na saída de Barthez, para fazer Camarões 1x0.

No intervalo, Sam Allardyce berrava com seus jogadores (foi advertido no gol camaronês, por entrar no campo para reclamar do posicionamento defensivo). O técnico não perdoou os dois culpados pelo gol adversário e os sacou. Nos lugares de Deschamps e Henry, entraram Pires e Trezeguet, com Laurent Blanc passando a ser o capitão. A França ia para um 4-4-2 losango ofensivo. Já Zlatko Dalic resolveu reforçar a marcação e apostar nos contra ataques. Tirou Ebwelle e Oman Biyik para colocar Ndip e Roger Milla.

O jogo caiu de produção no segundo tempo. Nervoso, o time francês não conseguia dar prosseguimento às jogadas e, nisso, Camarões tentava se aproveitar nos contra ataques. Mas as jogadas, de ambos os lados, sempre terminavam com um erro no último passe. Conforme o tempo passava, os camaroneses iam ganhando confiança e caindo nos velhos erros de não matar o jogo e desperdiçar jogadas por irresponsabilidade. E isso lhes custou a vitória.

Já corriam os acréscimos do jogo quando Zidane tocou a Guivarch no campo de ataque, mas Pagal chegou primeiro e ficou com a bola. Abusado, o camisa 11 ainda deu um chapéu no atacante francês antes de reiniciar o jogo para o lado esquerdo, onde Makanaki recebeu e tocou na ponta para Roger Milla. Ao invés de segurar a bola, o camisa 9 tentou forçar uma jogada em velocidade. Perdeu a bola para Thuram e fez a falta, que o camisa 2 tocou a Vieira rapidamente e se mandou para a ponta direita. Vieira tocou a Djorkaeff no meio de campo e o camisa 6 lançou Thuram na ponta. Com um belo passe para o meio, o camisa 2 encontrou Guivarch. O camisa 9 parou a bola, deu um drible de corpo desmoralizante em Pagal, viu o posicionamento do goleiro, fez que ia chutar forte e terminou dando um toque por cobertura, com extrema categoria. A bola encobriu Nkono e morreu no fundo das redes: França 1x1.

Destaque do jogo: Stephane Guivarch. Em um jogo pobre tecnicamente, a entrega do camisa 9 francês foi essencial para o seu time não sair derrotado. No primeiro tempo, desperdiçou algumas chances e chegou a acertar a trave do adversário. No segundo tempo, mesmo bem marcado, se movimentou e procurou as jogadas. Após tomar um chapéu de Pagal, se recompôs e, ao receber a bola de volta, deu o troco com um desmoralizante drible de corpo, que deixou seu adversário no chão. E a frieza para dar um toque por cobertura no goleiro foi a cereja no bolo de sua boa apresentação.

ALEMANHA 2x2 COREIA DO SUL

A última estreia do Mundial podia trazer também o primeiro classificado para as semifinais. A Alemanha estreava com moral, após a brilhante vitória sobre o Vasco (4x1) na pré temporada. O sentimento de que, desinteressados, chegaram ao quarto lugar na Copa do Mundo 2018 mostra que os alemães, empolgados, são favoritos ao título. A Coreia do Sul, por sua vez, é a pura empolgação. Estreantes em Mundiais, caíram num grupo dificílimo e, logo na estreia, pegavam a poderosíssima Inglaterra. A vitória por 2x0, jogando melhor, mostrou que o Projeto Supercampeões realmente dá frutos. Uma vitória classificava os sul coreanos às semifinais.

Quando a bola rolou, no entanto, os asiáticos viram que teriam uma partida muito diferente. Ao contrário da Inglaterra, a Alemanha botou a bola no chão e, desde o início, mostrou quem iria mandar naquele jogo. Com menos de dois minutos, já tinham desperdiçado duas ótimas chances e, pressionando o tempo todo, o gol era questão de tempo. As coisas pioraram aos 3 minutos, quando Kazuo Tachibana tentou a tabela com Joo Sung, recebeu na entrada da área e, afoito, fez falta tripla. O camisa 8 sul coreano recebeu o cartão vermelho e, além de deixar sua equipe com um a menos, ainda fez o time perder muito na armação.

A mesa estava posta para o banquete alemão, mas a Coreia do Sul não chegou à FIFUBO para passear. Os Tigres Asiáticos são valentes e, na adversidade, mostraram que podem crescer. Após a expulsão, os atacantes se aproximaram mais e começaram a tabelar. Corriam 5 minutos do primeiro tempo quando Joo Sung tocou a Lee Young-Un na entrada da área. Neuer saiu para a dividida e tocou na bola fora da área. O juiz Leonardo Gaciba não pensou duas vezes e mostrou o cartão vermelho ao goleiro. O sorteio decidiu que Thomas Muller seria expulso no lugar de Neuer. Na cobrança da falta em dois lances, Lee Young-Un rolou e Joo Sung acertou um chute forte, que venceu a resistência de Neuer: Coreia do Sul 1x0.

Dominando o jogo e com um a mais, a Alemanha estava no céu; com seu goleiro levando o cartão vermelho, o melhor jogador em campo saindo em seu lugar e um gol sofrido, a Alemanha foi direto ao inferno. Mas a equipe é fria e técnica o suficiente para saber que tinha muito jogo pela frente.

A foi assim, com a bola no pé, que o empate surgiu no final do primeiro tempo. Schweinsteiger tocou a Toni Kroos na meia direita e o camisa 8 avançou com a bola dominada. Com um toque para o campo de ataque, encontrou Klose, que dominou na entrada da área, driblou Akai Tomeya, invadiu a área e deu um lindo chute por cobertura. Wakashimazu chegou a tocar na bola, a bola bateu no travessão e morreu no fundo das redes: Alemanha 1x1.

No intervalo, Lothar Matthaus fez uma grande mudança tática. Tirou Lahm e Klose para colocar Draxler e Mario Goetze. Mertesacker, Hummels e Badstuber formaria uma defesa com três zagueiros; Schweinsteiger, Draxler, Reus e Kroos formariam um meio de campo em losango e Podolski e Goetze formariam um ataque um pouco mais recuado, que atuaria em velocidade. Já Kozo Kira tirou Okawa e Lee Young-Un para colocar Kishida e Taki. Com Joo Sung centralizado no ataque e Taki como volante, a Coreia do Sul pretendia jogar em velocidade pelas pontas e ter o centroavante como alvo.

A Alemanha desempatou logo aos 30 segundos, quando Badstuber tirou a bola de Jayeon e tocou a Podolski na esquerda. Sem opções para o passe, o camisa 10 avançou e resolveu arriscar um chute de muito longe. Percebendo o erro de posicionamento de Wakashimazu, Podolski mirou entre o goleiro e a trave. O chute rasteiro surpreendeu o goleiro, que tentou pular e viu a bola passar embaixo do seu corpo, em um frango incrível: Alemanha 2x1.

A Alemanha voltava à programação normal, com o domínio da partida e do placar. Com a bola no pé e bem posicionada taticamente, a equipe europeia dominava as ações. Mas é nessas horas que o craque tem que resolver. Jayeon começou a se movimentar o campo inteiro, pedindo a bola, buscando tabelas e concluindo. O camisa 10 sul coreano encostava principalmente em Joo Sung e, com isso, a dupla começou a fuzilar o gol alemão, obrigando Manuel Neuer a fazer defesas difíceis para segurar o placar.

E foi assim até os acréscimos, quando Jayeon chutou uma bola no ângulo e Neuer mandou a córner. Jayeon foi para a cobrança e, com os principais jogadores marcados, o camisa 10 deu uma ordem e mandou a bola para a área. Naquele exato espaço, apareceu Urabe. Com uma cabeçada forte, o camisa 6 mandou a bola para o fundo das redes e deixou tudo igual: Coreia do Sul 2x2.

Destaque do jogo: Manuel Neuer. Se não fosse a expulsão na metade do primeiro tempo, Thomas Muller sairia de campo como o melhor, com certeza. Jayeon também teve uma participação incrível, chamando a responsabilidade e levando a Coreia do Sul ao ataque. Mas Manuel Neuer foi o melhor sem sombra de dúvidas. Levou dois gols e um cartão vermelho, mas a quantidade de defesas que fez entre as "falhas" impediu a classificação sul coreana e manteve a partida na igualdade que o alto nível dos jogadores levou.

NOTAS RÁPIDAS
  • A terceira e última rodada da fase de grupos ocorre neste domingo. Os três jogos serão disputados em sequência e, sem equipe classificada ainda, a emoção promete ser alta.
  • No grupo A, Brasil e Argentina jogam. A Argentina se classifica com vitória, enquanto o Brasil se classifica até com empate. No grupo B, Japão e França se enfrentam e quem vencer está nas semifinais. Empate leva a decisão para o sorteio, já que até Camarões teria chances. Já no grupo C, a Alemanha precisa vencer e marcar mais de três gols na Inglaterra, que já não tem chances de se classificar em primeiro lugar. Um empate ou vitória da Inglaterra classifica a Coreia do Sul.
  • O melhor segundo colocado se classifica, lembrando que o critério de desempate é pontos, gols pró, gols contra, vitórias, empates, derrotas e sorteio. Assim, ainda podem se classificar com o segundo lugar Brasil, Argentina, França, Japão, Alemanha, Inglaterra e Coreia do Sul. A única seleção já eliminada é a Holanda.
  • Na LMC, a semana trouxe a disputa dos dois campeonatos continentais, que não contam pontos para o ranking. No campeonato europeu, a vitória foi do francês Romain Bardet (AG2R). No campeonato panamericano, o campeão foi o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Os dois estiveram em um camarote do Imperatriz Arena, acompanhando os jogos deste sábado.

Romain Bardet (campeão europeu) e Fernando Gaviria (campeão panamericano) no Imperatriz Arena, acompanhando a segunda rodada do Mundial de Futibou de Butaum.

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