quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Resumo do Primeiro Turno

Após 7 rodadas, o Clausura encerra seu primeiro turno. 28 jogos foram disputados e 143 gols foram marcados, com uma média de 5.1 gols por jogo. O ataque mais positivo pertence ao River Plate, com 27 gols marcados, enquanto o Independiente tem o ataque menos positivo, com apenas 12 gols marcados. A defesa menos vazada é a do Estudiantes, com apenas 13 gols sofridos, enquanto o time mais vazado é o San Lorenzo, que tomou 25 gols até aqui. Curiosamente, dos 28 jogos, só um terminou empatado (Estudiantes 4x4 River Plate). A seguir, faremos um resumo de cada time neste turno inicial:

Boca Juniors - Após o vexame no Apertura, sendo a primeira equipe argolada a não se classificar para os playoffs, o Boca se reestruturou. Com novas táticas, o time chegou ao vice campeonato da Copa Olé e prometia uma nova atitude neste Clausura. O novo esquema, que prioriza a posse de bola e o controle do jogo, foi criticado logo na primeira rodada, com uma derrota inexplicável para o Huracán (2x3). A culpa caiu naquele que devia armar o jogo e o treinador, Sr Rússia, teve a coragem de barrá-lo. Riquelme foi para o banco de reservas e, com Schelloto, o time engrenou 3 vitórias, sendo uma no Superclássico (4x2 River), o que não acontecia há quatro anos. Com isso, o time alcançou a liderança e a empolgação bateu forte, mas o time perdeu na rodada seguinte, vencendo na próxima e terminando com um jogo pobre contra o Estudiantes (2x4). Os altos e baixos mostram que o Boca ainda não consolidou seu esquema, nem mostrou a força que se espera para ganhar o título. Mesmo assim, o time terminou o turno na terceira posição, com 12 pontos (4 vitórias, 3 derrotas, 19 gols marcados e 16 gols sofridos). O destaque até aqui é Guillermo Barros Schelloto, que assumiu a função de armar o time e tem conseguido, levando a bola até os atacantes. Apesar de ser o artilheiro da equipe com 6 gols, Martin Palermo oscila bastante. Marcou duas vezes contra o Velez e, no Superclássico, fez um hat trick. Mas passou em branco em outras ocasiões.

Estudiantes - A grande sensação do campeonato. Saco de pancadas nos últimos anos, a equipe de La Plata tinha planos muito modestos para este Clausura: vencer, no mínimo, duas partidas e tentar terminar na sexta posição. A vitória na primeira rodada (4x1 no San Lorenzo) empolgou os torcedores, mas foi o que veio a seguir que encantou a todos. O time venceu a partida seguinte (2x0 Huracán) e cumpriu sua meta. A derrota na terceira rodada (2x3 Velez) parecia indicar que o Estudiantes só tinha vencido as duas primeiras por enfrentar equipes mais fracas, mas o bom momento continuou. Venceu o Racing (2x1), segurou o River Plate (4x4) e, no seu melhor momento no campeonato, atropelou o Independiente (6x2), finalizando com um 4x2 sobre o Boca. Com 5 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota, o time soma 16 pontos e divide a liderança com o River Plate, perdendo no critério de gols pró (24 a 27), além de ter a defesa menos vazada do campeonato (13 gols). Muito se especula sobre o que transformou o Estudiantes tão drasticamente. No primeiro semestre, a tática da equipe era atrapalhar o adversário, embolando o meio de campo e tentando sair no contra ataque, sem eficiência alguma. Agora, além de ter melhorado a parte física dos jogadores, os treinamentos priorizam a finalização a gol, além de cada jogador ter (e cumprir) uma função em campo. O time começa bem lá atrás, com as defesas de Andujar; tem uma boa saída de bola com Verón; arma bem o jogo com Enzo Perez e encontra os atacantes abertos pelas pontas, prontos para a conclusão. Apesar de Verón ser o artilheiro do time no campeonato, com 8 gols, o grande destaque é Enzo Perez. O camisa 7 assumiu a função de articulador do time, organizando o meio de campo e distribuindo o jogo com maestria, fazendo com que os demais jogadores apareçam. A continuar assim, o Estudiantes pode pensar em metas maiores, melhores do que no Apertura de 2014, onde terminou na terceira colocação.

Huracán - A velha tática de ficar fechado na defesa e sair nos contra ataques não tem dado certo por um motivo: o time não sai em contra ataques. Quando consegue encaixar esta jogada, vence e convence, como nas vitórias sobre o Boca (3x2) na primeira rodada e sobre o Velez (4x1) na quarta rodada, em seu melhor momento no campeonato. Pena que foram os únicos triunfos, já que o time perdeu as outras 5 partidas, ocupando o sétimo lugar na competição. Ruben Masantonio é o destaque do time e, muitas vezes, joga sozinho. Nas duas vezes em que a equipe triunfou, além de Centurión lhe ajudar no contra ataque, os laterais avançavam e, com isso, a bola chegava a Cigogna em condições de concluir. O mito é o artilheiro da equipe no campeonato, com 7 gols, mas só marcou em 3 das 4 rodadas. Se Sr Rabina não conseguir encontrar um equilíbrio entre a defesa e o contra ataque, o time vai continuar perdendo e vendo a zona de classificação cada vez mais distante.

Independiente - Todo campeonato é a mesma coisa: a promessa de um novo time e a realidade de muitos vexames. No Apertura, o Independiente conseguiu se classificar para os playoffs em terceiro lugar, mas com uma campanha muito irregular (8 vitórias e 6 derrotas). Aqui, a promessa era da volta da tradicional aplicação tática. 3 rodadas se passaram e 3 derrotas empurraram o time para o último lugar. A primeira vitória veio num suado 2x1 sobre o San Lorenzo e, na rodada seguinte, outro triunfo suado (1x0 Boca), que parecia mostrar que o time de Avellaneda iria engrenar, mas aí veio o vexame sobre o Estudiantes (2x6) e mais uma vitória suada (2x1 Huracán). O prometido reforço para o meio de campo não virá nesse ano, então Gracián precisa começar a jogar. Quando ele participa do jogo, os atacantes são servidos e os gols aparecem. Mas Gracián passa a maior parte do campeonato disperso, escondido numa faixa do campo onde não pode ajudar. Com isso, Nestor Silvera tem se desdobrado e, portanto, é o destaque da equipe. O camisa 11 volta para ajudar na marcação, arma o jogo e aparece para concluir. Com isso, marcou 8 gols até aqui e é, ao lado de Verón, o vice artilheiro da competição. O Independiente precisa de uma grande virada neste returno, se quiser chegar às semifinais. Atualmente, com 3 vitórias, 4 derrotas e o pior ataque da competição (com média inferior a 1 gol por jogo), o sexto lugar parece uma colocação amarga para quem quer brigar pelo título.

Racing - Talvez a maior decepção do Clausura, o time azul e branco de Avellaneda não conseguiu repetir as atuações do Apertura, quando foi vice campeão e compôs metade da seleção do campeonato. Após perder na primeira rodada (1x3 River), a vitória no Clássico de Avellaneda (3x2 Independiente) parecia indicar uma arrancada. Mas veio a rodada seguinte e uma goleada sofrida diante do Boca (1x4) e, após mais uma derrota (1x2 Estudiantes), entrou em uma gangorra de vitórias e derrotas, terminando o turno na quinta colocação, com os mesmos 9 pontos do Independiente, mas triunfando nos gols pró (16x12). Os jogadores parecem cansados e desinteressados e este é o grande desafio de Paralelo para recolocar a equipe no caminho das semifinais. Com tantos problemas físicos, Ruben Capria não pôde ajudar muito, cabendo a Acosta ser o destaque da equipe. Além de ser o artilheiro do time no campeonato (5 gols), o camisa 9 volta para ajudar na armação e, com isso, consegue levar o time à frente. O Racing precisa recuperar seus atletas e voltar a vencer, para conseguir uma arrancada e fazer jus a toda a fama que amealhou no primeiro semestre. Talento para isso tem. Falta é colocar em prática.

River Plate - Campeão do Torneio Início do Apertura, campeão do Torneio Apertura, campeão da Copa Olá, campeão do Torneio Início do Clausura. Ao vencer todos os torneios disputados pelos times argentinos no ano, o River é a grande equipe a ser batida em qualquer competição e neste Clausura não é diferente, já que é a competição favorita dos comandados de Francescoli (são os atuais bicampeões). Fazendo jus à posição acima dos demais times, o River navega quase que tranquilamente neste Clausura. Só não é completamente tranquilo porque o Estudiantes insiste em os acompanhar nesta jornada. A equipe nem precisou se esforçar para vencer seus três primeiros jogos no campeonato, mas a derrota no Superclássico (2x4 Boca) na quarta rodada acendeu um sinal de alerta em Nuñez, principalmente porque o empate na rodada seguinte (4x4 Estudiantes) fez o time ficar com uma inédita sequência de dois jogos sem vencer no ano. Mas bastou golear nas duas últimas rodadas (6x3 Huracán e 5x2 Velez) para o time terminar o turno no costumeiro primeiro lugar, com o ataque mais positivo da competição. O destaque até aqui é Pablo Ferrari. O lateral virou uma arma ofensiva impressionante, atacando pela ponta direita e ajudando a armar o jogo. Já marcou 5 gols no campeonato, mas o artilheiro ainda é o incansável Trezeguet. Após um início discreto, o francês começou a marcar gols e, após deixar a bola 4 vezes nas redes do Huracán, finalizou o turno na artilharia do campeonato, com 9 gols. O River parece mesmo acima dos rivais, mas o Estudiantes insiste em atrapalhar os planos do tricampeonato.

San Lorenzo - Eterno saco de pancadas, o time de Almagro não parece ter forças para sair dessa situação. Nilson consolidou o esquema no 4-3-3, mas essa tática mata o principal jogador da equipe. Romagnoli deixa de ser o homem chave no ataque e passa a ser um mero (e solitário) armador. Até aí tudo bem, já que sua função é essa. Mas os atacantes não ajudam, principalmente o centroavante Stracqualursi, que insiste em armar o jogo e tentar dribles, ao invés de chutar. Com isso, tirando a vitória na terceira rodada sobre o Huracán (4x2), o San Lorenzo só perdeu. Foram 6 derrotas e o oitavo e último lugar na tabela, com direito a defesa mais vazada (25 gols). Mesmo com tantos problemas e com discretos 4 gols no torneio, Romagnoli ainda é o grande destaque da equipe. Um sopro de talento, quando a bola bate nos seus pés saem as melhores jogadas do time. É pena que não tenha companheiros à altura de seu futebol. O esquema parece cair bem ao San Lorenzo, mas é preciso maior empenho dos atletas para levar o time a voos mais altos. Da forma como estão jogando, nem o Papa pode ajudar.

Velez Sarsfield - O time que roubou do Racing o apelido de Rei de Copas (por conta do bicampeonato na Copa Olé e na Supercopa FIFUBO) prometia voos mais altos para mostrar que é o rei de tudo. Prometiam desbancar o poderoso River Plate e se consagrarem como a maior equipe da FIFUBO. Mas os resultados não apareceram. No Apertura, o futebol bonito não se traduzia em vitórias e, mesmo classificado aos playoffs, o quarto lugar foi bem amargo. Na Copa Olé, eliminação logo na primeira rodada e, com isso, todas as fichas foram jogadas no Clausura. Com uma campanha de altos e baixos, vencia em uma rodada e perdia na outra, mas a dura derrota para o Huracán (1x4) na quarta rodada expôs uma equipe que não tinha o mesmo brilho de outrora. O talento ainda leva o time do Velez à frente, mas a equipe não mostra a mesma coesão apresentada em 2016, onde todos jogavam bem. Aqui, quando metade joga, a outra metade se omite. Na derrota para o Huracán, o desinteresse de Lucas Pratto irritou os torcedores e levou a um bate boca ao final da partida. O camisa 12 foi afastado nas duas rodadas seguintes e retornou na última rodada, sem demonstrar qualquer mudança em sua atitude. Mesmo assim, ainda há quem queira jogar no time e, com isso, a equipe termina o primeiro turno em quarto lugar, com os mesmos 12 pontos do Boca, mas perdendo no critério de gols pró (17x19). O destaque até aqui é Dario Hussain. Impulsionado pelo seu irmão Claudio, o camisa 10 vem aparecendo bem no ataque, recebendo bolas em condições e marcando gols, sendo o artilheiro do time até aqui, com 7 gols. Se Tripa Seca encontrar uma fórmula de fazer todos os jogadores se interessarem pelo campeonato, o Velez volta a ser favorito. Caso contrário, é capaz até de se classificar às semifinais, mas não pode esperar avançar além disso.

E assim se encerra o primeiro turno. O segundo turno deve começar nesta sexta-feira ou no sábado, dependendo de alguns compromissos particulares. Mesmo assim, o Clausura continua a pleno vapor, para delírio de seus torcedores. Em um campeonato tão equilibrado como esse, será que teremos alguém arrancando no segundo turno? Alguma equipe vai perder o fôlego e o encanto se quebrará? Façam suas apostas!

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