sábado, 30 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Oitava Rodada - 30/09/2017

O último dia do mês foi de chuva, mas também foi o dia da abertura do returno do Clausura 2017. Os torcedores driblaram o mau tempo e compareceram em bom número ao Itaquá Dome. Vamos aos jogos!

RACING 2x3 RIVER PLATE

Com uma campanha muito irregular, o Racing decepciona seus torcedores. Em quinto na tabela, com 3 vitórias e 4 derrotas, o relatório da comissão técnica mostrou que é hora dos jogadores começarem a jogar, se quiserem reeditar o bom futebol do primeiro semestre. O problema é que, do outro lado, está o líder do campeonato. O River quer se distanciar cada vez mais dos times abaixo e garantir o quanto antes sua classificação para as semifinais. Aos poucos, a equipe de Nuñez começa a reeditar o bom futebol que lhes permitiu conquistar todos os títulos no ano. No primeiro turno, River 3x1 Racing.

O jogo começou embolado. As duas equipes marcavam no meio de campo e se anulavam, impedindo que uma ou outra saísse para o ataque. Aos poucos, os jogadores foram encontrando seus espaços em campo e, com isso, o jogo melhorou. O primeiro gol do segundo turno veio aos 4 minutos, quando Trezeguet tentou dominar a bola e empurrou Quiroz, na intermediária defensiva do Racing. Ruben Capria voltou para cobrar a falta, passou a Pelletieri e pediu de volta mais à frente. O camisa 10 foi avançando pelo meio de campo, levantou a cabeça e percebeu Latorre livre. O passe foi preciso, nas costas da defesa e o camisa 11 ajeitou o corpo para bater de primeira, no ângulo de Carrizzo, fazendo Racing 1x0.

A essa altura, o time de Avellaneda era melhor em campo. Bem postado, marcava forte as investidas do River e ainda saía organizado nos contra ataques. O River tinha um bom sistema defensivo, mas não conseguia furar a marcação adversária. Mas o time não é líder só por competência, a sorte também dá as caras de vez em quando. Aos 9 minutos, o time de Buenos Aires montou a sua tradicional jogada. Carrizzo cobrou tiro de meta para Gallardo no meio, o camisa 11 girou e abriu o passe na ponta direita para Ortega. O camisa 10 dominou, trouxe para o meio e passou a Trezeguet, mas o passe não foi tão preciso. O camisa 7 teve que correr atrás da bola, conseguiu dominar o passe, mas ficou desequilibrado e chutou fraco. Saja foi encaixar a bola, mas acabou falhando e a mesma passou por entre as suas pernas, em um frango incrível: River 1x1.

No intervalo, Paralelo tirou Pelletieri e Acosta para colocar Fariña e Hauche. Já Francescoli tirou Almeyda e Ortega e colocou Coudet e Funes Mori. Ferrari seria o capitão no segundo tempo.

Não foram só mudanças de jogador. Francescoli armou uma nova tática para o River arrancar de vez para a vitória. Com apenas um minuto de jogo, Gallardo e Buonanotte haviam chutado para Saja defender. No último chute, a bola saiu para lateral. Berizzo repôs no bico da área para Buonanotte, que recebeu sem oposição e chutou colocado, sem chances para Saja, virando o jogo para o River: 2x1.

O Racing não se acanhou e continuou em cima. Fariña e Hauche entraram muito bem e ocuparam o campo de ataque, ajudando Ruben Capria a criar as jogadas de perigo. Aos 4 minutos, Fariña cobrou córner na cabeça de Hauche. O camisa 13 deu uma raspada na bola para trás e Ruben Capria pegou livre, de frente para o gol. Carrizzo saiu, esticou a perna e derrubou o camisa 10. O próprio Ruben Capria cobrou o penal no canto direito, mas Carrizzo se esticou e defendeu.

Com isso, o River se empolgou de vez e partiu para o ataque, criando inúmeras oportunidades. O Racing também partiu pra cima, em busca do empate, mas se abriu para os contra ataques. Em uma jogada de ataque, aos 8 minutos, Latorre foi desarmado por Placente e fez falta no camisa 3. O próprio Placente cobrou para Barrado no meio e o camisa 19 tocou a Coudet na direita. Com um lançamento magistral, o camisa 8 inverteu para Buonanotte na esquerda e o camisa 30 avançou, invadindo a área e rolando para o outro lado, onde Gallardo apareceu e chutou sem chances para Saja, fazendo River 3x1.

A vitória estava assegurada e o Racing acusou o golpe. Mesmo assim, conseguiram uma bela jogada coletiva para marcar o gol de honra. Aos 9 minutos, Ruben Capria deu a saída para Martin Simeone e correu para o lado esquerdo. O camisa 8 inverteu para o lado direito e fez a 'figura  8' com Gamboa, que surgiu como elemento surpresa. Mas o camisa 4 não chutou, preferindo ir ao fundo e cruzar para trás. Ruben Capria recebeu da marca do pênalti e chutou no ângulo, desta vez vencendo Carrizzo: Racing 2x3.

Destaque do jogo: Marcelo Gallardo. O camisa 11 esteve cotado para sair no intervalo, por conta da baixa produtividade. Francescoli bancou sua permanência e não se arrependeu. Com Coudet a lhe ajudar, Gallardo pôde se movimentar pelo campo de ataque e distribuir o jogo. Foi premiado com o gol da vitória.

VELEZ SARSFIELD 3x1 INDEPENDIENTE

Duas equipes que decepcionaram seus torcedores no primeiro turno e prometiam uma atitude diferente no segundo turno. Apesar de tudo, o Velez conseguiu 4 vitórias no primeiro turno e o quarto lugar na classificação, mas o futebol pobre não permite sonhar com voos mais altos. Tripa Seca pediu a seu principal jogador, Claudio Hussain, que não saia para ajudar na armação, pois o Independiente tem um Silvera em excelente fase nas costas de seu camisa 8. Os jogadores do Independiente tiveram uma depressão profunda durante a semana. As palavras do comentarista Quique Wolff de que em todo o campeonato o Independiente promete dominar e vencer, mas acaba decepcionando, pegaram fundo nos jogadores. Para piorar, veio a confirmação de que o prometido reforço para a armação não virá neste Clausura. Bayer, então, disse a seus jogadores que mostrassem no campo que o comentarista da Rádio Olé está redondamente enganado. No primeiro turno, Independiente 1x2 Velez.

Mas nada do que foi prometido apareceu aqui. Foi um dos piores (se não o pior) jogos do ano. As duas equipes erravam passes em profusão, os jogadores não chegavam na bola e os torcedores de ambos os lados vaiavam intensamente. Insua não conseguia dar sequência às jogadas e Claudio Hussain não podia sair para ajudar. Do outro lado, Gracián não conseguia dar sequência a uma jogada e, com isso, Silvera e Parra não recebiam a bola para concluir. À exceção de uma boa trama, que Silvera chutou e Sosa defendeu, o Independiente não concluiu.

O Velez ainda conseguiu seu gol em um golpe de sorte. Sosa cobrou o tiro de meta e Insua passou errado. Mas Gracián não estava em sua posição e não pôde recuperar a bola. Gino Peruzzi correu e se esticou todo para ficar com a bola e abrir um passe na direita. Dario Hussain correu até o fundo e cruzou para a área, onde Turco Assad chutou de primeira e pegou Navarro no contrapé, aos 9 minutos: Velez 1x0.

No intervalo, Tripa Seca tirou Insua, que saiu de campo debaixo de vaias para a entrada de Cubero. Com isso, Gago seria o responsável pela armação e o Velez jogaria com 4 volantes. Também debaixo de vaias saíram os jogadores do Independiente. Bayer tirou Gracián e Facundo Parra para colocar Acevedo e Gandin. Montenegro passaria para a armação e o Independiente também jogaria com 4 volantes.

O jogo melhorou um pouquinho, pois o Independiente teve mais posse de bola e conseguiu chegar mais vezes. Mas toda a empolgação do torcedor (que já apoiava o time) veio por água abaixo aos 5 minutos. Fredes e Busse se adiantaram, para formar uma primeira linha de 3 no meio de campo e, com isso, Cubero tocou a Gago, que lançou nas costas da defesa para Turco Assad. O camisa 9 recebeu no buraco deixado por Fredes, invadiu a área e chutou de pé esquerdo na saída de Navarro, para fazer Velez 2x0, aos 5 minutos.

O torcedor do Independiente se calou e sentou nas arquibancadas para ver o restante da partida. O time acusou o golpe e não conseguiu mais jogar. O Velez passou a tocar a bola e esperar o jogo passar. E foi assim, de pé em pé que Cubero tocou a Gago e o camisa 5 tabelou com Claudio Hussain. Ao receber de volta, Gago lançou a Dario Hussain na direita e viu o camisa 10 ir ao fundo e cruzar para a marca do pênalti, onde Turco Assad chutou de primeira e, numa repetição do primeiro gol, celebrou seu hat trick: Velez 3x0, aos 9 minutos.

Os torcedores do Independiente começaram a deixar o estádio e nem viram o gol de honra de sua equipe. Montenegro fez o 'toca y me voy' com Busse, recebeu na frente, girou e trouxe a bola para o lado direito. Sosa se plantou para o chute no alto, mas Montenegro chutou rasteiro, entre o goleiro e a trave, para marcar nos acréscimos: Independiente 1x3.

Destaque do jogo: Turco Assad. Num jogo tão pobre tecnicamente, em que as duas equipes foram vaiadas, o camisa 9 saiu aplaudido de campo. Marcou um incrível hat trick e ajudou sua equipe a sair com os 3 pontos.

NOTAS RÁPIDAS

  • A rodada se encerra neste domingo, com Huracán x Boca e San Lorenzo x Estudiantes. Mas a próxima rodada não será disputada no final de semana. Há negociações para que os jogos sejam durante a semana.
  • A FIFUBO promete uma grande surpresa para o próximo mês, um projeto grandioso para o próximo ano está em curso.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Resumo do Primeiro Turno

Após 7 rodadas, o Clausura encerra seu primeiro turno. 28 jogos foram disputados e 143 gols foram marcados, com uma média de 5.1 gols por jogo. O ataque mais positivo pertence ao River Plate, com 27 gols marcados, enquanto o Independiente tem o ataque menos positivo, com apenas 12 gols marcados. A defesa menos vazada é a do Estudiantes, com apenas 13 gols sofridos, enquanto o time mais vazado é o San Lorenzo, que tomou 25 gols até aqui. Curiosamente, dos 28 jogos, só um terminou empatado (Estudiantes 4x4 River Plate). A seguir, faremos um resumo de cada time neste turno inicial:

Boca Juniors - Após o vexame no Apertura, sendo a primeira equipe argolada a não se classificar para os playoffs, o Boca se reestruturou. Com novas táticas, o time chegou ao vice campeonato da Copa Olé e prometia uma nova atitude neste Clausura. O novo esquema, que prioriza a posse de bola e o controle do jogo, foi criticado logo na primeira rodada, com uma derrota inexplicável para o Huracán (2x3). A culpa caiu naquele que devia armar o jogo e o treinador, Sr Rússia, teve a coragem de barrá-lo. Riquelme foi para o banco de reservas e, com Schelloto, o time engrenou 3 vitórias, sendo uma no Superclássico (4x2 River), o que não acontecia há quatro anos. Com isso, o time alcançou a liderança e a empolgação bateu forte, mas o time perdeu na rodada seguinte, vencendo na próxima e terminando com um jogo pobre contra o Estudiantes (2x4). Os altos e baixos mostram que o Boca ainda não consolidou seu esquema, nem mostrou a força que se espera para ganhar o título. Mesmo assim, o time terminou o turno na terceira posição, com 12 pontos (4 vitórias, 3 derrotas, 19 gols marcados e 16 gols sofridos). O destaque até aqui é Guillermo Barros Schelloto, que assumiu a função de armar o time e tem conseguido, levando a bola até os atacantes. Apesar de ser o artilheiro da equipe com 6 gols, Martin Palermo oscila bastante. Marcou duas vezes contra o Velez e, no Superclássico, fez um hat trick. Mas passou em branco em outras ocasiões.

Estudiantes - A grande sensação do campeonato. Saco de pancadas nos últimos anos, a equipe de La Plata tinha planos muito modestos para este Clausura: vencer, no mínimo, duas partidas e tentar terminar na sexta posição. A vitória na primeira rodada (4x1 no San Lorenzo) empolgou os torcedores, mas foi o que veio a seguir que encantou a todos. O time venceu a partida seguinte (2x0 Huracán) e cumpriu sua meta. A derrota na terceira rodada (2x3 Velez) parecia indicar que o Estudiantes só tinha vencido as duas primeiras por enfrentar equipes mais fracas, mas o bom momento continuou. Venceu o Racing (2x1), segurou o River Plate (4x4) e, no seu melhor momento no campeonato, atropelou o Independiente (6x2), finalizando com um 4x2 sobre o Boca. Com 5 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota, o time soma 16 pontos e divide a liderança com o River Plate, perdendo no critério de gols pró (24 a 27), além de ter a defesa menos vazada do campeonato (13 gols). Muito se especula sobre o que transformou o Estudiantes tão drasticamente. No primeiro semestre, a tática da equipe era atrapalhar o adversário, embolando o meio de campo e tentando sair no contra ataque, sem eficiência alguma. Agora, além de ter melhorado a parte física dos jogadores, os treinamentos priorizam a finalização a gol, além de cada jogador ter (e cumprir) uma função em campo. O time começa bem lá atrás, com as defesas de Andujar; tem uma boa saída de bola com Verón; arma bem o jogo com Enzo Perez e encontra os atacantes abertos pelas pontas, prontos para a conclusão. Apesar de Verón ser o artilheiro do time no campeonato, com 8 gols, o grande destaque é Enzo Perez. O camisa 7 assumiu a função de articulador do time, organizando o meio de campo e distribuindo o jogo com maestria, fazendo com que os demais jogadores apareçam. A continuar assim, o Estudiantes pode pensar em metas maiores, melhores do que no Apertura de 2014, onde terminou na terceira colocação.

Huracán - A velha tática de ficar fechado na defesa e sair nos contra ataques não tem dado certo por um motivo: o time não sai em contra ataques. Quando consegue encaixar esta jogada, vence e convence, como nas vitórias sobre o Boca (3x2) na primeira rodada e sobre o Velez (4x1) na quarta rodada, em seu melhor momento no campeonato. Pena que foram os únicos triunfos, já que o time perdeu as outras 5 partidas, ocupando o sétimo lugar na competição. Ruben Masantonio é o destaque do time e, muitas vezes, joga sozinho. Nas duas vezes em que a equipe triunfou, além de Centurión lhe ajudar no contra ataque, os laterais avançavam e, com isso, a bola chegava a Cigogna em condições de concluir. O mito é o artilheiro da equipe no campeonato, com 7 gols, mas só marcou em 3 das 4 rodadas. Se Sr Rabina não conseguir encontrar um equilíbrio entre a defesa e o contra ataque, o time vai continuar perdendo e vendo a zona de classificação cada vez mais distante.

Independiente - Todo campeonato é a mesma coisa: a promessa de um novo time e a realidade de muitos vexames. No Apertura, o Independiente conseguiu se classificar para os playoffs em terceiro lugar, mas com uma campanha muito irregular (8 vitórias e 6 derrotas). Aqui, a promessa era da volta da tradicional aplicação tática. 3 rodadas se passaram e 3 derrotas empurraram o time para o último lugar. A primeira vitória veio num suado 2x1 sobre o San Lorenzo e, na rodada seguinte, outro triunfo suado (1x0 Boca), que parecia mostrar que o time de Avellaneda iria engrenar, mas aí veio o vexame sobre o Estudiantes (2x6) e mais uma vitória suada (2x1 Huracán). O prometido reforço para o meio de campo não virá nesse ano, então Gracián precisa começar a jogar. Quando ele participa do jogo, os atacantes são servidos e os gols aparecem. Mas Gracián passa a maior parte do campeonato disperso, escondido numa faixa do campo onde não pode ajudar. Com isso, Nestor Silvera tem se desdobrado e, portanto, é o destaque da equipe. O camisa 11 volta para ajudar na marcação, arma o jogo e aparece para concluir. Com isso, marcou 8 gols até aqui e é, ao lado de Verón, o vice artilheiro da competição. O Independiente precisa de uma grande virada neste returno, se quiser chegar às semifinais. Atualmente, com 3 vitórias, 4 derrotas e o pior ataque da competição (com média inferior a 1 gol por jogo), o sexto lugar parece uma colocação amarga para quem quer brigar pelo título.

Racing - Talvez a maior decepção do Clausura, o time azul e branco de Avellaneda não conseguiu repetir as atuações do Apertura, quando foi vice campeão e compôs metade da seleção do campeonato. Após perder na primeira rodada (1x3 River), a vitória no Clássico de Avellaneda (3x2 Independiente) parecia indicar uma arrancada. Mas veio a rodada seguinte e uma goleada sofrida diante do Boca (1x4) e, após mais uma derrota (1x2 Estudiantes), entrou em uma gangorra de vitórias e derrotas, terminando o turno na quinta colocação, com os mesmos 9 pontos do Independiente, mas triunfando nos gols pró (16x12). Os jogadores parecem cansados e desinteressados e este é o grande desafio de Paralelo para recolocar a equipe no caminho das semifinais. Com tantos problemas físicos, Ruben Capria não pôde ajudar muito, cabendo a Acosta ser o destaque da equipe. Além de ser o artilheiro do time no campeonato (5 gols), o camisa 9 volta para ajudar na armação e, com isso, consegue levar o time à frente. O Racing precisa recuperar seus atletas e voltar a vencer, para conseguir uma arrancada e fazer jus a toda a fama que amealhou no primeiro semestre. Talento para isso tem. Falta é colocar em prática.

River Plate - Campeão do Torneio Início do Apertura, campeão do Torneio Apertura, campeão da Copa Olá, campeão do Torneio Início do Clausura. Ao vencer todos os torneios disputados pelos times argentinos no ano, o River é a grande equipe a ser batida em qualquer competição e neste Clausura não é diferente, já que é a competição favorita dos comandados de Francescoli (são os atuais bicampeões). Fazendo jus à posição acima dos demais times, o River navega quase que tranquilamente neste Clausura. Só não é completamente tranquilo porque o Estudiantes insiste em os acompanhar nesta jornada. A equipe nem precisou se esforçar para vencer seus três primeiros jogos no campeonato, mas a derrota no Superclássico (2x4 Boca) na quarta rodada acendeu um sinal de alerta em Nuñez, principalmente porque o empate na rodada seguinte (4x4 Estudiantes) fez o time ficar com uma inédita sequência de dois jogos sem vencer no ano. Mas bastou golear nas duas últimas rodadas (6x3 Huracán e 5x2 Velez) para o time terminar o turno no costumeiro primeiro lugar, com o ataque mais positivo da competição. O destaque até aqui é Pablo Ferrari. O lateral virou uma arma ofensiva impressionante, atacando pela ponta direita e ajudando a armar o jogo. Já marcou 5 gols no campeonato, mas o artilheiro ainda é o incansável Trezeguet. Após um início discreto, o francês começou a marcar gols e, após deixar a bola 4 vezes nas redes do Huracán, finalizou o turno na artilharia do campeonato, com 9 gols. O River parece mesmo acima dos rivais, mas o Estudiantes insiste em atrapalhar os planos do tricampeonato.

San Lorenzo - Eterno saco de pancadas, o time de Almagro não parece ter forças para sair dessa situação. Nilson consolidou o esquema no 4-3-3, mas essa tática mata o principal jogador da equipe. Romagnoli deixa de ser o homem chave no ataque e passa a ser um mero (e solitário) armador. Até aí tudo bem, já que sua função é essa. Mas os atacantes não ajudam, principalmente o centroavante Stracqualursi, que insiste em armar o jogo e tentar dribles, ao invés de chutar. Com isso, tirando a vitória na terceira rodada sobre o Huracán (4x2), o San Lorenzo só perdeu. Foram 6 derrotas e o oitavo e último lugar na tabela, com direito a defesa mais vazada (25 gols). Mesmo com tantos problemas e com discretos 4 gols no torneio, Romagnoli ainda é o grande destaque da equipe. Um sopro de talento, quando a bola bate nos seus pés saem as melhores jogadas do time. É pena que não tenha companheiros à altura de seu futebol. O esquema parece cair bem ao San Lorenzo, mas é preciso maior empenho dos atletas para levar o time a voos mais altos. Da forma como estão jogando, nem o Papa pode ajudar.

Velez Sarsfield - O time que roubou do Racing o apelido de Rei de Copas (por conta do bicampeonato na Copa Olé e na Supercopa FIFUBO) prometia voos mais altos para mostrar que é o rei de tudo. Prometiam desbancar o poderoso River Plate e se consagrarem como a maior equipe da FIFUBO. Mas os resultados não apareceram. No Apertura, o futebol bonito não se traduzia em vitórias e, mesmo classificado aos playoffs, o quarto lugar foi bem amargo. Na Copa Olé, eliminação logo na primeira rodada e, com isso, todas as fichas foram jogadas no Clausura. Com uma campanha de altos e baixos, vencia em uma rodada e perdia na outra, mas a dura derrota para o Huracán (1x4) na quarta rodada expôs uma equipe que não tinha o mesmo brilho de outrora. O talento ainda leva o time do Velez à frente, mas a equipe não mostra a mesma coesão apresentada em 2016, onde todos jogavam bem. Aqui, quando metade joga, a outra metade se omite. Na derrota para o Huracán, o desinteresse de Lucas Pratto irritou os torcedores e levou a um bate boca ao final da partida. O camisa 12 foi afastado nas duas rodadas seguintes e retornou na última rodada, sem demonstrar qualquer mudança em sua atitude. Mesmo assim, ainda há quem queira jogar no time e, com isso, a equipe termina o primeiro turno em quarto lugar, com os mesmos 12 pontos do Boca, mas perdendo no critério de gols pró (17x19). O destaque até aqui é Dario Hussain. Impulsionado pelo seu irmão Claudio, o camisa 10 vem aparecendo bem no ataque, recebendo bolas em condições e marcando gols, sendo o artilheiro do time até aqui, com 7 gols. Se Tripa Seca encontrar uma fórmula de fazer todos os jogadores se interessarem pelo campeonato, o Velez volta a ser favorito. Caso contrário, é capaz até de se classificar às semifinais, mas não pode esperar avançar além disso.

E assim se encerra o primeiro turno. O segundo turno deve começar nesta sexta-feira ou no sábado, dependendo de alguns compromissos particulares. Mesmo assim, o Clausura continua a pleno vapor, para delírio de seus torcedores. Em um campeonato tão equilibrado como esse, será que teremos alguém arrancando no segundo turno? Alguma equipe vai perder o fôlego e o encanto se quebrará? Façam suas apostas!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Sétima Rodada - 25/09/2017

Não foi possível encerrar a rodada no domingo, mas a segunda-feira serve para isso. Infelizmente, por ser início de semana, o público não compareceu em grande número ao Itaquá Dome. Mas a temperatura amena e o bom futebol agradaram os presentes neste dia que encerrou o primeiro turno do campeonato.

VELEZ SARSFIELD 2x5 RIVER PLATE

Com uma campanha irregular, mas mantendo-se entre os quatro primeiros, o Velez quer a vitória para se consolidar. O futebol vistoso que os levou ao bicampeonato da Copa Olé ainda não deu as caras esse ano. O sentimento é o de que uma vitória sobre o temido adversário possa dar ânimo para o segundo turno. Já o River, embora esteja voando em céu de brigadeiro, precisa da vitória para encerrar o turno na primeira posição, já que o Estudiantes venceu a sua partida.

No início do jogo, o que se viu foi uma partida ruim, com erros de passe e poucas chances de gol. O Velez até tentou se lançar ao ataque, mas pecou no último passe e o River, bem postado, apenas esperava a oportunidade de se lançar no contra ataque.

Tal chance veio aos 4 minutos, quando Dario Hussain tentou driblar, mas foi desarmado por Paz. O camisa 4 abriu na esquerda com Berizzo, que tocou para Buonanotte. O camisa 30 avançou trazendo para o meio e, da entrada da área, chutou com categoria e venceu Sosa: River 1x0.

O gol era tudo o que a equipe de Nuñez queria. O Velez teria que sair e o River buscaria os contra ataques tocando de pé em pé. E foi assim que encontrou o segundo gol, aos 7 minutos. O Velez se lançou ao ataque em boa trama, mas na hora do passe de Insua para Peruzzi, Paz se adiantou e deixou o camisa 2 em impedimento. O próprio Paz cobrou, invertendo para o outro lado da área, onde encontrou Placente. O camisa 3 tocou a Ferrari na direita, que tocou para Trezeguet mais à frente. O camisa 7 jogou a bola para a ponta direita e correu, indo ao fundo e cruzando para a área, no que parecia estar apenas se livrando da bola. Mas era uma jogada ensaiada. A bola cruzou a área toda e encontrou Gallardo livre no segundo pau, para completar para o gol aberto e fazer River 2x0.

No intervalo, Tripa Seca tirou Gino Peruzzi e Turco Assad para colocar Cubero e Lucas Pratto. Já Francescoli sacou Gallardo (que, embora tenha feito um gol, armava mal o jogo) e Ortega para colocar Coudet e Funes Mori.

O Velez voltou melhor no segundo tempo, com Claudio Hussain se mandando para o ataque e pressionando o rival. De tanto tentar, acabou conseguindo um escanteio. O próprio Claudio Hussain cobrou para a marca do pênalti, onde encontrou seu irmão Dario livre para cabecear e descontar: Velez 1x2, aos 2 minutos.

O River ampliou na saída de bola, aos 3 minutos. Trezeguet fez o 'toca y me voy' com Barrado, recebeu na entrada da área, driblou Sosa e empurrou para o gol vazio, fazendo River 3x1.

O Velez tentou se organizar e sair pro jogo. Com mais presença na frente, a equipe trocava passes e rondava a área do rival. Aos 5 minutos, Lucas Romero fez boa jogada e deu um lindo passe pelo meio da defesa, onde Insua recebeu livre. O camisa 11 invadiu a área e foi derrubado por Carrizzo. Gago cobrou o pênalti no ângulo direito, sem chances para o goleiro, que se esticou todo mas não achou: Velez 2x3.

Com isso, o jogo ganhou emoção. O Velez pressionou em busca do empate e se abriu aos contra ataques do River, dando ares eletrizantes à partida. O River, bem posicionado defensivamente, conseguia afastar as bolas e se lançar à frente. Assim, aos 7 minutos, Paz desarmou Dario Hussain novamente e tocou a Almeyda no meio. O camisa 5 tocou a Coudet mais à frente e o camisa 8 abriu na esquerda com Buonanotte. O camisa 30 avançou pela ponta e, de longe, resolveu arriscar. Acabou chutando com força e a bola foi no ângulo de Sosa, num lindo gol: River 4x2.

O gol desanimou o Velez de vez. A equipe não teve mais forças para lutar e acabou jogando a toalha. Assim, o River acabou trocando passes e esperando o jogo acabar. Com isso, foi de pé em pé em busca do quinto gol e acabou coroado aos 9 minutos, em sua jogada mais característica. Carrizzo recuperou a bola e tocou a Berizzo, que tocou a Barrado no meio. O camisa 19 abriu na esquerda para Buonanotte, que tocou no meio para Trezeguet. De frente para o gol, o camisa 7 fez o que mais sabe e deu um lindo chute para encerrar o jogo: River 5x2.

Destaque do jogo: José Maria Paz. Embora Buonanotte e Trezeguet tenham feito dois gols cada, foi o camisa 4 quem se destacou. Bem posicionado, roubou as bolas que chegavam perto da área, mantendo a calma nos lances de pressão e conseguindo reiniciar o jogo.

RACING 5x3 SAN LORENZO

O último jogo do turno trazia uma pressão enorme para os jogadores do Racing. A equipe vinha credenciada após o vice campeonato do Apertura, onde apresentou um futebol envolvente, mas o bom jogo sumiu no Clausura e o time foi perdendo pontos importantes ao longo da competição. O San Lorenzo vivia um drama maior. Além de estar em último no campeonato, o time perdeu Romagnoli, expulso no último jogo. Nilson resolveu colocar Buffarini em seu lugar e ir para o jogo com um meio composto por 3 volantes.

Quem esperava uma goleada tranquila do Racing acabou se surpreendendo com o bom jogo do San Lorenzo. Os jogadores queriam mostrar que podiam sobreviver sem seu maior astro e dominaram a partida. O primeiro gol veio aos 2 minutos, após Pelletieri concluir uma boa jogada do Racing e Migliore salvar com o pé. A bola foi parar no outro lado do campo, onde Stracqualursi recebeu ao lado da área, protegeu com o corpo e foi derrubado por Gamboa. Erviti cobrou a falta com perfeição, no ângulo oposto de Saja e fez San Lorenzo 1x0.

O Racing se assustou com o gol e não conseguiu dar prosseguimento às jogadas. O San Lorenzo, por sua vez, levava perigo nos contra ataques. Mas o time de Avellaneda tem jogadores mais talentosos, que podem resolver a parada. Aos 5 minutos, Saja cobrou mal tiro de meta e obrigou Acosta a brigar pela bola, recuando para o meio de campo. O camisa 9 não só conseguiu ficar a bola, como conseguiu também driblar Piatti e acertar um passe de precisão cirúrgica para Latorre, nas costas da zaga. O camisa 11 invadiu a área, driblou para fora tirando Tulla da jogada e chutou de pé esquerdo para vencer Migliore, fazendo Racing 1x1.

O gol devolveu a tranquilidade ao Racing, mas o San Lorenzo não diminuiu o ritmo e, com isso, a partida subiu de nível. Aos 7 minutos, Ruben Capria abriu a Pelletieri na direita e o camisa 7 chutou rasteiro, com Migliore defendendo com o pé. A bola ganhou velocidade e foi parar no meio de campo, onde Piatti recebeu e avançou. Gamboa chegou na marcação, mas o camisa 12 o driblou com extrema facilidade. Na entrada da área, trouxe para o pé direito e chutou cruzado, sem chances para Saja, fazendo San Lorenzo 2x1, em um gol muito parecido com o primeiro.

O sentimento que ficou nos jogadores do Racing foi de frustração. Embora a equipe se organizasse, o San Lorenzo sempre conseguia aproveitar-se dos erros e fazer o seu gol. Alguns jogadores do Racing desanimaram e não conseguiram dar prosseguimento aos lances, errando passes. Mas, aos 9 minutos, um desses erros serviu para a equipe empatar a partida. Ruben Capria tentou passar a Latorre, mas Reynoso afastou. A bola sobrou para Stracqualursi, que se lançou ao ataque. Sem habilidade, o camisa 9 não conseguiu passar por Quiroz, que roubou a bola. Acosta saiu do campo de ataque e pediu, recebendo na intermediária e tabelando com Enrique. Acosta recebeu de volta na intermediária, trouxe para o pé direito e chutou colocado, surpreendendo Migliore: Racing 2x2.

No intervalo, Paralelo ajeitou o posicionamento e fez uma única substituição, colocando Fariña no lugar de Gamboa, que levava um baile em campo. Já Nilson tirou Johnathan Ferrari e Raul 'Pipa' Estevez para colocar Tellechea e Bordagaray. Com isso, podia oscilar do 4-3-3 para o 4-4-2 losango, com Erviti indo para a armação e dois centroavantes ficando no campo de ataque.

Mas o San Lorenzo não conseguiu manter o ritmo do primeiro tempo. A equipe passou a errar passes e, com isso, o Racing foi ganhando terreno. A virada veio aos 3 minutos, quando Martin Simeone tocou a Ruben Capria, que passou nas costas de Latorre. O camisa 11 teve que voltar para virar o jogo e, assim, foi obrigado a devolver para Ruben Capria que, desta vez, acertou o passe. Encontrou Martin Simeone livre e o camisa 8 foi avançando até chutar da entrada da área e vencer Migliore, fazendo um bonito gol: Racing 3x2.

O gol inverteu a lógica da partida, pois foi o San Lorenzo quem teve que se abrir. Com isso, o Racing poderia ditar o ritmo do jogo, mas alguns jogadores (Ruben Capria em especial) estavam muito mal no jogo e foi de um erro do camisa 10 que o time de Almagro empatou. Ruben Capria pegou no meio e abriu na direita para Acosta, mas o passe foi errado e quem pegou foi Reynoso, abrindo na direita para Buffarini. O camisa 8 tocou na ponta para Bordagaray, que procurou Stracqualursi no meio. Sem ter que armar ou passar, o camisa 9 só tinha uma coisa a fazer e era o que sabia de melhor. Chutou forte e no ângulo de Saja para concluir uma jogada à lá River: San Lorenzo 3x3, aos 6 minutos.

Menos mal que o Racing ficou na frente do placar logo na saída de bola. Ruben Capria deu a saída de bola para Martin Simeone e correu para a esquerda. O camisa 8 inverteu o lance para a direita, sinalizando a 'figura 8'. Diego Capria correu feito um louco e conseguiu chegar na bola, driblando Reynoso para dentro e chutando da meia lua, sem chances para Migliore, para fazer Racing 4x3 aos 7 minutos.

O San Lorenzo se desesperou e partiu desordenadamente em busca do empate. Nesse momento, o Racing se organizou e fechou os espaços, esperando o erro do adversário ou o fim do jogo. A primeira opção aconteceu justamente quando a segunda se aproximava. O Racing cercou o campo de defesa e esperou um passe errado de Erviti para Bordagaray, que Quiroz interceptou. Reynoso tentou roubar e fez falta. Quiroz cobrou para Martin Simeone, que olhou para um lado e para o outro, visando gastar o tempo. Foi aí que percebeu que o campo de defesa do San Lorenzo estava aberto e, com um passe para a frente, encontrou Ruben Capria livre. O camisa 10 recebeu, avançou e, da entrada da área, chutou em curva para vencer Migliore e fazer Racing 5x3.

Destaque do jogo: Acosta. Com a equipe jogando mal e sem ter como sair de trás, coube ao camisa 9 voltar e armar o jogo. Organizando o time, Acosta conseguiu dar um passe açucarado para Latorre marcar o primeiro gol e ele próprio empatar a partida.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 16 pontos, 27 gols pró, 16 gols contra
2° Estudiantes - 16 pontos, 24 gols pró, 13 gols contra
3° Boca Juniors - 12 pontos, 19 gols pró, 16 gols contra
4° Velez Sarsfield - 12 pontos, 17 gols pró, 19 gols contra
5° Racing - 9 pontos, 16 gols pró, 18 gols contra
6° Independiente - 9 pontos, 12 gols pró, 16 gols contra
7° Huracán - 6 pontos, 14 gols pró, 20 gols contra
8° San Lorenzo - 3 pontos, 14 gols pró, 25 gols contra

ARTILHARIA

1° David Trezeguet (River Plate) - 9 gols
2° Juan Sebastian Verón (Estudiantes) e Nestor Silvera (Independiente) - 8 gols
3° Daniel Cigogna (Huracán) e Dario Hussain (Velez Sarsfield) - 7 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Com as partidas desta segunda-feira, se encerra o primeiro turno do Clausura 2017. O returno começa neste final de semana.
  • Durante a semana (provavelmente na quarta ou quinta-feira), uma postagem especial será produzida, com a análise do primeiro turno e das equipes.
  • Dois jogadores atingiram milestone na rodada. Ao ampliar a vantagem no primeiro tempo de jogo, Gallardo chegou a 70 gols com a camisa do River. Já a última vez em que empatou a partida contra o Racing rendeu a Stracqualursi chegar a 30 gols com a camisa do San Lorenzo.

sábado, 23 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Sétima Rodada - 23/09/2017

A primavera chegou com cara de verão. Muito calor, nenhuma nuvem e torcedores lotando o Itaquá Dome para assistir à abertura da última rodada do primeiro turno do Clausura. Quis o destino que as quatro equipes da parte de cima da tabela se enfrentassem, enquanto as quatro últimas tentariam melhorar suas situações em duelos diretos. Por problemas de horário, os jogos do sábado foram disputados à noite. Vamos a eles!

ESTUDIANTES 4x2 BOCA JUNIORS

Após fazer sua melhor atuação em anos na última rodada (6x2 Independiente), os jogadores do Estudiantes querem mais. A ordem é não se apequenar e conquistar a vitória, visando encerrar o turno com, no mínimo, o segundo lugar na tabela. Do outro lado, vem uma equipe que tem altos e baixos no campeonato. Se o Boca consegue vitórias épicas, como o 4x2 sobre o River, e derrotas que não poderiam acontecer, como as para o Huracán (2x3) e Independiente (0x1).

Toda a expectativa criada em torno desse jogo, com o segundo e o terceiro colocados se enfrentando, foi por água abaixo no primeiro tempo. O Estudiantes voltou à tática do Apertura de embolar o meio de campo e não deixar o Boca jogar. Mas nem precisava, pois o Boca não conseguia organizar nada. Schelloto não dava sequência aos lances, Palacio não ajudava, Palermo ficava esperando no campo de ataque, os laterais e volantes não tinham iniciativa... não que o Estudiantes estivesse melhor. A equipe de La Plata ficou na intermediária, rebatendo bolas.

Na única jogada criada no primeiro tempo, saiu o gol. Aos 2 minutos, Enzo Perez tocou a Gastón Fernandez na direita, mas Schiavi chegou primeiro e se afobou, isolando para o lado. Angeleri cobrou o lateral rápido para Gastón Fernandez e o camisa 10 foi ao fundo, cruzando a bola na altura da marca do pênalti. Boselli cabeceou forte e sem chances para Abbondanzieri, fazendo Estudiantes 1x0.

No intervalo, Cristaldo sacou Marco Rojo (por deficiência técnica) e Gastón Fernandez (por problemas físicos) e colocou Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez. Já Sr Rússia tirou o assustado Schiavi e o inoperante Schelloto para colocar Battaglia e Riquelme.

A entrada do camisa 10 melhorou o time do Boca, que passou a ter quem armasse o jogo, mas continuava sem ter quem concluísse. O Estudiantes também voltou melhor. Mais organizado e com a marcação adiantada, o time de La Plata passou a rondar mais o campo de ataque.

Aos 4 minutos, novo erro do Boca proporcionou o Estudiantes encontrar o caminho das redes. Após Enzo Perez pegar a bola no meio de campo e acertar um lançamento perfeito pelo meio da zaga, Boselli invadiu a área e perdeu o ângulo. Vendo Abbondanzieri sair do gol, o camisa 9 jogou a bola pro lado e esperou o contato. O goleiro caiu na isca e trombou com o atacante. Verón cobrou o pênalti rasteiro no canto direito, deslocando Abbondanzieri e fazendo Estudiantes 2x0.

O Boca tentou se reorganizar com a desvantagem se alargando, mas o Estudiantes estava melhor em campo. Riquelme levou o time à frente e passou a Palacio. O camisa 19 tentou o drible, mas Sanchez o desarmou, tocando a Rodrigo Braña, que lançou Verón. O camisa 11 abriu na direita para Lopez, mas Battaglia deu um carrinho e mandou a córner. Angeleri cobrou para Verón, que cabeceou torta e longe do gol. Mas Abbondanzieri saiu estabanado, tentou socar a bola e acabou atingindo Verón. O próprio camisa 11 cobrou o pênalti, no mesmo canto direito. Abbondanzieri acertou o canto desta vez, mas não conseguiu alcançar a bola: Estudiantes 3x0, aos 7 minutos.

O Boca descontou na saída de bola. Riquelme fez o 'toca y me voy' com Basualdo, recebeu na entrada da área, driblou Andujar e chutou para o gol vazio. O goleiro chegou a tocar na bola, mas nada pôde fazer: Boca 1x3, aos 8 minutos.

O gol não preocupou a equipe de La Plata, que procurou tocar a bola e esperar o tempo passar. Mas o Boca apertou a marcação e conseguiu recuperar. Riquelme desarmou Verón e tocou a Ibarra, que procurou Cagna no meio. Bem marcado, o camisa 8 lateralizou a Palacio, que inverteu o jogo para a esquerda, encontrando Basualdo livre. O camisa 11 avançou em velocidade e, da entrada da área, chutou forte e venceu Andujar, fazendo Boca 2x3, aos 9 minutos. Na comemoração, o camisa 11 pulou o alambrado e foi junto dos torcedores, tirar satisfação das vaias.

Mas o grande erro do Boca neste jogo e no campeonato é a quantidade de besteiras que seus jogadores fazem, quando a equipe mais precisa. Aqui, os 3 gols do Estudiantes surgiram de erros do Boca e ainda havia tempo para mais um. Na saída de bola, Verón fez a 'figura 8' com Leandro Benítez, tocando e correndo para o lado esquerdo. O camisa 8 abriu na direita para Angeleri, mas Serna chegou primeiro. Só que, ao invés de pegar a bola e sair, ele preferiu usar o corpo para proteger e acabou dando uma ombrada no camisa 2 do Estudiantes, cometendo uma falta grosseira próxima à entrada da área. Verón cobrou com maestria e celebrou seu hat trick: Estudiantes 4x2 e fim de papo.

Destaque do jogo: Juan Sebastian Verón. Até então, Andujar era a grande figura da partida, fazendo defesas incríveis quando exigido. Mas o hat trick do camisa 11 foi o grande diferencial do Estudiantes na partida. Rei nas bolas paradas, Verón marcou duas vezes de pênalti e uma de falta, marcando bem no meio de campo e ditando o ritmo da equipe.

HURACÁN 1x2 INDEPENDIENTE

Fazendo uma campanha fraca, o Huracán só venceu duas partidas e justamente quando Centurión e Ruben Masantonio puxaram os contra ataques, passando a Cigogna para concluir. A ordem de Sr Rabina é fazer esta jogada e, com isso, dar um final de turno digno à equipe. Já o Independiente tem uma grande nuvem em cima. Novamente, a equipe entra no campeonato como favorita, mas as derrotas vão se acumulando e a decepção dos torcedores fica latente. A ordem é ganhar este jogo de seis pontos e tentar uma arrancada no segundo turno.

Se os torcedores esperavam muito e se decepcionaram com a primeira partida, aqui não havia expectativa e a decepção foi a mesma. As duas equipes erravam muitos passes e não conseguiam chegar perto da área. Mais organizado, o Independiente tentava se lançar à frente. Gracián corria o campo e pedia a bola; Silvera e Gandin se deslocavam. Mas a bola não saía lá de trás. Fredes errava muito e irritava os torcedores. Aos 5 minutos, Gracián abriu na direita para Gandin, ele foi ao fundo e cruzou para Silvera cabecear na trave. Ainda não seria dessa vez...

Mas, aos 8, a equipe finalmente conseguiu se arrumar. Navarro cobrou tiro de meta para Fredes, que procurou Gracián no meio. O camisa 19 avançou com a bola e descobriu Silvera já dentro da área. O camisa 11 recebeu na esquerda trazendo a bola pro pé direito, driblando Alexis Ferrero e chutando forte, sem chances para Islas, para fazer Independiente 1x0.

No intervalo, Sr Rabina tirou Villarruel e Milano para colocar Erramuspe e Barrales. Cigogna passaria para o lado direito. Já Bayer ouviu os apelos dos torcedores e tirou Fredes, junto com Gandin, para colocar Acevedo e Facundo Parra.

O Huracán melhorou com as mudanças de seu treinador e passou a povoar mais o campo de ataque. O Independiente não ficou atrás e, com isso, o jogo ganhou emoção. Cigogna passou a receber mais bolas, mas desperdiçava os chutes. Como estava difícil no scopetazzo, o mito resolveu inovar. Aos 4 minutos, Ruben Masantonio descobriu o camisa 9 na direita e lhe passou a bola. Cigogna adiantou e indicou o scopetazzo, mas mudou de ideia na última hora e procurou o drible. Navarro reagiu rápido e se lançou à bola, mas derrubou o mito. Curiosamente, quem pegou a bola foi Alexis Ferrero, que cobrou à meia altura, no canto direito de Navarro, que se esticou todo e não achou a bola: Huracán 1x1.

O Independiente resolveu se reorganizar e buscar voltar a ficar em vantagem, mas o Huracán se postou bem no campo de defesa e afastou as bolas que chegaram. Isso foi até os 9 minutos, quando Silvera voltou para roubar a bola de Cigogna e recuou a Mareque na esquerda. O camisa 3 procurou Busse no meio, que fez um lançamento de precisão cirúrgica para o lado direito, onde encontrou Facundo Parra já na entrada da área. O camisa 17 dominou de costas pro gol, virou de frente e encarou a marcação de Walter Ferrero. Com um drible de pura habilidade, Parra se livrou do marcador, ajeitou o corpo e chutou forte de pé direito, para vencer Islas e fazer o gol da vitória: Independiente 2x1.

Destaque do jogo: Nestor Silvera. Novamente, o camisa 11 foi a principal figura da equipe. Jogador alvo, recebeu as bolas que eram passadas pro ataque e foi sempre perigoso. Acertou duas na trave e fez o primeiro gol da equipe. Depois, voltou para ajudar na marcação e ainda apareceu armando o jogo.

domingo, 17 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Sexta Rodada - 17/09/2017

O domingo foi igual ao resto da semana, com muito sol, calor, um tempo seco, nenhuma nuvem no céu. Mas o público lotou o Itaquá Dome, pois a única chuva prometida para o final de semana era a chuva de gols que ia cair dentro do estádio. E os jogadores não decepcionaram os torcedores!

INDEPENDIENTE 2x6 ESTUDIANTES

Após perder os três primeiros jogos, o Independiente engrenou duas vitórias e a última (1x0 Boca) mostrou que o futebol não é bonito, mas eficiente, marca do time de Avellaneda. Mas do outro lado estava o Estudiantes, que quer continuar a ótima carreira. O empate com o River (4x4) mostrou aos jogadores que eles podem sonhar mais alto e manter-se na liderança do campeonato.

O jogo começou com muita marcação de lado a lado e erros de passe. Mas o Estudiantes tinha mais organização e buscava girar o jogo para desmontar a marcação adversária. Com um bom sistema defensivo, o time de La Plata forçava o Independiente a errar, como aconteceu aos 2 minutos, quando Enzo Perez se juntou a Angeleri e Desábato para obrigar Silvera a se desfazer da bola. O camisa 11 acabou perdendo para Desábato, que abriu na direita para Angeleri. O camisa 2 foi avançando pelo corredor e, na chegada da marcação, fez um passe em profundidade para Gastón Fernandez. O camisa 10 recebeu já dentro da área e chutou na saída de Navarro, fazendo Estudiantes 1x0.

O Independiente tentou sair e buscar o empate, mas a marcação do Estudiantes estava cada vez melhor, forçando o erro do time de Avellaneda. Aos 5 minutos, Gracián tentou abrir para Gandin na direita, mas Rodrigo Braña estava bem posicionado para roubar a bola, tocando a Federico Fernandez na esquerda. O camisa 4 abriu para Marco Rojo, que procurou Verón no meio. Avançando sem oposição, o camisa 11 teve tempo de levantar a cabeça e observar a movimentação de seus companheiros, optando por um passe para Boselli na esquerda. O camisa 9 invadiu a área e chutou na saída de Hilário Navarro, para fazer Estudiantes 2x0.

Aos 9 minutos, o Estudiantes enganchou um contra ataque com Enzo Perez, que começava a tomar conta do meio de campo. O camisa 7 avançou pela direita e tocou a Leandro Benítez, correndo para receber de volta. Mas o camisa 8, displicente, errou o passe, que foi interceptado por Tuzzio. O camisa 6 tocou a Mareque na esquerda, que procurou Montenegro no meio. O camisa 5 tocou a Busse na esquerda e o camisa 7 procurou Silvera no ataque. De costas para o gol e marcado, o camisa 11 preferiu rolar atrás, onde Montenegro chegou e chutou de pé esquerdo, vencendo Andujar e fazendo Independiente 1x2.

No intervalo, Bayer tirou Fredes e Gandin para colocar Acevedo e Facundo Parra. Já Cristaldo não perdoou o erro de Benítez e o sacou, junto com Mauro Boselli (cansado), para colocar Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez. O Estudiantes passaria a jogar com 3 volantes, sendo que Verón iria atuar mais adiantado.

A mudança foi crucial para a equipe arrancar a goleada. Com 30 segundos, Verón fez o 'toca y me voy' com Sanchez, recebeu de frente pro gol, driblou Navarro e, vendo o goleiro se atirar desesperado, deu uma linda cavadinha, fazendo Estudiantes 3x1.

A equipe de La Plata passou a dominar o jogo completamente. Mathias Sanchez se juntou a Rodrigo Braña na entrada da área e impediu qualquer troca de passes que o Independiente tentasse. A bola roubada era entregue a Verón, para reiniciar o ataque, e encontrava Enzo Perez mais à frente, para armar o jogo com liberdade. Foi assim que a equipe começou a goleada, aos 3 minutos. Gracián tentou avançar pelo meio e adiantou demais a bola. Federico Fernandez estourou a bola em cima do camisa 19 e a bola subiu. Verón deu um leve toque de cabeça para a direita e Enzo Perez avançou sem oposição, chutando da entrada da área para fazer Estudiantes 4x1.

O Independiente passou a errar tudo o que tentava e o Estudiantes começou a dar espetáculo. Aos 5 minutos, Angeleri forçou Silver a se desfazer da bola e Desábato pegou a sobra, sendo derrubado por Silvera no campo de defesa. Ele cobrou a falta rápido para Enzo Perez, que tocou no meio para Verón. O camisa 11 abriu na ponta para Hernan Rodrigo Lopez, que foi ao fundo e cruzou rasteiro. Gastón Fernandez chegou chutando no canto esquerdo de Navarro, deslocando o goleiro e fazendo Estudiantes 5x1.

A torcida do Estudiantes gritava 'olé' e a do Independiente começou a deixar o estádio. Não viram quando Silvera descontou aos 9 minutos, após Mareque roubar a bola de Enzo Perez e rolar na esquerda. O camisa 11 recebeu, driblou Angeleri e Desábato antes de desferir ótimo chute cruzado e vencer Andujar: Independiente 2x5.

Mas a tarde era do Estudiantes, que ampliou na saída de bola, aos 10 minutos. Verón fez o 'toca y me voy' com Mathias Sanchez, recebeu na frente e resolveu tocar a bola para passar o tempo. Recuou a Angeleri, que procurou Gastón Fernandez, que tocou a Enzo Perez. O camisa 7 recuou para Rodrigo Braña, que passou a Marco Rojo na esquerda. O camisa 6 avançou pela esquerda, trouxe para o meio e, diante da chegada da marcação, rolou para Verón na direita. O camisa 11 ajeitou e chutou no ângulo de Navarro, completando uma linda jogada e a goleada: Estudiantes 6x2.

Destaque do jogo: Juan Sebastian Verón. No início, atuou mais recuado e ajudou a fechar a entrada da área. No segundo tempo, mais adiantado, ajudou a levar o time à frente e construir a goleada. Além de ditar o ritmo no meio de campo, marcou 2 gols e deu mais um triunfo ao Estudiantes.

SAN LORENZO 3x4 BOCA JUNIORS

O San Lorenzo tenta consolidar seu esquema 4-3-3. Até joga bem as partidas, mas acaba perdendo os jogos e ficando cada vez mais distante da zona de classificação. O Boca, por sua vez, vem numa fase  boa. O treinador, Sr Rússia, considerou como tropeço a derrota na última rodada (0x1 Independiente) e vê nesta partida uma ótima oportunidade para voltar a vencer.

Pode-se dizer que este foi o jogo mais fraco da rodada. Muito pobre tecnicamente, foi um festival de erros de passe, posicionamento equivocado e poucas chances de gol. Mesmo assim, quatro gols saíram no primeiro tempo, a maioria por conta de erros.

O primeiro gol veio aos 3 minutos, após Romagnoli arrancar pela esquerda e errar o passe para Stracqualursi. Escudero tocou a Ibarra na direita e o camisa 4 passou a Schelloto no meio. O camisa 13 procurou Palermo no comando de ataque, mas o camisa 9 não estava lá. Então, Schelloto avançou pelo meio e, da meia lua, chutou colocado para vencer Migliore: Boca 1x0.

O gol foi bom para o jogo, porque o San Lorenzo teve que se abrir para buscar o empate e o Boca ficou com o contra ataque. Mesmo assim, os erros se sucediam. Aos 5 minutos, Tulla desarmou Palermo e saiu jogando, mas errou na hora de passar para Romagnoli. Schelloto pegou a bola e passou a Palermo de volta. Livre, o camisa 9 invadiu a área e foi derrubado por Migliore. O próprio Palermo cobrou o pênalti no canto esquerdo, mas o goleiro do San Lorenzo espalmou para o lado. Palermo pegou o rebote, se atrapalhou com a bola e Ameli mandou a córner. O próprio Palermo cobrou rasteiro para Ibarra, no bico da área. O camisa 4 ajeitou, trouxe para o meio e chutou de pé esquerdo sem chances para Migliore, fazendo Boca 2x0.

O San Lorenzo descontou na saída de bola. Aos 6 minutos, Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Stracqualursi, recebeu na entrada da área, driblou Abbondanzieri e empurrou para o gol vazio, batendo no peito, apontando ao chão e fazendo a taunt da Paloma: San Lorenzo 1x2.

A equipe de Almagro se lançou ao ataque e se abriu para o contra ataque. Mas continuou errando muito, dando ao Boca a chance de ir à frente várias vezes. Mas foi só aos 9 que o time de Buenos Aires conseguiu ampliar. Romagnoli esticou a Erviti na esquerda, mas o camisa 11 adiantou demais e Escudero roubou, sendo derrubado por ele. Escudero cobrou rápido na entrada da área para Serna, que abriu a Basualdo na esquerda. O camisa 11 fez um lançamento primoroso para Palacio na ponta direita e o camisa 19 tocou a Palermo. O passe veio atrás e o camisa 9 ficou de costas para o gol, mas fez um lindo giro e a bola ficou no seu pé direito. Com um toque de categoria, chutou cruzado e rasteiro, deslocando Migliore, que esperava a bola alta no outro canto: Boca 3x1.

No intervalo, Nilson tirou Piatti e Johnathan Ferrari para colocar Tellechea e Buffarini. A ideia era fazer Reynoso e Tellechea formarem uma dupla de volantes fixos e Buffarini ir para a lateral quase como um ponta direita. Já Sr Rússia tirou Cagna e Palacio, colocando Battaglia e Riquelme em seus lugares. Schelloto iria para a ponta direita, enquanto Riquelme armaria o jogo.

O San Lorenzo descontou logo a um minuto, quando Romagnoli recebeu de Tellechea e avançou pela esquerda, chutando no travessão. A bola sobrou a Stracqualursi, que empurrou para o gol vazio, fazendo San Lorenzo 2x3.

O jogo ganhou em emoção e a equipe de Almagro foi ao ataque para buscar o empate, mas o Boca estava mais organizado com a entrada de Riquelme. O camisa 10 ditava o ritmo e ajudava a sua equipe a segurar o resultado, que lhes parecia perfeito. O San Lorenzo ganhou terreno e obrigou Abbondanzieri a fazer algumas defesas para evitar o empate, que parecia questão de tempo. Mas Romagnoli não estava bem e uma trapalhada sua pôs tudo a perder. Aos 8 minutos, ele tentou ir numa bola difícil e fez falta tripla, recebendo o cartão vermelho.

Battaglia repôs a bola para Riquelme no meio e o camisa 10 foi tabelando com Schelloto até a meia lua, de onde mandou um chute de extrema categoria para fazer Boca 4x2.

O San Lorenzo ainda descontou na saída de bola, quando Erviti tocou a Stracqualursi e foi para o lado esquerdo, mas o camisa 9 trouxe a bola pro lado direito, driblando Basualdo e Serna antes de chutar forte e vencer Abbondanzieri: San Lorenzo 3x4.

Destaque do jogo: Mauricio Serna. Criticado por deixar um buraco na frente da área nos dois últimos jogos, o camisa 5 era o ponto fraco que o San Lorenzo queria explorar. Mas, desta vez, não abandonou o posto e impediu que o adversário entrasse pelo meio. Interceptou vários passes e desarmou vários ataques do time de Almagro, saindo de campo debaixo de aplausos.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 13 pontos, 22 gols pró
2° Estudiantes - 13 pontos, 20 gols pró
3° Boca Juniors - 12 pontos, 17 gols pró
4° Velez Sarsfield - 12 pontos, 15 gols pró
5° Huracán - 6 pontos, 13 gols pró
6° Independiente - 6 pontos, 11 gols pró
7° Racing - 6 pontos, 10 gols pró
8° San Lorenzo - 3 pontos

ARTILHARIA

1° Daniel Cigogna (Huracán), Nestor Silvera (Independiente) e David Trezeguet (River Plate) - 7 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors) e Dario Hussain (Velez Sarsfield) - 6 gols
3° Juan Sebastian Verón (Estudiantes) e Pablo Ferrari (River Plate) - 5 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • O primeiro turno se encerra no próximo final de semana e, com isso, o Ato Normativo 4 já pode ser aplicado. Diz o referido Ato que se o campeonato atrasar e não puder ser finalizado, as rodadas seguintes serão canceladas e avança-se direto aos playoffs com a classificação do jeito que estiver.
  • Três jogadores atingiram milestones na rodada. Ao comandar sua equipe à goleada, Verón conseguiu chegar a 40 gols com a camisa do Estudiantes. Já Ibarra, ao finalizar ótima jogada de escanteio, chegou a 10 com a camisa do Boca. Finalizando de forma espetacular o primeiro tempo de jogo contra o San Lorenzo, Palermo chegou a 90 gols com a camisa do Boca e abriu a contagem para o centésimo.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Sexta Rodada - 15/09/2017

Por problemas de agenda, o início da sexta rodada do Clausura teve que ser antecipado para esta sexta-feira com cara de verão. Um dia seco e de calor forte, que trouxe um bom público ao Itaquá Dome para assistir à única chuva do dia: uma chuva de gols.

RACING 2x3 VELEZ SARSFIELD

Uma partida interessante, com dois estilos parecidos e a necessidade de afirmação. Esses eram os ingredientes do jogo de abertura da sexta rodada. O Racing vem de vitória (3x1 Huracán), mas a campanha pobre no primeiro turno (2 vitórias e 3 derrotas) já traz críticas. O Velez, por sua vez, quer se afirmar no grupo de cima e buscar a liderança do campeonato.

Foi um jogo de altíssimo nível técnico. O Racing jogou com organização desde o início e partiu ordenadamente para o ataque. O Velez não ficou atrás e conseguiu partir para o ataque com Insua inspirado.

O Racing abriu o marcador logo a um minuto, em boa jogada de contra ataque. Insua abriu na esquerda para Turco Assad, mas Gamboa o desarmou, tocando a Diego Capria na direita. O camisa 2 tocou a Acosta e foi tabelando com o camisa 9 até o campo de ataque. Com um passe preciso, deixou Acosta livre dentro da área para chutar cruzado e vencer Sosa: Racing 1x0.

O Velez não se acanhou e partiu para o campo de ataque, em busca do empate. Aos 6 minutos, Saja repôs no meio para Ruben Capria, que avançou e tocou na direita para Acosta. Mas o passe foi forte demais, a bola bateu no pé no camisa 9 e correu para dentro da área. Sosa pegou e abriu rápido na esquerda para Sebá Dominguez, que procurou Insua no meio. O camisa 11 avançou no contra ataque e fez um lindo toque nas costas da zaga para Dario Hussain, que recebeu já dentro da área e deslocou Saja, fazendo Velez 1x1.

O empate parecia consolidado no primeiro tempo, mas Turco Assad se atrapalhou com a bola nos acréscimos e permitiu um contra ataque ao Racing. Gamboa esticou para Acosta, que fez o 'dois-um' com Pelletieri e recebeu de volta dentro da área, chutando no alto e sem chances para Sosa, fazendo Racing 2x1.

No intervalo, Paralelo ousou. Além de Enrique (que destoava do resto da defesa), tirou Ruben Capria (que jogava muito mal) e colocou Fariña e Hauche em seus lugares. Hauche iria para o ataque e Latorre faria a armação, enquanto a faixa de capitão ia para Diego Capria. Já Tripa Seca tirou Peruzzi e colocou Cubero em seu lugar, continuando sua punição a Lucas Pratto. Além disso, armou uma jogada na saída de bola.

E as mudanças de Tripa Seca deram um efeito incrível ao time. O Velez precisou de 30 segundos para empatar o jogo. Em jogada ensaiada, Insua fez o 'toca y me voy' com Romero, recebendo na frente. Saja saiu para bloqueá-lo, mas o camisa 11 tocou à direita, onde Cubero apareceu de surpresa. Com o gol aberto, o camisa 13 mandou belo chute e empatou o jogo: Velez 2x2.

Não foi só por essa jogada que o Velez melhorou no intervalo. Mais bem posicionado em campo, o time conseguia neutralizar as jogadas do Racing e sair organizadamente para o ataque. O Racing jogava muito bem também, mas as mudanças não surtiram efeito. Em duas ocasiões, Acosta e Latorre fizeram triangulações perfeitas no campo de ataque, mas o terceiro lado desse triângulo era Hauche, que sempre perdia a bola.

O Velez alcançou a vitória aos 7 minutos. Dario Hussain cobrou lateral para Insua e o camisa 11 trouxe para o pé esquerdo para inverter a Turco Assad na esquerda. Mas o passe foi curto e na direção da meia lua. Dario Hussain percebeu e correu para o ponto futuro, onde recebeu livre. Com um toque de cobertura, tirou a bola de Saja e deu a vitória ao seu time: Velez 3x2.

Destaque do jogo: Dario Hussain. Com 2 gols e movimentação constante, o camisa 10 foi o grande nome da partida. Buscou tabelas, se desmarcou e ajudou a equipe a conquistar uma importante vitória.

RIVER PLATE 6x3 HURACÁN

Em outros tempos, este seria um duro desafio para o River. O Huracán sempre foi uma pedra no sapato da equipe de Nuñez, mas nesse ano a realidade é outra. O River aprendeu a marcar o contra ataque adversário e lhe dá a iniciativa de jogo, justamente onde o Huracán é mais fraco. O problema é que já são duas rodadas sem vencer (2x4 Boca e 4x4 Estudiantes) e Trezeguet, destaque absoluto do ano na FIFUBO, não repetiu as boas atuações do primeiro semestre uma vez sequer aqui. O Huracán só venceu duas partidas, mas justamente contra equipes consideradas favoritas ao título (3x2 Boca e 4x1 Velez). O sentimento é o de que, quando Cigogna joga bem, a equipe ganha.

E este foi um jogo em que Cigogna se destacou. A bola rolou e o camisa 9 se mandou para o ataque, se mexendo e procurando o jogo. Foi agraciado logo aos 2 minutos, ao receber de Centurión e arriscar o chute. A bola saiu quicando e Carrizzo se atrapalhou, espalmando para a frente. Ferrari pegou o rebote e girou para sair jogando, mas Cigogna estava logo atrás dele. O mito roubou a bola do camisa 2 e soltou o scopetazzo, desta vez sem chances para o goleiro rival: Huracán 1x0.

O River se assustou com o gol, mas procurou o empate de forma organizada, tocando de pé em pé. E assim conseguiu, aos 4 minutos. Almeyda recuperou bola que ia para Milano e tocou a Gallardo no meio. O camisa 11 abriu na direita para Ferrari, que viu Trezeguet se deslocando do meio para a direita. O passe foi preciso e o camisa 7 recebeu no bico da área, driblando Walter Ferrero para fora e chutando cruzado, sem chances para Islas: River 1x1.

O Huracán não se acanhou e continuou em cima. Aos 6 minutos, Masantonio e Centurión foram tabelando até a entrada da área. Masantonio ia entrar na área quando foi derrubado por Almeyda. A falta era mais para o lado direito da meia lua, mas Cigogna ajeitou assim mesmo, soltando um scopetazzo e vencendo Carrizzo. A bola tocou no travessão antes de morrer no fundo das redes: Huracán 2x1.

O River empatou na saída de bola, aos 7 minutos. Gallardo fez o 'toca y me voy' com Trezeguet e recebeu de costas pro gol. Ao invés de girar, ajeitou para trás, pois Trezeguet vinha correndo. O camisa 7 recebeu e chutou de primeira, colocado, para vencer Islas novamente e fazer River 2x2.

O Huracán voltou a ficar na frente na saída de bola, aos 8 minutos. Ruben Masantonio  fez o 'toca y me voy' com Centurión, recebeu na entrada da área e viu Carrizzo saindo. Deu um lindo drible para dentro e empurrou para o gol vazio: Huracán 3x2.

O River não conseguiu empatar na saída, mas apertou a marcação para buscar a bola e buscar a igualdade. Foi premiado nos acréscimos, quando Gallardo correu atrás de Masantonio e o impediu de passar a bola para Cigogna. O camisa 11 ficou com a bola e correu pelo meio, passando a Ortega na direita. O camisa 10 trouxe da  ponta para o meio e rolou para Trezeguet, que chutou de primeira fez seu hat trick na jogada mais tradicional da equipe: River 3x3.

No intervalo deste eletrizante jogo, Francescoli gesticulava muito e reclamava do posicionamento defensivo. Tirou Almeyda e Buonanotte para colocar Coudet e Funes Mori. Ferrari seria o capitão mais uma vez. Já Sr Rabina tirou Walter Ferrero e Milano para colocar Erramuspe e Barrales. Ele acusou o camisa 4 de ser o responsável pelo hat trick de Trezeguet, mas o camisa 7 marcou um gol de cada ponta e um pelo meio...

As mudanças de Francescoli deram nova cara à equipe. O time passou a marcar melhor e sair ao ataque de forma bem organizada. Já Sr Rabina matou o time com suas mudanças. A pior de todas foi passar Cigogna para o lado direito, onde não recebeu uma bola sequer e, quando tentou voltar ao lado esquerdo, foi cercado por até cinco jogadores.

Além de tudo, Francescoli armou uma jogada na saída de bola. Gallardo fez o 'toca y me voy', mas Trezeguet passou para o lado direito, oposto aonde o camisa 11 tinha ido, transformando a jogada em 'figura 8'. Ferrari recebeu livre, invadiu a área, viu Islas sair e deu um toque para o lado direito. O camisa 1 esticou a perna e derrubou Ferrari. O próprio camisa 2 cobrou o pênalti no ângulo direito, na parede da rede. Islas se esticou todo, mas não alcançou: River 4x3.

Pela primeira vez à frente do marcador, o time de Nuñez ficou á vontade para explorar o desespero do adversário e jogar no contra ataque. O Huracán tentava, mas o River estava tranquilo e roubava a bola sem esforços. O quinto gol veio aos 3 minutos, em mais uma linda jogada. Barrado interceptou passe de Masantonio e tocou a Coudet na direita. O camisa 8 procurou Gallardo na frente e o camisa 11 fez um passe para o lado direito. Trezeguet correu do meio para a ponta e recebeu a bola. Ao invés de girar em direção ao gol, virou de costas e passou atrás, para Ortega. O camisa 10 saiu da ponta para o meio e, da meia lua, desferiu ótimo chute, concluindo uma jogada que mais parecia um tricô: River 5x3.

O Huracán se desesperou e partiu para o ataque de forma desordenada, errando e se abrindo mais ainda para o show do River. A goleada se completou aos 7 minutos, quando Coudet interceptou passe que ia para Cigogna e tocou a Gallardo. O camisa 11 deu na esquerda para Funes Mori, que deu um toque de primeira para Trezeguet. Com um leve toque, o camisa 7 se livrou da marcação de Villarruel e avançou em velocidade, passando por Barrientos e chutando de pé esquerdo na saída de Islas: River 6x3.

Destaque do jogo: David Trezeguet. Criticado antes do jogo, o camisa 7 foi espetacular. Marcou 4 gols, participou dos outros dois, se movimentou o campo inteiro, buscou tabelas e, na contagem regressiva para o centésimo gol, diminuiu para apenas 5.

NOTAS RÁPIDAS

  • Como dito anteriormente, problemas de agenda anteciparam o início da rodada. Neste sábado não haverá jogo. A rodada se encerra no domingo, com Independiente x Estudiantes e San Lorenzo x Boca.
  • O milestone da rodada vai para Cigogna. Apesar da derrota, o mito marcou duas vezes e chegou a 70 com a camisa do Huracán.

sábado, 9 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Quinta Rodada - 09/09/2017

O sábado manteve a sequência de dias bonitos, com temperatura em elevação e céu azul. O público gostou e foi ao Itaquá Dome, para assistir ao encerramento da maratona futebolística do feriadão, com os dois jogos restantes da quinta rodada do Clausura. As equipes entraram em campo dispostas a dar ao torcedor o devido agradecimento pela preferência.

HURACÁN 1x3 RACING

O time do Huracán faz, até o momento, uma campanha irregular. Em quatro jogos, venceu dois e perdeu dois, mas suas duas vitórias foram heroicas, uma sobre o Boca (3x2) na estreia e a outra sobre o Velez (4x1) na última rodada. E é justamente este último jogo que empolga seus jogadores a continuarem a boa carreira. Contra o Velez, a equipe foi sólida na defesa e precisa nos contra ataques. Já o Racing vem à beira de uma crise. Em quatro jogos, só venceu um, justamente o Clássico de Avellaneda (3x2). De resto, três derrotas e um futebol que não lembra, nem de longe, o que os levou ao vice campeonato no Apertura.

Quando a bola rolou, parecia que o Huracán ia repetir a dose do Velez contra o Racing. A equipe atacava bem, com Masantonio distribuindo o jogo e Minici apoiando pelo lado esquerdo, servindo Cigogna. Foi um verdadeiro bombardeio, que Saja teve dificuldades para conter. Já o Racing era a mesma equipe das últimas rodadas. Jogava mal, errava passes e não conseguia levar a bola adiante. Os passes, sempre para trás ou na chamada 'zona morta', irritavam o torcedor, que vaiava desde os 3 minutos de jogo.

Mesmo assim, a equipe se segurou lá atrás e conseguiu ir para o intervalo em vantagem. Aos 9 minutos, o Racing conseguiu encaixar uma única jogada, após Ruben Capria abrir na esquerda e a zaga afastar para lateral. Latorre cobrou para o mesmo Ruben Capria na ponta e os dois foram tabelando, até que Capria levantou a cabeça, calculou a angulação e chutou cruzado, sem chances para Islas: Racing 1x0.

No intervalo, Sr Rabina tirou Centurión e Milano para colocar Erramuspe e Barrales. Já Paralelo tirou Pelletieri e Acosta (que sentiu uma lesão e será reavaliado durante a semana) para colocar Fariña e Hauche.

O Racing não voltou muito diferente, mas as mudanças deram maior presença ofensiva e, com isso, o time pôde arrancar para a vitória. Os volantes jogaram mais abertos e deram opção na frente. Fariña entrou muito bem e dominou a intermediária defensiva com autoridade, distribuindo o jogo e ajudando a equipe a sair.

Assim, o segundo gol surgiu aos 5 minutos. Diego Capria cobrou lateral para Fariña, que avançou pela intermediária e tocou a Ruben Capria no meio. O camisa 10 tocou a Latorre na esquerda e o camisa 11 deixou mais atrás para Enrique. O camisa 3 saiu da ponta para o meio e chutou cruzado, sem chances para Islas, fazendo Racing 2x0.

O time de Avellaneda se soltou e teve o contra ataque à disposição, pois o Huracán teve que sair pro jogo. Aos 7 minutos, Masantonio abriu na esquerda para Barrales, que chutou no travessão. A bola quicou fora do gol e Saja pegou, lançando a Enrique na esquerda. O camisa 3 tocou a Fariña no meio e o camisa 12 procurou Ruben Capria mais à frente. O capitão da equipe puxou o contra ataque com liberdade e tocou a Latorre na esquerda, que avançou até a entrada da área, fez que ia chutar no alto e esperou Islas abrir o corredor, para mandar rasteiro ali, fazendo Racing 3x0.

Com a vitória, o time de Avellaneda tocou a bola à espera do apito final. Mas o Huracán não ia deixar barato e conseguiu descontar aos 9 minutos. Ruben Masantonio tocou a Cigogna no campo de ataque e, de costas pro gol, o mito percebeu que não conseguiria girar, pois a marcação apertou. Com isso, abriu na esquerda, onde Minici recebeu livre e chutou forte, sem chances para Saja, fazendo Huracán 1x3.

Destaque do jogo: Sebastian Saja. Ruben Capria distribuiu o jogo e abriu o caminho para a vitória. Latorre e Enrique infernizaram pela esquerda e deixaram suas marcas. Fariña entrou bem e mudou a cara da equipe. Mas a vitória jamais viria não fossem as defesas milagrosas de Saja. O camisa 1 afastou as bolas que chegavam, algumas com defesas espetaculares, e saiu de campo consagrado.

VELEZ SARSFIELD 4x2 SAN LORENZO

Outra equipe em crise, o Velez precisa vencer para se recuperar no campeonato. Vindos de uma derrota vergonhosa (1x4 Huracán), os jogadores estão sob pressão. Tripa Seca garantiu que Lucas Pratto não iria a campo neste jogo, já que sua displicência custou caro no último jogo. Já o San Lorenzo quer parar de apenas apresentar jogo bonito e não conseguir resultado. O time vinha a campo com uma modificação. Piatti jogava, no lugar de Buffarini, dando maior liberdade a Romagnoli para jogar no campo de ataque.

A escolha de Nilson se mostrou acertada. O San Lorenzo ocupou o campo de ataque e rondou a área do Velez, que não conseguia sair para o jogo. Errando muitos passes, o time de Buenos Aires foi vaiado por seus torcedores desde o início.

O San Lorenzo abriu o marcador aos 6 minutos, quando Tulla recuperou bola isolada e tocou a Reynoso no meio. O camisa 5 abriu na esquerda para Piatti, que lançou Erviti nas costas da defesa, em buraco deixado por Gago. O camisa 11 avançou e, da meia lua, chutou colocado, vencendo Sosa e fazendo San Lorenzo 1x0.

No intervalo, Tripa Seca manteve sua palavra e, mesmo com os atacantes jogando mal, não colocou Lucas Pratto. Mas Cubero entrou no lugar de Gino Peruzzi. Além disso, deu suas instruções aos berros, exigindo que seus jogadores tivessem uma atitude muito diferente no segundo tempo. Já Nilson ousou. Tirou Johnathan Ferrari e Stracqualursi, colocando Buffarini e Bordagaray em seus lugares. Buffarini entraria na lateral direita e seria quase um ponta, já que o time atacava muito por aquele lado.

Os gritos de Tripa Seca surtiram efeito e a equipe partiu para cima do adversário. Com apenas 50 segundos, Claudio Hussain chutou e Migliore espalmou para lateral. Hussain repôs para Insua na entrada da área e o camisa 11 deu um toque de extrema categoria, por cobertura, mandando bola e goleiro adversário para o fundo das redes: Velez 1x1.

O gol fez bem à equipe, que começou a se espalhar em campo e dominar as ações. Melhor ainda, o treinador mudou o posicionamento de sua equipe, anulando as principais jogadas do adversário. Lucas Romero adiantou-se e impediu os avanços pelo lado direito, anulando tanto Raul 'Pipa' Estevez quanto Buffarini; Gago e Insua impediam que Romagnoli tivesse liberdade pelo meio; Cubero marcava bem e não deixava Erviti avançar pelo outro lado. Com isso, o Velez induzia o San Lorenzo ao erro.

Aos 3 minutos, veio a virada. O San Lorenzo saiu jogando pela direita, com Romagnoli tocando a Bordagaray. O camisa 13 voltou para buscar o jogo e tentou passar para Estevez, mas Romero se adiantou e recuperou a bola, passando rápido a Turco Assad. O camisa 9 trouxe da ponta para o meio e inverteu na direita para Dario Hussain, que invadiu a área e chutou na saída de Migliore, fazendo Velez 2x1.

O San Lorenzo se assustou e ficou sem opções. Mas a equipe tem Romagnoli, que joga sozinho quando necessário. Aos 6 minutos, o camisa 10 avançou pelo meio, se livrou de Insua e ameaçou o chute. No último momento, fez o 'fake' e driblou Gago, invadindo a área. Sosa saiu feito um louco e atropelou Romagnoli. O próprio camisa 10 cobrou no canto direito de Sosa, que se esticou todo, mas não achou. Com isso, Romagnoli bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x2.

O Velez empatou na saída de bola. Insua tocou a Claudio Hussain, que driblou para o outro lado e avançou. Quando a marcação chegou, o camisa 8 fez um passe para a esquerda e encontrou Insua livre  do lado esquerdo. O camisa 11 ajeitou e mandou belo chute colocado, vencendo Migliore e fazendo Velez 3x2.

O San Lorenzo partiu enlouquecidamente em busca do empate, se abrindo aos contra ataques, e foi assim que o Velez fechou o jogo. Romero interceptou mais um passe que ia para a ponta direita e tocou no ponto futuro para Claudio Hussain. O camisa 8 deixou atrás para Insua, que inverteu na direita para Dario Hussain. O camisa 10 avançou, invadiu a área e chutou cruzado na saída de Migliore, fazendo Velez 4x2.

Destaque do jogo: Claudio Hussain. Insua e Dario Hussain fizeram 2 gols, cada; Romero se adiantou e tomou conta do campo defensivo. Mas Claudio Hussain foi o grande nome do jogo. Quando percebeu que Insua não vinha bem, se lançou ao campo de ataque e se movimentou o jogo inteiro. Distribuiu bolas e fez seus companheiros aparecerem. Participou de 3 dos 4 gols da equipe e saiu nos braços da torcida.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 10 pontos, 16 gols pró
2° Estudiantes - 10 pontos, 14 gols pró
3° Boca Juniors - 9 pontos, 13 gols pró
4° Velez Sarsfield - 9 pontos, 12 gols pró
5° Huracán - 6 pontos, 10 gols pró
6° Racing - 6 pontos, 9 gols pró
7° Independiente - 6 pontos, 8 gols pró
8° San Lorenzo - 3 pontos

ARTILHARIA

1° Nestor Silvera (Independiente) - 6 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors) e Daniel Cigogna (Huracán) - 5 gols
3° Diego Buonanotte (River Plate), Pablo Ferrari (River Plate), Dario Hussain (Velez Sarsfield) e Federico Insua (Velez Sarsfield) - 4 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • A rodada se encerrou neste sábado, pois no domingo não teremos jogos. Com isso, o feriado teve uma maratona futebolística, com duas rodadas jogadas em três dias e parte do tempo perdido recuperado. A sexta rodada será disputada no próximo final de semana.
  • Três jogadores atingiram milestones nesta rodada. O gol de honra contra o Racing foi o de número 10 de Minici com a camisa do Huracán. No mesmo jogo, Enrique chegou a 10 gols e Diego Latorre completou 30 gols com a camisa do Racing.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Quinta Rodada - 08/09/2017

Um lindo dia abriu esta sexta-feira, com céu azul e temperatura em elevação. O feriado enforcado estava perfeito para o público lotar o Itaquá Dome, na abertura da quinta rodada do Clausura. Os dois jogos eram muito interessantes, o que contribuiu bastante para o estádio ficar cheio.

BOCA JUNIORS 0x1 INDEPENDIENTE

Embalados pela vitória no Superclássico (4x2 River), por engrenar a terceira vitória seguida e pela liderança no campeonato, os jogadores do Boca entraram com favoritismo para este jogo. Apesar do clamor popular, Sr Rússia manteve Riquelme no banco. Mas o Independiente também vinha embalado. Após conseguir a primeira vitória no campeonato (2x1 San Lorenzo), o time de Avellaneda quer continuar a boa carreira e seguir adiante. A grande surpresa foi a escalação de Gandin no lugar de Facundo Parra, barrado por deficiência técnica.

O único erro do Boca no Superclássico foi Serna. O capitão da equipe abandonava o posto na entrada da área para se arriscar na armação e foi por ali que o River abriu o marcador. Por este motivo, Serna foi sacado no intervalo da partida. Aqui, o problema voltou a ocorrer. O jogo nem começou e Serna já se apresentava para armar o jogo, abandonando sua posição. Com isso, aos 50 segundos, foi fazer um passe para Ibarra, chutou forte demais e a bola saiu para lateral. Mareque cobrou exatamente onde o camisa 5 devia estar. Gracián se apresentou ali, recebeu a bola, invadiu a área e chutou na saída do goleiro, fazendo Independiente 1x0.

A partir daí, o que se viu foi um Independiente muito aplicado. Marcando bem, forçavam o Boca ao erro e ainda saíam em boas jogadas. Gracián se movia com liberdade pelo campo, armando o jogo. Gandin entrou muito bem e se fartou de desperdiçar boas chances. Silvera também levava perigo. Abbondanzieri acabou como a grande figura do Boca, fazendo defesas milagrosas. O Boca, por sua vez, tentava sair jogando, mas a marcação forte do Independiente levava a equipe de Buenos Aires sempre a situações onde o chute saía torto e para longe.

No intervalo, Sr Rússia tentou mudar as coisas. Tirou Palermo e Serna, colocando Viatri e Battaglia (Schiavi seria o capitão). Já Bayer, contente com a boa forma da equipe, trocou somente Matheu por Acevedo.

O panorama da partida não mudou e, quando ficou claro que o Boca não ameaçaria, o Independiente tocou e garantiu a magra, porém importante, vitória.

Destaque do jogo: Leandro Gracián. Além de ter marcado o gol da vitória, foi peça fundamental para sua equipe. Movimentou-se o campo todo, buscou o jogo, distribuiu e apareceu na frente para concluir. Começa a entrar em forma e os resultados vão aparecendo.

ESTUDIANTES 4x4 RIVER PLATE

Sensação do Clausura, o Estudiantes vem embalado. Ao vencer o Racing na última rodada (2x1), provaram que não vieram só fazer figuração. Mas a equipe tem pela frente aquele que é, talvez, o seu pior adversário. O River vem desanimado pela derrota no Superclássico, mas quer se recuperar. Ainda mais que o Boca perdeu, a chance de assumir a liderança é o combustível que os jogadores precisam para vencer.

Pode-se dizer, tranquilamente, que foi o melhor jogo deste Clausura. As duas equipes jogaram para a frente, com técnica e qualidade. O Estudiantes começou melhor e acertou a trave com Enzo Perez, logo aos dois minutos. A bola saiu para lateral e Ferrari cobrou para Almeyda, que passou no meio para Gallardo. O camisa 11 inverteu rápido e encontrou Buonanotte na esquerda. O camisa 30 avançou sem oposição e chutou bem da entrada da área para vencer Andujar: River 1x0.

O Estudiantes não se encolheu e foi em busca do empate. Leandro Benítez acertou a trave aos 3, mesma situação de Trezeguet, aos 4. Aos 5, Ortega esticou novamente a Trezeguet, mas Andujar saiu e abafou a bola, que sobrou para Federico Fernandez. O camisa 4 mandou para a frente e o time de La Plata fez uma linda jogada coletiva. A bola foi de pé em pé, com Rodrigo Braña procurando Verón no meio. O camisa 11 abriu na direita para Angeleri, que deu a quebra de asa e passou pelo meio, encontrando Leandro Benítez na esquerda. O camisa 8 tocou a Enzo Perez, que se livrou da marcação de Gallardo e Almeyda, chutando bonito da entrada da área e empatando: Estudiantes 1x1.

O jogo ganhou emoção e as duas equipes se abriam para buscar a virada. Melhor para o River, que encontrou o campo aberto aos 9 minutos. Ferrari roubou a bola de Boselli e tocou a Gallardo, que passou no meio para Trezeguet. O camisa 7 fez o papel de pivô e tocou a Ortega, que passou por trás dele, invadiu a área e chutou no ângulo de Andujar, fazendo River 2x1.

O Estudiantes empatou na saída de bola. Verón fez o 'toca y me voy' com Enzo Perez, recebendo na entrada da área e dividindo com Carrizzo. A bola sobrou nos pés de Enzo Perez, que só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio: Estudiantes 2x2.

No intervalo, Cristaldo tirou Rodrigo Braña e Mauro Boselli, colocando Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez em seus lugares. Já Francescoli sacou Barrado e Gallardo, colocando Coudet e Funes Mori. O camisa 9 iria para a ponta direita e Ortega faria a armação.

Se o jogo foi bom no primeiro tempo, o segundo tempo seria melhor ainda. As duas equipes jogaram para a frente e a partida ficou eletrizante. O Estudiantes conseguiu virar o jogo aos 3 minutos, quando Angeleri desarmou Buonanotte e reiniciou o jogo com Verón. O camisa 11 abriu na direita para Enzo Perez, que fez o passe em profundidade para Gastón Fernandez. Nas costas de Almeyda, o camisa 10 saiu da ponta para o meio, invadiu a área, driblou Carrizzo e tocou para o gol vazio, fazendo Estudiantes 3x2.

O River se assustou com a virada e começou a jogar de forma atabalhoada. O Estudiantes se aproveitava nos contra ataques. Aos poucos, o time de Buenos Aires foi se acalmando e colocando a bola no chão. E foi assim que conseguiram o empate. Aos 6 minutos, Ferrari recebeu na direita e avançou, tocando a Ortega no meio. O camisa 10 viu Funes Mori na ponta direita e lhe passou a bola. O camisa 9 recebeu, se livrou de Marco Rojo e chutou cruzado, da entrada da área, para fazer River 3x3.

O jogo ficou emocionante de vez e as duas equipes se lançaram em busca da vitória. Um festival de chutes de lado a lado obrigou os dois goleiros a operarem milagres. Quando o empate parecia certo, a sorte começou a sorrir para as bandas de La Plata. Aos 9 minutos, Marco Rojo recebeu de Verón na esquerda e se lançou ao ataque. Ele passou para Leandro Benítez, recebeu de volta e passou a Hernan Rodrigo Lopez. O camisa 13 devolveu mal, mas Almeyda não conseguiu cortar. Rojo ficou com a bola na entrada da área e, com belo chute, venceu Carrizzo, fazendo Estudiantes 4x3.

O River saiu desesperado em busca do empate. Trezeguet fez o 'toca y me voy' com Coudet, mas Verón isolou para longe. O jogo já estava nos acréscimos quando Placente pegou o rebote e tocou a Ferrari. Trezeguet voltou ao meio de campo para buscar o jogo, girou bem em cima de Leandro Benítez e, da intermediária, arriscou. A bola ganhou velocidade e entrou no ângulo de Andujar, dando números finais a um jogo espetacular: River 4x4.

Destaque do jogo: Enzo Perez. O camisa 7 esteve numa forma genial, anotando dois gols e participando dos outros. Se movimentou pelo campo de ataque, buscando tabelas e organizando o jogo. Aparecia nas pontas e no meio, conseguindo extrair o máximo de seus companheiros.

NOTAS RÁPIDAS

  • Em sessão após a rodada, o TJB decidiu absolver o árbitro Wilson Neca da reclamação do Boca Juniors, de um suposto pênalti não marcado contra o Independiente.
  • O milestone da rodada vai para Ariel Ortega. Ao completar a linda tabela com Trezeguet, ele chegou a 50 gols com a camisa 10 do River.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Quarta Rodada - 07/09/2017

Feriado de 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, dia de ir ao Itaquá Dome, assistir rodada cheia do Clausura. Todos os 4 jogos da rodada foram disputados no mesmo dia e, em cada um deles, foi dado um grito diferente de independência.

VELEZ SARSFIELD 1x4 HURACÁN

Após vencer o surpreendente Estudiantes na rodada anterior (3x2), o Velez quer continuar a boa carreira e entrar de vez na zona de classificação. Já o Huracán quer apenas afastar a sequência ruim, que culminou com uma derrota (2x4) para o San Lorenzo na rodada passada.

O Velez até começou bem, ocupando o campo de ataque e com Insua se movimentando, dando a impressão de que venceria a qualquer momento. Mas o Huracán é um time que joga fechado e busca o momento certo para encaixar o contra ataque. Quando isso dá certo...

E deu certo, logo aos 2 minutos. Insua tentou passe para Turco Assad, mas Villarruel afastou para o campo de defesa do Velez. Emiliano Papa gritou que a bola era dele, mas demorou muito a chegar. Quem correu e pegou foi Centurión. O camisa 8 se lançou ao ataque, tabelando com Cigogna. O último toque foi na entrada da área e o mito preparou o scopetazzo, mas surpreendeu Sosa com um chute colocado e, quando o goleiro percebeu, já era tarde: Huracán 1x0.

O Velez tentou se reorganizar e buscar o empate, chegando bem ao ataque, mas concluindo mal, longe do gol. Com isso, aos 4 minutos, Islas cobrou o tiro de meta no meio para Ruben Masantonio e o camisa 10 foi levando a bola para a esquerda. Com um passe no corredor, encontrou Cigogna, que deu um drible desmoralizante em Sabia e chutou cruzado, sem chances para o goleiro: Huracán 2x0.

Desse jeito, a coisa estava feia para o Velez, mas a equipe conseguiu encaixar uma boa jogada aos 8 minutos. Insua recebeu de Claudio Hussain no meio e lançou Dario Hussain na ponta direita. O camisa 10 foi ao fundo e cruzou para Turco Assad cabecear sem chances para Islas, fazendo Velez 1x2.

Ainda teve tempo do Huracán ampliar e isso aconteceu nos acréscimos. Após boa trama no campo de ataque, Gago mandou a lateral. Danelon cobrou rápido e Ruben Masantonio recebeu na direita, adiantou a chutou cruzado, sem chances para Sosa, fazendo Huracán 3x1.

No intervalo, Tripa Seca tirou Emiliano Papa e Dario Hussain, para pôr Cubero e Lucas Pratto. Já Sr Rabina tirou Villarruel e Milano, colocando Erramuspe e Barrales em seus lugares. Barrales ia jogar do lado direito, pois Cigogna destruía do outro lado.

O Velez não acertou mais nada no segundo tempo. A equipe errava os passes mais simples e irritava o torcedor. Já o Huracán, cansado, apenas esperava o tempo passar. Mesmo assim, os jogadores do Velez queriam irritar mais o torcedor e conseguiram aos 6 minutos. Claudio Hussain pegou a bola e viu que os jogadores não se mexiam para receber e, pior, ainda se posicionavam mal, bloqueando os caminhos para o campo de ataque. Ele reclamou com Lucas Pratto, que se virou de costas e andou, fechando o único espaço livre. O passe de Hussain bateu nas costas do camisa 12 e saiu em lateral. Minici cobrou para Cigogna, que puxou o contra ataque e, da entrada da área, mandou o scopetazzo, fazendo Huracán 4x1.

Neste feriado, o Huracán mostrou-se independente e conseguiu derrotar um dos favoritos ao título.

Destaque do jogo: Daniel Cigogna. Com movimentação constante e chutes precisos, o mito foi o grande nome da partida. Anotou um hat trick e levou sua equipe a uma incrível goleada.

RACING 1x2 ESTUDIANTES

Favorito ao título, o Racing ainda não decolou. Tá certo que pegou as 3 equipes argoladas, mas só venceu uma e perdeu as outras duas. Pior, na última rodada, tomou um sonoro 4x1 do Boca, mesmo jogando bem. Já o Estudiantes quer mostrar que suas duas vitórias iniciais não foram fogo de palha e que a derrota para o Velez (2x3) já foi superada. Os jogadores treinaram forte a parte física nesta meia semana.

Foi um jogo muito bom, de técnica apurada e marcação forte. Os dois times marcavam bem no meio de campo e impediam o adversário de atacar. Com isso, tinham que buscar alternativas e conseguiam, com seus coadjuvantes participando das jogadas de frente. Mesmo com toda essa técnica, o primeiro tempo teve só um gol.

E foi aos 8 minutos, em linda jogada coletiva. Acosta chutou e Andujar fez uma bonita defesa, reiniciando o jogo para Leandro Desábato. O camisa 3 inverteu o jogo e encontrou Verón. O camisa 11 passou a Leandro Benítez, que deu um leve toque para Mauro Boselli. O camisa 9 só encostou na bola para deixá-la mais atrás e Verón veio de surpresa, dando um toque de chapa, de muita categoria, para vencer Saja: Estudiantes 1x0.

No intervalo, Paralelo tirou Pelletieri e Latorre, colocando Fariña e Hauche em seus lugares. Já Cristaldo tirou apenas Marco Rojo e colocou Mathias Sanchez, para melhorar a marcação a Acosta.

A mudança de Paralelo foi importante, pois Gastón Fernandez era um perigo constante pelo lado direito, mas Hauche o anulou. Já a entrada de Fariña parecia ser uma forma de marcar Boselli, mas o camisa 12 entrou mesmo como arma secreta.

Aos 3 minutos, o Racing se mandou para o ataque pelo lado direito com Fariña, Ruben Capria e Acosta, montando uma blitz que o Estudiantes tinha dificuldades para afastar. Após Acosta chutar e a bola bater na zaga, o próprio camisa 9 pegou o rebote pela direita. A marcação veio em cima dele e de Ruben Capria, mas o passe foi para Fariña, que entrou como elemento surpresa pelo bico da área e chutou na saída de Andujar, fazendo Racing 1x1.

O jogo ganhou em emoção e as duas equipes se fartaram de perder gols. Mas, quando parecia que o jogo terminaria empatado, eis que Andujar faz um milagre em chute de Acosta e a bola sobra para Verón. O camisa 11 despachou para o meio e encontrou Leandro Benítez, que avançou e tocou para o lado esquerdo. Boselli recebeu, invadiu a área e chutou forte, sem chances para Saja, fazendo Estudiantes 2x1.

Para quem pensava que o Estudiantes só venceria San Lorenzo e Huracán, o grito de independência foi forte. A equipe de La Plata vence a terceira e traça novos planos no campeonato.

Destaque do jogo: Mariano Andujar. A equipe venceu pelos pés de Verón e Boselli, mas foram as mãos milagrosas do camisa 21 que garantiram o triunfo. Andujar foi simplesmente fantástico hoje.

RIVER PLATE 2x4 BOCA JUNIORS

Líder do campeonato, com 3 vitórias em 3 jogos. Campeão de todos os campeonatos disputados pelos argentinos em 2017. Apenas duas derrotas no ano, sendo a última em 14 de abril. O River voa em céu de brigadeiro rumo a mais um título. Mas do outro lado, há uma equipe em ascensão. O Boca perdeu a primeira partida do campeonato (2x3 Huracán) e, desde então, vem crescendo. A vitória sobre o Racing (4x1) mostra que o time xeneize não vem para figurar no campeonato, vem para ser protagonista.

Superclássico é um jogo à parte. O público lotou o Itaquá Dome e vibrou com este duelo. No início, muita marcação e as duas equipes tentando encontrar soluções ofensivas. No que um errava, o outro acertava e foi assim que o placar foi aberto.

Aos 2 minutos, Palermo recebeu de Schelloto na entrada da área e chutou forte. A bola tocou no travessão e quicou fora do gol. Carrizzo pegou a bola e abriu na direita para Ferrari. O camisa 2 avançou pelo corredor e tocou em diagonal para Ortega. O camisa 10 saiu da ponta para o meio e se aproveitou do buraco deixado por Serna. Ortega invadiu a área e tocou na saída de Abbondanzieri para fazer o lado vermelho e branco da arquibancada explodir: River 1x0.

O Boca continuou jogando e buscando o gol de empate. De tanto tentar, foi premiado. Aos 6 minutos, Schelloto fez jogada pelo lado esquerdo, trouxe para o pé direito e cruzou para a área. Palermo fez a jogada conhecida como 'elevador de rugbi' e puxou a marcação. Cagna ficou livre da marca do pênalti e cabeceou sem chances para Carrizzo, fazendo o lado azul e amarelo da arquibancada explodir: Boca 1x1.

O empate parecia um resultado justo, mas já foi dito anteriormente que o erro de um é o acerto do outro. Aos 10 minutos, Gallardo recuou para Almeyda sair jogando, mas o camisa 5 adiantou demais e se atrapalhou. Arruabarrena correu e deu um toquinho com o pé esquerdo, para tirar de Almeyda. Com isso, a bola sobrou para Palermo na meia lua e o camisa 9 não pensou duas vezes, mandando no ângulo de Carrizzo e fazendo Boca 2x1.

No intervalo, Francescoli não perdoou o erro de Almeyda e o tirou, junto com Buonanotte, para colocar Coudet e Funes Mori (Ferrari passaria a ser o capitão). Já Sr Rússia tirou Serna (que deixava um buraco na entrada da área) e Palacio, para colocar Battaglia e Riquelme (Palermo passaria a ser o capitão). Depois de dois jogos, o camisa 10 voltaria a campo e Schelloto iria para a ponta direita.

O jogo continuou bom no segundo tempo, mas o River precisou se expor aos contra ataques. E foi assim que o Boca chegou à vitória. Aos 4 minutos, Riquelme recebeu no meio e avançou, atraindo a marcação de Barrado. Com isso, o camisa 10 abriu na ponta e Schelloto recebeu, indo ao fundo e cruzando. Palermo escorou de pé esquerdo e ampliou a vantagem xeneize: Boca 3x1.

O River descontou na saída de bola. Aos 5 minutos, Gallardo fez a 'figura 8', tocando para Coudet e indo para o lado esquerdo. O camisa 8 tocou na direita para Ferrari e o camisa 2 recebeu livre, sem oposição. Da entrada da área, acertou lindo chute e fez River 2x3.

O jogo ganhou emoção e o River partiu com tudo em busca do empate. Mas o Boca foi se segurando com bravura e tocava a bola para passar o tempo. Nos acréscimos, Ibarra afastou, Cagna dominou e abriu na direita para Schelloto. O camisa 13 não quis avançar e recuou o jogo para Riquelme. Aí, o camisa 10 começou a mostrar que pode ser útil ao time. Cadenciou o jogo, tabelando com Arruabarrena e Basualdo. Quando percebeu, tinha desmontado a defesa do River inteira e, com um toque genial, encontrou Palermo livre, da meia lua. De novo, o camisa 9 não perdoou e mandou forte, sem chances para Carrizzo, fazendo Boca 4x2.

Foram 11 jogos oficiais em 4 anos até o grito de independência do Boca ser dado. Desde aquele 4x3 em 27/07/2013, o Boca não vencia um Superclássico e conseguiu isso com autoridade desta vez.

Destaque do jogo: Martin Palermo. A transformação desse time do Boca se deve, em muito, ao seu camisa 9. Com um hat trick, ele acabou com uma invencibilidade do River de quase 6 meses e levou seu time a vencer o maior rival após 4 anos. Foi uma tarde de gala.

SAN LORENZO 1x2 INDEPENDIENTE

O último jogo ia colocar frente a frente as duas piores equipes do campeonato. O San Lorenzo conseguiu sua única vitória até aqui na última rodada (4x2 Huracán) e precisava afastar a ideia de que o melhor esquema tático é justamente aquele que não vem sendo utilizado. Já o Independiente, criticado por ter quase 50% de aproveitamento no Apertura (8 vitórias e 6 derrotas), quer justamente isso aqui no Clausura. Após ter perdido os 3 primeiros jogos, o time precisa vencer. Silvera conversou com a comissão técnica e pediu treinos mais fortes para a defesa, pois ele garante o ataque.

O jogo foi o pior da rodada. As duas equipes estavam mal fisicamente e erravam muitos passes. O San Lorenzo continua dependendo de Romagnoli e, hoje, o camisa 10 esteve mal. Já o Independiente até tinha boa chegada na frente, com Gracián e Silvera, mas Fredes estava mal lá atrás e era por ali que o San Lorenzo criava.

E foi assim que o time de Almagro chegou ao gol, aos 5 minutos. Erviti roubou a bola de um displicente Fredes e tocou a Buffarini. O camisa 8 abriu na direita para Raul 'Pipa' Estevez, que procurou Romagnoli no meio. O camisa 10 recebeu de costas e recuou para Erviti que, sem a marcação de Fredes, chegou chutando de primeira e fazendo San Lorenzo 1x0.

O erro do camisa 8 foi grave, mas o Independiente tem Silvera para consertar os problemas. Aos 10 minutos, Gracián recuou a Busse, que se lançou ao ataque para tocar para Silvera, mas se atrapalhou e tocou curta demais. O camisa 11 correu, disputou com Buffarini e ficou com a bola. Após se livrar do camisa 8, Silvera invadiu a área, passou por Tulla e chutou na saída de Migliore, para fazer Independiente 1x1.

No intervalo, Nilson tirou Johnathan Ferrari e Buffarini, colocando Tellechea e Piatti em seus lugares. Com isso, Reynoso faria a volância pelo lado direito e ajudaria Tellechea na marcação a Silvera. Já Bayer sacou Fredes e Parra, colocando Acevedo e Gandin em seus lugares.

As mudanças de Bayer fizeram efeito. Com Acevedo marcando, Erviti e Romagnoli já não conseguiam jogar pelo lado esquerdo e ainda tinham Gandin em velocidade nas costas, criando perigo.

Assim, o Independiente chegou à virada aos 2 minutos, após Acevedo interceptar passe para Erviti e tocar a Montenegro no meio. O camisa 5 tocou mais à frente para Mareque, que lançou Silvera. O camisa 11 recebeu de costas para a zaga e, com um giro, se livrou de Tellechea e Tulla, chutando cruzado de pé direito para vencer Migliore e fazer Independiente 2x1.

Depois de 3 derrotas, Silvera finalmente conseguiu dar o grito de "independiência" e levar sua equipe à vitória.

Destaque do jogo: Nestor Silvera. Durante a semana, ele pediu foco no posicionamento defensivo, prometendo garantir lá na frente. Durante o jogo, cumpriu a sua parte. Se movimentou pelo campo de ataque inteiro, voltou para armar o jogo, buscou tabelas e fez dois gols, para dar o triunfo ao time de Avellaneda.

CLASSIFICAÇÃO

1° Boca Juniors - 9 pontos, 13 gols pró
2° River Plate - 9 pontos, 12 gols pró
3° Estudiantes - 9 pontos, 10 gols pró
4° Huracán - 6 pontos, 9 gols pró
5° Velez Sarsfield - 6 pontos, 8 gols pró
6° Independiente - 3 pontos, 7 gols pró
7° Racing - 3 pontos, 6 gols pró, 11 gols contra
8° San Lorenzo - 3 pontos, 6 gols pró, 12 gols contra

ARTILHARIA

1° Nestor Silvera (Independiente) - 6 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors) e Daniel Cigogna (Huracán) - 5 gols
3° Pablo Ferrari (River Plate) - 4 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Com o feriado, a quarta rodada inteira foi encerrada. A quinta rodada será disputada na sexta e no sábado.
  • Dois jogadores atingiram milestones na rodada. Ao dar a vitória ao seu time contra o Racing, Boselli chegou a 20 gols com a camisa do Estudiantes. Já Silvera não comemorou só a primeira vitória de seu time no campeonato. O primeiro gol foi o de número 80 dele com a camisa do Independiente.