sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Copa Rio 2018 - Final jogo de ida - 19/01/2018

Neste verão carioca enlouquecido, onde chove por semanas e faz calor de quase quarenta graus na primeira saída de sol, é comum ter resfriados. Pois um destes malditos se abateu sobre este que vos escreve e, assim, o primeiro jogo da final da Copa Rio foi adiado em cinco dias. Era para ser no domingo passado, mas foi empurrado para a sexta-feira seguinte. Melhor ainda, pois o dia de forte calor fez com que o Itaquá Dome ficasse lotado, à espera de um grande jogo, pois se trata das duas equipes que mais decidiram troféus na História da FIFUBO.

O Vasco, mandante da partida, despachou o CROL com dois resultados espetaculares (3x0 e 5x2) e também vem de triunfo na Copa 3 Corações, quando derrotou seu maior rival para celebrar o bicampeonato. Antônio Lopes quer segurar o Imperatriz e levar a decisão para o jogo de volta e, para isso, aposta na marcação forte característica de seu time. Chegou a cogitar colocar Beto no lugar de Léo Lima, mas mudou de ideia e o camisa 7 foi para o jogo.

O Imperatriz tem um princípio de crise. Após os dois vice campeonatos em 2017 (Copa 3 Corações e Copa Rio), a equipe se renovou, assumiu de vez o estilo fechado para botões, aposentou seus jogadores e investiu pesado na contratação de jogadores de seleção brasileira. Mas, na primeira competição que disputaram, perderam para o Vasco. Para piorar, a equipe passou pelo Bangu literalmente no último lance. Após vencer o primeiro jogo por 4x3, empatou em 2x2 já no estouro do cronômetro. Dircys percebeu que sua equipe ficava muito exposta com um único volante e, assim, colocou Ronaldinho na ponta direita e recuou Juninho para formar dupla de volantes com Kleberson, trazendo o Imperatriz para um estilo próximo ao que o River joga. Romário continua no banco, mas Dircys ainda conta com ele. Para isso, convocou o aposentado jogador Euller para explicar ao camisa 11 como é o estilo de jogo pretendido para ele.

E assim vamos para o primeiro jogo desta final!

VASCO 1x8 IMPERATRIZ

Sim, meus amigos, vocês não leram errado. O jogo foi um sonoro 8x1 para o Imperatriz, a maior goleada da História deste confronto. O Imperatriz dominou do início ao fim, com uma marcação implacável e um ataque espetacular.

Na saída do jogo, Rivaldo tocou a Ronaldinho e procurou receber de volta, mas Léo Lima roubou a bola e tocou na direita para Edmundo. O camisa 10 tocou a Marcelinho no meio e o camisa 8 adiantou a bola, em busca do contra ataque. Com tempo perfeito de bola, Kleberson se antecipou e roubou de Marcelinho, recuando para Charlie Brown, que dominou com os pés e procurou um passe longo para Denilson na esquerda. Mas o goleiro do Imperatriz não é um passador nato e, por isso, a bola foi esticada demais, na direção de Maricá. Denilson não é o principal jogador do Imperatriz atualmente à toa. Ele correu e conseguiu chegar na frente do camisa 2 vascaíno, dando um drible desconcertante em seu marcador e avançando. Da meia lua, desferiu um chute muito bem colocado e, com apenas um minuto de jogo, fez Imperatriz 1x0.

O começou da equipe de Niterói era o melhor possível e ainda tinha espaço para mais. Na saída de bola, Léo Lima fez um 'toca y me voy' com Marcelinho e se deslocou para receber na meia esquerda. Rivaldo percebeu e se adiantou, interceptando o passe do camisa 8 para o 7 vascaíno. Após roubar a bola, o camisa 10 do Imperatriz tocou a Cafu na direita e recebeu de volta na intermediária. O meio de campo do Vasco se posicionou para impedir o contra ataque, mas Rivaldo fez um passe no meio dos marcadores cruzmaltinos e encontrou Ronaldo. O camisa 9 avançou e Bruno Lazaroni correu para roubar-lhe a bola. Sem se importar, Ronaldo rolou a bola para a esquerda e Roberto Carlos, como elemento-surpresa, apareceu e encheu o pé, no seu chute característico, para fazer Imperatriz 2x0. A jogada, concluída aos 3 minutos de jogo, lembrou muito o lance do quarto gol do Brasil na final da copa de 70.

Embora o Imperatriz abrisse uma importante vantagem, os torcedores ficaram apreensivos, pois na final da Copa 3 Corações ocorreu a mesma coisa. Os vascaínos se fiavam nisso, enquanto os jogadores do Imperatriz redobraram a concentração. Assim, quando Léo Lima fez novo 'toca y me voy' com Marcelinho e recebeu na frente, Kleberson se antecipou e roubou-lhe a bola, tocando a Rivaldo no meio. O camisa 10 abriu na esquerda e Ronaldo avançou em velocidade, chutando da entrada da área para Carlos Germano espalmar a córner. O próprio Ronaldo cobrou rasteiro para o bico da área, onde Roberto Carlos recebeu e chutou de primeira, na sua bomba característica, para fazer Imperatriz 3x0, aos 5 minutos.

O Vasco começava a realizar que o raio não cairia no mesmo lugar duas vezes. Tudo o que os jogadores queriam era que o primeiro tempo se encerrasse, para reagrupar o time e tentar diminuir o prejuízo. Mas o Imperatriz estava impossível. Aos 8 minutos, Marcelinho recebeu de Petkovic e avançou pelo meio, tentando driblar Rivaldo. Mas o camisa 10 roubou-lhe a bola com extrema facilidade e tocou na esquerda para Roberto Carlos. O camisa 6 puxou o contra ataque e foi tabelando com Ronaldo até a entrada da área do Vasco,  quando deu um passe que deixou o camisa 9 dentro da área, para tocar na saída de Carlos Germano e fazer Imperatriz 4x0.

O pesadelo vascaíno chegava a uma pausa e Antonio Lopes, desesperado, tentou arrumar uma tática para diminuir o prejuízo. Tirou Bruno Lazaroni e Donizete, colocando Nasa e Alex Alves em seus lugares. Procurava melhorar a marcação e colocar no ataque o seu amuleto.

Já o sonho do Imperatriz parecia não ter fim. Dircys resolveu trocar Edmilson e Ronaldinho para colocar Roque Junior e Romário. Além de dar ritmo ao camisa 4, procurava ver se os conselhos de Euller ao camisa 11 tinham surtido efeito.

Sim, surtiram efeito. O Vasco procurava diminuir o prejuízo e se lançava ao ataque, mas o Imperatriz estava muito bem postado. Após Petkovic tocar a Alex Alves na esquerda e o camisa 17 tentar o drible, Lúcio foi perfeito no desarme e tocou a Kleberson na entrada da área. O camisa 15 tocou a Juninho, que procurou Rivaldo no meio. Com caminho livre para avançar, o camisa 10 preferiu dar uma quebra de asa e abrir na direita para Romário. O camisa 11 agradeceu e não decepcionou. Romário recebeu a bola, cortou a marcação de Gilberto para dentro, olhou o posicionamento de Carlos Germano e chutou uma bola alta, que descreveu um arco e morreu no fundo das redes do goleiro vascaíno. Em respeito ao clube em que jogou, Romário não comemorou o gol. Mas o Imperatriz fazia 5x0 com 2 minutos do segundo tempo.

Não há pesadelo que não possa ficar pior. O Vasco só queria tirar o jogo do caminho, mas o Imperatriz queria deixar um recado forte. Aos 6 minutos, Carlos Germano repôs tiro de meta na entrada da área para Nasa, que abriu na esquerda para Gilberto. O camisa 6 avançou pela ponta e tentou um passe no meio para Petkovic, mas errou e quem recebeu foi Rivaldo. O camisa 10 abriu na direita para Romário, que rolou no meio para Ronaldo. O camisa 9 recebeu dentro da área, de frente para Carlos Germano e escolheu bem o canto para concluir a jogada que ficou eternizada pelo River Plate: Imperatriz 6x0.

O Vasco conseguiu descontar na saída de bola. Aos 7 minutos, Léo Lima e Marcelinho finalmente conseguiram acerta um 'toca y me voy' e o camisa 7 recebeu próximo à meia lua, para acertar um bonito chute e vencer Charlie Brown: Vasco 1x6.

Mas aquilo era somente um gol de honra, pois o Imperatriz voltou ao seu massacre na saída de bola. Aos 8, uma linda jogada coletiva se iniciou no meio de campo, com Rivaldo rolando a Ronaldo e recebendo de volta na frente. Ao invés de continuar avançando, ele recuou para Romário, que deixou mais atrás para Cafu. O camisa 2 tocou a Kleberson, que procurou Juninho no meio. O camisa 19 lançou de volta a Rivaldo, que recebeu já na área do Vasco, mas Carlos Germano lhe tirou o ângulo. A genialidade do camisa 10 apareceu quando Rivaldo usou o apertado espaço para dar um drible sensacional no goleiro vascaíno, que esticou a perna e o derrubou. A cobrança do pênalti demorou e foi somente aos 9 minutos que o próprio Rivaldo bateu no ângulo esquerdo de Carlos Germano, que foi para o outro lado: Imperatriz 7x1.

Este resultado é carregado de simbolismos e só isso já significava o que foi o massacre. Os acréscimos rolavam e o Vasco mandou a bola para longe, esperando o fim do jogo. O Imperatriz tocava, também pensando no apito final. Foi quando a bola chegou a Rivaldo, que levantou a cabeça e viu Denilson correndo ensandecidamente para o campo de ataque. O passe do camisa 10 foi preciso e Denilson recebeu sem marcação no meio, invadiu a área e chutou na saída de Carlos Germano, para finalizar o show que ele mesmo começara: Imperatriz 8x1.

Agora, o Imperatriz pode perder por até 6 gols de diferença no domingo, que será campeão da Copa Rio. O jogo mostrou que o novo esquema dá certo e também serviu para afastar as críticas a muitos jogadores, principalmente Roberto Carlos, que foi eleito o melhor em campo e, agora, é o artilheiro isolado da competição. O Vasco não jogou oficialmente a toalha, mas parece que ela escapou de suas mãos. A equipe não sabe como reverter uma goleada tão poderosa e nem o que fará no próximo domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!