sábado, 24 de junho de 2017

Copa Olé 2017 - Quartas de final - 24/06/2017

O inverno chegou e, com ele, veio mais uma edição da Copa Olé, o torneio eliminatório entre times argentinos. Venceu, avança; perdeu, está eliminado! A chuva fina que caiu e o frio atrapalharam um pouco os planos dos torcedores, mas ainda assim tivemos uma boa audiência para os primeiros jogos do campeonato. Quis o destino que o sorteio colocasse os eliminados da temporada regular do Apertura se enfrentando e, na outra chave, uma reedição das semifinais daquele torneio. Vamos aos jogos!

SAN LORENZO 3x1 HURACÁN

O último lugar no Torneio Apertura mostrou que o San Lorenzo precisa encontrar um esquema tático e forçar a barra. Ora atuando no 4-3-3, ora no 4-4-2 losango e mudando as táticas e os jogadores dentro desses esquemas, o time de Almagro jamais conseguiu uma unidade. Os próprios jogadores não sabiam quem ia atuar na próxima partida. Dessa vez, Nilson prometeu algo diferente. Consolidou o 4-3-3, mas com Reynoso e Buffarini como volantes (dando maior proteção à defesa) e Erviti na ponta esquerda (com um jogador específico para a posição). A proposta era ditar o ritmo de jogo desde o início, ainda mais contra uma equipe que joga fechada. O Huracán, sexto colocado no Apertura, também não tem motivos para exaltar sua campanha na liga passada. A equipe jamais orbitou a zona de classificação, passou o primeiro turno inteiro sem vencer e ainda viu uma crise surgir, com a má fase de Cigogna. A ordem é deixar isso tudo para trás e seguir em frente.

Mas não deu para seguir. Na saída de bola, Masantonio recebeu de Centurión e tentou driblar Reynoso, mas o camisa 5 roubou-lhe a bola e tocou na defesa para Ameli. O camisa 4 tocou a Luciatti e recebeu de volta, avançando com a bola dominada. A marcação chegou e Ameli inverteu o jogo para a direita, tocando a Buffarini e correndo de volta para receber. Mas o camisa 8 não devolveu e, com um bom drible, tirou Barrientos da jogada, invadindo a área e tocando na saída de Islas, para fazer San Lorenzo 1x0, logo aos 40 segundos de jogo.

O time de Almagro continuou ditando o ritmo de jogo. Com boas saídas pela direita, Raul 'Pipa' Estevez volta e meia tinha a companhia de Buffarini, que aparecia como elemento surpresa. Na defesa, Ameli era um gigante no desarme e ainda se arriscava no ataque. Mas a velha máxima do "quem não faz, leva" daria as caras aqui. Aos 5 minutos, o San Lorenzo adiantou a marcação e impediu os avanços do Huracán, que inverteu papéis. Walter Ferrero tocou a Cigogna no meio. O camisa 9 saiu do ataque para armar o jogo e viu Centurión sair do meio e ir para o ataque. Com um passe preciso para a esquerda, o mito encontrou o camisa 8, que avançou e, do bico da área, chutou cruzado e sem chances para Migliore, fazendo Huracán 1x1.

No intervalo, Nilson tirou Johnathan Ferrari (cansado) e Stracqualursi (pouco acionado), para colocar Tellechea e Bordagaray. Já Sr Rabina não teve escolha. Além de Minici (que tinha dificuldades para conter os avanços pelo seu lado) tirou Cigogna, novamente apagado. Colocou Danelon e Barrales em seus lugares, à espera de uma nova atitude do time de Buenos Aires.

Tal atitude não veio e o San Lorenzo dominou completamente o segundo tempo. O Huracán se limitava a defender, mas não conseguia contra atacar, pois não tinha armação. Com isso, se desfazia da bola e o San Lorenzo avançava novamente. Daí surgiu outro ditado popular: água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura.

Aos 6 minutos, Ameli recuperou uma dessas bolas isoladas pelo Huracán e tocou na esquerda para Luciatti. O camisa 6 percebeu que Danelon tinha deixado um buraco na defesa e tocou no corredor. Erviti recebeu na ponta esquerda, avançou e, da lateral da área, chutou cruzado para fazer San Lorenzo 2x1.

O gol fazia justiça à equipe de Almagro, que foi superior o jogo todo. E ainda haveria tempo para ampliar. Na saída de bola, o Huracán foi tocando e perdeu a bola novamente. Reynoso deu a Romagnoli no meio, que abriu rápido na esquerda para Erviti. O camisa 11 fez um carnaval na ponta, até que Alexis Sanchez deu um carrinho e mandou a córner. Erviti cobrou no segundo pau e Buffarini apareceu como elemento-surpresa, à lá Rondinelli, para cabecear sem chances para Islas e fazer San Lorenzo 3x1, aos 8 minutos.

O San Lorenzo mostrou uma nova atitude e uma boa variação tática. Com um meio de campo mais equilibrado e jogadores específicos nas pontas, o jogo fluiu melhor e pôde até mostrar algumas surpresas, como os avanços de Buffarini. Mostrou, também, que não depende só de Romagnoli para ir à frente. Já o Huracán continua com seus problemas. Só defende, não tem criação e conclusão. Cigogna segue seu calvário, sendo vaiado ao ser substituído.

BOCA JUNIORS 3x1 ESTUDIANTES

A vexatória eliminação precoce no campeonato (a primeira de um time argolado na história) e o quinto lugar expuseram muitos problemas do Boca. Madeirite não foi capaz de fazer a equipe jogar e foi demitido, mas Sr Rússia (seu substituto) ainda não conseguiu encontrar um esquema que funcione. A aposta aqui era em uma revolução tática. Ao invés de jogar com um atacante de cada lado, ele pediu a Palermo que jogasse centralizado, como Trezeguet faz no River. Assim, o camisa 9 pode correr para um lado ou outro para receber a bola. Também pediu a Palacio que recuasse mais e jogasse como autêntico ponta, não como segundo atacante. Queria, também, que o Boca tivesse o domínio da bola e propusesse o jogo. Já o Estudiantes, sétimo colocado no campeonato, tinha seus próprios problemas. A equipe até se porta bem em campo, mas não consegue concluir a gol. A isso, somam-se os problemas físicos, que fazem com que o time canse no segundo tempo. Cristaldo quer a equipe jogando pelas pontas, para aproveitar as características de seus atacantes.

A parte física foi resolvida, com um bom plano na inter temporada. O Estudiantes correu bem o jogo todo e dominou a partida, com bons toques e boa chegada ao ataque. Mas o principal problema persiste. A equipe chegava ao ataque e não concluía com facilidade. Assim, o Boca foi amassado o jogo todo, mas conseguiu encaixar bolas pontuais, que lhes deram a vitória.

Aos 2 minutos, Gastón Fernandez foi ao ataque pela direita e cruzou para a área. Abbondanzieri saiu e ficou com a bola, reiniciando na esquerda para Arruabarrena. O camisa 3 procurou Riquelme no meio e o camisa 10 tocou mais à direita, para Serna. O capitão da equipe fez passe em profundidade para Basualdo, que pegou a defesa do Estudiantes aberta. O camisa 11 adiantou demais a bola e viu Andujar saindo. Com um toque para o lado, a bola passou, mas Basualdo não. Palermo cobrou o pênalti no ângulo direito de Andujar, que se esticou, mas não alcançou a bola: Boca 1x0.

O Estudiantes continuou dominando o jogo e povoando o ataque, mas o Boca se defendia com valentia e tentava propor seu jogo, sem sucesso. Na única vez que o fez, saiu o segundo gol. Aos 9 minutos, Serna desarmou Boselli e tocou a Riquelme na meia esquerda. O camisa 10 avançou e viu Palermo indo para a esquerda e Ibarra na direita. A opção foi pelo camisa 4, que recebeu na ponta, invadiu a área e chutou na saída de Andujar, fazendo Boca 2x0.

No intervalo, Sr Rússia tirou Cagna e Palacio para colocar Battaglia e Guillermo Barros Schelloto. Battaglia entrou para reforçar a marcação no meio, enquanto Schelloto viria para ajudar no passe pela ponta direita. Já Cristaldo resolveu mudar a equipe taticamente. Tirou Angeleri e Boselli e colocou Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez. Já que o Boca não atacava pelo lado direito de sua defesa, o treinador optou por um meio campista que ajudasse na marcação a Palermo e, no ataque, por um centroavante mais incisivo.

O Boca voltou pro segundo tempo disposto a segurar o resultado e, com isso, super povoou o seu campo de defesa. O Estudiantes teve dificuldades, mas tocou curto e foi abrindo a defesa adversária, sem sucesso.

O Boca seguiu a sua máxima de procurar e não desperdiçar a oportunidade única. Ela veio aos 9 minutos, quando o Estudiantes estava todo no campo de ataque. Em cruzamento para a área, Escudero aliviou e Basualdo passou a Riquelme na meia esquerda. O camisa 10 puxou contra ataque, chamou a marcação e tocou nas costas da defesa. Palermo recebeu na direita, invadiu a área virando o corpo e chutou cruzado de pé esquerdo, no contrapé de Andujar, para fazer Boca 3x0, aos 9 minutos.

O Estudiantes descontou na saída de bola, aos 10. Verón fez o 'toca y me voy' com Leandro Benítez, recebeu na direita, adiantou a bola e viu Abbondanzieri. O chute de cobertura foi perfeito e a bola morreu no fundo das redes: Estudiantes 1x3.

O Boca deu sorte com as três chegadas que terminaram em gol, mas mostrou que não aproveitou em nada o período sem jogos. A equipe jamais teve o controle do jogo, errou muitos passes e foi totalmente dominada. Já o Estudiantes mostrou mais uma vez seu velho defeito, de não saber concluir. Dominou o jogo, fez boas jogadas e desperdiçou suas chances. Mandou uma bola na trave e perdeu outras tantas na cara do goleiro.

NOTAS RÁPIDAS

  • O restante das quartas de final será jogado neste domingo. As semifinais e a final, no entanto, deverão ser jogadas só em duas semanas, provavelmente no meio da semana.
  • O milestone da rodada vai para Centurión. Se sua equipe foi eliminada, ele ao menos tem a comemorar o fato de ter chegado a 20 gols com a camisa do Huracán.
  • A FIFUBO versa sobre futebol, mas não deixa de incentivar outras modalidades esportivas com botões. Assim, vamos falar da Copa do Mundo de Handebol de Botão.
COPA DO MUNDO DE HANDEBOL DE BOTÃO

A competição, disputada anualmente desde 2007, reúne as 24 melhores seleções da modalidade, distribuídas em 8 grupos de 3 equipes. As duas melhores se classificam para as oitavas de final e jogam partidas eliminatórias até chegarmos ao campeão. A equipe campeã sedia o mundial do ano seguinte.

Campeão das duas primeiras edições, o Brasil entrou em grande crise, com sucessivas eliminações na primeira fase ou nas oitavas de final. Mas a criação da Real Liga de Handebol (torneio nacional nos moldes das ligas da FIFUBO), em 2011, começou a mudar o panorama, trazendo investimentos e evolução ao handebol brasileiro. A equipe continuou tendo dificuldades em avançar no mundial, mas já começou a jogar de igual para igual com as equipes mais fortes do mundo.

A edição 2017 do mundial foi disputada na Argentina e o Brasil caiu no grupo C. Após uma boa estreia, vencendo a Itália (9x6), os jogadores viram a mesma equipe empatar com o Japão (7x7), o que fez com que o Brasil se classificasse antecipadamente. A equipe japonesa, a mais fraca do grupo, parecia presa fácil para os brasileiros, mas a soberba atingiu o conjunto nacional, que acabou perdendo para os nipônicos pelo incrível placar de 4x8 e se classificando em segundo lugar.

Assim, a seleção acabaria pegando uma equipe campeã de grupo, nas oitavas de final, e a escolhida foi a Alemanha. Seleção tradicional, campeã em 2011, vice em 2010 e bronze em 2008 e 2013, a Alemanha vem renovada e pronta para alçar voos mais altos. Mas o Brasil se superou e venceu a forte equipe por 9x5, com uma defesa sólida.

Nas quartas de final, o desafio era muito maior: a atual campeã Argentina, que eliminou o Brasil nas quartas do mundial de  2016. Com um ginásio lotado e os torcedores fazendo muita pressão, os brasileiros tiveram dificuldades. Mas a evolução tática se fez presente e o Brasil conseguiu conter o jogo do adversário, vencendo por 10x7 e avançando às semifinais com a confiança em alta.

Nas semifinais, o desafio seria a Polônia, outra equipe muito forte, campeã em 2013. O jogo foi muito duro e disputado e terminou empatado em 8x8. Nos tiros de 7 metros, no entanto, os poloneses venceram por 3x2 e avançaram à final. Na outra semifinal, a Rússia derrotou a França por 2x1 nos 7 metros, após empate em 10x10 no tempo normal.

Assim sendo, os brasileiros teriam outra pedreira no caminho do pódio. A França nunca venceu o torneio, mas foi vice campeã em 2009, 2012 e 2013, conquistando a medalha de bronze em 2010. Agora, apresentava sua mais talentosa geração e prometia um jogo difícil.

Porém, o Brasil conseguiu encaixar seu jogo no ataque e ainda anulou o poderoso ataque francês, de variação de jogadas, graças a uma forte marcação individual. O jogo quase perfeito dos brasileiros terminou com uma vitória de 11x5, dando ao Brasil a medalha de bronze e fazendo o país voltar ao pódio depois de 10 edições do torneio. Na final, a Rússia derrotou a Polônia por 11x7 e aumentou sua vantagem como maior vencedora. Agora, os russos têm 4 conquistas, contra 2 dos brasileiros e 1 de Alemanha, China, Polônia, Cuba e Argentina. Em 2018, o mundial volta a Moscou e a expectativa é que o Brasil possa voltar a triunfar onde conquistou seu primeiro título.

Lance da final entre Rússia e Polônia. O jogador russo, de posse da bola, se prepara para arremessar ante a marcação adversária.

Pódio do campeonato. No alto, os jogadores da Rússia, campeões mundiais. Abaixo à esquerda, os jogadores da Polônia, medalha de prata e, abaixo á direita, os jogadores do Brasil, medalha de bronze nos jogos.

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