segunda-feira, 24 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Décima Primeira Rodada - 24/04/2017

Os feriados e a agenda lotada impediram a FIFUBO de realizar os jogos nas últimas duas semanas, então um mutirão foi feito para que a décima primeira rodada inteira se realizasse nesta segunda-feira para, assim, o campeonato voltar à normalidade no próximo fim de semana. Dois jogos foram realizados na parte da manhã e o complemento da rodada, à tarde. O gramado pesado por conta da chuva no fim de semana atrapalhou um pouco o andamento das partidas, mas o público que compareceu ao Itaquá Dome tinha motivos de sobra para ter esperanças de um bom espetáculo. Vamos aos jogos!

VELEZ SARSFIELD 5x2 SAN LORENZO

A derrota na rodada anterior (2x4 Racing) mexeu com os jogadores do Velez. Apesar de jogar bem, o time jamais dominou o adversário, se limitando a empatar a partida duas vezes e vendo-os se distanciarem 6 pontos no campeonato. Mesmo assim, o retorno de Insua é condição essencial para o Velez voltar a vencer e subir mais no campeonato. Já o San Lorenzo não tem alternativa, uma derrota os eliminaria do campeonato. A equipe até joga bem, mas não consegue traduzir o bom futebol em vitórias, como provou na rodada passada (2x2 Estudiantes). A surpresa aqui foi a entrada de Erviti no lugar de Bordagaray. Assim, o time de Almagro teria dois jogadores de velocidade pelas pontas, auxiliando melhor Stracqualursi, teria mais qualidade no passe, poderia recompor o meio no losango quando não tivessem a bola e ainda ganhariam um reforço na marcação pelo lado esquerdo. No primeiro turno, San Lorenzo 2x2 Velez.

É difícil saber se o San Lorenzo ganharia tanto com a entrada de Erviti, porque o Velez marcou logo de cara. Aos 40 segundos, Insua desarmou Romagnoli e recuou atrás a Gago. O camisa 5 tocou na direita para Dario Hussain, que fez o 'toca y me voy' com seu irmão, Claudio. Dario recebeu já dentro da área e, com um lindo toque, encobriu Migliore e fez Velez 1x0.

O gol deu tranquilidade á equipe de Buenos Aires, que dominou as ações. Com Insua correndo o campo todo, a equipe tinha opções na armação e rondava a área do San Lorenzo, mas não conseguia concluir. O San Lorenzo, por sua vez, começou a jogar e procurar alternativas. Romagnoli também tinha liberdade para se mover pelo campo de ataque e Piatti era excelente opção para a saída de bola. Assim, aos 5 minutos, surgiu o empate. Após Romagnoli tabelar bem com Jonathan Ferrari e concluir, Sosa mandou a córner. Ferrari cobrou rasteiro para o camisa 10, que deu um drible desmoralizante em Sabia e invadiu a área. Sosa não teve alternativa a não ser cometer o pênalti. O próprio Romagnoli cobrou, no ângulo esquerdo de Sosa, que foi para o lado direito. Na comemoração, Romagnoli bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma: San Lorenzo 1x1.

O gol empolgou de vez a equipe de Almagro, que passou a dominar o jogo. O Velez se perdeu e não acertou mais nada, enquanto o San Lorenzo trocava passes com calma, à espera da oportunidade fatal. E ela veio aos 9 minutos. Tulla desarmou Turco Assad e tocou a Ameli na esquerda. O camisa 4 tocou no meio para Reynoso, que deu mais à frente a Romagnoli. Com liberdade, o camisa 10 avançou pelo meio e, quando Gago apareceu para marcá-lo, ele fez uma tabela no estilo dois-um com Stracqualursi. O camisa 9 fez bem o trabalho de pivô e devolveu a Romagnoli, que recebeu livre na entrada da área para dar um belo chute que venceu Sosa, saindo novamente para bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x1.

Com a virada feita e o primeiro tempo se encerrando, o San Lorenzo teve tranquilidade de sobra, enquanto o Velez se desesperou, errando a saída. Mas tranquilidade demais pode levar à arrogância e ao erro e assim foi. Piatti recuperou e tocou atrás para Ameli, que deu a Luciatti na esquerda. O camisa 6 tocou a Erviti, que resolveu recuar para o goleiro e fazer o tempo passar. Mas Migliore estava fora do gol e o passe do camisa 11 entrou de mansinho, no primeiro gol contra do campeonato: Velez 2x2, aos 10 minutos.

Aí, os papéis se inverteram. O gol que caiu do céu acalmou o Velez e o gol contra desesperou os jogadores do San Lorenzo, que errou a saída. Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Stracqualursi, mas o camisa 9 errou o passe, que foi interceptado por Insua. O camisa 11 tocou atrás a Sebá Dominguez, que fez ótimo lançamento na esquerda. Romero pegou a bola na intermediária do San Lorenzo, avançou e, da entrada da área, soltou um forte chute, que venceu Migliore e decretou o fim do primeiro tempo: Velez 3x2.

No intervalo, Tripa Seca mudou o lado esquerdo. Saíram Emiliano Papa e Turco Assad e entraram Cubero e Lucas Pratto. A intenção era reforçar a marcação e o passe por aquele lado, além de colocar alguém que faria a diferença lá na frente. Fora isso, marcou uma jogada para a saída de bola. Já Nilson não perdoou os erros. Tirou Erviti e Stracqualursi e colocou Reynoso e Bordagaray, desfazendo o 4-3-3 e mudando para o 4-4-2. O esquema vinha funcionando muito bem e surpreendendo, com Erviti voltando ao meio e deixando Romagnoli como  elemento surpresa. A ideia de Nilson era reforçar de vez o meio de campo e deixar seu camisa 10 livre no ataque.

Mas a tacada de mestre foi de Tripa Seca. O treinador montou uma jogada que funcionou logo na saída de bola, uma triangulação mortal entre Insua, Claudio Hussain e Romero, que recebeu o passe do camisa 8 na esquerda e inverteu o jogo para a direita, de onde Insua recebeu livre para chutar de primeira, cruzado, e pegar Migliore no contrapé aos 40 segundos: Velez 4x2.

Não só a jogada na saída de bola, mas Tripa Seca mudou na forma do time jogar, recuando Insua. O camisa 11 passou o segundo tempo marcando Romagnoli, o que matou a principal jogada de ataque do San Lorenzo, além de liberar os zagueiros para tentarem a tabela. E assim foi aos 6 minutos, quando Sabia recebeu de Gino Peruzzi e avançou sem oposição. Ele tocou a Dario Hussain, que percebeu a marcação chegando e recuou ao camisa 4. Sabia, então, inverteu o jogo magistralmente para o lado esquerdo, onde Lucas Pratto recebeu livre, invadiu a área e chutou sem chances para Migliore, fazendo Velez 5x2.

Destaque do jogo: Federico Insua. Romagnoli marcou os dois gols de sua equipe, mas joga sozinho. O grande mérito de Insua é ter com quem tabelar. Assim como o camisa 10 do San Lorenzo, o 11 do Velez se movimentou o campo todo, apareceu na distribuição e na conclusão, marcando um gol. No segundo tempo, recuou para anular o seu rival e conseguiu fazê-lo com inteligência.

ESTUDIANTES 2x2 BOCA JUNIORS

O segundo jogo da manhã era cercado de expectativa. O Estudiantes padece do mesmo problema do San Lorenzo. Em penúltimo, o time não pode perder ou dará adeus á competição. A equipe joga bem, cria oportunidades, mas não tem poder de conclusão, tanto é que Gastón Fernandez passou as duas últimas semanas em treinos de finalização. Já o Boca é a grande atração da semana. Após a demissão de Madeirite, a diretoria anunciou Sr Russia como novo treinador, que chegou com uma nova filosofia, focada em toques curtos e rápidos, troca intensa de passes. Além disso, fez trabalho de psicólogo, conversando individualmente com os jogadores e, depois, em grupo, para tentar entender o que passa com a equipe xeneize. No primeiro turno, Boca 1x1 Estudiantes.

O jogo foi de uma pobreza técnica só. Além de não atenderem ao pedido de toques curtos (jogavam na base do chutão), os jogadores do Boca estavam mal fisicamente, um erro de cálculo de seu novo treinador. O Estudiantes, por sua vez, seguia sua tática de entulhar o meio de campo, o que fazia com que a equipe não tivesse armação. Com isso, o que se viu foi uma sucessão de passes errados de lado a lado. Na única vez em que o Boca fez toques curtos e rápidos, chegou ao gol. Aos 3 minutos, Schiavi desarmou Gastón Fernandez e tocou a Riquelme no meio. O camisa 10 tabelou curtinho com Palermo até o campo de ataque, onde deu um passe preciso para o camisa 9 invadir a área e chutar na saída de Andujar, fazendo Boca 1x0.

No intervalo, Cristaldo tirou Rodrigo Braña (que continuava deixando espaços na defesa) e Gastón Fernandez (nulo, novamente), colocando Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez em seus lugares. Já Sr Russia percebeu que Riquelme se esforçava, mas estava em péssima forma física, e colocou Guillermo Barros Schelloto em seu lugar.

O curioso é que o treinador tentou implementar uma filosofia estranha no Boca. A formação defensiva dos meiocampistas é perfeita, uma tática conhecida como "Chapéu de Bruxa", que induz o adversário a afunilar o jogo e cair numa armadilha, onde Serna recupera a bola e reinicia o jogo. Mas os meiocampistas participam desta formação e sobra para os laterais e zagueiros armar o jogo, ocasionando erros e mais erros de passe. Assim, aos 5 minutos, Schiavi se lançou ao ataque com Arruabarrena, tabelando erroneamente até a bola cair nos pés de Mathias Sanchez. O camisa 12 tocou no meio para Verón, que abriu na ponta para Lopez. O camisa 13 recebeu livre, pois os dois defensores do lado esquerdo estavam no campo de ataque, o que obrigou Serna e Basualdo a saírem para a cobertura. Esperto, Lopez devolveu no meio para Enzo Perez, que chutou fraco demais. Seria mais um erro de conclusão do Estudiantes, não fosse o incrível frango que Abbondanzieri engoliu. Assim, o Estudiantes empatava: 1x1.

A partir daí, a torcida do Boca começou a vaiar os jogadores a cada passe e os atletas assimilaram o golpe, errando cada vez mais. Por sorte, o Estudiantes também não criava. E tudo indicava que o jogo terminaria como no primeiro turno, não fosse por dois lances geniais. Aos 9 minutos, Palermo voltou para buscar o jogo, desarmando Hernan Rodrigo Lopez. A bola sobrou para Schiavi, que devolveu rápido para o camisa 9. Palermo avançou até o meio, onde tabelou com Schelloto. Depois, abriu na direita para Palacio e recebeu de volta. Voltando ao meio, fez o 'toca y me voy' com Schelloto, recebeu de costas para o gol, deu um giro espetacular para driblar Desábato e acertou um chute incrível no ângulo de Andujar, fazendo Boca 2x1.

A torcida já comemorava a vitória que, embora não fosse merecida, daria os 3 pontos para a equipe. Mas os dois times têm seu gênio e o do Estudiantes se chama Verón. Na saída de bola, aos 10, ele também fez um 'toca y me voy' com Enzo Perez, recebendo de volta já na entrada da área. Deixando a bola correr, o camisa 11 ganhou ângulo. Abbondanzieri percebeu e tentou voltar desesperadamente pro gol, mas Verón já tinha mandado um chute de cobertura, fazendo Estudiantes 2x2.

Destaque do jogo: Martin Palermo. Em um jogo onde o Boca mais uma vez atuou mal, o camisa 9 se destacou. Marcou os dois gols da equipe, voltou para armar o jogo e tentou tabelar o tempo inteiro. É cedo para dizer o que Sr Russia fará com essa equipe, mas a primeira impressão que seu camisa 9 deixou já dá esperanças ao torcedor.

HURACÁN 1x6 INDEPENDIENTE

O público compareceu em melhor número aos jogos da tarde, com temperatura amena e algumas nuvens no céu. Mas o grande atrativo foi o que estava em jogo nos dois últimos jogos. No primeiro, uma partida de 6 pontos. Vindos de uma incrível vitória na rodada anterior (3x1 Boca), os jogadores do Huracán encaravam esta partida como mais uma etapa rumo aos playoffs. Contra um rival direto, uma vitória os levaria à zona de classificação. Para isso, o retorno de Cigogna (após cumprir suspensão contra o Boca) era crucial. O mito treinou finalizações nas três semanas em que ficou sem jogar. Já o Independiente vem empolgado após vencer o River (2x1). Dispostos a deixar a campanha irregular para trás (5 vitórias e 5 derrotas), os jogadores treinaram duro nas duas últimas semanas. No primeiro turno, Independiente 3x1 Huracán.

O que se viu foi um jogo de altíssimo nível no primeiro tempo. As duas equipes tramavam boas jogadas e se abriam, levando contra ataques perigosos. Em um deles, logo a um minuto, o Independiente abriu o marcador. Tuzzio desarmou Milano e tocou a Montenegro. O camisa 5 procurou Gracián mais á frente e lhe passou a bola. Com belo passe em profundidade, o camisa 19 encontrou Silvera, que recebeu a bola no bico da área e chutou cruzado, para fazer Independiente 1x0.

O Huracán empatou logo na saída de bola, em falha da zaga. Ruben Masantonio fez o 'toca y me voy' com Villarruel e recebeu no bico da área. Navarro tentou sair e abafar o lance, mas na hora do chute de Masantonio, Matheu se atirou no carrinho. A bola bateu nele e encobriu o goleiro, para morrer no fundo das redes: Huracán 1x1, aos 2 minutos.

O jogo ganhou emoção e as duas equipes se fartaram de desperdiçar chances. O Independiente levava perigo, principalmente, quando Gracián passava a bola a Silvera. Em uma delas, o camisa 11 era marcado por 5 jogadores e, mesmo assim, conseguiu chutar e acertar a trave de Islas. Do outro lado, Masantonio atuava como um terceiro zagueiro e Cigogna desperdiçava chances. Mas o placar não ficou empatado ao final do primeiro tempo, graças a Gracián. Aos 7 minutos, Montenegro fez boa jogada pelo meio e lateralizou para Mareque. O camisa 3 foi ao fundo e cruzou rasteiro, para Gracián completar no segundo pau para o gol aberto: Independiente 2x1.

No intervalo, Sr Rabina trocou Danelón e Milano por  Erramuspe e Barrales. Já Bayer fez apenas uma mudança, tirando Busse e colocando Acevedo. Ali começava o show...

A mudança de Bayer foi crucial. A entrada de Acevedo fez o Independiente ganhar poder de marcação no meio e o camisa 12 se destacou, interceptando passes, fazendo a cobertura, anulando Cigogna e ainda participando da armação. Foi assim que, aos 2 minutos, o Independiente ampliou o placar. Acevedo interceptou bola que ia para Cigogna e tocou a Gracián no meio. O camisa 19 viu Fredes partindo para o contra ataque e lhe passou a bola com precisão, na direita. O camisa 8 recebeu sem oposição, avançou e, da entrada da área, mandou um chute de extrema categoria para fazer Independiente 3x1.

A partir daí, virou show. A equipe de Avellaneda teve uma tarde de gala, com inversão de jogadas, lindos passes e anulação total do adversário. A goleada se desenhou aos 5 minutos, em linda jogada coletiva. Silvera voltou para a defesa e recuperou uma bola que ia para Cigogna, tocando a Acevedo mais atrás. O camisa 12 tocou a Mareque na esquerda e o camisa 3 tocou a Gracián, que ficou de costas pro lance e devolveu a Montenegro. Enquanto tudo isso acontecia, Silvera já corria para o ataque e saía da esquerda para a direita. O camisa 5 percebeu e tocou para ele, que invadiu a área pelo lado direito e chutou cruzado na saída de Islas, fazendo Independiente 4x1.

O show de bola do Independiente fez o Huracán se perder totalmente e a equipe não conseguiu fazer novo 'toca y me voy', porque Masantonio foi desarmado por Matheu, que passou a Tuzzio. O camisa 6 tocou a Montenegro, que deu mais na esquerda a Acevedo. Silvera voltou para armar o jogo e recebeu a bola, fazendo lindo passe no meio para Gracián. Da entrada da área, o camisa 19 percebeu Mareque entrando na esquerda e lhe passou a bola. Sem marcação, o camisa 3 tinha tudo para fazer o gol, mas Islas o agarrou. Pênalti que Silvera cobrou, no canto esquerdo de Islas, que foi para o direito: Independiente 5x1 e hat trick para Silvera.

O espetáculo já estava feito, mas ainda dava tempo para mais um. Aos 9 minutos, Tuzzio voltou a desarmar Cigogna e tocou a Mareque na esquerda. O camisa 3 tocou mais à frente para Acevedo, que tocou no meio a Montenegro. O camisa 5 continuou invertendo o lance e tocou a Fredes, que deu mais à frente para Gracián. Quase de frente pro gol, o camisa 19 se livrou da marcação de Barrientos e chutou cruzado, acertando o gol de Islas e fechando o espetáculo: Independiente 6x1.

Destaque do jogo: Nestor Silvera. Difícil dizer quem se destaca quando o time tem uma tarde de gala. Até o treinador tem sua parcela no espetáculo, com a mudança no segundo tempo. Mas o hat trick de Silvera não passará incólume. Além dos 3 gols, o camisa 11 voltou para ajudar na defesa, armou o jogo, reiniciou jogadas e concluiu, se movimentando pelo campo todo e aparecendo até do outro lado do campo para concluir.

RIVER PLATE 4x2 RACING

Finalizando a tarde de gala da FIFUBO, tivemos o choque de líderes. Vindos de derrota para o Independiente (1x2), os jogadores do River queriam triunfar não só para garantirem a classificação antecipada, mas para abrir 4 pontos de frente para o segundo colocado. Já o Racing vem de uma espetacular campanha, tendo vencido seus últimos 6 jogos. Curiosamente, a última derrota tinha sido há um turno atrás, para o mesmo River. Mas isso era um passado tão distante, que o time de Avellaneda já vislumbrava derrotar o rival, assumir a liderança e garantir a classificação aos playoffs, ainda mais depois de despachar o Velez (4x2) na rodada anterior. No primeiro turno, Racing 0x3 River Plate.

O jogo começou morno, com as duas equipes tentando ocupar o campo e criar jogadas, mas um erro de Almeyda logo a um minuto já desequilibrou o jogo. Em um lance na entrada da área, Ruben Capria não tinha nenhuma chance de criar algo de perigo, mas Almeyda tentou roubar-lhe a bola e acabou atingindo o camisa 10. Almeyda reclamou com o árbitro Chico Lírio que tocou na bola, mas o juiz marcou a falta assim mesmo. Ruben Capria cobrou com extrema categoria e, mesmo com Carrizzo voando, a bola entrou: Racing 1x0.

O gol fez o Racing dominar as ações. O River não conseguia trocar passes, pois a marcação do rival era perfeita. E o time de Avellaneda ainda saía em contra ataques velozes, levando muito perigo ao arco de Carrizzo. O River, então, se lançou ao ataque desenfreadamente, deixando a armação a cargo de Barrado e Ortega, ambos sumidos do jogo. Ao menos o camisa 10, ao partir para o ataque, foi derrubado no meio de campo por Pelletieri. Ele cobrou a falta para o campo de  ataque e encontrou Buonanotte, que ajeitou para o pé esquerdo e, da meia lua, acertou o ângulo de Saja, se aproveitando que Ferrari impedia o goleiro de chegar ao outro lado: River 1x1, aos 7 minutos.

O gol foi uma bênção para a equipe de Nuñez, que só queria que o primeiro tempo acabasse, para se reorganizar. Mas, como já dito anteriormente, Barrado e Ortega não estavam em um bom dia. Nos acréscimos, Gallardo tocou a Barrado, para ele armar o jogo. Mas o passe do camisa 19 foi errado e Quiroz rebateu para Martin Simeone. O camisa 8 fez um lançamento rápido e Ruben Capria viu caminho livre até a área do River. Invadindo a área, o camisa 10 foi derrubado por Carrizzo. O próprio Ruben Capria cobrou, à meia altura do lado esquerdo de Carrizzo, que se esticou todo, mas não achou: Racing 2x1.

No intervalo, Francescoli via duas repetições: a derrota para o Independiente e a vitória do Racing sobre o Velez. Se quisesse mudar esse destino, teria que fazer alguma coisa ali. Ele tirou Barrado e Ortega e colocou Coudet e Funes Mori. Já Paralelo sacou Pelletieri e Latorre, que destoavam do resto da equipe, e colocou Fariña e Hauche.

As mexidas de Francescoli deram resultado. Embora o Racing continuasse a jogar bem, o River começou a tocar melhor a bola e rondar mais a área do rival. Para piorar a situação para as bandas de Avellaneda, os jogadores que falharam começaram a jogar muito bem e foram cruciais para a virada. Aos 3 minutos, Almeyda adiantou-se e começou a armar o jogo, aparecendo bem no ataque. Em um lance de raça, ganhou de Gamboa e chutou rasteiro, para ótima defesa de Saja, que mandou a córner. O próprio Almeyda cobrou, entre o primeiro pau e a marca do pênalti. Buonanotte cabeceou forte e sem chances para Saja, fazendo seu segundo gol no jogo: River 2x2.

O gol incendiou a equipe de Nuñez, que partiu para buscar a virada. O Racing continuou em cima e o jogo ganhou emoção. Na saída de bola, aos 4, Ruben Capria fez o 'toca y me voy' com Martin Simeone e recebeu passe açucarado já dentro da área. Ele driblou Carrizzo com facilidade e viu o gol aberto, mas o goleiro se redimiu de falhas anteriores e se esticou todo para desarmar o camisa 10, mandando para o lado. Placente recebeu e tocou a Coudet no meio. O camisa 8 tocou mais na direita para Gallardo, que viu Trezeguet se desmarcando na direita. O passe foi preciso e o camisa 7 deu um lindo drible, girando em cima de Pocchetino. O chute de Trezeguet foi no ângulo de Saja, que fez de tudo, mas não achou a bola: River 3x2.

A virada do River fez o Racing se mandar de vez para o ataque, mas o River tinha o contra ataque e um toque de bola muito mais refinado. Assim, quando o time de Avellaneda se mandou ao ataque aos 9 minutos, lá estava Ferrari para tirar a bola de Hauche e tocar a Almeyda no meio. O camisa 5 preferiu lançar direto para Trezeguet no campo de ataque. De costas pro gol e percebendo a chegada da marcação, o camisa 7 deu um lindo toque mais atrás, onde encontrou Funes Mori. O camisa 9 recebeu, invadiu a área pela direita e chutou cruzado, sem chances para Saja, dando números finais ao jogo: River 4x2.

Destaque do jogo: Diego Buonanotte. É uma maldade não dar o prêmio a Ruben Capria, que fez uma partida impecável. Mas as regras da FIFUBO ditam que o melhor em campo tem que ser do time vencedor ou, em caso de empate, qualquer jogador pode ser premiado. Assim, a honraria vai para o camisa 30 do River, que fez os dois gols que levaram a sua equipe a empatar e chamou a responsabilidade para si, tanto na armação (quando Gallardo não aparecia) quanto na conclusão (quando não havia opções), se multiplicando no campo de ataque e sendo crucial para a vitória de sua equipe.

CLASSIFICAÇÃO
1° River Plate - 25 pontos
2° Racing - 21 pontos
3° Velez Sarsfield - 18 pontos, 30 gols pró
4° Independiente - 18 pontos, 29 gols pró
5° Boca Juniors - 14 pontos
6° Huracán - 13 pontos
7° Estudiantes - 8 pontos
8° San Lorenzo - 6 pontos

ARTILHARIA
1° David Trezeguet (River Plate) - 17 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 11 gols
3° Nestor Silvera (Independiente) - 9 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Com a derrota para o Velez, o San Lorenzo não tem mais chances de alcançar a zona de classificação e, com 3 rodadas por jogar, é a primeira equipe eliminada no Apertura 2017.
  • Após empatar com o Boca, o Estudiantes torcia para o Independiente não vencer o Huracán, mas a goleada impiedosa da equipe de Avellaneda também decretou o fim do campeonato para o time de La Plata, já que o quarto colocado (o próprio Independiente) tem 18 pontos e o Estudiantes só pode chegar a 17.
  • Por outro lado, a vitória sobre o Racing fez o River ser a primeira equipe classificada aos playoffs. Com 25 pontos, não pode mais ser alcançado pelo quinto colocado (Boca Juniors), que só pode chegar a 23 e, com isso, consegue sua vaga com 3 rodadas de antecedência.
  • Três jogadores atingiram milestones na rodada. Ao bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma pela segunda vez contra o Velez, Romagnoli chegou a incríveis 80 gols com a camisa do San Lorenzo. Já Palermo, ao abrir o marcador contra o Estudiantes, também chegou a incríveis 80 gols, só que com a camisa do Boca. Por fim, a cobrança magistral que abriu o placar contra o River fez Ruben Capria chegar a 50 gols com a camisa do Racing.

sábado, 15 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Décima Rodada - 15/04/2017

O sábado também é de Aleluia. O belo dia de sol, com temperatura amena, levou muitos torcedores ao Itaquá Dome, para a conclusão da décima rodada do Apertura. E estes torcedores foram brindados com os dois melhores jogos da rodada. Vamos a eles!

SAN LORENZO 2x2 ESTUDIANTES

O duelo entre os dois piores times do campeonato acabou se revelando o melhor jogo da rodada. O San Lorenzo não conseguiu acertar seu esquema tático até agora. Decididos a jogar no 4-3-3, ainda não sabem se utilizam dois volantes mais defensivos, dois mais ofensivos ou um equilíbrio. Já há até quem peça a volta  do 4-4-2 losango. Já o Estudiantes não consegue criar nada, efetivamente. Com um esquema definido no 4-4-2 tradicional, vê um de seus armadores (Enzo Perez) jogando mais como volante e seu primeiro volante (Rodrigo Braña) se lançando ao ataque, ou seja, a culpa é mais dos jogadores que do esquema. No primeiro turno, Estudiantes 1x4 San Lorenzo.

Mas bastou a bola rolar e os gols foram saindo. Com apenas 27 segundos, o Estudiantes ficou na frente. Na saída de bola, Verón fez o 'toca y me voy' com Leandro Benítez. Quando recebeu na frente, no entanto, preferiu virar de costas pro gol e devolver ao camisa 8, que ajeitou para o pé esquerdo e, da meia lua, soltou belo chute para vencer Migliore: Estudiantes 1x0.

O San Lorenzo tentou sair jogando, mas os jogadores do Estudiantes encurtavam espaços e roubavam a bola logo. Assim, aos 2 minutos, saiu o segundo gol. Leandro Benítez voltou para desarmar Stracqualursi e deixou atrás para Federico Fernandez, enquanto saía correndo para o ataque novamente. O camisa 4 tocou a Marco Rojo na esquerda, que tocou de primeira para Leandro Benítez. O camisa 8 partiu sem oposição pela ponta esquerda e desferiu ótimo chute cruzado, vencendo Migliore novamente e fazendo Estudiantes 2x0.

 Com essa desvantagem, o San Lorenzo se perdeu de vez. O time de La Plata dominava as ações, tanto ofensiva quanto defensivamente, e tabelava com incrível maestria, perdendo gols incríveis. No jogo inteiro, Gastón Fernandez mandou 4 bolas na trave. Uma dessas foi aos 8 minutos, após uma tabela incrível que começou lá atrás com Rodrigo Braña desarmando Stracqualursi e tocando para Federico Fernandez. O camisa 4 tocou a Leandro Benítez, que passou na direita para Enzo Perez. O camisa 7 tocou a Gastón Fernandez já no bico da área e o chute do camisa 10 tocou no travessão, saindo a lateral. Johnathan Ferrari cobrou na direita para Raul 'Pipa' Estevez, que percebeu o buraco deixado na zaga do Estudiantes após essa troca de passes. O camisa 7, então, viu Stracqualursi se movendo para o espaço vazio e passou-lhe a bola. O camisa 9 recebeu já dentro da área e chutou sem chances para Andujar, fazendo San Lorenzo 1x2.

No intervalo, Nilson fez apenas uma substituição. Tirou Bordagaray e colocou Erviti. Já Cristaldo sacou Enzo Perez (apagado) e Boselli (que não se esforçou muito) para colocar Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez. A intenção era colocar 3 volantes no meio, reforçando a marcação, mas com Verón mais adiantado para armar o jogo.

As mudanças mantiveram o padrão do jogo altíssimo e ambas as equipes se lançaram ao ataque, desperdiçando ótimas chances. O Estudiantes, aos poucos, foi cansando e diminuindo suas jogadas, mas recuou para diminuir também os espaços e tentar um contra ataque. Porém, este não veio e o San Lorenzo passou a rondar a área em busca do empate, até consegui-lo aos 8 minutos. Luciatti tocou a Piatti, que se lançou para armar o jogo. Tabelando com Romagnoli, o camisa 12 ficou em melhores condições para passar a bola na esquerda para Erviti. Stracqualursi correu para receber o passe na área e a marcação foi junto, mas Erviti percebeu, segurou a bola e resolveu arriscar um chute. A bola veio rasteira e surpreendeu Andujar, que nem se mexeu: San Lorenzo 2x2.

Destaque do jogo: Leandro Benítez. O camisa 8 se multiplicou em campo. Marcou na defesa, armou o jogo no meio e ainda concluiu no ataque, fazendo os dois gols de sua equipe.

RACING 4x2 VELEZ SARSFIELD

O último duelo da rodada colocava frente a frente o segundo e o terceiro colocado, com expectativa de um jogão. Do lado do Racing, a equipe começou a jogar no esquema pretendido por Paralelo. Com todos os jogadores atuando o tempo todo, a equipe foi vencendo e subindo na tabela, até chegar à vice liderança. A vitória no Clássico de Avellaneda (3x1 Independiente) era o combustível necessário para o time seguir adiante. Do lado do Velez, problemas. Na vitória sobre o Estudiantes (4x1), Sosa foi expulso e Insua foi o sorteado para cumprir a suspensão automática em seu lugar. Assim, Cubero iria para o jogo e o Velez teria 4 volantes em campo, com Gago mais adiantado para armar o jogo. No primeiro turno, Velez 3x2 Racing.

Quando a bola rolou, ficou claro que o Racing dominaria as ações. Bem equilibrado, o time tinha Pelletieri e Martin Simeone na saída de bola, dando liberdade para Ruben Capria correr o campo de ataque e criar jogadas para Latorre e Acosta. Já o Velez, embora tivesse Gago em condições de armar o jogo, pecava justamente por causa do estilo do camisa 5. Enquanto Insua corre o campo todo em liberdade, Gago cadencia mais o jogo e isso prejudicou o andamento da equipe.

Melhor para o Racing, que abriu o marcador aos 6 minutos. Após cobrança de tiro de meta, Ruben Capria recebeu no meio e recuou para Pelletieri. O camisa 7 devolveu mal a Capria, no meio de 4 jogadores, mas o camisa 10 consertou tudo, com um passe magistral para Acosta. O camisa 9 recebeu livre na área e Sosa não teve outra alternativa a não ser derrubá-lo. Ruben Capria cobrou o pênalti no alto do canto direito e, embora Sosa tenha ido na bola, jamais a alcançaria: Racing 1x0.

O gol era justiça ao melhor futebol do time de Avellaneda, mas mesmo na dificuldade de dar velocidade às jogadas, o Velez conseguia criá-las e levar perigo. Assim, aos 8 minutos, conseguiu o empate. Gago deu passe para Dario Hussain na direita e o camisa 10 invadiu a área, chutando cruzado. Saja espalmou para o lado, mas Lucas Romero pegou o rebote e empurrou para o gol vazio, fazendo Velez 1x1.

Tudo indicava que o primeiro tempo terminaria empatado, mas Gago fez falta em Ruben Capria, na intermediária, pelo lado esquerdo. Com o tempo esgotado, este seria o último lance e o camisa 10 resolveu tirar outro coelho da cartola. Quando a barreira pulou, ele cobrou por baixo e se aproveitou do buraco deixado pela mesma. A bola entrou mansa no canto de Sosa, que nada pôde fazer: Racing 2x1.

No intervalo, Paralelo sacou Pelletieri, que errava muitos passes e não ajudava tanto na defesa, além de Latorre, que era pouco acionado. Colocou, em seus lugares, Fariña e Hauche. Já Tripa Seca, tendo apenas Lucas Pratto no banco, colocou-o no lugar de Turco Assad, que era uma figura nula em campo.

Tripa Seca aproveitou o intervalo para marcar uma jogada na saída de bola. Assim, Gago e Romero fizeram a chamada "figura 8" na saída e foram tabelando, até que Gago recebeu do camisa 7 na meia lua. Driblando Quiroz, o camisa 5 ficou de frente pro gol e, com um belo chute de cobertura, venceu a marcação de Saja, fazendo Velez 2x2 logo aos 18 segundos.

O gol incendiou de vez o jogo e as duas equipes passaram a jogar um futebol aberto, com chances de ambos os lados. Aos 5 minutos, Ruben Capria recebeu de Enrique no meio e percebeu que a marcação vinha para impedi-lo de avançar. Com um toque para trás, encontrou Martin Simeone, que foi trazendo da esquerda para o meio e viu um campo aberto do lado direito. Ele deu um belo passe em profundidade e Acosta recebeu livre, sem nenhuma marcação. O camisa 9 avançou em diagonal e deu um lindo chute cruzado, que entrou no ângulo de Sosa e colocou o Racing novamente na frente: 3x2.

Com o gol sofrido, o Velez voltou a se lançar para o ataque, mas de forma inteligente. Adiantou a marcação para evitar o contra ataque e chegou muitas vezes à área do Racing, mas quando a defesa não afastava, era Saja quem defendia. Aos 8 minutos, após Pocchetino afastar da área, Ruben Capria recebeu no círculo central. Marcado por 3, o camisa 10 repetiu o feito do gol anterior e tocou atrás, desta vez para Fariña. O camisa 12 recebeu sem oposição, levantou a cabeça e viu Acosta correndo livre pela direita. O passe em profundidade foi preciso e o camisa 9 chutou de primeira, já dentro da área, na saída de Sosa, dando números finais ao confronto: Racing 4x2.

Destaque do jogo: Ruben Capria. O camisa 10 teve uma tarde de gala no Itaquá Dome. Fez dois gols em cobranças magistrais de pênalti e falta e participou dos outros dois, com passes de gênio. Além disso, se movimentou o campo todo, buscando a bola e criando jogadas para seus companheiros.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 22 pontos
2° Racing - 21 pontos
3° Velez Sarsfield - 15 pontos, 25 gols pró
4° Independiente - 15 pontos, 23 gols pró
5° Huracán - 13 pontos, 23 gols pró, 23 gols contra
6° Boca Juniors - 13 pontos, 23 gols pró, 25 gols contra
7° Estudiantes - 7 pontos
8° San Lorenzo - 6 pontos

ARTILHARIA

1° David Trezeguet (River Plate) - 16 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 9 gols
3° Juan Roman Riquelme (Boca Juniors) - 7 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Ainda não se sabe como será feita a próxima rodada, já que o final de semana já está rifado. Uma alternativa é os jogos se realizarem durante a semana, mas é muito difícil. O mais provável é a segunda alternativa, de realizar os jogos durante a semana seguinte.
  • Após o surpreendente pedido de demissão de Madeirite, após a derrota de seu time (1x3) para o Huracán no sábado, a diretoria do Boca Juniors acelerou a negociação e anunciou o novo treinador. É Sr Rússia,, que já assume a equipe visando o próximo duelo, contra o Estudiantes.
  • Ex meiocampista do FIFA Stars, Sr Rússia terá seu primeiro trabalho como treinador e um enorme desafio, de conciliar não só a pressão da torcida, mas também da diretoria e o trabalho hercúleo de unir os jogadores em prol de um único trabalho. Mas, a contar pelo seu perfil mais técnico, de toque de bola, é isso que se deve esperar do Boca Juniors daqui para a frente. Porém, não se sabe se estes resultados serão vistos ainda no Apertura, já que faltam apenas quatro rodadas para o fim da temporada regular e a equipe está em sexto lugar.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Décima Rodada - 14/04/2017

Feriado da sexta-feira de Aleluia, dia de descanso para os torcedores que foram ao Itaquá Dome, mas muito trabalho para os jogadores, que retornavam de uma semana sem jogos. As duas partidas foram bem disputadas, embora o ritmo ficasse um pouquinho prejudicado. Mesmo assim, os torcedores se deliciaram com os dois confrontos. Vamos a eles!

INDEPENDIENTE 2x1 RIVER PLATE

Criticados por um futebol de altos e baixos (até então com 4 vitórias e 5 derrotas), os jogadores do Independiente precisam de uma arrancada para garantir vaga nos playoffs. Para piorar, a derrota no Clássico de Avellaneda (1x3 pro Racing) azedou de vez o clima. Do outro lado, o céu de brigadeiro em que o River se encontra, vindo de vitória no Superclássico (3x1 no Boca), precisava de outra para garantir a classificação aos playoffs antecipadamente. No primeiro turno, River Plate 1x2 Independiente.

Quando a bola rolou, logo se notava que a semana livre foi bem aproveitada pelo Independiente. O time marcava bem e não deixava o River jogar. Trezeguet era marcado por 2 oponentes e ainda tinha um na sobra. Some-se a isso o fato de que Ortega e Buonanotte não estavam inspirados e o River não criou nada no primeiro tempo. O Independiente, por outro lado, saía bem nos contra ataques e contava com seu trio de frente inspirado. Assim, aos 3 minutos, Paz tentou sair jogando e perdeu para Gracián, que ligou rápido a Facundo Parra. O camisa 17 chutou e Carrizzo mandou a córner. Na cobrança, Facundo Parra mandou no primeiro pau e Fredes desviou de Carrizzo, para fazer Independiente 1x0.

O gol não despertou o River, que continuou sendo anulado pelo forte esquema defensivo do Independiente. O time de Buenos Aires tentava sair jogando e se abria, o que foi ótimo para o trio de frente do Independiente criar. Com espaços, Gracián abria numa das pontas e Silvera ou Parra invertia o jogo para o outro lado, levando perigo ao arco do River. Aos 9 minutos, após Silvera cruzar e Parra concluir, Carrizzo mandou a córner na esquerda. Silvera cobrou no segundo pau e Gracián subiu livre para cabecear e fazer Independiente 2x0.

No intervalo, Bayer tirou Vella e colocou Acevedo, visando melhorar a marcação naquele lado. Já Francescoli sacou Paz (que falhou nos dois gols) e Buonanotte (que errou tudo o que tentou) e colocou Coudet e Funes Mori. Barrado faria a função de zagueiro, enquanto Coudet tentaria ajudar na armação.

O panorama não mudou no segundo tempo. Com Trezeguet sem tocar na bola, o time do River não tinha como criar. Funes Mori ainda tentou algumas tabelas pela esquerda, com Berizzo, mas não conseguia dar sequência aos lances. O Independiente, por outro lado, esperava o tempo passar. Aos 7 minutos, Berizzo se esforçou na defesa e fez Parra se livrar da bola. Barrado pegou a sobra e tocou a Gallardo, que lançou rápido na esquerda para Funes Mori. Sem ter a quem tocar, o camisa 9 foi avançando pela ponta, trouxe para o pé direito e, da entrada da área, chutou sem chances para Navarro, fazendo River 1x2.

O jogo ganhou emoção e o River se lançou para buscar o empate, mas o Independiente se trancou bem na defesa e sua marcação eficiente produziu não só a vitória, mas o primeiro jogo no campeonato onde Trezeguet não encontrou as redes.

Destaque do jogo: Leandro Gracián. Em um jogo onde o Independiente foi perfeito taticamente, o camisa 19 se destacou. Atuando com liberdade, criou jogadas de perigo, municiando seus atacantes, e apareceu na área para marcar o gol da vitória.

BOCA JUNIORS 1x3 HURACÁN

Em crise, o Boca vê a zona de classificação ficar distante. Sem comando, a equipe é um bando e a diretoria já anunciara que Madeirite seria demitido ao final do campeonato, com ou sem título, fruto da derrota no Superclássico (1x3 River). Do outro lado, um Huracán em ascensão, vindo de duas vitórias e já mirando o grupo de cima, mas com um problema. Expulso na vitória sobre o San Lorenzo (3x2), Cigogna cumpria suspensão automática e Barrales ganhava nova chance. Assim, a equipe viria num 4-4-2 mais defensivo. No primeiro turno, Huracán 1x3 Boca Juniors.

O primeiro tempo foi um show de horrores. Sem tática em nenhum dos lados, parecia uma pelada de aterro. O primeiro tempo só não terminou no zero porque, aos 9 minutos, Schiavi foi ao ataque, pisou na bola, se recuperou e inverteu o jogo. Palermo saiu da ponta direita para o meio, driblou Walter Ferrero e chutou alto, sem chances para Islas, fazendo Boca 1x0.

No intervalo, Madeirite sacou Escudero e colocou Battaglia, visando adiantar a marcação, já que o Huracán não se aproximava da área. Já Sr Rabina, além de sacar Walter Ferrero e colocar Erramuspe, preparava uma grande revolução tática, que mudaria a história do jogo...

A entrada de Erramuspe na zaga não se deu por conta do gol do Boca, mas visando dar mais liberdade a Barrientos, que se destacava no campo de jogo. Assim foi logo com um minuto. O Boca deu a saída de bola e Erramuspe se antecipou ao passe de Riquelme para Cagna, reiniciando a jogada de ataque com Ruben Masantonio. Enquanto o camisa 10 recebia e levantava a cabeça, Barrientos saiu correndo da cabeça de área para a ponta esquerda. Masantonio lançou e a bola correu um pouco. Barrientos se esforçou, pegou a bola, driblou Battaglia e tocou atrás a Centurión. O camisa 8 ajeitou enquanto Barrientos saía para uma posição com mais ângulo. O passe foi preciso e o camisa 5 recebeu já dentro da área, tocando na saída de Abbondanzieri e empatando o jogo: Huracán 1x1.

A revolução tática pôde ser vista logo no minuto seguinte. Riquelme deu a saída de bola, recebeu de volta e tentou driblar Barrientos, mas foi desarmado. Danelón pegou o rebote e tocou ao camisa 5, que deu mais à frente a Centurión. O camisa 8 foi avançando sem oposição e mandou um belo chute da intermediária, que foi no ângulo de Abbondanzieri: Huracán 2x1 aos 2 minutos.

A virada do Huracán desmontou de vez o time do Boca. Riquelme passou a ficar no campo de defesa, imerso em seus próprios pensamentos, prejudicando a movimentação de Palermo e Palacio, que ainda tentavam alguma coisa. Cagna e Basualdo tentaram ajudar na armação, mas estavam muito mal e, com isso, a torcida do Boca começou a vaiar seus jogadores.

O Huracán decidiu o jogo aos 7 minutos, após Basualdo errar um passe para Palermo. Enquanto os dois discutiam, Villarruel tocava a Masantonio, que recuava a Barrientos. O camisa 5 tocou mais atrás a Alexis Ferrero, que inverteu na esquerda para Erramuspe, que tocou mais à frente para Minici. O camisa 6 procurou Centurión no meio e o camisa 8 deu um lindo passe de trivela para a direita, por cima de Serna. Milano recebeu e foi avançando, da ponta para o meio, e chutou da meia lua no ângulo de Abbondanzieri, para concluir uma linda jogada coletiva e fazer Huracán 3x1.

Destaque do jogo: Barrientos. O treinador não pode receber o prêmio de melhor em campo, mas sua mudança no intervalo foi crucial para o Huracán engrenar a terceira vitória seguida. O símbolo desta mudança foi Barrientos. O volante tomou conta da entrada da área com desarmes e interceptações, organizou a saída de bola, armou o jogo e apareceu como elemento surpresa no ataque. Além de ter feito seu gol, ainda participou dos outros três e saiu aplaudido de pé pelos torcedores do Huracán.

NOTAS RÁPIDAS

  • A rodada se encerra neste sábado, com San Lorenzo x Estudiantes e Racing x Velez. No domingo de Páscoa, não teremos jogos. Provavelmente, não teremos jogos no fim de semana que vem. Assim, ou a rodada será jogada durante esta semana ou na próxima.
  • Após a derrota para o Huracán, o técnico Madeirite surpreendeu a todos e entregou o cargo. A diretoria marcou uma reunião com ele e os jogadores, para tentar aparar as arestas e convencer o treinador a se manter até o fim do campeonato, mas Madeirite mostrou-se irredutível. Ele não conseguiu impor seu estilo e percebeu que os jogadores comportavam-se como um bando. Este foi o fim da corrida de Madeirite à frente da equipe xeneize. No comando da equipe desde o meio de 2014, o treinador não conquistou título algum e ainda viu a equipe se apequenar, com discussões entre os jogadores e uma diretoria que não consegue colocar ordem na casa.
  • O Boca Juniors não anunciou ainda o substituto de Madeirite, o que deve ocorrer até o final da semana.

domingo, 2 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Nona Rodada - 02/04/

Se o sábado apresentou as quatro últimas equipes da tabela, o domingo reservou não só os quatro primeiros, como foi a rodada dos clássicos. De quebra, o público pôde comparecer ao Itaquá Dome em dois turnos, dividindo ao meio o estádio em cada clássico e sendo brindado com dois ótimos jogos nesta novidade, que é ter um jogo pela manhã e outro à noite.

RIVER PLATE 3x1 BOCA JUNIORS

O jogo da manhã foi o Superclássico, que lotou o Itaquá Dome com torcedores de River e Boca. Do lado de Nuñez, a ordem é jogar o futebol de sempre, tocando a bola e prestando atenção aos passos dos rivais. Do lado de La Boca, a ordem é tentar focar no futebol, já que a crise insiste em fazer o time jogar mal. Ameaçado de demissão, Madeirite ainda tinha o desfalque de Palacio, que cumpria suspensão no lugar de Abbondanzieri. Em seu lugar, jogaria Guillermo Barros Schelloto. No primeiro turno, Boca Juniors 1x5 River Plate.

Pois bastou a bola rolar para se perceber que o favoritismo do River era justo. A equipe tocava a bola com inteligência e rondava a área adversária. Já o Boca jogava como time pequeno, embolando o meio de campo e se defendendo a todo custo, o que fazia com eficiência, mas não tinha a criação necessária para puxar contra ataques. Assim, não foi surpresa que a equipe de Nuñez abrisse o marcador logo aos 2 minutos e de uma maneira um pouco diferente à sua maneira normal de jogar. Como os atacantes estavam marcados, eles recuaram e os laterais avançaram como elementos surpresa. Arruabarrena tentou sair jogando e foi desarmado por Ferrari, que abriu na esquerda para Berizzo. O camisa 6 passou a Gallardo próximo à entrada da área. A marcação chegou e o camisa 11 inverteu o jogo magistralmente. A bola chegou a Ferrari, que, desde o roubo da bola, já se posicionava no meio da área. Assim, o camisa 2 recebeu de frente e bateu sem chances para Abbondanzieri, fazendo River 1x0.

O gol acalmou o River, mas não desanimou o Boca. A equipe continuou marcando bem, impedindo que Gallardo armasse e que Trezeguet recebesse. E foi, aos poucos, conseguindo armar jogadas. Mas as conclusões eram escassas e, no primeiro tempo, concluiu somente duas vezes. Cagna dividiu com o goleiro, sem perigo, e Palermo acertou a trave em linda jogada coletiva.

Mas o River não lidera o campeonato à toa. A precisão cirúrgica dos jogadores é irritante. Aos 9 minutos, uma jogada coletiva foi iniciada por Almeyda, que passou a Gallardo. Marcado no meio, o camisa 11 recuou para Barrado, que tocou na esquerda para Buonanotte. O camisa 30 avançou pela ponta e, do bico da área, chutou cruzado e venceu Abbondanzieri: River 2x0.

No intervalo, Francescoli tirou Gallardo e colocou Coudet. O camisa 11 era muito bem marcado e não conseguia armar o jogo. Com a entrada do camisa 8, a equipe passaria a jogar com 3 volantes, apertando a marcação para segurar o resultado, e ainda teria em Coudet uma alternativa para armar o jogo. Já Madeirite, desesperado, tirou Schelloto e Arruabarrena para colocar Viatri e Battaglia. A mudança na lateral esquerda ocorria após a falha inicial de Arruabarrena e, também, para melhorar marcação e passe por aquele lado. Já no ataque, após um primeiro tempo apagado de Schelloto, Madeirite pretendia colocar um segundo centroavante e buscar algum milagre.

Mas o jogo não mudou. O River continuou dominando e, aos 3 minutos, garantiu a vitória quando Riquelme foi pego em impedimento. Buonanotte voltou para receber e Almeyda lhe passou a bola. O camisa 30 viu Trezeguet correndo livre pela direita e inverteu o jogo em um lançamento magistral. A bola encontrou o camisa 7 já dentro da área e ele não perdoou, tocando na saída de Abbondanzieri e fazendo 3x0.

Desanimados, os torcedores do Boca começaram a deixar o Itaquá Dome, com medo de uma nova goleada. Mas o River só queria fazer o tempo passar, tocando a bola enquanto sua torcida gritava olé.. O Boca aceitou passivamente o resultado e só conseguiu descontar aos 7 minutos. Abbondanzieri cobrou tiro de meta para o meio de campo e Riquelme recebeu. O camisa 10 avançou sem ser incomodado por Coudet e, levantando a cabeça, viu Viatri invadindo a área. O passe foi preciso e o camisa 7 recebeu já dentro da grande área, chutando rasteiro para vencer Carrizzo e fazer Boca 1x3.

Destaque do jogo: Diego Buonanotte. Desta vez, o destaque não foi Trezeguet, embora o camisa 7 tenha deixado a sua marca. Buonanotte correu o campo todo, não só pelo lado esquerdo. Apareceu também na direita, voltou ao meio de campo para armar e ajudou a desafogar o jogo quando o Boca anulava o meio do River. Marcou um gol e fez um lançamento magistral no gol de Trezeguet, em uma manhã de gala.

INDEPENDIENTE 1x3 RACING

O jogo da noite foi o Clássico de Avellaneda, que lotou o estádio com torcedores em vermelho de um lado e de azul e branco no outro. Vivendo uma incrível montanha russa, com 4 vitórias e 4 derrotas, o Independiente quer se firmar. A derrota na rodada anterior (3x4 Boca) deixou o time de Avellaneda em situação complicada e a vitória era mais do que necessária para acabar com essa irregularidade. Ou o time ganha, ou perde. Não empatou ainda. Já o Racing quer manter a ótima carreira que o levou à vice liderança do campeonato na rodada passada. Empolgados com a vitória sobre o Estudiantes (5x2, após estarem perdendo por 2x0), os jogadores do Racing queriam emplacar a quinta vitória seguida. No primeiro turno, Racing 0x4 Independiente.

O Racing foi melhor desde o início e abriu o marcador logo a um minuto. Após Saja cobrar tiro de meta, Pelletieri foi avançando pela intermediária sem oposição e, próximo à entrada da área, arriscou um chute. A bola ganhou altura e foi morrer no fundo das redes de Navarro: Racing 1x0.

O gol empolgou a equipe, que continuou dominando as ações. A equipe criava boas jogadas em tabelas de Martin Simeone, Ruben Capria, Pelletieri, Acosta, Latorre e o segundo gol era questão de tempo. Mas a empolgação leva a vacilos e um fatal ocorreu aos 4 minutos. Enrique recebeu de Pocchetino e tentou sair driblando, sendo desarmado por Vella próximo à entrada da área. O camisa 2 tocou a Facundo Parra, que recuou ao próprio Vella. Dentro da área, o camisa 2 chutou sem chances para Saja e fez Independiente 1x1.

O gol fez o Independiente melhorar na partida e equilibrar as ações. O Racing continuou jogando bem, mas Enrique sentiu a falha e não acertou mais nada, o que prejudicou a equipe, que atacava muito pela esquerda.

No intervalo, Bayer tirou Fredes e Parra para colocar Acevedo e Gandin. Ninguém entendeu a saída de Fredes, que estava bem, mas Parra atrasava as jogadas. À exceção do gol, nada produziu. Já Paralelo tirou Enrique e Acosta para colocar Fariña e Hauche. A falha de Enrique pegou forte e o treinador quis poupá-lo. Já Acosta não apareceu com tanta eficiência depois da equipe sofrer o empate.

As mudanças fizeram efeito no Racing, que voltou a dominar as ações e desempatou logo a um minuto, em linda jogada coletiva. Pocchetino interceptou passe para Gandin e tocou a Gamboa. O camisa 4 inverteu o jogo para a esquerda, onde encontrou Fariña. O camisa 12 procurou Martin Simeone no meio e o camisa 8 passou a Latorre. O camisa 11 viu Ruben Capria mais à frente e tocou para ele, de costas para o gol. Com um giro espetacular, o camisa 10 se livrou da marcação de Matheu e desferiu um incrível chute no ângulo de Navarro, para fazer Racing 2x1.

O gol desmontou de vez o time do Independiente, que não conseguiu voltar ao ritmo do primeiro tempo. O Racing cansou e passou a tocar a bola, para ver o tempo passar. Nos minutos finais, começou a tocar a bola no campo de ataque e, quando o Independiente apertava, o jogador do Racing chutava a bola no marcador e ganhava o lateral ou córner. Assim, nos acréscimos, Latorre e Hauche tocavam a bola quando Tuzzio apareceu, Latorre chutou no camisa 6 e ganhou o córner. Ele mesmo cobrou para o meio da área e Martin Simeone apareceu livre, cabeceando sem chances para Navarro e pondo números finais no clássico: Racing 3x1.

Destaque do jogo: Sebastian Saja. A sua equipe jogou muito bem e muitos jogadores se destacaram, principalmente Ruben Capria e Martin Simeone, que assumiram a condução da equipe no clássico. Mas o que garantiu a vitória foram as defesas do camisa 1, que foi muito festejado pelos torcedores ao final da partida.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 22 pontos
2° Racing - 18 pontos
3° Velez Sarsfield - 15 pontos
4° Boca Juniors - 13 pontos
5° Independiente - 12 pontos
6° Huracán - 10 pontos
7° Estudiantes - 6 pontos
8° San Lorenzo - 5 pontos

ARTILHARIA

1° David Trezeguet (River Plate) - 16 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 9 gols
3° Juan Roman Riquelme (Boca Juniors) - 7 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Todas as equipes ainda podem se classificar e nenhuma garantiu vaga nos playoffs ainda. Mas Estudiantes e San Lorenzo não podem alcançar o River e, por isso, não podem mais se classificar em primeiro.
  • A derrota no Superclássico pegou muito fundo no Boca Juniors. A pressão é enorme e setores da imprensa já noticiam que Madeirite será demitido ao final do campeonato. Boatos indicam que a diretoria já iniciou as conversas com Sr Rússia, para ser o treinador da equipe. Madeirite não consegue fazer o Boca criar e mostrar o protagonismo que se espera e os torcedores acham que um novo treinador traria um ar novo para os lados de La Boca.
  • Mas nem tudo é tristeza na Casa Amarilla. Ao fazer o gol de honra no Superclássico, Viatri chegou a 10 gols com a camisa do Boca.

sábado, 1 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Nona Rodada - 01/04/2017

Parece mentira, mas não é. A nona rodada do Apertura veio num sábado em que choveu muito antes da bola rolar, mas quando a bola rolou, o sol apareceu e o público foi brindado com duas grandes partidas. Por uma ironia da tabela, os 4 últimos se enfrentaram neste sábado, deixando os 4 primeiros para jogarem no domingo. Vamos aos jogos!

ESTUDIANTES 1x4 VELEZ SARSFIELD

Vindo de três jogos sem vencer, o time de La Plata tem que pontuar, se quiser mirar a zona de classificação. Outra preocupação de Cristaldo é que sua equipe vem cansando muito, levando a equipe a jogar maravilhosamente no primeiro tempo e tomar uma virada no segundo, completamente entregue. Do outro lado, uma crise começa a se instalar. Chegando à última rodada do primeiro turno como único invicto e precisando da vitória para virar o turno na liderança, o Velez perdeu e, na abertura do returno, voltou a perder. A torcida começa a protestar e Tripa Seca demonstra sua preocupação, pedindo aos jogadores que doem o máximo enquanto estiverem em campo. No primeiro turno, Velez 2x2 Estudiantes.

As ideias de Tripa Seca foram assimiladas pela sua equipe. Depois de um início de jogo muito truncado, com o Estudiantes embolando o meio de campo e o Velez aceitando, a equipe de Buenos Aires começou a tomar conta das ações. Com Insua sem liberdade para criar, os laterais e volantes se encarregaram da armação e o time começou a ocupar o campo do adversário. O primeiro gol, no entanto, só veio aos 6 minutos. Sosa cobrou tiro de meta para Insua no meio e o camisa 11 foi carregando a bola. Quando a marcação chegou, ele passou na direita para Dario Hussain, que invadiu a área e foi derrubado por Andujar. Gago cobrou o penal no canto esquerdo e Andujar foi para o lado direito: Velez 1x0.

O gol fez o Estudiantes se lançar ao ataque e, com isso, se expor a contra ataques. Assim, aos 8 minutos, Rodrigo Braña foi à frente e perdeu a bola para Juan Sabia. O camisa 4 foi rápido no lançamento e encontrou Claudio Hussain livre, exatamente onde Braña devia estar. Sem oposição, o capitão do Velez foi avançando, invadiu a área, tocou de lado e... foi derrubado por Andujar. Gago cobrou o pênalti novamente no canto esquerdo e, mesmo com Andujar acertando o canto, a bola entrou: Velez 2x0.

A partir daí, o Estudiantes passou a buscar o ataque com mais ímpeto, mas sem organização, e o jogo ficou perfeito para o Velez explorar os contra ataques. Num deles, já nos acréscimos, saiu o terceiro gol. Verón foi ao ataque e passou a bola para Gastón Fernandez, mas Romero se antecipou e roubou a bola, recuando a Sebá Dominguez. O camisa 6 abriu na esquerda para Emiliano Papa, que foi avançando. Turco Assad pedia mais à frente, mas o camisa 3 viu que Dario Hussain estava livre na direita, exatamente onde Verón deveria estar. O lançamento foi primoroso e Dario já recebeu levando a bola para dentro da área, para tocar na saída de Andujar e fazer Velez 3x0.

No intervalo, Cristaldo tentou mexer na equipe. Tirou Rodrigo Braña (que achava que era atacante e, por isso, deixava espaços enormes na defesa) e Mauro Boselli (que, sem ser municiado, pouco atacava) para colocar Mathias Sanchez e Hernán Rodrigo Lopez. Já Tripa Seca, com a fatura praticamente liquidada, mexeu apenas para impedir que o cansaço atrapalhasse o rendimento da equipe. Saíram Gino Peruzzi e Turco Assad e entraram Cubero e Lucas Pratto.

As  mexidas de Tripa Seca deram novo fôlego ao Velez, que continuou amassando o Estudiantes. Aos 2 minutos, Juan Sabia recuperou bola na direita e iniciou uma linda jogada coletiva, passando a Gino Peruzzi. O camisa 2 devolveu no meio para Gago, que tocou a Insua mais à frente. O camisa 11 abriu na esquerda para Emiliano Papa, que avançou pela ponta e tocou em profundidade para Lucas Pratto. O camisa 12 deu um lindo drible em Desábato para trazer a bola para o pé direito e desferir um chute cruzado, que entrou no ângulo de Andujar: Velez 4x0.

A festa que a torcida fez na arquibancada com a goleada foi impressionante e só um pequeno momento de apreensão fez os torcedores pararem de comemorar. Aos 6 minutos, Sosa tocou na bola fora da área e recebeu o cartão vermelho. No sorteio, o escolhido para sair e cumprir a suspensão foi Insua, que deixou o Velez sem armação. O Estudiantes só conseguiu se aproveitar disso aos 8 minutos, quando Federico Fernandez estourou bola que iria para Dario Hussain e ganhou o lateral. Angeleri cobrou para Enzo Perez, que passou no meio para Gastón Fernandez. O camisa 10 driblou Gago com facilidade e, de frente para o gol, pôde escolher o canto direito para chutar. Sosa nem foi na bola: Estudiantes 1x4.

Destaque do jogo: Fernando Gago. Ao marcar dois gols em cobranças de pênalti, o camisa 5 pavimentou o caminho da vitória. Além de marcar muito bem na entrada da área, foi à frente para armar o jogo quando Insua foi sorteado para ser expulso no lugar do goleiro. Se desdobrou no meio de campo e ajudou sua equipe a sair com o triunfo.

HURACÁN 3x2 SAN LORENZO

Empolgados pela primeira vitória no campeonato (3x1 no Velez, na rodada passada), os jogadores do Huracán queriam embalar de vez, mas tinham problemas no ataque. Mauro Milano cumpria suspensão automática, por ter sido expulso no lugar de Islas na rodada anterior, com Barrales atuando em seu lugar. Já Cigogna vive má fase. Com poucas bolas recebidas, os gols escassearam e, para piorar, já andou perdendo alguns pênaltis no campeonato. Já o San Lorenzo começa a ter problemas. A equipe até atua bem no 4-3-3, mas sofre muitos gols e já há quem queira a volta do 4-4-2 losango. Para esta partida, Nilson colocou Buffarini e Piatti como volantes, para adiantar a marcação e tentar encerrar o incômodo jejum de 6 partidas sem vitória. No primeiro turno, San Lorenzo 4x4 Huracán.

Com a marcação adiantada, o San Lorenzo tomou a iniciativa do jogo e criou boas oportunidades. No primeiro tempo, foram duas bolas na trave, com Romagnoli e Piatti. Mas o Huracán gosta de ser pressionado, para buscar os contra ataques. Contra uma equipe com volantes adiantados, um contra ataque bem encaixado pode pegar a defesa aberta. E foi assim que, aos 2 minutos, a equipe de Buenos Aires abriu o marcador. Após Raul 'Pipa' Estevez fazer falta no campo de defesa do Huracán, Ruben Masantonio fez um lançamento para o campo de ataque, onde Barrales dominou sem oposição. Quando Buffarini apareceu, Barrales passou nas costas da defesa para Cigogna. Dentro da área, sem marcação, o mito não desperdiçou e, com um bom chute na saída de Migliore, fez Huracán 1x0.

Tudo perfeito para o Huracán! Vencendo, o adversário precisando sair e se expor aos contra ataques, Cigogna voltando a jogar bem... mas o mito aprontou de novo. Ao tentar um chute, o camisa 9 fez falta tripla e foi expulso, aos 6 minutos, deixando sua equipe com um a menos. Dali, o San Lorenzo começou a atacar mais e aparecer com mais gente no campo de ataque. Mas foi só nos acréscimos que conseguiu empatar. Após Romagnoli voltar para receber no campo de defesa, o passe foi mais à frente para Piatti. O camisa 12 tocou a Ameli já no campo de ataque e, da meia lua, o camisa 4 tocou na esquerda para Luciatti, já dentro da área. Islas saiu para bloquear o chute do camisa 6, mas Luciatti devolveu a Ameli, que recebeu com o gol aberto e deu uma cavadinha. O chute foi tão fraco que Islas até tocou na bola ao pular, mas morreu abraçado com ela, enquanto o camisa 4 comemorava seu primeiro gol pelo San Lorenzo: 1x1.

No intervalo, Sr Rabina colocou o único homem que tinha à disposição. Erramuspe entrou no lugar de Centurión, que não jogou 10% do que jogou contra o Velez. A ideia de Sr Rabina era se trancar na defesa e buscar um contra ataque salvador. Já Nilson tentou reequilibrar os setores. Saíram Buffarini e Bordagaray e entraram Reynoso e Erviti. Além de ter Reynoso para impedir os contra ataques para o solitário Barrales, Erviti entraria para ajudar a armar o jogo.

Mas tudo foi posto abaixo logo aos 2 minutos. Em uma bola na entrada da área do San Lorenzo, Reynoso quis fazer pé de ferro com Barrales e perdeu. O camisa 11 ficou com a bola livre dentro da área e o único recurso que Migliore teve foi fazer o pênalti. Ruben Masantonio cobrou rasteiro no canto direito de Migliore, que foi para o lado oposto: Huracán 2x1.

O gol era tudo o que o time de Buenos Aires queria. O San Lorenzo se desesperou e se lançou ao ataque. Mas, aos 5 minutos, Piatti errou o passe e Erramuspe chutou contra o corpo de Romagnoli, com a bola saindo a lateral no meio de campo. Danelon cobrou rápido para Villarruel, que avançou pela direita, invadiu a área e chutou cruzado para vencer Migliore, fazendo Huracán 3x1.

O San Lorenzo descontou na saída de bola. Aos 6 minutos, Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Piatti, recebeu próximo à meia lua e chutou rasteiro para fazer San Lorenzo 2x3. Pegou a bola rápido e colocou no meio de campo enquanto batia no peito, apontava ao chão e fazia a taunt da Paloma.

A partir daí, o jogo ficou eletrizante, um ataque contra defesa absurdo, mas o Huracán é forte na marcação e conseguiu seu segundo triunfo seguido, o que o faz começar a olhar para o lado de cima da tabela.

Destaque do jogo: Daniel Islas. Desde o início, o San Lorenzo dominou as ações. Mas as bolas que chegavam, se não iam na trave (e foram 5 no jogo todo), paravam nas defesas deste goleiro. Islas ainda operou 3 milagres no minuto final do jogo, em chutes de Luciatti, Stracqualursi e Romagnoli, garantindo o triunfo para sua equipe.

NOTAS RÁPIDAS
  • Duas notícias de bastidores agitaram a FIFUBO. A primeira, na noite desta sexta-feira, foi a reunião dos dirigentes da Federação com os representantes de todos os 13 clubes da FIFUBO, os 8 argentinos, os 4 brasileiros e o Dallas Stars. Em pauta, a discussão para dar, simbolicamente, o título dos campeonatos que foram disputados e não chegaram ao fim nos últimos anos. O Apertura não foi finalizado em 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016; o Clausura não foi finalizado em 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2015 e 2016, num total de 18 campeonatos não encerrados. A isso, some-se a Copa Olé de 2015, a Copa 3 Corações de 2013 e a Supercopa FIFUBO em 2006, 2007, 2008 e 2009. Com relação às copas, não há o que ser feito. Mas com relação às ligas, a proposta da  FIFUBO é ver quem liderava o campeonato até a interrupção e dar a esta equipe o título. 
  •  A votação, entre os 13 clubes e os  3 dirigentes da FIFUBO (o presidente, o vice  e o diretor técnico) terminou com um empate em 8x8 e, assim, a reunião foi encerrada. A matéria não encontrou consenso por dois motivos. O primeiro é saber quem levaria a Supercopa FIFUBO do ano onde o título fosse outorgado, se seria feito um jogo-extra simbólico ou um sorteio. O segundo é que somente os torneios Apertura de 2011 (Imperatriz), 2015 (River Plate) e 2016 (Independiente) estavam em curso. Assim, 15 títulos ainda seriam perdidos. O impasse segue e a FIFUBO busca soluções. 
  •  Outra questão nos bastidores da FIFUBO foi o critério de sorteio de arbitragem. Até então, um árbitro ficaria de fora do sorteio das duas partidas seguintes à que ele apitou; e um auxiliar, de uma partida. Mas a FIFUBO editou nova regra, que impede um árbitro e um auxiliar de atuarem duas vezes na mesma rodada e, com isso, caiu a regra do afastamento por 1 e 2 jogos. Agora, a cada rodada é zerado o histórico e todos os árbitros e auxiliares voltam a poder.
  •  Dois jogadores conseguiram milestone na rodada. Ao concluir seu segundo penal contra o Estudiantes, Fernando Gago chegou a 10 gols com a camisa do Velez. Já o gol de honra do time de La Plata não serviu só para a equipe não perder de zero. Serviu, também, para Gastón Fernandez chegar a 20 gols com a camisa do Estudiantes.