sábado, 29 de setembro de 2018

Arte e Botões - Newcastle Gol! - 29/09/2018

Sábado é dia de arte, a última de setembro. E lá vamos nós com mais uma grande história por trás dela. A equipe de hoje é o Newcastle, mas não é qualquer um. Vamos falar do Newcastle do romance Gol!, de Robert Rigby.

Em 2005, o inglês Robert Rigby lançou esta deliciosa história, chamada Gol!, que virou filme e livro. O livro eu costumo dizer que é uma "trilogia de dois livros", porque embora os filmes tenha sido feitos normalmente, o terceiro livro foi deixado de lado. Só foi publicado muito mais tarde e, ao que parece, não foi traduzido para o português. A história fala de Santiago Muñez, um mexicano que vive com o pai, a avó e o irmão mais novo nos Estados Unidos e trabalha com o pai em uma firma de jardinagem. Muñez é apaixonado por futebol e sonha em jogar profissionalmente. Como bom mexicano tentando viver o sonho americano, o pai de Santiago acha uma besteira a ideia fixa do filho pelo futebol e quer que ele se concentre em cortar grama. A avó, por outro lado, o incentiva. E assim, do time amador Americanitos de Los Angeles, Santiago consegue um teste no Newcastle, da Inglaterra. No teste com os reservas, Santiago descobre as dificuldades de fugir das botinadas dos marcadores e do preconceito e, com o seu talento, consegue chegar ao time de reservas. O destino lhe dá uma mãozinha e ele chega ao time principal, onde o treinador da equipe, Erik Dornhelm, tenta dar uma cara à equipe e levá-la à Liga dos Campeões da Europa. O Newcastle contratou uma estrela do futebol inglês para usar a camisa 10, o garoto prodígio Gavin Harris, mas ele só quer saber de festas e vive chegando atrasado. Harris não dá o retorno esperado e Dornhelm tenta fazer com que Santiago Muñez seja o parceiro ideal para Harris mostrar seu futebol.

A história do primeiro livro (Gol! Todo sonho tem um começo) gira em torno disso, com Santiago se firmando na equipe e chamando a atenção do mundo da bola. As dificuldades com a fama, o romance com uma garota timida, os gols e todo o drama de classificar o Newcastle para a UCL no último lance do campeonato estão aqui. A segunda história (Gol 2 - Vivendo o sonho) foi publicado em 2007 e trata de um Santiago já consagrado se transferindo para o Real Madrid e jogando com os Galáticos, numa sacada espetacular do autor, que usou a transferência real de Michael Owen, do Real para o Newcastle, como motivo para, na história, Santiago ir para o time espanhol. O terceiro livro deveria sair em 2009, mas foi só em 2010 que Gol 3 - Dias de glória foi lançado. Aqui, Santiago retorna ao Newcastle e é convocado para defender o México na Copa da África do Sul, mas uma lesão em partida pré-Copa pode por seu sonho no chão.

Esta história é leitura obrigatória para todo fã de futebol. Quem não gosta de ler pode conferir nos filmes toda a magia da arte de Robert Rigby, embora os livros sejam muito melhores do que os filmes. O autor mistura personagens reais com os fictícios, criando uma atmosfera maravilhosa em torno de algo que nós não temos aqui no Brasil. Embora seja difícil para entendermos o que é um campeonato de reservas, conseguimos visualizar claramente Santiago treinando no centro menor do Newcastle enquanto admira Shearer, Jenas e outros brilhando no espetacular St James Park. O Newcastle foi escolhido como o time da história porque era mais fácil e barato rodar o filme lá, mas acabou caindo como uma luva. Depois de ler a história, ganhei uma simpatia forte pelo time de Newcastle upon Tyne, mais próximo de Edimburgo (Escócia) do que de Londres, a capital inglesa.

O time que irei apresentar aqui tem os jogadores criados por Robert Rigby e os verdadeiros atletas citados na história, para criar um time base. Como a maioria dos atletas de verdade citados são jogadores de ataque (Carr e Given são os únicos defensores citados), tive que recorrer ao Newcastle da temporada 2005-06 para buscar a linha de defesa. O único defensor que aparece mesmo é Hughie McGowan, um zagueiro fictício dos reservas, que torna a vida de Santiago bem difícil e, depois, vira amigo dele. Eu pretendia colocá-lo no time, mas não achei imagem dele no filme e, por isso, ele ficou de fora (infelizmente). Então, vamos conhecer o Newcastle Gol!

A equipe joga no 4-4-2 em linha, tradicional no futebol inglês. Os laterais formam uma linha com os zagueiros e não vão muito ao ataque. O meio campo tem dois jogadores pelo meio e dois abertos nas pontas, não há aquela divisão de volantes e meias. Os atacantes também jogam em linha.

No gol, o irlandês Shay Given passa tranquilidade ao time, com sua segurança. Fiz uma arte um pouco diferente, colocando-o voando e, ao fundo, o estádio de St James Park, onde o Newcastle manda seus jogos para mais de 50 mil pessoas. A defesa tem Stephen Carr e Eliott nas laterais e Ramage e Taylor como zagueiros. Como disse anteriormente, são jogadores que busquei no elenco da temporada 2005-06 (quando se passa a história), então não posso dizer muita coisa sobre eles.

O meio de campo é composto por Santiago Muñez, Jermaine Jenas, Kieron Dyer e Lee Bowyer. Jenas e Dyer jogam pelo centro, com Jenas mais recuado e iniciando as jogadas, enquanto Dyer atua mais à frente, dando o último passe para os atacantes. Dyer é um ídolo do Newcastle, sua presença faz com que o time cresça bastante durante os jogos. O fictício Muñez joga aberto na direita, tal qual David Beckham, mas é mais driblador, conduz bem a bola e aparece na área para concluir. Na esquerda, Bowyer é um jogador que não tem muita velocidade, mas tem boa habilidade para levar a bola aos atacantes.

O ataque é composto por Gavin Harris e Alan Shearer. O camisa 10 é o fictício garoto-problema, que joga pela direita, tem boa habilidade e um chute forte e colocado. Já o camisa 9 é, talvez, o maior ídolo da História do clube. Shearer é um artilheiro nato, que faz gols de qualquer jeito e ainda sabe armar o jogo. Também é o capitão da equipe e a referência para qualquer um que vista essa camisa.

Na reserva, Lee Clark joga em qualquer posição no setor defensivo, enquanto Nicky Butt é meiocampista central. Sua entrada obriga o time a se rearrumar. Se substituir um atacante, Muñez vai para o ataque, Dyer pode ir para a direita e Butt fica pelo meio.

Ainda fiz o treinador Erik Dornhelm, para aumentar a diversão colocando-o na beira do campo e vendo-o comandar a equipe. Quando se trata de treinadores do Newcastle, gosto mais de Kevin Keegan, mas Robert Rigby criou Dornhelm e deu a ele uma personalidade muito interessante e, por esse motivo, preferi colocá-lo na arte.

Então é isso. Temos aí um time inglês, meio à vera, meio à brinca, para montar e iniciar um campeonato inglês. Afinal, como diz o próprio título, todo sonho tem um começo!

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Arte e Botões - Ciclismo - 21/09/2018

O final de semana já está todo rifado. A semana foi pesada, dificultando a criação da arte que estava planejando. Então vou deixar aquela arte para a próxima semana e, nesta, vamos fazer uma coisa diferente. Vamos falar de ciclismo! E sim, vamos ter arte de ciclismo...

Eu gosto muito de esporte, mas tem quatro que são os meus favoritos: futebol, handebol, luta livre e ciclismo. O futebol é óbvio; 99% dos brasileiros são varridos por essa onda. Handebol é porque é o mesmo do futebol, só que com as mãos. Plástico, técnico, emocionante. Luta livre é uma paixão que me fisgou quando tinha apenas 4 anos de idade. Todo aquele negócio de ter uma história por trás do combate, invasões, máscaras, personagens... e o ciclismo... bom, o ciclismo é um caso à parte. Uma vez vi um Tour de France e me encantei. Aquelas equipes pedalando juntas milhares de quilômetros, as estratégias, os ciclistas... sei lá por que. Mas me apaixonei. Vou tentar explicar um pouco antes de apresentar as artes (sim, são duas!). Existem várias modalidades de ciclismo, sendo as mais conhecidas o mountain bike, o ciclismo de pista e o ciclismo de estrada. É este último que me encanta.

O ciclismo de estrada é conhecido como o "mais individual dos esportes coletivos" ou o "mais coletivo dos esportes individuais", por ser uma corrida de bicicletas, onde cada ciclista corre sozinho, mas tem toda uma equipe envolvida na competição. Uma prova de ciclismo pode ser, basicamente, dividida em corrida por etapas ou uma clássica. A clássica é uma prova só, onde o que chegar em primeiro é o vencedor. Na corrida por etapas, várias provas são disputadas e, após a última delas, o ciclista que cruzar a linha de chegada com o menor tempo no somatório é o vencedor geral. Além deste, há outros prêmios em disputa. Entre eles, só para simplificar a postagem, há o vencedor por pontos e o vencedor de montanha.

A corrida por etapas se divide, basicamente, em dois tipos: contra relógio e corrida tradicional. O contra relógio é uma etapa curta, a maioria tem menos de 40 quilômetros. Cada ciclista larga sozinho (normalmente, com 90 segundos de diferença um para o outro) e vence aquele que fizer o percurso em menos tempo. A corrida tradicional é longa, com mais de 100 quilômetros e algumas ultrapassando os 200 quilômetros. Pode ter tanto trechos planos quanto inclinados, com chegada no plano (em sprint) ou no alto (etapa de montanha). Aqui, os ciclistas largam juntos e vence quem cruzar a linha de chegada em primeiro. Nas provas tradicionais, há pontos em que o ciclistas que cruzarem primeiro conquistam pontos (meta volante) ou pontos de montanha (meta de montanha), que valem para as respectivas classificações. Por isso simplifiquei anteriormente, para explicar somente a pontuação do velocista e do montanhista...

As clássicas, como explicado anteriormente, são provas únicas, sem somar pontos ou pontos de montanha. São caracterizadas por, na maioria dos casos, apresentarem condições mais difíceis para os ciclistas: tempo mais frio ou chuvoso, piso de terra ou paralelepípedo.

Uma equipe de ciclismo que disputa uma prova ou prova por etapas tem suas posições bem definidas. Cada ciclista tem uma função dentro da equipe, por isso se diz que é o "mais coletivo dos esportes individuais". Basicamente, há quatro posições dentro de uma equipe: líder, sprinter, gregário e corredor livre.


  • O líder é, como se fosse no futebol, o capitão do time. Tudo gira em torno dele. Os ciclistas o protegem durante as provas, para que ele esteja sempre bem posicionado. O líder é aquele que irá disputar o título da classificação geral. Sua posição é tão importante, que se estiver disputando classificação contra um companheiro de time e atacar (correr sozinho, se destacando do pelotão), o seu companheiro não pode contra atacar (devolver o ataque, correndo atrás do atacante). Normalmente, são ciclistas bons em contra relógio, montanhas e resistentes.
  • O sprinter poderia ser definido como o artilheiro do time de futebol. Os ciclistas fazem todo o trabalho, enquanto o sprinter descansa para correr os últimos metros. Com boa explosão, arranca após o último quilômetro para vencer a corrida. Sua única especialidade é decidir num sprint; nas montanhas fica bem atrás dos outros corredores e, no contra relógio, só faz figuração.
  • O gregário é, tipo, o volante do futebol. Ele é quem faz o trabalho pesado: protege o líder e o sprinter para que eles não peguem vento, dita o ritmo do pelotão, é responsável por voltar para fazer vácuo para um corredor importante que ficou para trás, vai para o fim do pelotão pegar água... um gregário não se importa em vencer, apenas garantir os objetivos da equipe.
  • O corredor livre é aquele que não tem função definida na equipe, podendo ser comparado àquele atacante veloz e habilidoso, que é dispensado da marcação para infernizar a defesa adversária. O corredor livre não tem que proteger outro ciclista, é livre para fazer o que quiser. Normalmente, são aqueles que atacam no início da corrida e correm atrás das metas volante e dos pontos de montanha.


Explicadas as posições, só falta uma pequena explanação sobre a especialidade de cada ciclista. Como no futebol há aqueles que são bons de marcação, de passe, de finalização, etc, no ciclismo também há essas especialidades. Um ciclista de ponta, que atue numa das grandes equipes da UCI (a entidade máxima do ciclismo), tem pelo menos uma habilidade, tal qual em um jogo de RPG (magia, ataque, defesa, etc). Vamos limitar bem as habilidades, colocando somente as principais, que estão presentes nos ciclistas desta postagem. São elas sprint, montanha, contra relógio, corredor de clássicas e corredor por etapas.


  • Sprint é a habilidade do ciclista de decidir, em uma arrancada, a prova com chegada no plano. Normalmente, um sprinter é um ciclista baixo e forte, com explosão para acelerar no último quilômetro e, também, se posicionar durante a disputa final.
  • Montanha é a habilidade do ciclista de escalar, de aguentar bem uma subida, não importa a inclinação. Normalmente, um escalador é um ciclista magro, de pernas compridas, que tem grande resistência e pouca velocidade.
  • Contra relógio é a habilidade do ciclista de manter um ritmo forte e constante em uma prova curta. As provas de contra relógio são curtas e exigem que o ciclista seja veloz o tempo todo. Os contra relogistas, na maioria dos casos, só servem para este tipo de prova, já que não possuem resistência para serem considerados favoritos em provas longas, nem têm a explosão para ganhar uma corrida em sprint.
  • Corredor de clássicas é aquele ciclista que tem boa resistência em condições adversas. Resistente ao frio, bom em terrenos acidentados (terra, paralelo, etc), habilidoso na chuva.
  • Corredor por etapas é um ciclista que não tem uma das habilidades anteriores como especialidade, mas é bom em todas elas. Normalmente, é fraco no sprint, bom na montanha e muito bom em contra relógio, mas sem ser excelente em nenhuma. Justamente por misturar bem os estilos, um corredor por etapas é o líder da equipe numa prova, já que consegue tirar o melhor de cada etapa para estar sempre entre os primeiros.


Com esta breve (longa) apresentação do mundo do ciclismo, vamos às artes. São 30 ciclistas, divididos em duas folhas de arte, com os maiores nomes dos últimos 15 anos do ciclismo mundial. Não vou me alongar muito no histórico de cada um, nem citar as polêmicas de doping. Vou apenas dizer o nome do ciclista, sua nacionalidade, a(s) habilidade(s) presente e a equipe que escolhi para ele (dentre as várias que ele já defendeu) Seguirei a ordem da esquerda para a direita, começando pela linha de cima.

  1. Lance Armstrong - O famoso ciclista dos Estados Unidos é um corredor por etapas, aqui na equipe USPS;
  2. Fabian Cancellara - O ciclista da Suiça é uma lenda do contra relógio, aqui correndo pela Saxo Bank;
  3. Oscar Pereiro Sio - O ciclista da Espanha é um corredor por etapas, aqui representando as cores da Caisse D'Erpagne;
  4. Tom Boonen - O ciclista da Bélgica é um sprinter, correndo pela Quickstep;
  5. Oscar Freire - Ciclista da Espanha, sprinter da equipe Rabobank;
  6. Andy Schleck - Ciclista de Luxemburgo, é um montanhista que corre pela Saxo Bank;
  7. Mark Cavendish - Ciclista da Inglaterra, sprinter lendário, aqui na equipe T-Mobile;
  8. Bauke Mollema - Ciclista da Holanda, corredor por etapas com habilidades de montanhista. Corre pela Rabobank;
  9. Alberto Contador - Ciclista da Espanha, corredor por etapas. Defende as cores da Astana;
  10. Thor Hushovd - Ciclista da Noruega, foi sprinter a maior parte da carreira, depois se especializou em contra relógio. Aqui, atua na Credite Agricole;
  11. Frank Schleck - Irmão mais velho de Andy, também é de Luxemburgo e também é especialista em montanhas. E também é da Saxo Bank.
  12. Luciano Pagliarini - Ciclista brasileiro, corredor por etapas. Aqui, na Saunier Duval;
  13. Sylvain Chavanel - Ciclista francês, corredor por etapas, defende a Quick Step;
  14. Damiano Cunego - Ciclista italiano, montanhista. Defende a Lampre;
  15. Danilo di Luca - Lendário ciclista italiano, quase completo. Excelente montanhista, bom corredor por etapas e bom no sprint também. Aqui, defendendo as cores da Liquigás.
  1. Vincenzo Nibli - Ciclista italiano, montanhista e com certa habilidade de corredor por etapas. Defende a Astana;
  2. Fernando Gaviria - Ciclista colombiano da nova geração, sprinter que atua pela Quick Step;
  3. Romain Bardet - Ciclista francês, especialista em contra relógio e com certa habilidade de corredor por etapas. Defende a AG2R;
  4. Phillip Gilbert - Ciclista belga, corredor por etapas, mediano no contra relógio e nas montanhas. Defende a Lotto Belisol;
  5. Chris Froome - A sensação do ciclismo mundial na atualidade, é um atleta inglês. Excelente corredor por etapas, com um contra relógio muito bom e excelente nas montanhas. Defende as cores da Sky;
  6. Thibault Pinot - Ciclista francês, corredor por etapas. Defende a Française De Jeux;
  7. Marcel Kittel - Ciclista alemão, sprinter. Defende a Dimension Data;
  8. Peter Sagan - Ao lado de Froome, a grande sensação do ciclismo mundial na atualidade. O ciclista da Eslováquia é um excelente sprinter, dono da linha de chegada na UCI. Atua pela Bora;
  9. Tom Dumolin - Ciclista da Holanda, é especialista em contra relógio e, ao contrário do que dita a regra para contra relogistas, é bom também nas montanhas. Corre pela Sunweb;
  10. Andre Greipel - Ciclista da Alemanha, sprinter. Defende a Lotto Belisol;
  11. Julian Alaphilippe - Ciclista da França, montanhista. Corre pela Quick Step;
  12. Fabio Aru - Ciclista da Itália, é um corredor por etapas com boa habilidade nas montanhas. Atua pela Liquigás;
  13. Domenico Pozzovivo - Ciclista italiano, é habilidoso nas montanhas. Atua pela AG2R;
  14. Murilo Fischer - Ciclista do Brasil, é um sprinter que atua pela Française De Jeux;
  15. Francisco Chamorro - Ciclista da Argentina, é um sprinter que não fez sucesso no circuito mundial, mas de grande sucesso aqui no Brasil. Nesta arte, atua pela Credite Agricole.

Aí estão os 30 ciclistas que escolhi para estas duas artes. Para os que gostam de jogar futebol de botão com uma arte alternativa ao futebol, é uma boa opção, dá para fazer 3 times. Para os que não gostam de misturar as coisas, você pode utilizar como botões para jogos de tabuleiro de corrida; fazer uma corrida escolhendo um circuito no chão e dando palhetadas; ou simplesmente fazendo botões decorativos. Deixe a imaginação fluir e se divirta!

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Arte e Botões - Bolívia 1994 - 17/09/2018

O final de semana foi muito apertado e, com a decisão da Copa do Rei no domingo, a seção Arte e Botões ficou prejudicada. Mas nada como uma boa segunda-feira para uma seleção e uma história divertida... então, vamos a ela!

Hoje eu vou falar da seleção boliviana, mas não de qualquer uma. Vou falar daquela que fez história ao se classificar para a Copa do Mundo de 1994 e, em 1997, foi vice campeã da Copa América, ao perder para o Brasil na final. Esta seleção caiu no gosto dos torcedores de tal forma, que é considerada a melhor geração de todos os tempos, superando a campeã da Copa América de 1963.

Em 1993, começavam as eliminatórias sulamericanas para a Copa de 94, que seriam as mais dramáticas e surpreendentes até então já vistas. Antes de começar, já havia polêmica no ar. O Chile foi banido de competições oficiais por cinco anos, graças ao caso da fogueteira e do goleiro Rojas nas eliminatórias para a Copa de 1990, então a edição de 1993 do torneio sulamericano teria apenas nove seleções, divididas em dois grupos, um com quatro e outro com cinco seleções. O continente tinha direito a três vagas e meia. O grupo B, com cinco seleções, classificaria duas equipes, enquanto o grupo A, com quatro seleções, classificaria a primeira colocada e a segunda teria que disputar uma repescagem com o campeão da Oceania.

Com a Argentina no grupo A e Brasil e Uruguai no B, o filé já estava na chapa para aquele banquete sensacional. No grupo A, a Colômbia não deveria ter dificuldades em se classificar para a repescagem, superando Paraguai e Peru. No B, Bolívia, Equador e Venezuela não fariam frente aos dois favoritos. Será? No grupo A a Colômbia aplicou um histórico 5x0 na Argentina, em pleno Monumental de Nuñez, acabando com uma invencibilidade de 31 partidas, classificando os colombianos e empurrando os argentinos para a repescagem. Já o grupo B...

Só para se ter uma ideia, o Brasil estreou empatando com o Equador (0x0) e só não perdeu porque recebeu uma mãozinha do juiz. Enquanto isso, a Bolívia estreava fora de casa, metendo 7x1 na Venezuela. O jogo seguinte seria um duelo entre os dois e uma vitória fácil do Brasil já estava sendo falada. Mas os bolivianos pareciam jogar uma final de Copa do Mundo e dominaram o jogo inteiro. Taffarel pegou um pênalti aos 35 do segundo tempo, mas depois frangou e a Bolívia venceu por 2x0, a primeira derrota do Brasil na história das eliminatórias. Depois disso, os bolivianos enfrentaram Uruguai (3x1), Equador (1x0) e Venezuela (7x0), todos em casa. Em cinco jogos, a Bolívia venceu os cinco e começou a incomodar Brasil e Uruguai, que se vingaram nos jogos em casa. Os brasileiros venceram por 6x0 e os uruguaios, por 2x1. Acontece que a Bolívia fez o dever de casa, venceu todos os jogos e precisava apenas empatar na última rodada, com o Equador, enquanto Brasil e Uruguai faziam um jogo dramático no Maracanã. Enquanto Romário marcava duas vezes nos 2x0 de cá, os bolivianos seguravam o 1x1 lá e iam para a Copa. O Uruguai, por sua vez, ficou de fora.

Na Copa, o craque do time, Etcheverry, estava lesionado. Para piorar, a estreia era contra a atual campeã Alemanha. Etcheverry ficou no banco, entrando só no segundo tempo quando os campeões já venciam por 1x0. Logo no primeiro lance, o camisa 10 boliviano deu um toque sensacional, que seu companheiro desperdiçou. No lance seguinte, pisou no adversário, foi expulso e suspenso pelo resto da Copa. Uma decepção, que acompanhou o resto da seleção, que empatou com a Coreia do Sul (0x0) e perdeu da Espanha (1x3), dando adeus à competição na primeira fase. Ao menos Erwin Sanchez fez história ao marcar o único gol boliviano na Copa.

Falar que esta equipe só foi à Copa graças à altitude é uma injustiça. Uma geração talentosa, para os padrões bolivianos, com atletas que atuavam na Europa e em grandes times sulamericanos, um treinador espanhol. Tudo isso resultou numa seleção que encantou muitos e trouxe esperança ao país mais pobre da América do Sul. Vamos conhecer os principais jogadores deste simpático esquadrão!

Obs: Mais uma vez, vamos misturar quem eram aqueles jogadores realmente com a magia juvenil de quem se encantou por aquele time e criou as mais fantásticas histórias a respeito de seus craques.

Começando pelo gol, Carlos Trucco não era propriamente um paredão. Um pouco baixo (1,80m), caiu nas graças da torcida mesmo sendo argentino de nascimento. Teve uma atuação memorável na estreia na Copa, fechando o gol contra a Alemanha. A defesa atuava praticamente em linha, pois os laterais não apareciam muito no ataque. Com Rimba na lateral direita e Juan Peña na esquerda, a zaga se completava com Sandy e Borja, sendo que Sandy é o principal nome deste setor. Com passagens pelo Valladolid, organizava bem a zaga e se completava com Borja, que atuou a carreira inteira no Bolivar.

No meio de campo, a equipe atuava praticamente com três volantes e um armador, formando um losango com um volante à frente da zaga e os outros dois saindo com a bola, para ajudar na armação. O volante à frente da zaga era Quinteros, praticamente um zagueiro que só sabia destruir. Os outros volantes eram Melgar e Baldivieso. Melgar gostava de chegar à frente e, com isso, chamou a atenção de times grandes do continente, chegando a atuar no Boca Juniors e no River Plate. Baldivieso era mais técnico, bom de passe, organizador de jogadas. Jogou em times do continente e, também, do Japão e do mundo árabe. O armador da equipe merece um parágrafo à parte...

Marco 'El Diablo' Etcheverry, o camisa 10 do time, o maior jogador da história do futebol boliviano. Com boas passagens no futebol da Bolívia, Colômbia e Equador, foi no Colo Colo do Chile que deslanchou de vez para o futebol. O grande nome desta seleção tinha uma fama tão gigantesca, que foi um dos grandes craques contratados para abrilhantar o início da MLS. Foi para o DC United ser o camisa 10 do primeiro campeão da nova liga norte americana. Meia atacante de muita habilidade, era bom no passe, bom driblador, muito bom em faltas, pênaltis e escanteios, chutava bem de longe e fazia muitos, muitos gols. É, talvez, o canhoto que melhor chute de pé direito até hoje, tamanha a facilidade que tinha para pegar na bola.

O ataque tem dois excelentes jogadores, Erwin 'Platini' Sanchez e Alvaro Peña. Erwin Sanchez é conhecido como o 'Platini dos Andes', pelo seu estilo de jogo muito parecido com o do craque francês, guardadas as devidas proporções. Meia atacante de qualidade, tinha velocidade e era incisivo. Do meio de campo para a frente, podia jogar em qualquer posição. Se o colocassem na área, era fatal; se o colocassem para servir o centroavante, este teria muitas bolas para tentar marcar o gol durante o jogo; recuado para a armação, sabia se virar, tanto é que assumiu a função na Copa, quando Etcheverry foi expulso logo na estreia. Atuou no Benfica, Boavista e Estoril, fazendo muito sucesso no futebol português. Alvaro Peña era o centroavante do time e, apesar de não ter tanta habilidade quanto Etcheverry e Sanchez, era o homem-gol daquela equipe, o responsável por mandar a bola para a rede, e o fazia com uma pontaria certeira.

Seguindo as regras da FIFUBO, a equipe apresenta dois reservas, um para a defesa e outro para o ataque. O defensor é Oscar Sanchez, que podia atuar em qualquer posição do meio de campo para trás. Sua polivalência chamou a atenção do futebol argentino, onde atuou por Independiente e Gimnasia de Jujuy. Faleceu em 2007, vítima de câncer. O atacante é William Ramallo, conhecido como o 'Pescador da Área' ou o 'Goleador da América'. Atuou a carreira inteira no futebol boliviano e fez muitos gols. Jogador de velocidade, dono de uma pontaria certeira, era um dos favoritos da torcida.

O treinador é Xabier Azkargorta, um espanhol que caiu de paraquedas na Bolívia, após ter treinador times bons de seu país, como Espanyol, Sevilla e Valladolid. Também treinou a seleção do Chile e outros clubes na América e na Ásia e foi coordenador da base do Real Madrid. Dono de um vistoso bigode, teve a mesma percepção na Bolívia que Wanderley Luxemburgo no Cruzeiro campeão da tríplice coroa. Viu que tinha três jogadores muito bons no ataque, então armou o resto segurando as coisas na defesa para que os três atacantes pudessem se consagrar. Sua equipe joga num 4-4-2 losango defensivo, com os dois laterais, os zagueiros e ao menos um dos volantes fixos na zaga. Os outros dois volantes só têm permissão para ir ao ataque quando a equipe tem a bola. Os únicos que não precisam voltar para marcar são Etcheverry, Erwin Sanchez e Alvaro Peña. A responsabilidade desses é fazer os gols que levam a Bolívia ao sucesso!

A arte está aí e o desejo de fazer este time é grande. A expectativa é de que a Bolívia chegue à FIFUBO entre 2019 e 2020, como parte do projeto Copa do Mundo de chegar a 12 seleções.

domingo, 16 de setembro de 2018

Copa do Rei 2018 - Final - 16/09/2018

Último domingo de inverno, céu azul, temperatura amena e Itaquá Dome lotado para a grande final da  Copa do Rei 2018. O torneio trouxe muitas novidades: novo comando em várias seleções, mudança no preparo físico dos jogadores, novos bancos de reservas, despedida da arbitragem tradicional e, para a final, a grande surpresa foi a inauguração do placar do Itaquá Dome. Vamos ver como foi a final desta importante Copa!

O novo placar do Itaquá Dome
A Argentina superou todas as crises políticas que a AFA insiste em fabricar, apresentou uma comissão técnica entrosada e conseguiu se recuperar da decepcionante campanha na Copa do Mundo, onde foi eliminada na primeira fase com 3 empates e terminou em quinto lugar. Na Copa do Rei, a equipe venceu a Holanda (4x1) e o Brasil (4x3) para chegar à final.

A Argentina foi a campo com 1. Abbondanzieri; 2. Mercado, 4. Demichelis, 6. G. Milito, 3. Vangioni; 14. Mascherano (c), 8. Conca, 7. Di Maria, 10. Messi; 13. Alario e 9. Scocco. O treinador, Carlos Bianchi, e o auxiliar, Alfio Basile, tinham no banco 5. Kranevitter e 11. Tevez

A Alemanha também teve que se superar nesta Copa. Após uma boa campanha no mundial, onde terminou na quarta posição, a equipe teve um ganho absurdo nas partes tática e técnica, crescendo e encarando de frente seus rivais até aqui. O grande problema, que a fez se superar na Copa do Rei, foi a indisciplina. Nos dois jogos, a equipe teve jogadores expulsos e levou gol na falta que originou a expulsão, tendo que se desdobrar com um a menos e conseguir classificações heróicas. Com isso, a equipe não teria a dupla de ataque titular, pois Podolski e Klose foram expulsos nas partidas anteriores e cumpriam suspensão. Assim, a Alemanha vinha para a final com um esquema que oscilava entre o 4-5-1 e o 3-5-2. Para chegar até aqui, superou a França nos pênaltis, por 4x2, após empate em 2x2 no tempo normal e, na semifinal, a Inglaterra, por 3x1.

A Alemanha foi a campo com 1. Neuer; 6. Hummels, 2. Mertesacker, 5. Badstuber, 3. Lahm (c); 7. Schweinsteiger, 4. Reus, 14. Draxler, 8. Kroos, 13. Muller; 9. Goetze. O treinador, Lothar Matthaus, e seu auxiliar, Parraguez, não tinham atletas no banco, devido a suspensões.

ARGENTINA 5x4 ALEMANHA

O nível altíssimo da competição teve seu ápice nesta final. Um jogo eletrizante desde o pontapé inicial e muita emoção até o juiz, Juan Carlos Loustau, erguer o braço e encerrar a competição. A Alemanha veio disposta a fazer pressão desde o início e tentar construir o placar logo, pois sabia que o cansaço bateria na reta final e não haveria reservas para manterem o ritmo alto.

A pressão deu resultado e, com apenas um minuto, o placar já foi inaugurado. Após boa jogada entre Schweinsteiger e Muller, que Abbondanzieri defendeu, a Alemanha voltou a pressionar. Reus forçou o erro de Messi, Mertesacker tocou a Draxler na meia direita e o camisa 14 esticou para Mario Goetze. Dentro da área, o camisa 9 chutou de primeira e encobriu o goleiro argentino, fazendo Alemanha 1x0.

O ritmo forte dos alemães surpreendeu o time argentino, que se viu em desvantagem no placar e precisava se reagrupar para tentar o empate. Mas a Alemanha veio preparada para a final. Quando não tinha a bola, jogava no 4-5-1, com dois volantes e 3 armadores. Quando tinha a bola, enquanto Hummels virava terceiro zagueiro, Thomas Muller partia para o ataque e a equipe jogava no 3-5-2. A estratégia dava certo e os argentinos tinham dificuldades, mas a entrada de Bianchi no comando técnico provou-se acertada para fazer o time sulamericano entender sua importância no cenário mundial.

Aos 4 minutos, Mario Goetze recebeu na ponta direita e avançou, mas Gabriel Milito o desarmou com elegância e tocou a Di Maria no meio. O camisa 7 procurou Scocco na esquerda e o camisa 9 se viu marcado por três adversários. De canto de olho, percebeu Vangioni arrancando pela meia. O passe encontrou o camisa 3, que adiantou a bola e, no melhor estilo Roberto Carlos, desferiu potente chute e venceu Neuer, empatando a peleja: Argentina 1x1.

Com a igualdade no placar e menos da metade do primeiro tempo jogado, a partida ganhou em emoção e as duas equipes se fartaram de perder oportunidades. Os alemães tiveram chances que Abbondanzieri salvou, mas dava para perceber que não tinham tanto fôlego, após o início em alta velocidade. Os argentinos, por outro lado, tinham tranquilidade e organização, fazendo os alemães correrem atrás da bola para cansarem.

Aos 10 minutos, um sumido Di Maria resolveu jogar. Mascherano cercou Thomas Muller e Di Maria roubou-lhe a bola, iniciando uma jogada de ataque onde buscou tabelas com Vangioni e Messi, até chegar ao campo do adversário. Di Maria passou a bola a Scocco na esquerda, recebeu de volta, invadiu a área, olhou o posicionamento de Neuer e o deslocou com um toque de muita categoria no canto direito, para fazer Argentina 2x1.

No intervalo, só a Argentina poderia mudar e o fez. Bianchi tirou Gabriel Milito e Alario para colocar Kranevitter e Tevez, prevendo que teria o contra ataque. Matthaus não pôde fazer mudanças, mas ajeitou o posicionamento da equipe e pediu que os jogadores se esforçassem mais ainda para conquistar o inédito título.

Se alguém tinha dúvida da genialidade de Carlos Bianchi, perdeu essa dúvida logo aos 40 segundos. A Alemanha deu a saída de bola no 'toca y me voy' de Muller e Kroos. No bico da área, o camisa 13 alemão recebeu a bola de volta e se preparou para a conclusão. Mas Kranevitter estava no lugar certo e lhe roubou a bola no último momento, tocando a Di Maria na meia. O camisa 7 abriu a Scocco na ponta esquerda e o camisa 9 partiu no contra ataque, puxando a marcação para o seu lado. Com um toque para o lado direito, encontrou Conca livre. O camisa 8 invadiu a área, trouxe para o pé esquerdo e tocou na saída de Neuer, fazendo Argentina 3x1.

A Alemanha tem uma grande equipe, bem armada e muito técnica, mas peca na indisciplina. A equipe só não chegou à final inteira porque, em todos os jogos, algum jogador cometia uma besteira e era expulso, sobrecarregando os demais. Aqui, não foi diferente. Aos 3 minutos, o capitão Phillip Lahm foi ao ataque e acabou cometendo falta tripla, levando o cartão vermelho. Schweinsteiger herdava a faixa de capitão e a Alemanha se via, novamente, em desvantagem numérica.

O karma alemão nesta Copa do Rei não é só de ter um jogador expulso em cada jogo, mas também tomar um gol na falta que originou a expulsão. E, novamente, karma is a bitch. Demichelis cobrou a falta para Mercado, que lançou Conca na direita, exatamente no buraco deixado por Lahm. O camisa 8 foi até a entrada da área, trouxe para o pé esquerdo e chutou cruzado, sem chances para Neuer, fazendo Argentina 4x1.

Nova expulsão seguida de gol, Argentina marcando 4 novamente... tudo conspirando maravilhosamente para o título argentino. Mas outra marca desta Copa fez questão de aparecer aqui, que é a Lei do Um a Menos. A Alemanha voltou a se agigantar na desvantagem e endureceu o jogo. Logo na saída de bola, aos 4 minutos, Thomas Muller e Toni Kroos foram tabelando, tabelando, envolvendo a defesa  argentina, até que Kroos recebeu na entrada da área, trouxe para o pé direito e chutou cruzado para vencer Abbondanzieri: Alemanha 2x4.

Se de um lado temos a superação alemã, do outro temos o gênio Carlos Bianchi. Sem se alterar nem levantar voz, o comandante argentino acalmou sua equipe, distribuiu ordens e a equipe fez a bola circular para gastar o tempo. E, envolvendo o time adversário de lá pra cá, o campo se abre e as coisas ficam mais fáceis. Aos 7 minutos, uma trama que envolveu Mascherano, Conca, Messi e Di Maria encontrou Vangioni na ponta esquerda. O camisa 3 foi ao fundo e cruzou rasteiro para trás. Scocco recebeu, trouxe para o pé esquerdo e chutou rasteiro no canto de Neuer, fazendo Argentina 5x2.

A Alemanha descontou na saída, aos 8 minutos. Thomas Muller deu a saída no 'toca y me voy', mas Toni Kroos resolveu ir para o outro lado. Driblou Messi e Conca para puxar a bola para o pé direito e acertar um chute forte, vencendo Abbondanzieri e fazendo Alemanha 3x5.

A Argentina tentou gastar o tempo e Di Maria mandou a bola para as arquibancadas, a fim de fazer com que o tempo para buscá-la acabasse com o jogo. Mas a Alemanha se reagrupou rápido, no 3-5-1, e conseguiu uma ótima jogada no tiro de meta. Neuer cobrou a Muller no meio, que tocou a Reus na esquerda. O camisa 4 avançou pela ponta e rolou a Goetze no meio, que estava de costas pro gol e marcado. Como pivô, o camisa 9 tocou atrás a Toni Kroos, que invadiu a área e chutou na saída de Abbondanzieri para anotar seu hat trick: Alemanha 4x5, aos 9 minutos.

Neste momento, não havia um só torcedor sentado no Itaquá Dome. Todos estavam de pé, pulando, cantando e preocupados com um ataque cardíaco neste final de jogo eletrizante. Os jogadores e treinadores também estavam nesta tensão, mas a Argentina tinha um jogador que estava gelado em campo: Dario Conca. O camisa 8 pediu a bola, rodou o campo inteiro e conseguiu gastar o tempo. A bola só saiu dos pés de Conca para o juiz Juan Carlos Loustau pedir a bola e encerrar o jogo.

E o placar ficou assim mesmo, Argentina 5x4 Alemanha
ARGENTINA CAMPEÃ DA COPA DO REI 2018

Não há dúvidas de que o time argentino foi superior aos seus rivais, merecendo com toda a certeza o título de campeão da Copa do Rei. A chegada de Carlos Bianchi e seu entendimento com Alfio Basile mudaram o ambiente e tiraram de cada jogador o que ele podia render, mostrando que a equipe pode alçar voos maiores na FIFUBO.

Talvez o maior exemplo desta mudança argentina seja Di Maria. Com 4 gols, ele terminou a competição como artilheiro isolado e, também, foi eleito o melhor jogador. Ao repórter Leo Farinela, Di Maria falou:

"A chegada de Bianchi foi crucial para a nossa mudança de atitude. Nos treinamentos, já dá para perceber o estilo diferente dele. Ele soube extrair de cada um de nós nossas melhores qualidades e o resultado está aí. Campeões!"

O treinador também falou sobre a conquista, política e o que fez para levar a eliminada na primeira fase da Copa do Mundo para o título da Copa do Rei:

"A primeira coisa que fiz foi reunir os jogadores e falar que o que acontece aqui no campo transcende qualquer disputa política. Política é lá nos bastidores da AFA; aqui, nós representamos os torcedores de um país apaixonado pelo futebol e pela sua seleção. Nos treinos, localizei os pontos fortes e fracos de cada um, preparei um treinamento em conjunto com o Basile e pudemos explorar o potencial de cada jogador. Os resultados apareceram e, agora, é só comemorar."

Com isso, a Argentina conquista seu primeiro título na FIFUBO. Não é propriamente um troféu, já que a Copa do Rei dá ao seu vencedor a bandeira da Liga dos Reinos e o direito de portá-la até o próximo campeonato, quando a solenidade de abertura exige que o capitão do time campeão a entregue ao monarca supremo. Mesmo assim, é um prestígio enorme vencer este torneio e a Argentina coloca seu nome na História como a primeira campeã.
O monarca supremo da Liga dos Reinos entrega ao capitão da Argentina, Mascherano, a bandeira de campeão da Copa do Rei.

Os alemães saem derrotados, mas provaram que têm potencial para ir muito além. Com um pouco de foco na parte disciplinar, talvez não tenham que se esforçar tanto para mostrarem um futebol de respeito. Do outro lado, os argentinos são uma realidade e têm como missão, agora, não deixarem o sucesso lhes subir à cabeça.
Jogadores e comissão técnica da Argentina posam para a foto oficial com a bandeira de campeões da Copa do Rei 2018.

NOTAS RÁPIDAS

  • A FIFUBO dá uma pausa em competições, devendo voltar no próximo mês, com o Troféu do Presidente, outra competição de seleções, mas republicana. Mesmo assim, continuará enviando equipes para jogos na FMN.
  • O final de semana foi bem corrido e, por isso, não teve a postagem Arte e Botões. Mas a arte deste final de semana não ficará esquecida. Nesta segunda ou na terça, a respectiva arte será postada.
Parabéns à Argentina, campeã da Copa do Rei 2018!

domingo, 9 de setembro de 2018

Copa do Rei 2018 - Semifinais - 09/09/2018

O domingo de céu azul e temperatura em elevação encerra o feriado da Independência e traz as semifinais da Copa do Rei 2018. O público lotou o Itaquá Dome e foi brindado com duas partidas espetaculares, que deixaram todos extasiados após o encerramento da rodada. Vamos conhecer os finalistas!

INGLATERRA 1x3 ALEMANHA

Reedição da disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo, quando os ingleses saíram vitoriosos (3x0), as duas equipes voltam a se enfrentar, por um lugar na final da Copa do Rei. Favoritos ao título, os ingleses provaram contra Camarões (4x0) que podem, realmente, chegar à conquista. Alex Ferguson mantém Crouch como titular, para pontuar que sua equipe precisa de uma base titular forte. A Alemanha, por sua vez, quer acabar com a fama de não se importar com os jogos. Lothar Matthaus pede seriedade e concentração à equipe, mas tem problemas. Expulso contra a França (2x2, com classificação nos pênaltis), Podolski desfalca a equipe pelo resto da competição. Em seu lugar, joga Mario Gotze.

O jogo foi espetacular desde o início. As duas equipes jogaram para a frente, com inteligência, chegando ao ataque com jogadas de pé em pé e boas conclusões. Mas o gol não saía de forma alguma. A FIFUBO, no entanto, se notabiliza por ser uma máquina de raios que gostam de cair no mesmo lugar. E, aqui, não foi diferente.

Aos 8 minutos, Crouch esticou uma bola para Owen na área e Neuer saiu arrojadamente, afastando para bem longe. A bola correu o campo todo e sobrou para Klose, no campo de ataque alemão. O camisa 11 tinha uma boa situação para chutar a gol, mas se atrapalhou com a bola e acabou fazendo falta tripla, recebendo o cartão vermelho direto. Pela segunda vez em dois jogos nesta Copa, um atacante alemão é expulso por falta no campo de ataque. Lampard cobrou para Beckham no meio de campo e o camisa 7, com sua habilidade fora do comum nos passes, deu um ótimo lançamento para Joe Cole, entre dois marcadores. Em sua característica de velocidade e habilidade, o camisa 11 se livrou da marcação dupla, invadiu a área e chutou na saída de Neuer, para fazer Inglaterra 1x0.

No intervalo, Alex Ferguson mudou visando os contra ataques. Tirou Bridge e Crouch para colocar Carragher e Rooney. A ideia era reforçar a marcação e ter velocidade para contragolpear. Lothar Matthaus foi muito ousado. Com um a menos, fez uma revolução tática. Tirou Lahm e colocou Draxler em seu lugar, partindo para um 3-5-1. Mertesacker, Hummels e Badstuber fariam o trio de zaga; Schweinsteiger (novo capitão) e Reus fariam a dupla de volantes, com Kroos e Draxler mais à frente e Muller centralizado no meio de campo; no ataque, Gotze ficaria sozinho no centro.

O fato é que Ferguson errou feio e Matthaus foi muito feliz na sua ousadia. A Inglaterra, além da soberba de achar a fatura liquidada, foi vítima das próprias mudanças. Carragher não conseguiu reforçar a defesa e Rooney até foi mais presente no ataque, mas Owen estava muito infeliz no jogo e não conseguia dar sequência aos lances. Imprescindível na armação, Lampard se limitou a defender. A Inglaterra tentou atacar pelas pontas, espaço dado pelos alemães, mas Ashley Cole errava tudo e irritava os torcedores. Com o jogo concentrado pelo meio, a Alemanha conseguiu se agrupar, marcar forte e sair para o ataque de forma organizada. E é neste momento, que a Lei do Um a Menos voltou a aparecer no Itaquá Dome.

Aos 4 minutos, Owen tentou a arrancada pela direita e perdeu a bola para Badstuber, que tocou a Reus na esquerda. O camisa 4 tocou a Kroos mais à frente e o camisa 8 procurou Gotze no ataque. Cercado por 4 adversários, o camisa 9 recuou a bola. Thomas Muller apareceu feito um foguete e disparou um chute muito forte. A bola ganhou altura, triscou o travessão e morreu no fundo das redes de Paul Robinson: Alemanha 1x1.

A Inglaterra tentou se organizar novamente, para buscar a vantagem no placar, mas a Alemanha cresceu com a mudança tática. Os ingleses erraram novamente aos 6 minutos, quando Gerrard se lançou ao ataque para tabelar com Beckahm e tentar fazer Owen voltar a jogar. Mas o camisa 10, ao receber no comando de ataque, errou de novo e perdeu a bola para Hummels. O camisa 6 reiniciou com Schweinsteiger no meio. O camisa 7 procurou Draxler na direita e o camisa 14 fez um excelente lançamento para o lado esquerdo. Mario Gotze recebeu livre, sem marcação alguma, e chutou na saída de Robinson para virar o jogo: Alemanha 2x1.

Atônitos, os jogadores e torcedores ingleses tentavam entender o que houve. A equipe parou de jogar, nada mais dava certo. A Alemanha, por sua vez, se agigantou e dominou as ações de vez, colocando o time adversário na roda. De pé em pé, chegaram ao terceiro gol aos 8 minutos, em uma jogada que passou do lado esquerdo para o direito e voltou, deixando tontos os jogadores ingleses. No final, Kroos inverteu da esquerda para o outro lado, onde Draxler recebeu sem marcação já dentro da área e só precisou empurrar para o gol e levar a Alemanha à final: 3x1.

Alex Ferguson conhece seu primeiro revés no comando inglês, muito por decisões equivocadas. Já Lothar Matthaus sai de campo consagrado, mas tem problemas para a final, pois não terá os dois atacantes titulares na decisão. Terá que promover nova revolução tática, mas trabalhar o físico, já que não terá reservas para a grande final.

BRASIL 3x4 ARGENTINA

O Superclássico das Américas é a outra semifinal, trazendo duas equipes em ascensão. O Brasil de Dorival Junior é outra equipe, com um novo esquema e muito mais atitude, o treinador conseguiu fazer os super craques brasileiros jogarem, mas tem do outro lado um adversário que o Brasil ainda não venceu. Superadas as crises políticas, os argentinos jogaram muito bem nas quartas de final e se classificaram com autoridade. Carlos Bianchi conseguiu juntar os jogadores em torno de si e criar um bom ambiente, onde a bola é a protagonista.

Pode-se dizer que foi a melhor partida do torneio e isso quer dizer muito, já que o nível técnico das partidas aqui é altíssimo. Sobrou emoção desde o início do jogo e os torcedores, ao final, aplaudiram de pé o espetáculo dado pelos atletas.

O Brasil abriu o marcador logo a um minuto, em excelente jogada coletiva. Kleberson tocou a Juninho na meia esquerda e o camisa 19 fez um ótimo passe para Ronaldo. O Fenômeno recebeu na entrada da área, pelo lado direito e, com um passe para o lado esquerdo, encontrou Rivaldo. O camisa 10 só precisou dar um toque e sair para o abraço: Brasil 1x0.

A Argentina não ficou atrás e buscou a igualdade logo. Com velocidade, aparecia no ataque com boas tramas, mas a defesa brasileira estava atenta para afastar. O problema era o goleiro. Carlos Germano estava em uma tarde muito infeliz. Aos 4 minutos, Mascherano desarmou Ronaldinho e tocou a Messi no meio. O camisa 10 abriu na esquerda para Di Maria, que deu um ótimo passe para Scocco. Carlos Germano saiu para fechar o ângulo, mas deixou o lado direito aberto. Com um drible para fora, Scocco aumentou o ângulo e viu Carlos Germano esticar a perna para tentar bloqueá-lo. O camisa 9 argentino, então, tocou a bola por entre as pernas do goleiro, que engoliu um frango incrível: Argentina 1x1.

O Brasil costuma tremer um pouco quando enfrenta a Argentina. Com um frango daqueles, fica mais fácil a tremedeira aparecer. Os argentinos se aproveitaram disso e partiram com tudo para a virada. Aos 6 minutos, Mercado pegou bola que ia para Denilson e tocou a Messi no meio. O camisa 10 avançou com a bola dominada e, com a chegada da marcação, abriu na esquerda para Di Maria. Livre, o camisa 7 ajeitou e soltou seu costumeiro chute forte para vencer Carlos Germano e fazer Argentina 2x1.

Ali, os brasileiros jogaram a toalha de vez e os argentinos aproveitaram para desenhar um massacre. Poucos eram os jogadores do Brasil que ainda lutavam, principalmente Lucio e Kleberson na defesa. Mas só dois contra o rolo compressor argentino era muito pouco e ainda tinha Carlos Germano no gol. Aos 9 minutos, novo contra ataque argentino e ótima triangulação pela esquerda, envolvendo Messi, Scocco e Di Maria. O camisa 7 recebeu, preparou um chute cruzado e deu um peteleco. Carlos Germano engoliu novo frango e a Argentina abria 3x1.

No intervalo, Dorival Junior tentava a todo custo levantar o ânimo dos brasileiros. Dizia que ainda restavam 10 minutos para fazerem dois gols e que era possível fazer acontecer. Tirou Cafu e Ronaldinho Gaucho, péssimos em campo, para colocar Roque Junior e Romário. Kleberson iria para a lateral direita, Edmilson para volante, Roque Junior faria a dupla de zaga com Lucio, que seria o capitão. Na frente, Romário iria para o lado esquerdo e Denilson, para a direita, ora atuando como armador, ora como ponta direita. Carlos Bianchi apostou nos contra ataques. Tirou Conca (que não repetiu a boa atuação da véspera) e Alario para colocar Kranevitter e Tevez. Reforçaria a marcação e tentaria os contra ataques em velocidade.

As mudanças de Dorival foram boas para o Brasil. Edmilson melhorou a marcação na entrada da área. Kleberson foi muito bem na lateral. Denilson jogou pela ponta, no espaço deixado por Di Maria e Scocco. E Ronaldo fez o que sabe melhor: gol. Aos 2 minutos, Rivaldo abriu na direita para Denilson, que puxou dois marcadores. Kleberson avançou pela ponta e, no último momento, cortou para o meio, recebendo o passe de Denilson. A marcação saiu da ponta para o meio e, neste momento, Kleberson deu um toque para dentro da área, do lado direito. Ronaldo recebeu livre, girou e chutou cruzado, sem chances para Abbondanzieri: Brasil 2x3.

O jogo melhorou. A Argentina tentava segurar a vantagem e o Brasil partia desesperadamente em busca da igualdade. Aos 8 minutos, Kleberson fez ótimo lançamento para a meia esquerda de ataque, onde Rivaldo pegou. O camisa 10 viu Ronaldo na área e tocou. Ao verem a bola chegando ao centroavante, os marcadores argentinos fizeram uma barreira à sua volta, mas Ronaldo não é o Fenômeno à toa. Com um toque para trás, o camisa 9 descobriu Roberto Carlos livre para soltar a famosa bomba e vencer Abbondanzieri, empatando o jogo: Brasil 3x3.

A igualdade fazia justiça a um jogo onde a Argentina dominou o primeiro tempo e o Brasil, o segundo. Mas do lado brasileiro tinha Carlos Germano. Na saída de bola, aos 9 minutos, Messi e Di Maria foram tabelando em direção à linha de fundo e, quando perceberam, estavam sem opções de ataque. Di Maria resolveu tentar um giro para dentro da área e contou com a péssima exibição do goleiro brasileiro. Carlos Germano saiu de forma atabalhoada e atropelou o camisa 7. Messi cobrou o pênalti no canto esquerdo, deslocando o goleiro brasileiro e fazendo Argentina 4x3.

O azar dos brasileiros em ter Carlos Germano se opunha à sorte argentina de ter Abbondanzieri. O Brasil pressionou até o último lance, quando Kleberson chutou de fora da área e Abbondanzieri foi no ângulo espalmar a última chance do Brasil.

Os brasileiros lamentam a má sorte e deixam a competição com mais uma derrota para os rivais. A Argentina, por sua vez, embala de vez para buscar o título, com Di Maria saindo de campo aplaudido pelos torcedores.

NOTAS RÁPIDAS

  • Com essas duas partidas, a jornada esportiva do feriado chega ao fim. A final entre Argentina e Alemanha será, possivelmente, no próximo domingo e, até lá, os torcedores terão uma semana para comentarem os jogos da Copa até aqui.

sábado, 8 de setembro de 2018

Copa do Rei 2018 - Quartas de Final - 08/09/2018

O sábado seguiu a tendência da sexta feira, com um lindo dia de céu azul e vento gelado. E, seguindo a tendência da sexta, os torcedores lotaram o Itaquá Dome para a conclusão das quartas de final da Copa do Rei, com três seleções estreando oficialmente seus treinadores. Vamos aos jogos!

JAPÃO 1x3 BRASIL

A reedição da final da Copa do Mundo e dois novos treinadores à beira do campo. Os japoneses, mesmo vitoriosos na Copa, optaram por mudar o comando técnico. Bebeto se despediu e, em seu lugar, assumiu o senhor Tatsuo Mikami, ex goleiro e extremamente disciplinador. A rigor, nada muda, pois o Projeto Supercampeões é o que mantém a seleção em movimento. Mas a chegada de um treinador japonês, que conhece os jogadores envolvidos e gosta de um estilo mais estudioso, pode modificar muita coisa também no campo de jogo. Derrotados na final, os brasileiros também trocaram a comissão técnica. Saíram Madeirite e Azulino e entraram Dorival Junior e Ivo Wortmann. Apesar de já ter comandado a seleção em dois amistosos, pode-se dizer que Dorival só estreia agora. A derrota para a Argentina (1x3) serviu para o treinador conhecer os jogadores e convocar uma reunião de emergência, para mudar o esquema de jogo. Saiu o 4-3-3 e entrou o 4-4-2. Com ele, a seleção jogou uma partida amistosa contra o Racing e surpreendeu, ao vencer por 6x1. A dupla que comanda a seleção também é muito técnica e estudiosa, adepta de um jogo com varição tática.

Com ingredientes tão fartos, como os dois finalistas da Copa do Mundo, novos treinadores adeptos de um jogo cerebral, jogadores consagrados, a partida só podia ser de alto nível e assim foi desde o início, com as duas equipes tramando boas jogadas e concluindo com perigo.

Aos 2 minutos, Wakabayashi cobrou tiro de meta no meio de campo, onde Tsubasa recebeu. O camisa 10 avançou pelo meio, viu a movimentação de seus companheiros e fez um belo passe em profundidade para Misaki, no meio da defesa brasileira. O camisa 11 invadiu a área e chutou no canto de Carlos Germano, para fazer Japão 1x0.

Estar em desvantagem para o campeão mundial é uma coisa que pode desestabilizar qualquer equipe. Mas o Brasil de Dorival Junior tem como marca não se afobar, continuar com o plano e utilizar, no mínimo, 4 jogadores para fazer a bola rolar de um lado para o outro. Assim, a equipe se reorganizou e se lançou ao ataque, em busca do empate.

Aos 6 minutos, Edmilson interceptou bola que iria para Misaki e tocou a Lucio na direita. O camisa 3 abriu na lateral para Cafu, que tocou a Juninho no meio. O camisa 19 fez o passe para a ponta esquerda, buscando Denilson, que tocou mais à frente para Ronaldo. O camisa 9 dominou com Shingo Aoi à sua frente, deu um drible para o lado esquerdo e perdeu um pouco o ângulo. Mesmo assim, desferiu um chute em arco com o pé esquerdo e surpreendeu Wakabayashi, fazendo Brasil 1x1.

O jogo ganhou em emoção, com as duas equipes criando ótimas jogadas e ficando próximas da vantagem no placar. Enquanto Tsubasa acertava a trave de Carlos Germano em linda jogada coletiva, Roberto Carlos cobrava uma falta com violência e fazia o travessão de Wakabayashi balançar. Já nos acréscimos, Ronaldinho avançou pela ponta e tocou a Rivaldo na área. O camisa 10 tentou o giro, mas foi derrubado por Wakabayashi. O próprio Rivaldo cobrou o pênalti no ângulo esquerdo, mas Wakabayashi voou e espalmou para garantir a igualdade no marcador.

No intervalo, senhor Mikami ousou. Além de tirar Ishizaki, sacou Hyuga da equipe, colocando Matsuyama e Shun Nitta em seus lugares. O camisa 12 entrava para reforçar a marcação pelo lado direito e Nitta, para dar velocidade. Hyuga simplesmente não tocou na bola. Já Dorival Junior preferiu ver os lados tático e físico ao técnico. Tirou Kleberson e Denilson, colocando Roque Junior e Romário. Edmilson passaria a primeiro volante, quase como terceiro zagueiro, enquanto Romário atuaria mais próximo de Ronaldo, pelo meio.

O jogo continuou de alto nível, com ambas as equipes se revezando na liderança das ações, mas o gol insistia em não sair. Isso foi até os 6 minutos, quando o Brasil enfim conseguiu armar uma jogada. Edmilson desarmou Nitta e tocou a Rivaldo no meio de campo. O camisa 10 abriu na direita para Ronaldinho, que trouxe para o meio, confundindo a marcação. Quando a cobertura foi em cima do camisa 7, ele abriu na direita para Ronaldo, que invadiu a área em diagonal e tocou na saída de Wakabayashi, fazendo Brasil 2x1.

O gol fez com que o Japão saísse para o ataque e se abrisse para os contra ataques. Foi tudo o que o Brasil pediu, para poder sacramentar a classificação. Aos 9 minutos, Lucio desarmou Tsubasa e tocou a Edmilson no meio. O camisa 5 inverteu para Juninho na meia esquerda, que procurou Rivaldo mais à frente. O camisa 10 foi tabelando com Romário até receber o passe derradeiro na entrada da área. Com um toque de categoria, Rivaldo chutou por cima de Wakabayashi e levou o Brasil às semifinais: 3x1.

O Japão mostrou valentia, mas não foi páreo para o Brasil, que mostrou qualidade e organização sob o comando de Dorival Junior. A mudança de esquema levou a equipe a ter mais posse de bola e variação de jogadas.

ARGENTINA 4x1 HOLANDA

A eterna crise política que habita a AFA era o maior entrave à seleção, que tentava reinicar o ciclo mundial após o quinto lugar na Copa do Mundo. Após o torneio, Argentino e Recoba foram demitidos, com Alfio Basile sendo anunciado como novo treinador. Dias antes de sua apresentação, uma reviravolta política aconteceu e a AFA anunciou que ele não seria mais treinador, mas auxiliar técnico de Carlos Bianchi. A mudança gerou mal estar entre os dirigentes, o treinador e os jogadores. Para piorar, Abbondanzieri só se apresentou na concentração horas antes do jogo. Pode piorar? Claro que pode, pois a Argentina enfrenta a Holanda, que fez ótimas partidas durante a semana, na FMN e mostra que o futebol que a levou a ser considerada favorita na Copa do Mundo está de volta, no lugar do decepcionante sétimo lugar no torneio.

Mas foi só a bola rolar para tudo se desfazer. A Argentina dominou a partida desde o início, com organização tática, jogadores empolgados e muita troca de passes. A equipe sufocou a Holanda desde o início e os europeus aceitaram passivamente, parecendo cansados da grande exibição durante a semana.

A Argentina abriu o placar aos 4 minutos, quando Zenden tentou ir ao ataque, mas perdeu a bola para Gabriel Milito. O camisa 6 abriu a Vangioni na esquerda, que deu ótimo passe em profundidade para Dario Conca. O camisa 8 invadiu a área pela esquerda e, surpreendendo a todos, cruzou para o segundo pau, onde Di Maria só teve que empurrar para o gol e sair para o abraço: Argentina 1x0.

A Holanda tentou empatar na saída de bola, mas acabou perdendo e a Argentina reiniciou o massacre, com tramas envolventes. Aos 6 minutos, foi a vez de outro criticado da torcida, Mascherano, reiniciar a jogada, dando passe em profundidade para Conca. Desta vez pela direita, o camisa 8 avançou sem marcação e, da entrada da área, trouxe para o pé esquerdo e chutou cruzado, sem chances para Van Der Sar, fazendo Argentina 2x0.

Com tamanha vantagem no marcador e o adversário batido, os argentinos começaram a cometer o recorrente erro de acharem a fatura liquidada e, com isso, começaram a dar espaços à Holanda. Assim, aos 9 minutos, Van Bronckhorst teve liberdade para avançar pela esquerda, ir ao fundo e cruzar na medida para Zenden completar de cabeça do segundo pau e fazer Holanda 1x2.

No intervalo, Bianchi parecia feliz,, mas demonstrava seriedade ao pedir que os argentinos continuassem a pressionar. Pensou em tirar Messi, mas acabou optando por Alario. Além dele, Demichelis sairia e, em seus lugares, Kranevitter e Tevez entrariam, tornando o time mais leve e veloz. Já Cruyff tinha muitas opções para tirar, uma vez que seu time não jogava absolutamente nada. Optou por Numan e Kluivert e, em seus lugares, entraram Triton e Jordi Cruyff. Zenden passaria a jogar de centroavante.

Carlos Bianchi mostrou ser um estrategista que sabe tomar a decisão certa. Com mais espaços no segundo tempo para buscar os contra ataques, Tevez tomou conta do campo de jogo, atuando em velocidade e procurando espaços para seus companheiros. Messi também cresceu e apareceu no jogo, atuando no campo de ataque o tempo inteiro.

Aos 3 minutos, Stam fez uma falta completamente despropositada em Tevez, no bico direito da grande área. Messi cobrou com maestria, por cima da barreira e do goleiro, mas não do gol. A Argentina abria 3x1.

Aos 6 minutos, Messi fez nova grande jogada, tabelando com Tevez e recebendo de volta dentro da área. Com um toque para o lado, fez a bola passar por Van Der Sar, mas o goleiro, atabalhoado, acabou derrubando o camisa 10. O próprio Messi cobrou o pênalti no canto direito do goleiro holandês, que se esticou, mas não achou: Argentina 4x1.

Os jogadores mostraram que são alheios a qualquer crise política, enquanto Bianchi mostrou que suas escolhas foram acertadas. A Argentina goleia e avança, enquanto a Holanda parecia ter sentido o cansaço de jogar em alto nível durante a semana.

NOTAS RÁPIDAS

  • A Copa do Rei segue neste domingo, com as semifinais, que garantem um duelo Europa x América do Sul na final. Inglaterra e Alemanha fazem a primeira semifinal, enquanto Brasil e Argentina fazem a segunda.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Copa do Rei 2018 - Quartas de Final - 07/09/2018

Feriado de sete de setembro, dia da Independência do Brasil. Um lindo dia de céu azul e vento gelado varrendo Niterói e o público se dirigindo em grande número ao Itaquá Dome, para assistir o início da Copa do Rei 2018. Após a Copa do Mundo, as seleções voltam a disputar um torneio, cujo ganhador não levará um troféu, mas uma bandeira, que ostentará até a próxima edição. Patrocinada pela Liga dos Reinos, a Copa do Rei homenageia os monarcas daquela Liga. No campo de jogo, os atletas mostram toda a sua majestade.

Na Copa do Rei, as oito seleções se enfrentam em partidas eliminatórias, em jogo único. Venceu, avança; perdeu, dá adeus à competição. Empate leva a partida para os pênaltis. Este jogo marca algumas mudanças na FIFUBO daqui por diante. Com os novos árbitros contratados, decidiu-se que a Copa do Rei será a despedida dos árbitros que estiveram na Federação desde sua criação, uma forma de prestar uma homenagem àqueles que marcaram época. Também há a estreia dos novos bancos de reserva do Itaquá Dome.

Membros da Liga dos Reinos, na Tribuna de Honra do Itaquá Dome
 Antes do jogo, a Marinha e o Exército reais fizeram um desfile no gramado do Itaquá Dome, em homenagem ao sete de setembro. Tradição no país, a parada militar deu as caras aqui também.

Membros da Marinha e do Exército reais desfilando no gramado do Itaquá Dome
Com toda essa pompa e o estádio lotado, só faltavam os atletas começarem seu espetáculo. E que espetáculo eles entregaram aos torcedores!
Camarões e Inglaterra fizeram o primeiro jogo do torneio

CAMARÕES 0x4 INGLATERRA

Após estrear com derrota para o Japão em amistoso (0x2), o novo treinador de Camarões, Zlatko Dalic, tem muito trabalho pela frente para melhorar a situação do oitavo e último colocado na Copa do Mundo. O esquema 4-5-1 está mantido, mas Oman Biyik não é mais o centroavante titular, dando lugar a Roger Milla. O problema é que, do outro lado, está a equipe que os derrotou na Copa (4x1) e em franca ascensão. Após o terceiro lugar na Copa, a Inglaterra trocou a comissão técnica. O novo treinador é Alex Ferguson e seu auxiliar, Kevin Keegan. Na quarta feira, a equipe disputou algumas partidas na FMN e impressionou o novo comando técnico, principalmente no primeiro jogo, em que venceu por 6x2, com hat trick de Michael Owen. Tamanha empolgação se justifica, os ingleses são favoritos ao título.

O favoritismo mostrou-se acertado desde o início. Os ingleses dominaram o jogo desde o pontapé inicial e, com uma variedade enorme de jogadas, rondou a área de Camarões o tempo inteiro, mas as conclusões não encontravam as redes. Owen e Rooney mandaram bolas na trave e Lampard obrigou Nkono a fazer ótimas defesas, até o placar finalmente ser inaugurado.

Aos seis minutos, Ferdinand desarmou Mfede e tocou a Joe Cole na meia esquerda, ainda no campo de defesa. O camisa 11 arriscou um longo lançamento para o outro lado e encontrou Beckham livre na direita, próximo à entrada da área. O camisa 7 dominou a bola, trouxe pro chão, avançou até a entrada da área e chutou em curva, com perfeição, para vencer Nkono e fazer Inglaterra 1x0.

Preocupado com o pouco rendimento de sua equipe, Dalic resolveu mudar o esquema no intervalo. Sacou Ebwelle e Pagal para colocar Ndip e Oman Biyik, passando para o 4-4-2 losango. Já Alex Ferguson, contente com o rendimento de sua equipe, resolveu fazer experiências. Tirou Ashley Cole e Rooney (que já tinha cartão amarelo) e colocou Carragher e Crouch. Carragher faria a lateral direita e Bridge, a esquerda.

As mudanças de Ferguson surtiram efeito logo na saída de bola. Lampard e Crouch fizeram uma mistura de 'toca y me voy' com 'figura 8', com Lampard começando o 'toca y me voy' e correndo para a meia direita. Quando Crouch lhe passou a bola, ao invés do camisa 8 continuar em frente, deu um toque para trás. Crouch passou por trás de Lampard, se aproveitou do meiocampista puxar a marcação e, livre da entrada da área, acertou um lindo chute cruzado para vencer Nkono e fazer Inglaterra 2x0, aos 30 segundos.

Com dois gols de desvantagem e completamente desorganizado, o time de Camarões não fez mais nada no jogo. A equipe não conseguia dar sequência aos lances e via os ingleses, com muita calma, darem um espetáculo de variações de jogadas. A fragilidade do adversário era latente, mas a organização dos ingleses sob a batuta de Ferguson é visível. A equipe tem um esquema bem definido e entrosamento suficiente para fazer as jogadas.

Aos 7 minutos, um lindo chute de Joe Cole obrigou Nkono a fazer ótima defesa e mandar a córner. Beckham cobrou para Owen, que cabeceou próximo à trave direita. Nkono, ao tentar chegar na bola, empurrou Joe Cole e o árbitro José Roberto Wright marcou pênalti. Beckham cobrou rasteiro no canto direito e Nkono foi para o lado oposto: Inglaterra 3x0.

Foi só a partir daí que Camarões começou a tentar alguma coisa, se lançando ao ataque com mais peças e, neste momento, quem começou a brilhar foi Paul Robinson. Roger Milla, Mfede, Mbouh e Makanaky bem que tentaram, mas o goleiro inglês brilhou com ótimas defesas e, já nos acréscimos, conseguiu afastar um cruzamento, que caiu aos pés de Lampard. Com um ótimo passe na direita, o camisa 8 encontrou Owen, que avançou sem oposição, invadiu a área e tocou na saída de Nkono para dar números finais ao confronto: Inglaterra 4x0.

Camarões mostra que ainda tem muito trabalho pela frente para ser, no mínimo, competitivo. Já a Inglaterra mostra toda a sua força e arranca um sorriso de seu novo treinador.

ALEMANHA 2x2 FRANÇA

Duas decepções na Copa do Mundo voltavam a se enfrentar aqui, na Copa do Rei. Na última rodada do grupo A, Alemanha e França empataram em 3x3 e, com o resultado, a Alemanha avançou às semifinais. O desempenho pífio naquela fase, no entanto, coloca um enorme ponto de interrogação na seleção alemã. Derrotada pelo Japão nas semifinais (0x3) e pela Inglaterra na disputa do terceiro lugar (0x4), o time alemão terminou a competição em quarto lugar, com a sensação de que não se importou muito com a competição. Já a França, campeã da Jarra Tropon, deu uma decepção maior ainda aos seus torcedores, com a eliminação na primeira fase e o sexto lugar na classificação final. François Zidane e Paulo Miranda deixaram o comando da equipe e, em seus lugares, assume Sam Allardyce, com David Moyes ficando como seu auxiliar. De estilo sisudo, Allardyce é adepto de marcação em cima, com dois ou mais jogadores sufocando o adversário e saindo rápido para o contra ataque. Disciplinador forte, Allardyce garante que fará os jogadores desinteressados jogarem.

Realmente, a chegada do novo treinador fez bem ao ambiente francês. Os jogadores marcaram em cima os adversários, sempre com alguém na sobra. O sufoco levava o adversário ao erro e, quando a bola era recuperada, a França saía em velocidade para o ataque. Foi preciso um minuto para Thuram e Djorkaeff cercarem Podolski para Deschamps recuperar a bola e lançar Guivarch na direita. O camisa 9 avançou em diagonal e, com um toque colocado, mandou a bola no ângulo oposto de Neuer, fazendo França 1x0.

Allardyce aplaudia seus jogadores enquanto a Alemanha dava a saída de bola. Muller fez o 'toca y me voy' com Kroos, recebeu na meia esquerda, fez um belo giro e acertou um chute forte no canto de Barthez, para empatar o jogo aos dois minutos: Alemanha 1x1.

O jogo ficou bom após os dois gols. As equipes marcavam bem e criavam também, obrigando os dois goleiros a ótimas defesas. Mas a igualdade se manteve até o primeiro tempo se encerrar. No intervalo, Matthaus tirou Kroos e Klose para colocar Draxler e Gotze. Allardyce mostrou que não tem medo de barrar estrela se ela não estiver brilhando. Tirou Zidane e Henry e colocou Pires e Trezeguet. Pires perdeu a titularidade quando falhou no último lance do jogo na fase de grupos da Copa do Mundo. Sua falha no bico esquerdo da área, permitiu Mario Gotze marcar e levar a Alemanha às semifinais.

O jogo continuou bom após o intervalo. As duas equipes montaram boas jogadas, mas os goleiros continuavam a manter o placar em 1x1. Nessas horas, o acaso entra em campo e muda tudo. Aos 5 minutos, Podolski tentou chegar em uma bola na área francesa e fez falta quadrupla, levando o cartão vermelho direto. Além de deixar a Alemanha com um a menos, conseguiu uma suspensão de dois jogos, que o deixa de fora do restante da competição, caso sua equipe avance.

Desailly repôs a falta no meio para Deschamps, que procurou Djorkaeff na meia direita. O camisa 6 deu ótimo passe em profundidade para Guivarch, exatamente onde Podolski deveria estar. O camisa 9 recebeu livre, avançou até a entrada da área, deu um drible desmoralizante em Badstuber e, com um lindo toque de cobertura, venceu Neuer e fez França 2x1.

Tudo funcionava perfeitamente para a seleção francesa. Com um a mais em campo, vantagem no placar, adversário desmotivado... a França se soltava em campo e se fartava de perder oportunidades. Allardyce gritava da beira do campo, para seus jogadores não perderem a concentração. O treinador sabia uma regra antiga da FIFUBO, que os jogadores pareciam ignorar: a do time com um a menos em campo.

Outra coisa que os jogadores pareciam ignorar era a própria História. Aos 9 minutos, Gotze tentou alcançar a bola e fez falta em Blanc no bico esquerdo da área francesa. Djorkaeff veio lá do campo de ataque para a cobrança, gastando muito tempo. Tocou para Blanc e já saiu pro jogo, mas o camisa 5 não prestou atenção e a bola passou por ele, sobrando para Thomas Muller. O camisa 13 chutou de primeira, de trivela, e acertou lindo chute em curva que venceu Barthez, fazendo Alemanha 2x2 e levando a partida para os pênaltis.

Na segunda série de penalidades, Pires cobrou na trave esquerda de Neuer, deixando a Alemanha com 2x1 no placar. Na série seguinte, Barthez fez a parte dele ao defender a cobrança de Draxler, enquanto Deschamps deixava tudo igual. Na sequência, enquanto Gotze acertava o ângulo de Barthez, Neuer se esticava todo para defender a cobrança de Djorkaeff. Assim, restou a Schweinsteiger deslocar Barthez na cobrança seguinte e classificar a Alemanha às semifinais, por 4x2.

Enquanto os alemães celebravam a quase impossível classificação, Sam Allardyce destilava mau humor contra seus comandados que, com nova demonstração de soberba, perderam mais uma oportunidade de fazerem valer seu favoritismo.

NOTAS RÁPIDAS


  • As quartas de final prosseguem neste sábado, com Japão x Brasil e Argentina x Holanda. Se tudo der certo, as semifinais são no domingo.
  • O milestone da rodada vai para Michael Owen. Ao marcar contra Camarões (ajudado pelo hat trick na quarta-feira), ele chegou a 10 gols com a camisa da Inglaterra.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Arte e botões - Forças Armadas - 06/09/2018

Antecipando em alguns dias a postagem da semana por motivos de: amanhã é feriado! E, também, por motivos de: a FIFUBO terá um torneio durante o feriado! Sim, depois da Copa do Mundo, as seleções voltarão a campo nestes três dias e no final de semana que vem para a disputa da Copa do Rei. Por isso, de sexta a domingo, teremos postagem sobre o campeonato. Para não ficar sem arte nesta semana, vamos preparar algo especial, com mais uma história especial.

Amanhã é feriado de sete de setembro, dia da Independência. As Forças Armadas fazem desfiles nas principais cidades do país e todos saem às ruas para ver nossos militares e, também, para uma demonstração de patriotismo. A primeira parte desta postagem está explicada, vamos fazer um time de cada braço das Forças Armadas.

A segunda parte é o que eu chamo de "Projeto Perebas". Como todo bom amante do futebol, sinto falta daquela pelada semanal, de juntar os amigos e deixar a bola rolar. Como não faço mais no futebol, tive uma ideia de fazer isso com os botões e foi daí que nasceu o dito Projeto. A ideia inicial era fazer, no mínimo, 3 times completos (3 goleiros, 3 laterais direitos, 3 esquerdos, 6 zagueiros, 6 volantes, 6 armadores, 3 atacantes de velocidade e 3 centroavantes), escolher um dia da semana para fazer a pelada dos Perebas e, no dia, sortear com um dado de 4 lados o time em que cada jogador ficaria. Por exemplo: pegava um dos goleiros, jogava o dado, via o número que caía (o 4 não valeria) e, dependendo do número, ele ficaria no primeiro, segundo ou terceiro times. Fazia isso com todos os botões e começava a jogar o time 1 contra o 2, 10 minutos ou dois gols. O perdedor saía e o time 3 entrava. E assim ia rolando a pelada, tal qual fazemos no futebol.

A diferença do Projeto Perebas para a pelada comum que fazemos é que os botões seriam decorados com jogadores profissionais. Não necessariamente os maiores craques do futebol brasileiro, mas também não necessariamente os piores jogadores, dos times mais fracos. Como era muito difícil arrumar volantes que me agradassem e para dar um ar mais descontraído ao jogo, resolvi colocar alguns jogadores de futsal na brincadeira. A ideia é fazer como se os jogadores profissionais se reunissem para uma pelada semanal, como qualquer grupo de amigos faz.

Até hoje, não tive tempo (nem dinheiro) para fazer os jogadores, cada um com uma camisa e escudo de um time. Mas como o sete de setembro está chegando, resolvi sortear os jogadores e colocá-los nas Forças Armadas, como se estas tivessem seus times de futebol. Vamos ver se ficou legal...


A Aeronáutica tem um time leve, com dois laterais pequenos e habilidosos do porte de Pikachu e Junior. A zaga, boa no jogo aéreo, leva Victor Ramos e Rever. Os volantes são leves e bons no passe, como Paulo Miranda e Fabrício. Ganso é lento, mas bom de passe e Marlone, habilidoso, consegue levar a bola ao ataque. Lá na frente, Kelvin joga pelas pontas, em velocidade. E Luizão completa para o gol. No gol, Jefferson é a garantia de voos capazes de fechar o gol.


O Exército tem um time sólido. Marcos é a muralha lá atrás. As laterais têm dois jogadores fortes, de boa marcação, como Nei e Fabrício. Na zaga, Antonio Carlos e Juan são jogadores altos, mas ágeis. A dupla de volantes é de respeito, com duas lendas do futsal: Fininho e Manoel Tobias. Na armação, Alex é o grande líder desse time (e da pelada). Sua habilidade é tanta que a equipe se dá ao luxo de ter Toró completando a parte ofensiva do meio. No ataque, Maykon Leite é o nome para tentar abrir caminho nas trincheiras inimigas e o Imperador Adriano se ocupa de marcar os gols.

A Marinha tem um time equilibradíssimo, começando por Dida no gol, impedindo que a sua meta seja vazada. As laterais possuem dois jogadores técnicos, aliando a juventude de Claudio Winck com a experiência de Juan. Na zaga, enquanto Léo Silva garante as coisas por cima, Luan garante por baixo. A dupla de volantes também se completa, com Dudu Cearense trazendo a experiência do futebol para ajudar Schumacher e sua experiência no futsal. No meio, Douglas é quem dita o ritmo da Nau, deixando para Marcelinho Paraíba encostar no ataque, onde Robinho é o toque de habilidade e Neto Berola, o responsável pelos gols.

Uma parada de sete de setembro na mesa, com esses jogadores em campo, seria muito interessante de se ver e jogar. Espero, com esse Projeto Perebas, incentivar outras pessoas a fazerem seus times de pelada também. Com os botões personalizados que tenho, de seleções, já andei fazendo algumas peladas misturando vários deles e posso dizer que é uma brincadeira bem divertida.