terça-feira, 28 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Oitava Rodada - 28/03/2017

Pequenos problemas técnicos impediram o encerramento da primeira rodada do returno no domingo e na segunda. Então, a tarde de terça-feira foi a data escolhida. O dia chuvoso e no meio da semana impediram o Itaquá Dome de receber um bom público, mas os torcedores que compareceram ao estádio foram surpreendidos com os dois jogos disputados. Vamos a eles!

VELEZ SARSFIELD 1x3 HURACÁN

Segundo colocado ao final do primeiro turno, tendo perdido somente na última rodada (1x3 River), o Velez era amplo favorito. A ordem de Tripa Seca é não perder pontos para equipes abaixo da zona de classificação. Último colocado na virada do turno, o Huracán era o único time que ainda não tinha vencido. A classificação é muito difícil, mas os jogadores colocaram na cabeça que é ir jogo a jogo, subindo aos poucos e tentar um milagre. A ordem de Sr Rabina é consertar primeiro a defesa e, depois, partir para o meio e o ataque. No turno, Huracán 3x3 Velez.

Quando a bola rolou, parecia que a tabela estava de ponta cabeça. O Velez errou logo no início. Insua tocou a Claudio Hussain e correu para receber de volta. O camisa 8 se atrapalhou com a bola e Villarruel deu um bico. A bola bateu em Hussain e saiu em lateral, que Minici cobrou rapidamente a Masantonio. O camisa 10 rolou na esquerda e Centurión correu, recebendo na intermediária e avançando até a entrada da área, de onde desferiu belo chute e fez Huracán 1x0, logo aos 30 segundos.

O gol relâmpago assustou o Velez, que tentou se organizar. Mas a equipe não conseguia e era dominada pela defesa do Huracán sem dificuldades. O Huracán, por sua vez, assim que conseguia recuperar a bola, saía rapidamente em contra ataque e aumentou a vantagem aos 3 minutos. Após Minici roubar bola que iria para Dario Hussain, a equipe saiu rápido e Masantonio rolou na esquerda a Centurión. O camisa 8 fez um salseiro, mas Juan Sabia deu um carrinho e mandou a lateral. Walter Ferrero cobrou e Centurión invadiu a área pela diagonal, chutando cruzado e fazendo Huracán 2x0.

A expulsão de Islas, aos 7 minutos, poderia ter complicado a situação. O goleiro tocou com a mão fora da área e, no sorteio, Milano foi escolhido para sair em seu lugar e cumprir a suspensão de um jogo. Na cobrança em dois toques, Dario Hussain tocou a Insua, que recuou a Claudio Hussain, para chutar para fora. O camisa 8 era muito vaiado pela torcida...

A situação poderia ficar pior para o Velez aos 9 minutos. Juan Sabia tentou proteger a bola para sair jogando, mas deu uma cotovelada em Cigogna. Pênalti que o próprio Cigogna cobrou no canto esquerdo, mas Sosa voou e fez a defesa. Foi o segundo pênalti seguido que o mito perdeu...

No intervalo, Tripa Seca tentava recolher os cacos. Tirou o criticadíssimo Claudio Hussain e Turco Assad para colocar Cubero e Lucas Pratto. Já Sr Rabina tratou de melhorar a defesa, tirando Villarruel e colocando Erramuspe.

O Velez continuou jogando muito mal e errando tudo o que tentava. Lucas Pratto perdia bolas incríveis e irritava a torcida. Já o Huracán tocava, à espera de uma brecha para fazer mais um. Aos 4 minutos, em nova bela jogada de contra ataque, a vitória foi assegurada. Alexis Ferrero roubou de Lucas Pratto e inverteu para Minici. O camisa 6 tocou mais à frente para Ruben Masantonio, que deu lindo passe em profundidade para Centurión na esquerda. O camisa 8 recebeu já dentro da área e acertou o ângulo de Sosa para fazer seu hat trick: Huracán 3x0.

Com o terceiro gol, as duas equipes relaxaram de vez. O Velez já contabilizava sua segunda derrota seguida e o Huracán celebrava o primeiro triunfo no campeonato. Com o jogo desinteressante, o Velez encaixou uma única jogada aos 8 minutos, quando Emiliano Papa foi ao fundo e cruzou rasteiro para Lucas Pratto chutar de primeira e vencer Islas. Mas já era tarde: Velez 1x3.

Destaque do jogo: Centurión. Com um hat trick, o camisa 8 coroou uma partida memorável de sua equipe. A defesa estava bem postada e o Velez não ameaçava, então Centurión se lançou como elemento surpresa e, graças à má fase de Cigogna, conseguiu marcar três vezes e levar seu time a vencer pela primeira vez no campeonato.

RACING 5x2 ESTUDIANTES

Escolado com o problema do Velez, Paralelo pediu atenção aos seus jogadores. A primeira meta o Racing conseguiu (virou o turno na zona de classificação), agora é ir subindo posições para conseguir a classificação e vantagem nos playoffs. Já o Estudiantes queria manter seu estilo de jogo, embolando o meio de campo e saindo em contra ataques letais. A ideia era repetir o que o Huracán fez no jogo anterior e tentar um triunfo para embolar o campeonato de vez. No primeiro turno, Estudiantes 2x3 Racing.

O jogo foi o melhor do dia, com as duas equipes procurando impor seu estilo. Aos poucos, o Estudiantes foi embolando o meio de campo e dificultando as coisas pro Racing. O primeiro gol saiu logo aos 2 minutos, em cobrança de tiro de meta de Andujar. Leandro Benítez recebeu e recuou para Verón, que estava de frente pro lance. Com um passe de precisão cirúrgica, o camisa 11 encontrou Mauro Boselli livre dentro da área e o camisa 9 só precisou tocar na saída de Saja e fazer Estudiantes 1x0.

O gol já seria uma bênção ao time de La Plata, mas a partida ainda iria melhorar para eles. O Racing tentou sair jogando e se atrapalhou ante a marcação do Estudiantes, que encaixou um contra ataque veloz. Lá de trás, Federico Fernandez tocou a Marco Rojo na esquerda e o camisa 6 tocou a Leandro Benítez. O camisa 8 tocou a Verón, recebeu de volta e os dois foram tabelando pela esquerda, até que Benítez recebeu no bico da área, deu uma entortada em Gamboa e chutou cruzado, fazendo Estudiantes 2x0.

A partida era a dos sonhos do Estudiantes, mas iria se tornar um pesadelo assim que o Racing acordasse. Aos 7 minutos, Quiroz roubou bola de Gastón Fernandez e o camisa 10 lhe fez falta, na intermediária defensiva do Racing. Enrique tocou a Gamboa, que abriu na direita para Diego Capria. O camisa 2 deu um ótimo passe em profundidade e Pelletieri recebeu próximo à entrada da área, pelo lado direito. Com um belo chute cruzado, o camisa 7 venceu a marcação de Andujar e fez Racing 1x2.

O gol empolgou de vez a equipe de Avellaneda, que apertou a marcação para recuperar a bola. Aos 9 minutos, Verón tentou criar uma jogada na entrada da área, mas Quiroz roubou dele e tocou na esquerda para Enrique. O lateral recuou para Pocchetino, que tocou mais à frente para Quiroz, que recuou a Saja. Enquanto os torcedores vaiavam, o goleiro jogava na intermediária de ataque para Ruben Capria. Marcado por 2, o camisa 10 deu um espetacular passe para Pelletieri, que recebeu sem oposição, avançou até a entrada da área e chutou na saída de Andujar, fazendo Racing 2x2.

Só esse primeiro tempo já seria impressionante, mas a jogada de mestre se daria no segundo tempo. Paralelo tirou Quiroz e Latorre e colocou Fariña e Hauche. Já Cristaldo sacou Rodrigo Braña e Gastón Fernandez para colocar Mathias Sanchez e Hernán Rodrigo Lopez.

Paralelo foi muito criticado, pois Quiroz fazia boa partida na cabeça de área e Fariña é um volante mais adiantado. Mas foi por adiantar a marcação que ele impediu Verón e Benítez de tabelarem e ganhou o meio de campo. Com essa mudança, o Racing dominou o jogo e se aproveitou do cansaço do Estudiantes para conseguir a virada.

Aos 5 minutos, Fariña se adiantou e interceptou passe que ia para Leandro Benítez, tocando na esquerda para Enrique. O camisa 3 avançou pelo meio de campo e Hauche pediu a bola desesperadamente na esquerda. Mas Enrique fez uma jogada de gênio ao inverter a bola para a direita, onde Acosta estava. Livre, o camisa 9 matou a bola dentro da área e chutou quando Andujar tentava fechar o ângulo, para virar o jogo para sua equipe: Racing 3x2.

O gol fez o Estudiantes se desesperar e partir para tentar o empate. Mas seus jogadores correram muito no primeiro tempo e cansaram. Além disso, Fariña ganhava tudo na entrada da área e reiniciava as jogadas com tranquilidade. Assim, aos 7, o camisa 12 voltou a ganhar a bola e passar na esquerda para Enrique. O camisa 3 tocou a Hauche na ponta e o camisa 13 deu um toque de primeira para Martin Simeone, para evitar a marcação. Simeone recebeu livre, avançou pela esquerda e, quando Desábato chegou para marcá-lo, o camisa 8 trouxe a bola pro pé direito e chutou no corredor. A bola entrou no cantinho de Andujar e o Racing ampliou: 4x2.

Com a vitória assegurar e o oponente exausto, o time do Racing tocou a bola e sua torcida delirava com o bom jogo. Ainda teve tempo de marcar mais um, após cobrança de escanteio, aos 9 minutos. Saja saiu do gol e pegou a bola, reiniciando na entrada da área para Fariña. O camisa 12 tocou mais à frente para Ruben Capria, que tocou mais à frente para Pelletieri. O camisa 7 recuou a Diego Capria, que tocou mais à frente para seu irmão, Ruben. O camisa 10 deu lindo passe na direita para Acosta e o camisa 9 recebeu sem marcação, já dentro da área, para completar a jogada com belíssimo chute no ângulo de Andujar e fazer Racing 5x2.

Destaque do jogo: Agustin Pelletieri. A equipe do Racing fez uma partida maravilhosa e conseguiu uma virada espetacular, depois de estar perdendo por 2x0. A mudança de Paralelo foi crucial. Fariña entrou muito bem e dominou as ações defensivas; Ruben Capria apareceu com essa mudança e ditou o ritmo do meio de campo; Martin Simeone também apareceu com essa mudança e ajudou Ruben Capria nas ações ofensivas; Enrique apoiou pela esquerda; Diego Capria apoiou pela direita; Acosta fez sua função de centroavante e marcou duas vezes. Mas nada disso teria acontecido se Pelletieri não chamasse para si a responsabilidade quando o time perdia o jogo. O camisa 7 se multiplicou em campo, defendendo, armando e atacando. Aparecei como elemento surpresa duas vezes no primeiro tempo e empatou a partida. No segundo, ocupou o meio de campo e ajudou a desafogar a equipe.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 19 pontos
2° Racing - 15 pontos
3° Boca Juniors - 13 pontos
4° Independiente - 12 pontos, 20 gols pró
5° Velez Sarsfield - 12 pontos, 19 gols pró
6° Huracán - 7 pontos
7° Estudiantes - 6 pontos
8° San Lorenzo - 5 pontos

ARTILHARIA

1° David Trezeguet (River Plate) - 15 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 8 gols
3° Juan Roman Riquelme (Boca Juniors) - 7 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Durante a rodada, a direção da FIFUBO se reuniu e, diante das novas regras de sorteio de árbitros (o mesmo árbitro ou auxiliar não pode estar em campo duas vezes na mesma rodada), ficou decidido que uma eventual punição não será por jogos, mas sim por rodadas. Assim, um árbitro ou auxiliar pode ser suspenso por até 3 rodadas, se condenado pelo TJB.
  • Ao final da rodada, em sessão no TJB, o árbitro Wilson Neca foi absolvido da acusação de irregularidades na súmula da partida Boca Juniors 4x3 Independiente.

sábado, 25 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Oitava Rodada - 25/03/2017

O primeiro turno se encerrou, a FIFUBO descansou uma semana e voltou com todo o gás para a abertura do returno neste lindo dia de sábado. O Itaquá Dome lotou novamente, para ver grandes jogos. Vamos a eles!

BOCA JUNIORS 4x3 INDEPENDIENTE

Crise é uma palavra que acompanha o Boca Juniors. Após encerrar o primeiro turno fora da zona de classificação (em quinto), os bastidores começaram a esquentar, rumorando a demissão de Madeirite e a contratação de um novo treinador. A diretoria não mente nem desmente e o treinador, neste ambiente hostil, tenta montar alguma coisa que funcione. O Independiente também não tem muito o que comemorar. Em uma campanha de altos e baixos, o time de Avellaneda fechou o turno na zona de classificação (em terceiro), mas com uma campanha muito aquém do que se espera de um time apto a disputar o título. No primeiro turno, Independiente 0x4 Boca Juniors.

A partida foi de baixo nível técnico. Disputada de intermediária a intermediária, tinha poucos lances de emoção, com o Independiente dominando um pouco, mas sem conseguir chegar ao gol adversário. Porém, aos 4 minutos, a partida ficou eletrizante. Após uma cobrança de tiro de meta de Abbondanzieri para Riquelme no meio, a bola quicou e o camisa 10 viu Gracián se aproximando. Sem pensar duas vezes, Riquelme chutou de primeira, a bola ganhou altura e morreu no fundo do gol de Navarro: Boca 1x0.

Na saída de bola, aos 5 minutos, o Independiente conseguiu o empate, em bela jogada ensaiada. Gracián tocou a Busse e correu para a direita, chamando a marcação. O camisa 7 trouxe para o outro lado e passou na esquerda. Tuzzio apareceu de surpresa, ganhou no corpo de Ibarra e chutou cruzado, sem chances para Abbondanzieri, fazendo Independiente 1x1.

Na saída de bola, aos 6, o Boca voltou a ficar em vantagem. Riquelme fez o 'toca y me voy' com Cagna, recebendo do camisa 8 já na meia lua. O camisa 10 driblou Navarro e empurrou para o gol vazio, fazendo Boca 2x1.

Na saída de bola, aos 7, o Independiente voltou a empatar. Desta vez, Gracián tocou para Busse e recebeu de volta, do bico da área e de costas pro gol. O camisa 19 fez bonito giro, que matou a marcação de Schiavi e, com um belo chute no ângulo, venceu Abbondanzieri e deixou tudo igual: Independiente 2x2.

A partir daí, as duas equipes começaram a marcar melhor, para evitar que o jogo virasse um gol a gol. O Independiente voltou a criar, sem concluir bem e, com isso, o Boca se aproveitou. Mesmo jogando mal, a equipe tinha as jogadas ensaiadas para chegar ao gol. E assim foi aos 10 minutos, quando Abbondanzieri cobrou tiro de meta no meio para Cagna e o camisa 8 deu lindo passe em profundidade para Palacio. O camisa 19 invadiu a área pela ponta e deu um chute incrível, no ângulo oposto de Navarro, para fazer Boca 3x2.

A vitória parecia sorrir para o time de Buenos Aires, ao menos ao término do primeiro tempo. Mas Serna fez lambança ao tentar desarmar Parra e fez falta no camisa 17 na entrada da área. Gracián cobrou com extrema categoria e a bola entrou no ângulo de Abbondanzieri: Independiente 3x3.

No intervalo, Madeirite não perdoou o erro de Serna, sacando-o ao lado de Palermo (que tinha cartão amarelo) e colocando Battaglia e Viatri. Schiavi passaria a ser o capitão. Já Bayer, percebendo o cansaço de sua equipe, sacou Matheu e Facundo Parra para colocar Acevedo e Gandin.

O jogo reiniciou melhor para a equipe do Boca. Cansado e desorganizado, o Independiente nada criava. Assim, a equipe xeneize avançou a marcação de dominou as ações. Foi assim que chegou à vitória, aos 2 minutos. Sem ter a quem marcar, Escudero foi ao ataque e iniciou uma blitz com Riquelme, Cagna, Ibarra e Palacio. Após algumas bolas afastadas da área e defesas de Navarro, a bola sobrou para Palacio, que surpreendeu a todos tocando na direita para Escudero. A marcação estava nos jogadores de ataque dentro da área, mas o defensor invadiu pela ponta e chutou cruzado, sem chance para Navarro, fazendo Boca 4x3.

A situação poderia ficar muito ruim no minuto seguinte, quando Escudero trombou com Abbondanzieri e o goleiro tocou na bola fora da área, recebendo o cartão vermelho. Palacio foi o escolhido para sair e cumprirá suspensão automática na próxima rodada. Mesmo assim, o Independiente não aproveitou a superioridade numérica e o Boca segurou a vitória.

Destaque do jogo: Juan Roman Riquelme. Atuando com liberdade, o camisa 10  foi o grande nome do jogo. Marcou dois gols e foi peça fundamental para a vitória de sua equipe.

SAN LORENZO 0x3 RIVER PLATE

Após algumas críticas, Nilson adotou de vez o 4-3-3 e fez o San Lorenzo ganhar mais ritmo de jogo. Mesmo assim, a equipe virou o turno na sétima e penúltima posição, com 5 derrotas em 7 jogos. Desta vez, o treinador ousou. Criticado por usar o 4-4-2 losango no turno, ele resolveu que a melhor defesa é o ataque e colocou o time no 4-3-3, com Buffarini e Piatti como volantes. Já o River navega em mares calmos e limpos. Líder ao final do primeiro turno, melhor ataque e melhor defesa, ainda se dá ao luxo de ter o artilheiro e melhor jogador do campeonato. No primeiro turno, River 5x0 San Lorenzo.

O River dominou do início ao fim e abriu o marcador logo a um minuto. Após tiro de meta, o San Lorenzo iniciou uma boa tabela na frente, mas Raul 'Pipa' Estevez não conseguiu dominar a bola e Berizzo roubou, tocando a Barrado. O camisa 19 tocou no meio a Gallardo, que abriu na ponta para Buonanotte. O camisa 30 tocou mais à frente, no meio, e encontrou Trezeguet. Sem ninguém à sua frente, o camisa 7 invadiu e chutou na saída de Migliore, para fazer River 1x0 na sua jogada mais tradicional.

O San Lorenzo tentou sair para o ataque, mas o River marcava bem, saindo em velozes contra ataques. Mas somente aos 6 é que o contra ataque encontrou as redes. Romagnoli pediu na ponta e o passe foi em sua direção. Buonanotte se atirou e conseguiu roubar a bola, deixando atrás para Barrado. O camisa 19 procurou Gallardo no meio e o camisa 11 lançou Berizzo na esquerda. Já dentro da área, o camisa 6 viu Migliore saindo em sua direção e rolou para Trezeguet. O camisa 7 só teve que empurrar para o gol vazio e sair para comemorar: River 2x0.

No intervalo, Nilson percebeu que Trezeguet não tinha marcação e, com isso, tirou Piatti para colocar Reynoso. Além disso, sacou o inoperante Bordagaray e colocou Erviti, com a intenção de fazer o time no 4-3-3 com a bola e no 4-4-2 losango sem a mesma. Já Francescoli trocou Ortega por Funes Mori, porque o camisa 10 não participava ativamente do jogo.

O jogo continuou igual no segundo tempo. Por mais que o San Lorenzo se esforçasse, o River dominava as ações com tranquilidade. Percebendo que a equipe cansara, Francescoli inverteu e colocou seus dois laterais para  puxarem os contra ataques. Assim, Pablo Ferrari e Berizzo tabelaram várias vezes e desperdiçaram ótimas chances, cada um acertando a trave.

O gol derradeiro saiu aos 5 minutos, quando o River saiu em contra ataque com Trezeguet na esquerda. Johnathan Ferrari deu um carrinho e mandou para lateral. Trezeguet cobrou no meio para Gallardo e, sem marcação, o camisa 11 entrou frente a frente com Migliore, escolhendo o canto esquerdo para um chute de categoria. O goleiro nem foi na bola: River 3x0.

Destaque do jogo: David Trezeguet. Não tem jeito, o camisa 7 é o principal jogador do campeonato. Marcou dois gols, chegou a incríveis 15 gols em 8 rodadas e foi eleito o melhor em campo em 6 jogos.

terça-feira, 14 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Resumo do primeiro turno

O primeiro turno do Apertura se encerrou no domingo passado e, de acordo com as novas regras da FIFUBO, se o campeonato parar e o segundo turno não se encerrar até junho, iremos para os playoffs com a classificação do jeito que está, evitando assim repetir os anos de 2015 e 2016, quando nenhuma liga foi concluída.

Até aqui, foram disputados 28 jogos, em 7 rodadas, com 133 gols marcados, o que dá uma média de quase 5 gols por jogo (4,8). Em um campeonato muito equilibrado, com tantas alternâncias na zona de classificação, o time que mais marcou foi o River Plate, com 24 anotações, enquanto o Estudiantes tem o ataque menos positivo, com metade dos gols do River (12). A defesa menos vazada também pertence ao River Plate (9 gols sofridos), enquanto o San Lorenzo levou 24 gols e, com isso, ficou com a defesa mais vazada do campeonato. Com 5 vitórias, o River é o time que mais triunfou, ao passo que o Huracán é a única equipe que não venceu. Quem mais empatou foi o Huracán (4 vezes), enquanto Independiente e Racing não empataram. Os times que menos perderam foram River e Velez, com apenas uma derrota cada. Já o San Lorenzo, com 4 derrotas, foi a equipe que mais perdeu. Agora, vamos ao resumo individual de cada equipe.

BOCA JUNIORS

5° colocado no campeonato, o Boca estreou dando a impressão de que iria, finalmente, decolar. Bateu o Independiente por incríveis 4x0, seu melhor momento no campeonato. Mas, na rodada seguinte, sofreu uma humilhante derrota para o River (1x5), se recuperando na rodada seguinte, com um 3x1 no Huracán. Duas rodadas sem vencer (1x1 Estudiantes e 2x3 Velez) tiraram a equipe da briga pela liderança. A vitória sobre o San Lorenzo (4x2) manteve o time na zona de classificação, mas a derrota para o Racing (2x4) na última rodada fez a equipe virar o turno em quinto lugar.

Esta campanha pode ser explicada pelo baixo rendimento de seus principais jogadores. Quando Riquelme joga, a equipe se dá bem, mas ele some a maior parte do tempo. Pior faz Palermo, que se omite totalmente. A única vez em que brilhou foi justamente na primeira rodada. O time acompanha essa tendência de altos e baixos e acaba por sucumbir junto com suas estrelas.

Apesar de Basualdo ser o artilheiro da equipe (6 gols), em terceiro na tabela de artilheiros, o destaque é Riquelme. O esquema de Madeirite o deixa com liberdade para se  mover em campo e criar jogadas. Mas, sem ter a quem passar, muitas vezes perde a bola por se encontrar sozinho. Mesmo assim, ainda decide e já marcou 5 vezes no torneio, sendo eleito o melhor em campo uma vez, na sexta rodada.

ESTUDIANTES DE LA PLATA

Candidato a saco de pancadas, o time de La Plata ocupa a sexta colocação no torneio. Começou perdendo para o Racing (2x3), mas conseguiu um belo empate com o Velez na rodada seguinte (2x2). Essa rotina de derrota e empate persistiu nas rodadas seguintes, com o pior momento do time no campeonato (1x4 contra o San Lorenzo) e o início do giro argolado, com o 1x1 com o Boca. Aí veio o único triunfo, na vitória sobre o Independiente por 3x2, o melhor momento do time na competição. Nas duas últimas rodadas, a rotina de derrota e empate voltou as caras, com o 2x4 contra o River (onde chegou a estar ganhando por 2x0) e o 1x1 contra o Huracán.

Como se vê, a regularidade é constante. Pena que não se traduz em vitórias. O Estudiantes começou o campeonato ainda discutindo questões extra campo, demorando a encontrar um esquema que pudesse dar algum padrão de jogo. O esquema encontrado ainda não é suficiente para fazer a equipe encontrar a vitória, mas é uma boa forma de jogar contra times mais fortes, embolando o meio de campo e saindo em contra ataques pelas pontas.

Com 4 gols e o prêmio de melhor em campo na quinta rodada, Mauro Boselli é o destaque do time. Muito criticado e várias vezes substituído nos anos anteriores, o camisa 9 parece ter encontrado seu estilo de jogo, mais aberto na esquerda, por onde as jogadas vêm saindo e os gols, aparecendo.

HURACÁN

A grande decepção desse primeiro turno. O Huracán era considerado o time mais fraco da liga e seu esquema super defensivo parecia corroborar com esta ideia. Mas os contra ataques mortais e os gols de Cigogna foram levando a equipe a surpreender muita gente, inclusive frequentando a zona de classificação dos campeonatos anteriores. Assim, o time entrou neste Apertura como um dos favoritos a ficar com uma das quatro vagas nos playoffs.

Essa previsão jamais se concretizou. Em último lugar e com a incômoda pecha de ser o único time que não venceu, o Huracán já se prepara para um vexame. A equipe estreou bem, empatando com o Velez em 3x3, num jogo considerado o melhor da temporada até então. Depois, mais um empate (4x4 com o San Lorenzo) e a equipe começou a perder. O seu giro argolado começou com duas derrotas por 1x3, para Boca e Independiente, até a equipe arrancar um belíssimo empate com o River (3x3). A equipe fechou o primeiro turno perdendo pro Racing (1x2) e empatando com o Estudiantes (1x1). Impressiona que o fraquíssimo jogo do Huracán lhes permitiu não vencer até aqui, mas arrancar pontos dos dois principais candidatos ao título (Velez e River).

A grande dúvida é como o Huracán consegue jogar tão bem contra equipes fortes e ir tão mal no resto do campeonato? A explicação parece ser simples. Antes, o Huracán se defendia com aplicação e contra atacava com ferocidade, fazendo a bola chegar a Cigogna sempre em condições de gol. Hoje, o Huracán faz uma defesa frouxa e não tem armação para chegar ao ataque. Os atacantes, muitas vezes, são obrigados a recuar para tentar buscar o jogo. Mas aí o adversário antecipa a marcação e sufoca o Huracán em seu campo, o obrigando a se desfazer da bola.

Cigogna marcou 5 gols no campeonato, mas mesmo assim não conseguiu jogar o que se espera dele. O destaque, no entanto, é Ruben Masantonio que, quando quer jogar na armação, consegue desafogar o jogo do Huracán. Já serviu Cigogna algumas vezes e até anotou 3 gols no campeonato.

INDEPENDIENTE

Outro de quem se esperava muito e vive uma decepção. A boa pré-temporada parecia indicar que a equipe voltaria a exibir seu jogo eficiente e aplicado. No Apertura de 2016, venceu todos os 4 jogos que disputou. No entanto, toda a expectativa caiu por terra logo na estreia, quando perdeu impiedosamente pro Boca (0x4). Nas três rodadas seguintes, no entanto, a euforia voltou, com 3 vitórias importantíssimas (4x0 no Racing, 2x1 no River e 3x1 no Huracán), no melhor momento da equipe, em que chegou á liderança. Logo em seguida, a euforia deu lugar a novo desânimo, com uma inexplicável derrota para o Estudiantes (2x3) e outra para o Velez (2x4), no pior momento no campeonato. Voltou a vencer na última rodada (4x3 no San Lorenzo) e, beneficiado pelos outros resultados, finalizou o turno na terceira colocação.

Essa campanha de altos e baixos (4 vitórias e 3 derrotas) é explicada pela participação dos jogadores. O trio ofensivo (Gracián, Parra e Silvera) some em alguns jogos e brilha em outros e isso sobrecarrega os outros setores. Quando Gracián não aparece, Fredes e Busse têm que partir para a armação, deixando o time exposto. A falta de um armador na reserva piora essa situação, pois Gandin entra na função de Gracián, mas é atacante. Quando Gracián está bem e os atacantes somem, ele não tem com quem tabelar e isso complica a vida ofensiva do time. Fazer o trio de ataque atuar bem todos os jogos é o grande desafio do time de Avellaneda.

Embora Silvera tenha anotado um hat trick na última rodada e esteja em terceiro na tabela de artilheiros com 6 gols, o destaque do time é Gracián. Quando quer jogar, o armador da camisa 19 é o grande responsável pelos triunfos de sua equipe. No clássico de Avellaneda, debaixo de muita desconfiança por parte dos torcedores, ele teve uma tarde de gala e liderou sua equipe a uma goleada incrível. Já foi eleito o melhor em campo duas vezes (na segunda e na terceira rodada) e começa a se credenciar para ser um dos 3 melhores ao final do campeonato.

RACING

Sempre lembrado como um dos times que devem frequentar a zona de classificação, o time de Avellaneda não teve vida fácil nesse primeiro turno. Ao estrear vencendo o Estudiantes (3x2), o Racing parecia querer alçar voos mais altos no campeonato. Mas a segunda rodada lhes rendeu o pior momento na competição, ao perder o Clássico de Avellaneda de forma impiedosa (0x4 Independiente). Ali, a sequência de derrotas começou e se ampliaria nas duas rodadas seguintes (2x3 contra o Velez e 0x3 contra o River). O jogo com o River parecia indicar que o Racing frequentaria a parte de baixo da tabela, pois por mais que jogasse muito bem, acabava perdendo com facilidade. Os treinos se intensificaram, os jogadores suaram sangue e a equipe arrancou para o seu melhor momento no campeonato. Venceu os 3 jogos seguintes (4x1 San Lorenzo, 2x1 Huracán e 4x2 Boca), jogando com autoridade e conseguindo o quarto lugar na última rodada.

A explicação é a mesma das outras equipes. Quando seus principais jogadores chamam a responsabilidade, o time deslancha. Até então, Ruben Capria, Martin Simeone e Acosta não pareciam interessados em jogar. Martin Simeone, então, vem mal desde a temporada passada, incluindo aí os amistosos de pré-temporada. O único que ainda tentava  alguma coisa era Latorre. O camisa 11 chamou o jogo para si, marcou 3 gols e chegou a ocupar o lugar de Ruben Capria na armação em algumas ocasiões. Foi a partir da derrota para o Velez que os jogadores se reuniram e decidiram doar o máximo que podiam em campo. A partir daí, Martin Simeone passou a ajudar na armação e até aparecer para a conclusão (anotando um gol no campeonato), voltando a ser aquele jogador que surgiu tão bem no título da Copa Olé e na Supercopa em 2013. Ruben Capria participa ativamente do jogo, buscando a bola no campo de defesa, municiando seus companheiros e até se arriscando em algumas ocasiões, voltando a ser o maestro que se consagrou com a camisa 10 da Academia. Acosta, por sua vez, passou a se movimentar mais pelo ataque, se desmarcando e aparecendo como opção, anotando 3 gols até aqui. Com isso, Latorre tem com quem dialogar na frente, enquanto Pelletieri, Quiroz e os defensores se ocupam da defesa. Destaque aqui para Pocchetino e Enrique. Enquanto o camisa 6 se revela um xerife na zaga, o camisa 3 apoia bastante pelo lado esquerdo, dando algumas assistências e até anotando duas vezes no campeonato. A continuar nessa forma, o Racing se torna um dos favoritos ao título.

O grande destaque da equipe é Martin Simeone. O despertar do Racing passa pelos pés de seu camisa 8. Com presença constante no ataque, ele é alternativa a Ruben Capria. Volta para marcar, recupera a bola e se lança ao ataque novamente. Já marcou 3 vezes e dá aos torcedores da Academia a esperança de que dias melhores virão.

RIVER PLATE

O grande time do campeonato, favoritíssimo ao título. O River já começou a mostrar suas garras ao conquistar o Torneio Início, sendo a única equipe que não colocava tal conquista como prioridade. Foi jogando para ajustar o time e, quando viu, já tinha o título conquistado. A ótima carreira no Torneio Início os colocou como favoritos ao título também do Apertura.

E a estreia não poderia ser melhor. Goleou impiedosamente seus dois primeiros rivais (5x0 no San Lorenzo e 5x1 no Boca), mostrando que as previsões eram mais do que certas. Nem a derrota na rodada seguinte (1x2 no Independiente) freou o ânimo do River, que voltaria a vencer com autoridade na rodada seguinte (3x0 no Racing). O pior momento viria a seguir, com o empate com o Huracán (3x3), onde o time foi muito criticado, por ter conseguido uma vantagem de 3x1 e tocado a bola de forma irresponsável até sofrer o empate no último lance. A crítica pegou fundo nos jogadores, que resolveram jogar sério e conseguiram vencer seus dois últimos confrontos (4x2 no Estudiantes e 3x1 no Velez).

A explicação é o conhecido estilo de jogo que fez o River ser conhecido mundialmente como o "Barcelona do Futibou de Butaum", com muito toque de bola e paciência para se chegar ao gol. A velha fórmula de procurar Gallardo no meio, ele abrir para uma das pontas e Buonanotte ou Ortega passar para Trezeguet já dentro da área rendeu ótimos momentos para o River. Mas essa não é a única jogada do time, que também ataca em tabelas entre os laterais e os pontas ou com o avanço dos volantes, principalmente com Barrado.

O grande destaque, não só do campeonato mas da temporada, é David Trezeguet. Com incríveis 13 gols anotados até aqui (média de quase 2 por jogo!), o camisa 7 está 5 gols à frente do segundo colocado. Além de ter sido o melhor jogador do Torneio Início, Trezeguet foi eleito o melhor em campo no Apertura em 5 das 7 rodadas, ou seja, sempre que o River venceu, ele foi o melhor. Esse elevadíssimo número de prêmios de melhor em campo (recorde na História da FIFUBO) praticamente liquida a fatura para melhor do campeonato já que, até hoje, nenhum jogador eleito o melhor do campeonato foi eleito o melhor em campo mais que 4 vezes (o critério para escolher o melhor do campeonato é o número de vezes que ele foi o melhor em campo e, em caso de empate, votação entre os treinadores da Liga e dirigentes da FIFUBO). A forma do francês é invejável. Além de marcar gols em profusão, também volta para armar o jogo e servir os companheiros. Além disso, descobriu um talento ímpar para cobrar escanteios. Com essa forma, Trezeguet vai levando o River rumo ao título do Apertura 2017.

SAN LORENZO DE ALMAGRO

O time do Papa era mais um a ser considerado saco de pancadas no campeonato, ainda mais depois da estreia desastrosa (0x5 River). Mas empatou com o Huracán (4x4) e, no seu melhor momento no campeonato, veio uma vitória com autoridade (4x1 no Estudiantes), além de segurar o Velez (2x2), o que dava a impressão de que o San Lorenzo iria arrancar de vez para o grupo de cima. Mas a euforia e o bom futebol não se traduziram em vitórias. Ao perder para Racing (1x4), Boca (2x4) e Independiente (3x4), além de mostrar que precisam parar de tomar 4 gols por jogo, a pior sequência no campeonato os levou ao sétimo e penúltimo lugar, distante três rodadas da zona de classificação. 

O time mudou o esquema tático, passando do 4-4-2 losango para o 4-3-3 e isso se traduziu em maior volume de jogo e presença no ataque. Mas Nilson ainda erra nas escolhas. A derrota para o River poderia ser inevitável, já que o time ainda testa suas opções, mas foi piorada após o treinador optar por colocar o time no 4-4-2. Ao passar para o 4-3-3, os resultados começaram a aparecer. Mesmo assim, o esquema ainda é volante e Nilson erra em algumas escolhas. Quando enfrenta times que jogam mais para os atacantes, ele deve colocar volantes mais defensivos e, quando enfrenta times que jogam com meias com liberdade, ele deve colocar volantes mais avançados. Mas nem sempre é assim e o erro só é consertado quando o time já está em desvantagem no placar.

O destaque do San Lorenzo é sempre o mesmo: Leandro Romagnoli. Eleito o melhor em campo na segunda rodada, já anotou 8 vezes no campeonato, figurando em segundo na tabela de artilheiros. Quando a equipe joga com volantes mais avançados, tem com quem tabelar e chegar mais próximo à área, mas quando os volantes mais defensivos estão em campo, Romagnoli tem que se virar na armação. Mesmo assim, com 3 homens na frente, ele tem para quem passar.

VELEZ SARSFIELD

O time foi o único a conquistar títulos em 2016 (Torneio Início do Apertura, Copa Olé e Supercopa FIFUBO) e, por esse motivo, é temido e respeitado por seus rivais, sendo considerado um dos grandes favoritos ao título. Mas demorou a engrenar no campeonato, ficando boa parte do certame em uma posição intermediária, fruto dos diversos empates (foram 3, ao todo). Se não empolgava, também não perdia. Foi o último a perder, caindo apenas na última rodada.

O Velez fez alguns dos melhores jogos desse campeonato, mas eles normalmente terminavam em empate. Foi assim nas duas primeiras rodadas (3x3 Huracán e 2x2 Estudiantes). A primeira vitória só veio na terceira rodada (3x2 no Racing), logo seguida de novo empate (2x2 com o San Lorenzo). Depois disso, enfrentou seu giro argolado e foi muito bem, vencendo os dois primeiros confrontos (3x2 Boca e 4x2 Independiente), caindo diante do River Plate (1x3), em que o placar não reflete o equilíbrio visto em campo. O Velez poderia ter terminado em primeiro, mas acabou conseguindo o segundo lugar por diferença de um gol (18x17 contra o Independiente).

Se olharmos a campanha, veremos que a equipe poderia ser tão dominante quanto o River ou até mais. Os 3 empates do time vieram contra os 3 piores times do campeonato, enquanto as 3 vitórias vieram contra as 3 equipes que disputam as duas outras vagas nos playoffs. Se não perdesse pontos em jogos fáceis, poderia liderar com folga o campeonato. A explicação segue o padrão dos demais, a falta de comprometimento de seus principais jogadores, com destaque para os irmãos Hussain. A falta de interesse dos dois os levou a uma reunião com o treinador, o que fez com que participassem mais dos jogos  e contribuíssem para melhorar o rendimento do time. Mas eles não são os únicos culpados, uma vez que Gago nem dá proteção à zaga e nem ajuda a armar, Emiliano Papa não apoia pela esquerda como fazia na temporada passada e Turco Assad se omite do jogo inúmeras vezes. Até Insua vem tendo dificuldades, apesar do esquema dar-lhe total liberdade para atacar. Ao menos no caso do camisa 11, a omissão dos atacantes pode explicar por que ele não consegue aparecer com destaque sempre. Quando Tripa Seca conseguiu reunir todos esses talentos e montar um time com esquema bem definido, o Velez conseguiu arrancar e entrar de vez no grupo de cima.

O destaque do time é justamente Federico Insua. O camisa 11 já foi eleito o melhor em campo duas vezes (na terceira e na quarta rodada) e é o artilheiro do time no campeonato, empatado com Turco Assad, com 5 gols. A eles se somam Cigogna e Riquelme, todos em quarto na tabela de artilheiros. Jogando com liberdade, se movimentando em todo o campo de ataque, o camisa 11 consegue enxergar o jogo e dar bons passes para gol, ou aparecer em uma tabela e concluir por conta própria.

CONCLUSÃO

Assim, o campeonato chega à sua metade. Se olharmos bem, algumas coisas dificilmente serão mudadas, principalmente o que diz respeito a Trezeguet. A não ser que alguém se ilumine nas próximas 7 rodadas e nos playoffs, o camisa 7 terminará como artilheiro e melhor jogador e, se isso acontecer, dificilmente o título escapa ao River Plate. A equipe de Nuñez tem grandes chances de ficar com uma das 4 vagas nos playoffs, mas o resto segue em aberto. Até o San Lorenzo tem chances. O único que parece distante da classificação é o Huracán, que pode até mudar seu panorama, mas é muito difícil, a julgar pelo que se viu até aqui.

A FIFUBO está propondo e os times que disputam as Ligas se reunirão para debater a proposta. O Torneio Apertura não teve conclusão nos anos de 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016. O Clausura não foi concluído nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2015 e 2016. Pela proposta, a FIFUBO tentaria resgatar a tabela desses campeonatos e veria qual time somava mais pontos no momento em que o torneio foi parado. Assim, decretaria campeão o time com mais pontos naquele ano. Em caso de empate, poderia ou propor um jogo extra (ou torneio, caso mais de dois times empatassem) ou até dividir o título. Essa iniciativa teria caráter apenas simbólico e estatístico. As equipes vão votar, primeiramente relativo aos times argentinos, que começaram a disputar as Ligas a partir do Clausura de 2013. Caso eles sejam favoráveis à ideia da Federação, a decisão se estenderá aos times que disputavam a Liga antes deste período.

domingo, 12 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Sétima Rodada - 12/03/2017

Finalmente, o fim do primeiro turno! O domingo de sol forte e muito calor não foi impeditivo para  os torcedores comparecerem em ótimo número ao Itaquá Dome, pois além dos jogos encerrarem a sétima rodada do Apertura, as partidas prometiam emoção para a formação da tabela. Vamos aos jogos!

SAN LORENZO 3x4 INDEPENDIENTE

O San Lorenzo vinha de duas derrotas e tomando 4 gols em cada uma (1x4 Racing e 2x4 Boca), mas a ascensão da equipe era latente com o novo esquema 4-3-3. Para esse jogo, Nilson optou por Reynoso e Tellechea na cabeça de área, pois o Independiente joga mais com seus atacantes. Do outro lado, apreensão. As duas derrotas anteriores (2x3 Estudiantes e 2x4 Velez) acenderam o sinal de alerta de quem pretendia encerrar o primeiro turno na liderança. Uma derrota poderia significar virar o turno fora da zona de classificação, mas uma vitória poderia fazer o time chegar até à vice-liderança.

O jogo começou meio zoneado, com as duas equipes buscando seu espaço em campo. O San Lorenzo teve um ligeiro domínio, chegando ao ataque em duas ocasiões, mas sem levar perigo. Até que, aos 2 minutos, Navarro cobrou tiro de meta na direção de Gracián, no meio de campo. O camisa 19 avançou sem oposição até a intermediária, de onde levantou a cabeça e viu Silvera entrando na área. O passe foi preciso e o camisa 11 chutou de primeira, de pé esquerdo, para vencer Migliore e fazer Independiente 1x0.

O empate do San Lorenzo veio aos 4 minutos. Na saída de bola, uma bela jogada ensaiada foi criada, quando Romagnoli tocou a Tellechea e correu para a esquerda. O camisa 20, no entanto, jogou para o outro lado. Da direita, Johnathan Ferrari invadiu a área em velocidade e Hilário Navarro o derrubou. Romagnoli cobrou o pênalti à meia altura, no canto direito de Navarro, que se esticou todo e não alcançou. Ato contínuo, Romagnoli bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma: San Lorenzo 1x1.

O jogo ficou bom e o San Lorenzo começou a perceber que poderia vencer. Com isso, ocupou o campo de ataque e passou a circular a área do time de Avellaneda. Mas o Independiente jamais pode ser dado como morto, pois consegue tirar coelhos da cartola com precisão impar. Aos 9 minutos, Gracián apareceu de surpresa para roubar a bola de Stracqualursi e tocar para Montenegro. O camisa 5 abriu na esquerda para Busse, que devolveu a Gracián. O camisa 19 viu Silvera livre na esquerda e lançou a bola. O passe foi preciso e o camisa 11 se livrou da marcação de Tulla, trazendo a bola pro pé direito antes de desferir belo chute em arco e fazer Independiente 2x1.

No intervalo, Nilson trocou Stracqualursi e Luciatti por Erviti e Buffarini, promovendo uma revolução tática. Buffarini iria para a lateral direita, Ferrari para a esquerda, Bordagaray jogaria de centroavante e Erviti faria a ponta esquerda. Ainda teria opções para modificar as laterais, pois Ferrari poderia voltar à lateral direita e Erviti ou Tellechea poderia ir para a esquerda, passando Buffarini para o meio. Já Bayer mudou o lado direito. Tirou Fredes e Facundo Parra para colocar Acevedo e Gandin.

A mudança de Nilson foi completamente equivocada. Tirando Ferrari da direita, ele mexeu no melhor jogador de seu time e, de quebra, modificou o meio e o ataque, fazendo com que o Independiente ocupasse melhor o campo de jogo. Assim, aos 3 minutos, o time de Avellaneda se aproveitou do buraco deixado por Buffarini e contra atacou pela esquerda, quando Tuzzio recuperou bola na defesa. Ele passou a Montenegro, que abriu a Mareque na esquerda e o camisa 3 tocou no corredor para Silvera. Sem oposição, o camisa 11 avançou e, do bico da área, chutou de pé esquerdo e venceu Migliore, fazendo o seu hat trick: Independiente 3x1.

O San Lorenzo descontou na saída de bola. Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Bordagaray, recebeu na esquerda e viu Navarro tentando voltar desesperadamente pro gol. Rápido, o camisa 10 chutou por baixo e surpreendeu o goleiro do Independiente, para bater no peito, apontar ao chão e fazer, novamente, a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x3, aos 4 minutos.

O jogo ganhou em emoção, com o San Lorenzo buscando o empate desordenadamente e o Independiente apostando em contra ataques. Melhor para o time de Almagro, que conseguiu empatar aos 7 minutos, em linda jogada coletiva que começou na defesa, com Tellechea. O camisa 20 tocou a Romagnoli no meio e o camisa 10 inverteu o jogo para o lado direito, Bordagaray fez o trabalho de pivô e tocou a Erviti na esquerda. O camisa 11 tocou a Raul 'Pipa' Estevez e saiu da ponta para o meio, recebendo de volta e desferindo potente chute, que entrou no ângulo de Navarro: San Lorenzo 3x3.

A partir daí, a partida ficou eletrizante. Foi um toma lá dá cá impressionante, com bolas na trave e boas defesas dos goleiros. E só nos acréscimos a partida foi decidida. Após Romagnoli ser desarmado por Acevedo, o Independiente partiu em contra ataque pela direita. Gandin tocou a Gracián, que foi ao fundo e cruzou para a área. Vella apareceu de surpresa e desferiu linda cabeçada, fazendo Independiente 4x3.

Destaque do jogo: Nestor Silvera. Em partida emocionante, o hat trick do camisa 11 foi crucial para sua equipe sair vitoriosa.

BOCA JUNIORS 2x4 RACING

O último jogo do turno prometia fortes emoções. O Boca vinha de vitória (4x2 no San Lorenzo) e, pressionado por sua exigente torcida, precisava vencer um rival direto, podendo virar o turno até na vice liderança. Boatos dizem que Madeirite só não será demitido se vencer o campeonato, mas já há nomes circulando nos bastidores do clube. Já o Racing vem em ascensão. As duas vitórias seguidas (4x1 no San Lorenzo e 2x1 no Huracán) colocaram a equipe em quinto e uma vitória sobre o Boca lhes colocaria na zona de classificação.

O jogo foi espetacular, com as duas equipes partindo para o ataque e buscando o gol. O Boca se apoiava no seu trio ofensivo (Riquelme, Palacio e Palermo), que funcionava em ótimas tabelas. O Racing, por seu turno, atacava com quatro jogadores (Martin Simeone, Ruben Capria, Latorre e Acosta), mas de forma desordenada.

O primeiro gol veio aos 2 minutos, em jogada de inversão de posições. A bola saiu para lateral e Ruben Capria fez as vezes de lateral esquerdo, cobrando para Enrique, que fez as vezes de armador. Com um preciso passe, ele devolveu ao camisa 10, que saiu da ponta para o meio, driblou Serna e, da entrada da área, chutou com precisão para vencer Abbondanzieri: Racing 1x0.

O Boca empatou aos 4 minutos, em jogada parecida. Arruabarrena avançou pela esquerda e tocou a Palermo mais à frente. O camisa 9 deu um toque para o meio e encontrou Riquelme livre, na entrada da área. O camisa 10 chutou com extrema categoria e acertou o ângulo de Saja, fazendo Boca 1x1.

O jogo continuou eletrizante e as duas equipes continuaram desperdiçando chances. O Racing voltou a ficar na frente aos 7, em jogada de manual. Saja cobrou o tiro de meta no meio de campo para Ruben Capria, que usou o seu olhar cirúrgico para perceber Acosta entrando na área em meio a três marcadores. Usando seu passe igualmente cirúrgico, o camisa 10 deixou Acosta livre dentro da área e o camisa 9 só esperou Abbondanzieri sair do gol para tocar e fazer Racing 2x1.

Mas o Boca continuou em cima e conseguiu empatar aos 9 minutos. Serna roubou bola de Latorre e tocou a Ibarra na direita. O camisa 4 fez um lançamento primoroso para Cagna, que recebeu no bico da área. O camisa 8 girou sobre a marcação de Pocchetino no bico da área e chutou cruzado para vencer Saja, fazendo Boca 2x2.

No intervalo, Madeirite tirou Serna e colocou Battaglia. Palermo passou a ser o capitão, como forma de incentivá-lo ainda mais. Já Paralelo tirou Diego Capria e Latorre e colocou Fariña e Hauche.

O Racing apostava no camisa 13, que marcou o gol da vitória sobre o Huracán, para voltar a vencer. O foco, então, passou a ser passar para ele. Mas a pressão parecia grande demais para Hauche, em um time que tinha Simeone, Capria, Acosta e tantos outros. Ele desperdiçou algumas chances até os 7 minutos, quando enfim desencantou, em erro do rival.

Abbondanzieri cobrou tiro de meta no meio para Riquelme e o camisa 10 recuou a Basualdo. O camisa 11 tinha três opções: devolver a Riquelme para ele armar o jogo; abrir na esquerda para Arruabarrena, para o camisa 3 avançar pela ponta; ou armar o jogo ele mesmo e passar para Palermo no ataque. Mas Basualdo optou pela alternativa D (se livrar da bola) e mandou nos pés de Fariña. O camisa 12 tocou a Ruben Capria no meio. O camisa 10 passou rápido para Acosta na direita, livre de marcação (onde Basualdo devia estar). Com isso, Battaglia correu para cobrir o camisa 11, mas Acosta foi mais inteligente e inverteu o jogo rápido para a esquerda. Hauche dominou, invadiu a área e, de pé direito, tocou na saída de Abbondanzieri, fazendo Racing 3x2.

O erro de Basualdo desmontou de vez o time do Boca, que ainda tentava atacar, mas de forma desordenada. Melhor para o Racing, que foi se organizando nos contra ataques e conseguiu finalizar a partida aos 9 minutos. Ruben Capria avançou pelo meio e tocou na esquerda para Hauche, correndo para a área. O camisa 13, no entanto, tocou para trás, em lugar onde ninguém aparecia. Mas Enrique veio correndo e chutou de primeira. A bola foi no ângulo de Abbondanzieri, tocou no travessão e morreu no fundo das redes, no gol mais bonito do jogo: Racing 4x2.

Destaque do jogo: Ruben Capria. Além de marcar o primeiro gol, iniciou a jogada dos outros três, contribuindo para mais uma vitória de sua equipe. Ao assumir, novamente, o protagonismo em campo, Ruben Capria é o principal responsável pela arrancada do Racing no campeonato.

CLASSIFICAÇÃO
1° River Plate - 16 pontos
2° Velez Sarsfield - 12 pontos, 18 gols pró
3° Independiente - 12 pontos, 17 gols pró
4° Racing - 12 pontos, 15 gols pró
5° Boca Juniors - 10 pontos
6° Estudiantes - 6 pontos
7° San Lorenzo - 5 pontos
8° Huracán - 4 pontos

ARTILHARIA
1° David Trezeguet (River Plate) - 13 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 8 gols
3° José Basualdo (Boca Juniors) e Nestor Silvera (Independiente) - 6 gols

sábado, 11 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Sétima Rodada - 11/03/2017

Finalmente, a sétima rodada! O sábado de muito calor levou uma multidão ao Itaquá Dome, para ver a rodada que encerra o primeiro turno do campeonato. Os torcedores fizeram muita festa na arquibancada e foram brindados dentro de campo. Vamos conferir o que aconteceu na abertura desta rodada.

ESTUDIANTES 1x1 HURACÁN

As duas últimas equipes do campeonato, estilos muito parecidos e situações bem distintas. O Estudiantes perdeu na última rodada, de virada (2x4 River), mas tem muito o que comemorar. Passou pelo "giro argolado" com uma vitória, um empate e uma derrota, onde chegou a abrir 2x0. A ascensão da equipe é latente e apenas 3 pontos os separam da zona de classificação. A ausência de Marco Rojo (expulso contra o River) era um problema, pois Mathias Sanchez é volante. Por um lado, o time ganha em marcação e passe, mas perde na saída em velocidade, característica do novo esquema do Estudiantes. O Huracán, por outro lado, preocupa bastante. Outrora considerado favorito para brigar pela classificação, amarga o último lugar, sendo a única equipe que ainda não venceu. Precisa urgentemente vencer, para virar o primeiro turno com uma centelha para explodir no segundo.

O jogo começou eletrizante. Na saída de bola, Mathias Sanchez mostrou a preocupação de Cristaldo e tentou avançar como lateral. Acabou adiantando demais e saindo pela linha de fundo. Na cobrança de tiro de meta, Islas tocou a Ruben Masantonio no meio e o camisa 10 recuou a Centurión. O camisa 8 abriu na direita para Danelon e o criticado camisa 2 avançou pela ponta. Tabelando com Milano, Danelon recebeu de volta e desferiu potente chute cruzado, para fazer Huracán 1x0 com apenas um minuto de jogo.

O Estudiantes empatou na saída de bola, em bela jogada ensaiada. Verón e Enzo Perez foram tocando e costurando, passando por trás um do outro para confundir a defesa. Assim, a jogada que começou na esquerda terminou com Verón tocando a Perez na direita. O camisa 7 recebeu e chutou com efeito, sem chances para Islas, fazendo Estudiantes 1x1 aos 2 minutos.

Esse começo espetacular logo se tornou uma partida enfadonha, de intermediária a intermediária. As duas equipes têm a proposta de embolar o meio de campo, marcar forte e sair em contra ataques. Tomar a iniciativa não é característica de nenhum dos dois e, com isso, a partida ficou chata. O único lance de empolgação ocorreu com Ruben Masantonio, já nos acréscimos. Ele fez linda jogada pela direita, consertando as besteiras de Minici e Centurión e cruzando para trás. Minici invadiu a área e foi derrubado por Andujar. Cigogna cobrou o pênalti no canto direito e o goleiro do Estudiantes voou para espalmar, mantendo o jogo empatado.

No intervalo, Cristaldo tirou Gastón Fernandez e colocou Hernan Rodrigo Lopez, seu único reserva disponível. Já Sr Rabina tirou Centurión e Milano e colocou Erramuspe e Barrales. A ideia era passar Cigogna para o lado direito e se aproveitar do fato de Sanchez jogar improvisado.

Mas Cristaldo consertou isso no intervalo. Fez Sanchez ficar fixo na esquerda, marcando e reiniciando jogadas sem, contudo, avançar como lateral. Com isso, Cigogna não conseguiu jogar, vítima da forte marcação. O Estudiantes conseguiu encaixar alguns contra ataques, acertando a trave uma vez, em conclusão de Lopez. Já o Huracán só conseguiu atacar pelo outro lado, com Barrales, Masantonio e até Erramuspe. Mas Andujar garantiu o placar em 1x1.

Destaque do jogo: Mariano Andujar. Danelon jogou muito bem, calando os críticos. Mas a partida só terminou em 1x1 porque o goleiro do Estudiantes estava inspirado. Pegou pênalti do mito e defendeu magistralmente as bolas que chegavam até ele.

VELEZ SARSFIELD 1x3 RIVER PLATE

Quis o destino que os dois primeiros colocados se enfrentassem na última rodada. Se qualquer time saísse vitorioso, iria embolar a tabela. O Velez vinha de vitória sobre seus rivais diretos (3x2 no Boca e 4x2 no Independiente) e queria encerrar seu "giro argolado" com mais uma vitória e, de quebra, a liderança. Para isso, Tripa Seca armou um esquema de marcar Trezeguet por zona, sem alguém específico para acompanhá-lo. O único sem obrigação alguma de marcar seria Insua, com a missão de se movimentar pelo campo todo. O River, vindo de vitória sobre o Estudiantes (4x2), queria se distanciar ainda mais na liderança. O problema é que o meio de campo com apenas 3 homens é um convite para Insua ter liberdade.

Pode-se dizer que o jogo foi o melhor do campeonato. Com apenas 54 segundos de jogo, Insua já tinha começado a se movimentar pelo campo e criar jogadas, parando em ótima defesa de Carrizzo. No rebote, a bola bateu em Insua e saiu para lateral. Berizzo repôs para Barrado, que tocou mais à frente para Gallardo. O camisa 11 começou a tabelar com Buonanotte e terminou com ótimo passe para o camisa 30, que invadiu a área e chutou na saída de Sosa, para fazer River 1x0.

O jogo continuou eletrizante. As duas equipes marcavam com eficiência, criavam jogadas espetaculares de pé em pé e finalizavam para ótimas defesas de Sosa e Carrizzo, ou a bola tocava na trave. Foram 5, só no primeiro tempo (3 pro Velez e 2 pro River). No entanto, o placar continuava do mesmo jeito.

O Velez só foi empatar a partida aos 9 minutos. Ainda se movimentando com liberdade, Insua recebeu de Claudio Hussain na esquerda e foi à linha de fundo. Turco Assad correu para o meio da área e Dario Hussain para o segundo pau. O cruzamento encontrou a cabeça de Turco Assad, que testou no canto direito de Carrizzo e empatou a partida: Velez 1x1.

No intervalo, Tripa Seca mudou o lado direito. Sacou Gino Peruzzi e Dario Hussain para colocar Cubero e Lucas Pratto. A entrada de Cubero serviria para aumentar a marcação, já que Buonanotte deitava e rolava por aquele lado. Já Francescoli tirou Almeyda e Ortega e colocou Coudet e Funes Mori (Ferrari passou a ser o capitão). Coudet vinha com a missão de colar em Insua e Funes Mori deveria jogar na ponta direita, mas cair mais para o meio, a fim de ajudar Trezeguet que, bem marcado, não teve chances no primeiro tempo.

O jogo continuou de altíssimo nível, com as duas equipes fazendo jogadas geniais e parando nas mãos dos goleiros. Mais 6 bolas foram parar na trave, 3 para cada lado. Ainda muito bem marcado, Trezeguet começou a buscar sair da área para armar o jogo e abrir espaços para Funes Mori. Mas o camisa 9 não estava inspirado.

Aos 5 minutos, o River fez sua jogada clássica, porém modificada. Carrizzo cobrou tiro de meta para Gallardo no meio e o camisa 11 abriu na direita. Ao invés de passar para Funes Mori, passou a Ferrari, que surgiu como se fosse ponta direita. Funes Mori correu para o meio e recebeu o passe do camisa  2. Quando Gago correu para marcá-lo, Funes Mori deu um toque leve mais à frente e encontrou Trezeguet. Pela primeira vez no jogo, o camisa 7 recebeu de frente e chutou. Islas se esticou todo e mandou a córner. Trezeguet cobrou no primeiro pau e Gallardo cabeceou cruzado, fazendo River 2x1.

O jogo ganhou emoção e o Velez adiantou a marcação para pressionar o rival. Mas o River  modificou seu esquema de jogo, passando do 4-3-3 para o 4-4-2. Buonanotte recuou para a meia esquerda e, com Gallardo na meia direita, conseguiu impedir que Insua jogasse. Com Funes Mori como centroavante pelo lado direito e Trezeguet como centroavante pelo lado esquerdo, o contra ataque começou a funcionar. Assim, já nos acréscimos, Gallardo roubou bola de Insua e tocou para Buonanotte. O camisa 30 lançou a Funes Mori na direita e o camisa 9 viu Trezeguet saindo do meio para o lado direito, por trás da zaga. Funes Mori tocou no corredor e Trezeguet virou o corpo já chutando, para fazer River 3x1 e isolar seu time na liderança.

Destaque do jogo: David Trezeguet. Buonanotte fez uma partida maravilhosa, marcando o primeiro gol, infernizando do lado esquerdo e recuando para impedir Insua de jogar e, ainda, armar o jogo. Mas Trezeguet é um fenômeno. Sumido no jogo, só foi receber a bola aos 5 minutos. Mostrou sua maestria como cobrador de escanteios no gol que recolocou sua equipe na frente e ainda marcou o terceiro, liquidando a fatura.

NOTA RÁPIDA

  • A rodada se encerra nesse domingo, com San Lorenzo x Independiente e Boca Juniors x Racing. Após a postagem da rodada, haverá outra postagem, com o resumo do primeiro turno.

domingo, 5 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Sexta Rodada - 05/03/2017

Já faz tempo que o carnaval não acaba na quarta-feira de cinzas. O domingo seguinte é o verdadeiro ponto final da folia. Com a FIFUBO não foi diferente. Este domingo encerrou não só a sexta rodada, como a maratona de futibou de butaum da FIFUBO, com 3 rodadas em uma semana agitadíssima. E os dois jogos foram de pura emoção, para deixar o carnaval com muitas saudades.

RIVER PLATE 4x2 ESTUDIANTES

Os outros dois times argolados, Boca e Independiente, tiveram um carnaval negro, com duas rodadas sem vencer, nas três disputadas. Ambos enfrentaram o Estudiantes, sendo que o Boca empatou (1x1) e o Independiente perdeu (2x3). Com esses dados, o sinal de alerta estava ligado em Nuñez. O River precisava vencer, pois o empate na última rodada (3x3 com o Huracán) possibilitou ao Velez chegar à liderança, lugar que o River gostaria de voltar a ocupar. Do outro lado, a empolgação com o carnaval estava altíssima. O Estudiantes finalizava sua tour argolada, onde ainda não havia perdido. Para barrar o fenômeno David Trezeguet, Cristaldo destacou Rodrigo Braña para marcá-lo individualmente, recuando Enzo Perez para ajudar Verón na armação e avançando Benítez para ajudar Gastón Fernandez e Mauro Boselli.

O esquema do Estudiantes foi perfeito. Com essa nova tática de embolar o meio de campo e sair em contra ataques, o time de La Plata impedia o toque de bola do River. Quando Trezeguet recebia a bola, Rodrigo Braña logo aparecia para desarmá-lo. Enzo Perez e Verón ajudavam a fechar o meio de campo e os contra ataques eram mortais. Aos 3 minutos, Rodrigo Braña desarmou Trezeguet e tocou no meio para Enzo Perez. O camisa 7 abriu na esquerda para Boselli, que tocou no meio para Leandro Benítez. Se livrando da marcação de Almeyda, o camisa 8 ficou de frente pro gol e desferiu belo chute no ângulo de Carrizzo, para fazer Estudiantes 1x0.

O gol fez o River ficar mais agitado e se abrir em busca do empate e o Estudiantes ficou com o jogo à sua feição, para explorar os contra ataques. Assim foi aos 6 minutos, quando Buonanotte adiantou a bola e Desábato roubou. Ele tocou a Braña no meio, que deu mais atrás a Federico Fernandez. O camisa 4 procurou Marco Rojo na esquerda e o camisa 6 tocou no corredor para Boselli. O camisa 9 invadiu a área com a bola e chutou na saída de Carrizzo, fazendo Estudiantes 2x0.

O jogo de sonhos do Estudiantes contrastava com o sangue nos olhos de Trezeguet. O camisa 7 percebeu que somente quando conseguisse se desmarcar o River produziria alguma coisa. Aos 8 minutos, após a bola sair no meio de campo, Trezeguet correu para receber a reposição. Ferrari cobrou para ele e o camisa 7 correu pelo meio, procurando Rodrigo Braña, como se o desafiasse. Braña veio para o desarme, mas Trezeguet levou a melhor, com um belo drible para a direita e, com potente chute da entrada da área, descontou para a sua equipe: River 1x2.

A demonstração de raça de Trezeguet fez os jogadores do River acordarem e partirem em busca do empate. Aos 9 minutos, o Estudiantes rifou a bola para o campo de ataque e Placente pegou, reiniciando a jogada pela direita com Ferrari. Ortega se desmarcou e pediu a bola, mas o camisa 2 percebeu Trezeguet correndo do meio para a ponta direita, dentro da área. O lançamento foi primoroso e Trezeguet chegou antes de Braña, chutando de primeira e pegando Andujar no contrapé: River 2x2.

No intervalo, Francescoli trocou o lado direito. Tirou Ferrari e Ortega e colocou Coudet e Funes Mori, visando levar a equipe à frente. Já Cristaldo percebeu que Rodrigo Braña começava a perder a batalha contra Trezeguet e resolveu melhorar a marcação. Tirou Enzo Perez e colocou Mathias Sanchez, com a explícita ordem de destacar dois jogadores para marcar o camisa 7.

O jogo melhorou para o River no segundo tempo. Preocupado com a marcação, o Estudiantes não conseguiu mais atacar e o time de Buenos Aires dominou as ações, desperdiçando várias chances. Apareceu o futebol de toque de bola e Gallardo começou a se movimentar melhor, aproveitando-se da cobertura de Almeyda, Barrado e Coudet. Funes Mori e Buonanotte desperdiçaram chances, até que aos 7 minutos Berizzo reiniciou jogada de ataque para Buonanotte no meio. O camisa 30 viu Trezeguet saindo do meio para a esquerda e tocou a bola para ele. O camisa 7 percebeu a marcação se aproximando e tocou no meio rapidamente. Gallardo apareceu como elemento surpresa, invadiu a área e foi derrubado por Andujar. Sem Ferrari (o cobrador oficial), a torcida pediu por Trezeguet, para vê-lo fazer o hat trick. Mas quem cobrou foi Almeyda, à meia altura, no canto direito de Andujar. O goleiro até tentou chegar, mas a bola foi bem no canto: River 3x2.

A virada fez o Estudiantes abandonar a marcação e partir desenfreadamente para o ataque. Mas, com 3 volantes, ficava difícil armar boas jogadas. As coisas ficaram piores aos 9 minutos, quando Marco Rojo fez falta tripla e foi expulso. Dali, o River construiu sua melhor jogada, Coudet cobrou a falta para Almeyda no meio e o camisa 5 procurou Gallardo mais à frente. O camisa 11 abriu a Funes Mori na direita e o camisa 9 tocou a Trezeguet no meio e o camisa 7 invadiu a área puxando para o lado direito e chutando cruzado, sem chances para Andujar, para enfim fazer seu hat trick: River 4x2.

Destaque do jogo: David Trezeguet. Quando um jogador faz um hat trick, dificilmente não leva o prêmio de melhor em campo. Quando esse jogador faz o hat trick para liderar uma virada espetacular de sua equipe, que perdia por 2x0 e virou para 4x2, as chances aumentam para 99,9%. Se esse jogador foi o grande nome, ajudando na defesa, voltando para armar o jogo e decidindo sozinho, não dá para não premiá-lo.

RACING 2x1 HURACÁN

Embalados pela goleada na rodada passada (4x1 no San Lorenzo), os jogadores do Racing começam a mirar a zona de classificação, ainda mais com o tropeço do Independiente. Do outro lado, apesar do empate com o River ter sido considerado uma vitória (o Huracán perdia por 3x1 e arrancou o empate no último minuto), a campanha incomoda, pois o Huracán é o único time que ainda não venceu. A marcação teria que ser mais forte ainda e os contra ataques teriam que aparecer.

O jogo foi bem truncado, de marcação forte de ambos os lados e muitos erros de passe. O jogo se concentrou nas intermediárias e poucas jogadas de ataque foram vistas. Ao menos o Huracán conseguia marcar de forma organizada, a espera do contra ataque fatal. E ele veio aos 5 minutos. Latorre perdeu a bola para Alexis Ferrero, que tocou no meio para Barrientos. O camisa 5 tocou mais á frente para Ruben Masantonio, que fez belo passe em profundidade para Milano. O camisa 7 invadiu a área pelo meio e chutou na saída de Saja, fazendo Huracán 1x0.

No intervalo, Paralelo tirou Diego Capria e Latorre para colocar Fariña e Hauche. Sr Rabina, por sua vez, tirou Danelon e colocou Erramuspe.

O Racing voltou mais organizado e conseguiu empatar logo a um minuto. Após errar a saída de bola, a equipe viu o Huracán partir para o contra ataque, mas Fariña roubou a bola quando Centurión tentava passá-la a Cigogna. O camisa 12 tocou a Quiroz no meio, que inverteu na esquerda para Enrique. O camisa 3 tocou a Ruben Capria no meio, que inverteu para Martin Simeone na direita. O camisa 8 recebeu no bico da área e chutou forte e cruzado para fazer Racing 1x1.

O gol fez o Racing se organizar melhor para buscar a virada e o Huracán se fechou mais ainda, abdicando totalmente do ataque, já que Cigogna era bem marcado. Por outro lado, enquanto Gamboa, Pocchetino, Quiroz, Fariña e Pelletieri se ocupavam da marcação, Martin Simeone, Ruben Capria, Acosta e Hauche se movimentavam pelo campo de ataque, em busca de jogadas. O Racing foi premiado aos 9 minutos, quando Saja cobrou tiro de meta para o meio de campo, buscando Martin Simeone. O camisa 8 tocou mais à frente para Ruben Capria que, com tempo e visão, pôde passar a Hauche na esquerda. O camisa 13 ganhou de Barrientos no corpo, invadiu a área e chutou à meia altura, sem chance para Islas, fazendo Racing 2x1.

Destaque do jogo: Martin Simeone. Mesmo quando a equipe não conseguia sair da marcação do Huracán, o camisa 8 se movimentava e buscava tabelas. Jogou mais como armador do que como volante e foi premiado com um gol.

CLASSIFICAÇÃO
1° River Plate - 13 pontos
2° Velez Sarsfield - 12 pontos
3° Boca Juniors - 10 pontos
4° Independiente - 9 pontos, 13 gols pró
5° Racing - 9 pontos, 11 gols pró
6° San Lorenzo - 5 pontos, 13 gols pró
7° Estudiantes - 5 pontos, 11 gols pró
8° Huracán - 3 pontos

ARTILHARIA
1° David Trezeguet (River Plate) - 12 gols
2° José Basualdo (Boca Juniors) e Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 6 gols
3° Daniel Cigogna (Huracán) e Federico Insua (Velez Sarsfield) - 5 gols

NOTAS RÁPIDAS
  • Após uma semana intensa, a FIFUBO conseguiu tirar o atraso de um mês e finalizou as três rodadas. A próxima rodada, a última do primeiro turno, será disputada no próximo final de semana.
  • Conforme o novo regulamento da FIFUBO, se o campeonato parar e chegar a junho desta forma, com o primeiro turno já encerrado, a temporada regular pode ser encerrada e partir para os playoffs sem cumprir toda a tabela. Mas isso só ocorrerá se a temporada regular não for encerrada até o início de junho.
  • Após a sétima rodada, uma postagem à parte será feita, com um balanço geral da competição e de cada clube.

sábado, 4 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Sexta Rodada - 04/03/2017

A noite de sábado terá como atração o desfile das campeãs do carnaval, mas a manhã deste mesmo dia apresentou o desfile dos campeões do futibou de butaum, os craques que abriram a sexta rodada do Torneio Apertura 2017. Como nas rodadas anteriores, não faltou emoção ao bom público que compareceu ao Itaquá Dome.

BOCA JUNIORS 4x2 SAN LORENZO

Sem vencer há duas rodadas, o Boca preocupa seu torcedor. O empate com o Estudiantes (1x1) foi ruim, mas a derrota para o Velez (2x3), embora pudesse ser esperada, fez a equipe despencar para o quarto lugar na tabela. A grande preocupação de Madeirite é com Palermo, que não se movimenta, não procura o jogo, fica se omitindo diante da marcação. Do lado do San Lorenzo, a derrota na última rodada (1x4 para o Racing) esfriou sua ascensão, mas é compreensível, já que o time ainda está à procura da formação ideal. Nilson manteve Piatti e Buffarini como dupla de volantes, já que o Boca tem por característica deixar Riquelme solto. Adiantar a marcação seria uma boa forma de impedir os avanços do time rival.

Foi um jogo muito bom, com as duas equipes criando e desperdiçando oportunidades. A marcação também era boa, principalmente do lado do Boca, que usava Cagna para impedir Romagnoli de receber e armar o jogo. Com isso, o Boca foi dominando aos poucos e rondou a área do rival com grande movimentação de Palacio, Riquelme, Cagna e Basualdo.

O primeiro gol veio aos 3 minutos, em jogada de contra ataque. Escudero rebateu bola cruzada na área e Ibarra pegou na direita. Com um passe em profundidade, o camisa 4 tocou a Palacio na ponta. O camisa 19 chamou a marcação, deu uma quebra para o meio e inverteu o jogo. Basualdo dominou e chutou cruzado, de pé esquerdo, para vencer Migliore e fazer Boca 1x0.

O gol fez a equipe xeneize dominar mais ainda as ações e rondar a área do rival em busca do segundo gol. Nilson berrava na beira do campo, tentando consertar as coisas. Aos 7 minutos, conseguiu se fazer entender. Stracqualursi saiu da esquerda e foi para a direita, tabelar com Raul 'Pipa' Estevez. O camisa 7 chutou, Schiavi bloqueou e a bola saiu para escanteio. Estevez cruzou para o meio da área e Stracqualursi cabeceou bonito, sem chances para Abbondanzieri, fazendo San Lorenzo 1x1.

Mas o Boca estava inspirado e não queria ir para o intervalo em desvantagem. Na saída de bola, aos 8, Riquelme fez o 'toca y me voy' com Cagna e recebeu na frente. Migliore tentava voltar para o gol desesperadamente, mas Riquelme já havia percebido e mandado um chute de cobertura, que morreu nas redes rivais: Boca 2x1.

O San Lorenzo partiu para o empate e o Boca se fechou, à espera do contra ataque. Nos acréscimos, Palermo desarmou Raul 'Pipa' Estevez no meio de campo e tocou a Basualdo. O camisa 11 avançou e Tulla veio para lhe desarmar. Com um lindo drible e um chute de extrema categoria, Basualdo mandou a bola no canto direito de Migliore, que ainda viu a bola tocar na trave antes de entrar: Boca 3x1.

No intervalo, Madeirite viu que não teria jeito. Mais uma vez apagado, Palermo foi sacado, com Schiavi lhe fazendo companhia. Entraram Viatri e Battaglia. Palacio iria fazer a ponta esquerda, com Viatri de centroavante mais para o lado direito. Já Nilson resolveu desfazer o 4-3-3, que não funcionava, voltando ao 4-4-2 losango. Além de Bordagaray, Luciatti saiu, pois se mandava ao ataque e abria espaços por onde Palacio criava os contra ataques. Entraram Reynoso e Tellechea.

É difícil prever o impacto da mudança de Nilson, porque o San Lorenzo cometeu um erro gravíssimo com apenas 50 segundos de jogo. Em nova jogada ensaiada na saída de bola, Riquelme recebeu de Cagna, mas Tulla conseguiu entrar de carrinho e mandar para lateral. Battaglia cobrou para Riquelme já dentro da área e Migliore, inexplicavelmente, abriu um vão gigantesco entre a trave e ele. Riquelme deu um toquinho bem leve, para fazer a bola passar naquele espaço e saiu para comemorar, enquanto Nilson gritava com seu goleiro: Boca 4x1.

A partir daí, o San Lorenzo não acertou mais nada e o Boca dominou completamente. Em duas ocasiões, acertou a trave com Viatri. De resto, a torcida vibrava cada vez que seu time colocava o rival na roda. Bem marcado, Romagnoli só conseguiu jogar uma vez, aos 7 minutos. Foi quando Migliore cobrou tiro de meta para Piatti, que abriu a Tellechea na esquerda. O camisa 20 tocou a Romagnoli no meio e o camisa 10 teve espaço para trabalhar. Percebendo a marcação, ele deu lindo passe em profundidade para Stracqualursi, que invadiu a área já chutando na saída de Abbondanzieri, fazendo San Lorenzo 2x4.

O San Lorenzo ainda teve uma chance no último lance, após Abbondanzieri derrubar Raul Estevez na área. Romagnoli cobrou o pênalti na trave direita de Abbondanzieri, que estava no lance.

Destaque do jogo: Juan Roman Riquelme. Basualdo foi a grande figura do primeiro tempo, com dois gols. Mas recuou para marcar no segundo e sumiu. Já Riquelme, além de aparecer muito bem no primeiro tempo, tomou conta do segundo. Dois gols, movimentação constante e passes que deixaram seus companheiros na cara do gol. Uma manhã de gala do camisa 10.

INDEPENDIENTE 2x4 VELEZ SARSFIELD

Um jogo de 6 pontos, era assim que se definia este encontro. O Independiente visava a liderança na última rodada, mas perdeu pro último colocado (2x3 Estudiantes) e precisava se recuperar a todo custo. Já o Velez, único invicto do campeonato, vinha empolgado pela vitória sobre o Boca (3x2), que lhe colocou na segunda posição. Uma vitória lhe possibilitaria dormir na liderança.

O jogo foi muito bom e equilibrado, marca constante dessa edição do Apertura, mas pode-se dizer que cada equipe dominou um tempo. No primeiro tempo, apesar do Velez fazer boas jogadas, o Independiente dominava. Montenegro e Busse se encarregavam de anular Insua, deixando a cargo de Fredes, Gracián, Facundo Parra e Silvera a tarefa de armar jogadas de  ataque.

O primeiro gol veio em jogada de contra ataque, aos 5 minutos. Após Matheu desarmar Turco Assad, a bola foi no meio para Montenegro, que tocou a Fredes mais à frente. O camisa 8 buscou Gracián, que abriu na ponta para Facundo Parra. O camisa 17 trouxe da ponta para o meio e inverteu, buscando Silvera. Livre na esquerda, o camisa 11 dominou, invadiu a área e chutou colocado, vencendo Sosa e fazendo Independiente 1x0.

O Velez empatou no minuto seguinte. Na saída de bola, Insua e Romero fizeram ótima tabela e o camisa 7 chutou, para ótima defesa de Navarro. Insua cobrou o escanteio à meia altura e a bola passou pela defesa do Independiente, quicando na altura da marca do pênalti. Romero deu um salto e chutou de pé direito, no canto direito de Navarro, para fazer um lindo gol: Velez 1x1, aos 6 minutos.

O jogo ganhou emoção. Aos 9 minutos, o Independiente armou boa jogada, mas Juan Sabia impediu que a bola chegasse a Silvera. Reiniciando o ataque, o camisa 4 tocou a Gino Peruzzi, que deu mais á frente para Dario Hussain. O camisa 10 foi tabelando com seu irmão, Claudio, até a entrada da área do Independiente, mas Claudio Hussain se atrapalhou e Tuzzio estourou. A bola tocou em Claudio Hussain e foi sair em lateral no campo de defesa do Velez. Busse viu Fredes correndo para a área e repôs rapidamente. O camisa 8 invadiu e chutou rasteiro, na saída de Sosa, para fazer Independiente 2x1.

No intervalo, Bayer estava contente. Tirou Vella e colocou Acevedo porque o camisa 2 errava na saída de bola. Já Tripa Seca não viu alternativa e, novamente, sacou os apagados irmãos Hussain. Cubero e Pratto entraram e Gago passou a ser o capitão.

A mudança surtiu efeito e o Velez armou ótima jogada na saída de bola. Novamente, Insua e Romero tramaram bela jogada. Insua girou e chamou a marcação, dando um ótimo passe no último instante, para Romero invadir e chutar na saída de Navarro, fazendo Velez 2x2 logo a um minuto.

A partir daí, o Velez passou a dominar. Além das mudanças feitas no intervalo, o time vinha melhor fisicamente e, já que o Independiente cansou, as ações passaram a ser ditadas pelo time de Buenos Aires. A virada, no entanto, só veio aos 7 minutos, em nova cobrança de córner. Insua cobrou para o meio da área e Gino Peruzzi chegou cabeceando forte, para fazer Velez 3x2.

O gol fez o Independiente se desesperar em busca do empate. Esse desespero, somado ao cansaço (afinal, foram 3 rodadas em uma semana), fez com que a equipe se abrisse para os contra ataques, perfeito para o Velez finalizar a partida. Aos 9 minutos, Sebá Dominguez desarmou Facundo Parra e tocou a Gago, que tocou a Insua no meio. O camisa 11 abriu na esquerda para Emiliano Papa, que avançou e deu ótimo passe no meio para Turco Assad. O camisa 9 evitou o contato com Montenegro e desferiu ótimo chute da entrada da área, rasteiro no canto direito de Navarro: Velez 4x2.

Destaque do jogo: Lucas Romero. Com movimentação constante, boa marcação e dois gols, o camisa 7 foi o grande nome da partida que levou seu time à liderança.

NOTAS RÁPIDAS
  • A rodada se encerra neste domingo, com River x Estudiantes e Racing x Huracán.
  • Dois jogadores atingiram milestones na rodada. Ao marcar já nos acréscimos do primeiro tempo contra o San Lorenzo, Basualdo chegou a 40 com a camisa do Boca. Já os dois gols contra o Independiente deram a Romero não só o prêmio de melhor em campo, mas fizeram-no chegar a 10 gols com a camisa do Velez.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Quinta Rodada - 02/03/2017

O carnaval acabou, a Portela se sagrou campeã, mas o Torneio Apertura continua em grande estilo. Os artistas continuam desfilando no Itaquá Dome, que viu um bom público e uma chuva de gols no dia de hoje. Vamos aos jogos!

VELEZ SARSFIELD 3x2 BOCA JUNIORS

Duas equipes dentro da zona de classificação e com sonhos de alcançar a liderança ou, no mínimo, a vice-liderança. A derrota do Independiente e o empate do River acalentaram o sonho de Velez e Boca que, no entanto, tinham que superar seus próprios desafios. Do lado do Velez, apesar da invencibilidade (o único invicto no campeonato), os 3 empates em quatro rodadas incomodam. Tripa Seca teve uma conversa reservada com os irmãos Hussain e pediu que eles  entrassem no jogo, coisa que não têm feito ultimamente. Do lado do Boca, o empate na última rodada (1x1 com o Estudiantes) trouxe muitas críticas. Riquelme não tem tido a liberdade que se espera dele, então Madeirite deu a seus volantes a ordem de somente marcar, deixando o camisa 10 livre para dialogar com os atacantes.

As duas equipes começaram tentando se espalhar pelo campo, buscar tabelas, mas marcando muito bem e o jogo ficou restrito ao meio de campo. Porém, uma falha do Boca permitiu que o jogo começasse a esquentar, aos 3 minutos. Palacio tentou ajudar na defesa e acabou fazendo falta em Turco Assad próximo à entrada da área. Insua cobrou com perfeição e Abbondanzieri não encontrou, apesar do voo: Velez 1x0.

O gol fez muito bem à equipe do Velez, que passou a dominar as ações. O Boca encontrava sua velha desorganização e tinha dificuldades com isso. Mesmo assim, um presente do Velez fez o empate cair no colo da equipe xeneize. Aos 6 minutos, Turco Assad tentou sair jogando e se atrapalhou, sendo desarmado por Cagna. O camisa 8 tocou rápido para Riquelme, que se movimentava com liberdade pelo campo de ataque. O camisa 10 avançou, viu Sosa adiantado e deu belo toque de cobertura, para vencer o goleiro adversário e fazer Boca 1x1.

O Velez não se importou com o jogo e continuou dominando as ações. Se engana quem acha que Turco Assad se acanhou com as vaias recebidas. Apenas 3 minutos depois da falha, veio a redenção. Aos 9, em boa jogada tramada pela direita, Claudio Hussain tocou a seu irmão, Dario, que chutou. Abbondanzieri defendeu e a bola sobrou na esquerda. Emiliano Papa tocou atrás para Turco Assad, que viu Abbondanzieri caindo para a esquerda. O chute, rasteiro e bem colocado, foi no canto direito e Assad correu para os braços da torcida: Velez 2x1.

No intervalo, Tripa Seca estava satisfeito com a boa movimentação de sua equipe. A única mexida foi a saída de Juan Sabia para a entrada de Cubero. Já o Boca precisou mexer bem na equipe e os sacrificados foram os atacantes. Os imóveis Palermo e Palacio deram lugar a Viatri e Schelloto. Madeirite também fez uma inversão, passando o atacante de movimentação para aer aziam com que a equipe tivesse um ligeiro domínio e muitas boas jogadas.

O Boca conseguiu o empate aos 4 minutos, quando Schiavi desarmou Dario Hussain e iniciou jogada de contra ataque. Basualdo recebeu do camisa 6 e abriu na esquerda para Arruabarrena. O lateral procurou Schelloto mais à frente e o camisa 13 foi tabelando com Basualdo até a entrada da área. Basualdo, então, deu um chute de curva, da entrada da área, no ângulo de Sosa: Boca 2x2.

O gol era um prêmio ao espetáculo que se via em campo, mas uma injustiça ao Velez, que dominava as ações e se fartava de chutar bolas na trave. E assim foi até os 8 minutos, quando enfim o Velez conseguiu encontrar as redes, após uma intensa blitz. A equipe rondou a área do Boca 4 vezes, com Insua, Peruzzi e Dario Hussain duas vezes. Na última das quatro oportunidades, Abbondanzieri mandou a córner e marcou o primeiro pau. Peruzzi cobrou no segundo pau, encobrindo o goleiro, e Claudio Hussain apareceu de surpresa, cabeceando para o gol vazio: Velez 3x2.

Destaque do jogo: Claudio Hussain. Fica difícil escolher um só quando o time inteiro joga bem. Mas Claudio Hussain foi o grande destaque. O puxão de orelha que o treinador deu nele e em seu irmão surtiu efeito e os irmãos Hussain procuraram o jogo o tempo todo, tabelando e concluindo. Coube ao camisa 8 as melhores jogadas e o gol da vitória.

SAN LORENZO 1x4 RACING
Com os três times argolados sem a vitória, a empolgação em Almagro estava altíssima. O San Lorenzo vinha em ascensão, mesmo após o empate na última rodada (2x2 com o Velez), com uma invencibilidade de três jogos e a possibilidade de entrar na zona de classificação. Nilson manteve o 4-3-3 do último jogo, com Buffarini e Piatti formando a dupla de volantes. Do lado do Racing, a apreensão se fez presente. Apesar de ter jogado bem o último jogo, o time voltou a perder (0x3 River) e já somava 3 derrotas seguidas. Eles precisavam se acertar com urgência, para voltarem ao caminho das vitórias.

Se fosse perguntado quem era o favorito até o início deste campeonato, Racing seria o nome citado. Mas a ascensão do San Lorenzo invertia os valores totalmente. O céu começou a escurecer antes da bola rolar. A chuva que caiu quando o jogo começou foi de uma força descomunal  e a previsão era de que o jogo seria de baixo nível técnico. Quando a bola rolou, no entanto, o que se viu foi um equilíbrio incrível, com as duas equipes jogando para a frente e tentando boas jogadas de ataque.

O primeiro gol veio em uma jogada mais incrível ainda. O San Lorenzo armou uma jogada de ataque e Romagnoli passou a Stracqualursi já dentro da área. O camisa 9 chutou e Saja fez linda defesa, espalmando para a entrada da área. Buffarini pegou o rebote, adiantou e preparou o chute. Saja saiu do gol como manda o manual: pernas para um lado, braços para o outro. Buffarini dividiu com Saja, que mandou para longe com o pé direito. A bola foi rolando e cruzou o campo todo, entrando mansa no gol de Migliore, aos 4 minutos. Saja marcou seu primeiro gol com a camisa do Racing e a FIFUBO viu seu primeiro gol de goleiro em muito tempo: Racing 1x0.

A partir daí, o que se viu foi um passeio do Racing. Parece que o gol de goleiro empolgou os jogadores, que passaram a dominar as ações por completo. Martin Simeone, Pelletieri, Enrique, Ruben Capria, Latorre e Acosta se revezavam em ótimas jogadas no ataque, concluindo com perigo, enquanto lá atrás Quiroz e, principalmente, Pocchetino, afastavam as chances que o San Lorenzo criava. O Racing encontrou o segundo gol já aos 9 minutos. Após boa jogada, Migliore mandou a escanteio. Ruben Capria cobrou no primeiro pau e Martin Simeone cabeceou. Migliore voou para dentro do gol, chegou a encostar na bola (que também bateu no travessão), mas acabou caindo lá dentro: Racing 2x0.

No intervalo, Nilson percebeu que seu 4-3-3 não funcionava da forma como deveria ser. Tirou Piatti e Stracqualursi (o camisa 9 errava tudo e o camisa 12 dava espaços na defesa) e colocou Tellechea e Erviti. Assim, Tellechea ficaria mais fixo, Erviti iria para a ponta esquerda e Bordagaray jogaria como centroavante. Sem a bola, Erviti voltaria e formaria o losango no meio com Tellechea, Buffarini e Romagnoli. Já Paralelo tirou Diego Capria (o único que destoava) e colocou Fariña.

O jogo reiniciou e o que se viu foi um passeio do Racing. A equipe de Avellaneda não deixava o San Lorenzo trocar dois passes, já roubava a bola e saía em velocidade. O terceiro gol veio em falha da equipe de Almagro. Johnathan Ferrari roubou bem a bola de Latorre na lateral esquerda da área e quis sair jogando bonito, com um lançamento de trivela. Pegou mal e a bola caiu no meio da área, no pé de Enrique. O lateral esquerdo chutou forte e venceu Migliore que, cara a cara, nada podia fazer: Racing 3x0, aos 3 minutos.

Nesse momento, a chuva forte que caía lavava a alma dos torcedores do Racing. Já os do San Lorenzo vaiavam cada vez que Ferrari tocava na bola. Bem marcado, Romagnoli não conseguiu jogar. A equipe só chegou ao gol aos 8 minutos, em jogada totalmente despretensiosa. Após Ameli cortar um cruzamento na área, a bola sobrou na meia lua para Tellechea. O camisa 20 deu bico para a frente e acabou fazendo um lançamento primoroso, que encontrou Bordagaray. O camisa 13 invadiu a área e chutou na saída de Saja, fazendo San Lorenzo 1x3.

Nesse momento, a torcida do Racing não se importava com mais nada. Fazia festa para saudar seus craques e ainda viu a jogada mais bonita fechar a quinta rodada com chave de ouro. Já nos acréscimos, uma jogada que começou com Enrique na esquerda rodou o campo todo, com Pocchetino, Gamboa, Fariña e Pelletieri. O camisa 7, já no meio de campo, deu um passe de letra para Acosta, que foi avançando pela intermediária, trazendo a bola da ponta para o meio. Quando viu que Migliore saía do gol, deu um lindo toque de trivela, encobrindo o goleiro e dando ponto final ao jogo: Racing 4x1.

Destaque do jogo: Martin Simeone. Em tarde de gala de todo o time, é difícil escolher um só. Mas Martin Simeone se sobressaiu. Sem ter a quem marcar, foi ao ataque e se tornou a principal peça ofensiva do Racing. Armou jogadas, fez tabelas, concluiu e ainda foi premiado com um belo gol de cabeça, numa performance que chamou a atenção da imprensa, que disse que "finalmente, Martin Simeone estreou no campeonato!".

CLASSIFICAÇÃO
1° River Plate - 10 pontos
2° Velez Sarsfield - 9 pontos, 13 gols pró
3° Independiente - 9 pontos, 11 gols pró
4° Boca Juniors - 7 pontos
5° Racing - 6 pontos
6° San Lorenzo - 5 pontos, 11 gols pró
7° Estudiantes - 5 pontos, 9 gols pró
8° Huracán - 3 pontos

ARTILHARIA
1° David Trezeguet (River Plate) - 9 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 6 gols
3° Daniel Cigogna (Huracán) e Federico Insua (Velez Sarsfield) - 5 gols