Na noite deste sábado, 1 de fevereiro de 2014, foi dado o pontapé inicial para os clubes argentinos da FIFUBO. Foi realizada a etapa de quartas de final do Torneio Início do Apertura 2014. Trata-se de um torneio sem premiação, cujo intuito é apresentar e dar os últimos ajustes às equipes para a estreia no Apertura 2014, no final de semana que vem. É uma partida disputada em tempo único de 10 minutos, onde vence quem fizer mais gols. Se houver empate, a equipe com mais escanteios a seu favor avança. Se o empate persistir, há disputa de pênaltis. por ter um tempo pequeno de jogo, os quatro jogos das quartas de final puderam ser realizados no sábado. As semifinais e a final serão realizadas no domingo. Vamos aos jogos!
ESTUDIANTES 1x2 RACING
A equipe de La Plata vinha empolgada. Após o 'escândalo das bainhas', a equipe se recuperou bem e terminou o Clausura 2013 de forma honrosa, ainda que sem a vaga nas semifinais. Bayer mandava a campo sua equipe titular, com um sentimento de que o bom momento da equipe não podia parar. Já o Racing foi uma equipe de altos e baixos. Campeão da Copa Olé, entrou como favorito absoluto no Clausura, mas decepcionou e nem sequer chegou perto da zona de classificação. Na Supercopa FIFUBO, no entanto, derrotou o embalado River Plate e levou a taça. Madeirite pediu muita atenção a seus jogadores, do início ao fim, para evitar a apatia que se abateu durante o Clausura.
E foi o Estudiantes quem abriu o marcador, a despeito do bom início do Racing. Com 3 minutos, Angeleri cobrou lateral para Enzo Perez, que devolveu ao lateral e correu para a área. O cruzamento, rasteiro, encontrou Perez, que tocou desviando a bola de Saja e fazendo o primeiro gol argentino de 2014: Estudiantes 1x0.
O Racing não se abateu e conseguiu o empate na saída de bola, aos 4 minutos. Ruben Capria e Martin Simeone se atrapalharam no passe. Capria, então, teve que recuar e encontrou seu irmão, Diego, que veio correndo e soltou uma bomba para surpreender Andujar e fazer o seu primeiro gol com a camisa do Racing: 1x1.
Apesar do Estudiantes jogar bem e criar boas jogadas de ataque, era o Racing quem dominava. Martin Simeone e Ruben Capria eram os dois melhores em campo, com boas tabelas e servindo o ataque em jogadas perigosas. Assim, aos 8 minutos, foi Martin Simeone quem tocou para Ruben Capria na direita e viu o camisa 10 driblar Marco Rojo e tocar na saída de Andujar para dar números finais ao confronto: Racing 2x1.
O Estudiantes, apesar da derrota, mostrou bom jogo. Com praticamente 3 armadores (Veron sai para ajudar Perez e Benítez), tem boa gama de jogadas de ataque, que ainda conta com a subida dos laterais. Os atacantes mostraram maior movimentação e deram opção para o passe.
O Racing, por sua vez, mostra que pode ser a equipe da Copa Olé. Com Simeone ajudando na armação e Quiroz firme na entrada da área, a equipe marca bem e sai com qualidade.
BOCA JUNIORS 1x4 SAN LORENZO
O Boca Juniors, vice campeão do Clausura 2013, precisava acalmar sua torcida, pois para River e Boca, só o título interessa, em qualquer competição. Visando dar maior ritmo de jogo (e já confiante da vaga nas semifinais), Paralelo levou a campo seus três reservas: Battaglia, Schelloto e Viatri barraram Serna, Palácio e Palermo. Schelloto era o capitão da equipe que, vencendo, veria seus três titulares de volta na próxima fase. Já o San Lorenzo, último colocado no Clausura e um dos atingidos pelo 'escândalo das bainhas', vinha de reformulação. Nilson treinou forte a equipe na pré-temporada e exigiu maior participação de todos, visando diminuir a carga em cima de Romagnoli.
E quem se mostrou correto desde o início foi o San Lorenzo. Marcando forte e saindo com organização, a equipe de Almagro encontrou as redes logo a um minuto, quando Buffarini fez bela jogada na direita ao ganhar no pé de ferro de Battaglia, driblar Arruabarrena e chutar cruzado para vencer Abbondanzieri: San Lorenzo 1x0.
Mesmo desorganizado, o Boca tentava sair para o ataque e foi numa dessas tentativas, aos 3, que conseguiu seu gol. Schelloto tocou para Cagna, que avançou pela intermediária até ser derrubado por Piatti. Riquelme cobrou a falta com perfeição e superou Migliore, fazendo Boca 1x1.
A rigor, foi tudo o que o Boca fez no jogo. O San Lorenzo dominou e encontrou o segundo gol aos 5 minutos, em bela jogada coletiva. Buffarini tocou para Piatti na esquerda, que deu a Romagnoli no meio. O camisa 10 avançou até a entrada da área e chutou forte, para vencer Abbondanzieri. Depois, bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x1.
O Boca surpreendido pelo gol, tentou se lançar ao ataque e fez exatamente o que queria o San Lorenzo. Aos 6, Reynoso tomou a bola de Schelloto e tocou na esquerda para Luciatti. O camisa 6 tocou para Stracqualursi avançar pela esquerda e, da entrada da área, soltar a bomba de pé esquerdo e fazer San Lorenzo 3x1.
O Boca entregou os pontos e deixou o jogo correr. Mas o San Lorenzo ainda queria mais, para começar o ano com o pé direito. Em nova jogada de contra ataque aos 9 minutos, Piatti recebeu de Luciatti, invadiu a área e foi derrubado por Abbondanzieri. Romagnoli cobrou o penal no canto esquerdo, enquanto o goleiro ia para o canto direito. Com isso, novamente o capitão bateu no peito, apontou o chão e fez a taunt da Paloma: San Lorenzo 4x1.
O Boca arriscou e deu um tiro no pé. Ao poupar titulares visando a próxima fase, Paralelo não se classificou e ainda vê sua equipe não ter tempo para treinar e entrosar antes da estreia no campeonato. Para piorar, a estreia é um Superclássico, contra o River, no jogo de abertura.
Já o San Lorenzo mostra evolução. A equipe dominou o jogo do início ao fim com boa marcação em cima do meio campo e saídas rápidas com 5 jogadores, fora as subidas de Luciatti pela esquerda. É uma promessa para o Apertura.
INDEPENDIENTE 1x1 VELEZ SARSFIELD
O jogo seguinte era uma incógnita total. O Independiente alternou suas atuações no último ano. Ora era uma equipe organizada, jogando um futebol bonito e se candidatando ao título, ora era uma equipe apática, perdendo jogos fáceis sem demonstrar reação. Mas terminou com Silvera brigando pela artilharia. Já o Velez... ninguém sabia o que esperar. A equipe tinha feito um único amistoso até então e este era o seu primeiro jogo oficial. A rigor, o esquema tático é o mesmo que a maioria das equipes usa (4-4-2 losango, com atacantes atuando em linha). Mas o comportamento individual e as variações de jogo eram um mistério.
E foi a bola rolar para se ter uma noção do que será o Velez. A equipe tomou a iniciativa e tentou boas jogadas. Mas, bem plantado, o Independiente as repelia e saía em contra-ataques perigosos, que por pouco não encontravam o caminho das redes. Embora Bayer tenha pedido que Facundo Parra fosse mais municiado, para desafogar Silvera, era do lado esquerdo que a equipe atuava e Silvera era a referência.
O Independiente foi acuando o Velez, que se desorganizou e foi aí que surgiu o futebol de Gago. O camisa 5 passou a ajudar na armação, atuando mais adiantado e, aos 4 minutos, recebeu de Insua e, de muito longe, soltou um chute forte e indefensável para vencer Navarro: Velez 1x0.
O Independiente se assustou com o gol e isso reequilibrou as coisas. Mas Cubero estava nervoso com a estreia e acabou fazendo falta em Busse. Quem cobrou foi Gracián, que encobriu a barreira. Sosa saltou e conseguiu tocar na bola, que tocou também no travessão e morreu no fundo do gol, com Sosa abraçado a ela, aos 7 minutos: Independiente 1x1.
O jogo foi assim até o final. De nota, duas situações do Velez: a primeira foi a expulsão de Insua, aos 9 minutos, o que fez com que a equipe perdesse poder de armação. A outra foi nos acréscimos, quando teve a chance da vitória em cobrança de falta próxima à área, que Gago cobrou na trave. Por ter um escanteio contra nenhum do oponente, o vencedor foi o Independiente.
O Independiente mostrou o mesmo futebol eficiente do ano passado. Com boa marcação e todos se ajudando, a equipe saiu bem para o ataque, mas tem que evoluir ainda nas alternativas. Facundo Parra não foi acionado. Se continuar assim, basta uma marcação em Silvera e a equipe terá muitas dificuldades de encontrar o gol.
Já o Velez foi uma grata surpresa. Insua, seu único armador, se movimenta o campo todo buscando o jogo e
partindo para o ataque com passes inteligentes. Claudio Hussain, capitão
e volante pela direita, faz boas jogadas por aquele lado, municiando
seu irmão, o camisa 10 Dario Hussain. Do outro lado, o grande problema.
Turco Assad não era bem municiado, uma vez que o volante da esquerda, Cubero, errou muitos passes, mas isso não parece ser grande problema, já que Gago chamou a responsabilidade e saiu da entrada da área para ajudar na armação. Pode dar bossa essa equipe!
HURACÁN 1x4 RIVER PLATE
De um lado a surpreende equipe do Huracán. Mesmo sendo atingida pelo 'escândalo das bainhas' no ano passado, jamais deixou a zona de classificação no Clausura, terminando com um honroso quarto lugar. Mas o problema é que o adversário era o River Plate, que ganhou todos os quatro jogos que fez contra 'El Globo' no ano passado, todos de goleada (3 por 4x2 e 1 por 6x1). Sr Rabina pediu a seus atletas atenção e sem medo, diante do River. Já o River Plate, campeão do Clausura 2013 e dono do futebol mais vistoso do ano passado, a ordem era preparar para o Superclássico. Com a equipe titular em campo, Francescoli queria o futebol bonito, de variação de jogadas e marcação forte, para seguir adiante no Torneio Início.
Quando a bola rolou, um equilíbrio se fez latente nos dois primeiros minutos. O River foi se organizando, enquanto o Huracán não se acovardou. Armando uma bela armadilha, o Huracán encontrou a rede justamente aos dois minutos, quando Minici roubou a bola de Ortega e tocou para Ruben Masantonio, que encontrou Cigogna. O camisa 9 tocou atrás para Minici, que devolveu a Cigogna na entrada da área. O mito recebeu ao seu estilo e soltou o escopetazo para fazer Huracán 1x0.
O River não se acovardou e, aos três minutos, encontrou a igualdade. Gallardo fez boa jogada pela direita, na lateral da área, e contou com a afobação de Walter Ferrero, que o derrubou. Gallardo cobrou a falta com perfeição, no ângulo oposto e fez River 1x1.
A partir daí, o Huracán ainda tentou uns contra-ataques, mas os 'contra-contra-ataques' do River se mostraram mais eficientes. Aos 6 minutos, após Villarruel perder uma boa oportunidade, Paz tocou para Almeyda no meio. O capitão tocou a Berizzo na esquerda, que inverteu o jogo em lançamento cirúrgico. Ortega recebeu livre na direita, avançou até o bico da área e chutou cruzado para fazer River 2x1.
Surpreendido em sua própria tática, o Huracán tentou forçar o River a descartar a bola, para sair em contra-ataque. Mas, aos 8 minutos, após Villarruel perder outra boa oportunidade, o River saiu rápido. Novamente Almeyda tocando na esquerda para Berizzo. Desta vez, o lateral tocou mais à esquerda para Buonanotte, que não conseguiu dominar para seguir adiante, preferindo tocar a Ortega no meio. O camisa 10 trouxe para a esquerda, ajeitou o corpo para a bola ficar no pé direito e acertou o ângulo de Islas, fazendo River 3x1.
Entregue e desanimado, o Huracán errou a saída de bola. Gallardo tocou para Diego Armando Barrado, que avançou pela intermediária e chutou de pé esquerdo para vencer Islas novamente, aos 9 minutos, e manter a tradição do River de golear o adversário: 4x1.
O Huracán mostrou que sua proposta continua de pé. Explorou bem os contra-ataques, mas para jogar assim, precisa marcar forte, o que não fez no jogo.
Já o River mostrou toda a magnitude de seu futebol. Além de tramar boas jogadas, sabe forçar o erro do adversário e usar todos os atletas, invertendo o jogo e esperando a hora exata de concluir. É o Barcelona do futibou de butaum.
NOTAS RÁPIDAS:
- Dois atletas atingiram milestones nesta rodada inicial. O gol de Gracián contra o Velez foi o de número 20 com a camisa do Independiente. Já a exibição de gala de Romagnoli contra o Boca Juniors lhe rendeu 30 gols na carreira.
- As semifinais ocorrerão neste domingo, provavelmente no fim do dia, com San Lorenzo x Independiente e Racing x River Plate.
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