quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Torneio Clausura 2017 - Quarta Rodada - 07/09/2017

Feriado de 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, dia de ir ao Itaquá Dome, assistir rodada cheia do Clausura. Todos os 4 jogos da rodada foram disputados no mesmo dia e, em cada um deles, foi dado um grito diferente de independência.

VELEZ SARSFIELD 1x4 HURACÁN

Após vencer o surpreendente Estudiantes na rodada anterior (3x2), o Velez quer continuar a boa carreira e entrar de vez na zona de classificação. Já o Huracán quer apenas afastar a sequência ruim, que culminou com uma derrota (2x4) para o San Lorenzo na rodada passada.

O Velez até começou bem, ocupando o campo de ataque e com Insua se movimentando, dando a impressão de que venceria a qualquer momento. Mas o Huracán é um time que joga fechado e busca o momento certo para encaixar o contra ataque. Quando isso dá certo...

E deu certo, logo aos 2 minutos. Insua tentou passe para Turco Assad, mas Villarruel afastou para o campo de defesa do Velez. Emiliano Papa gritou que a bola era dele, mas demorou muito a chegar. Quem correu e pegou foi Centurión. O camisa 8 se lançou ao ataque, tabelando com Cigogna. O último toque foi na entrada da área e o mito preparou o scopetazzo, mas surpreendeu Sosa com um chute colocado e, quando o goleiro percebeu, já era tarde: Huracán 1x0.

O Velez tentou se reorganizar e buscar o empate, chegando bem ao ataque, mas concluindo mal, longe do gol. Com isso, aos 4 minutos, Islas cobrou o tiro de meta no meio para Ruben Masantonio e o camisa 10 foi levando a bola para a esquerda. Com um passe no corredor, encontrou Cigogna, que deu um drible desmoralizante em Sabia e chutou cruzado, sem chances para o goleiro: Huracán 2x0.

Desse jeito, a coisa estava feia para o Velez, mas a equipe conseguiu encaixar uma boa jogada aos 8 minutos. Insua recebeu de Claudio Hussain no meio e lançou Dario Hussain na ponta direita. O camisa 10 foi ao fundo e cruzou para Turco Assad cabecear sem chances para Islas, fazendo Velez 1x2.

Ainda teve tempo do Huracán ampliar e isso aconteceu nos acréscimos. Após boa trama no campo de ataque, Gago mandou a lateral. Danelon cobrou rápido e Ruben Masantonio recebeu na direita, adiantou a chutou cruzado, sem chances para Sosa, fazendo Huracán 3x1.

No intervalo, Tripa Seca tirou Emiliano Papa e Dario Hussain, para pôr Cubero e Lucas Pratto. Já Sr Rabina tirou Villarruel e Milano, colocando Erramuspe e Barrales em seus lugares. Barrales ia jogar do lado direito, pois Cigogna destruía do outro lado.

O Velez não acertou mais nada no segundo tempo. A equipe errava os passes mais simples e irritava o torcedor. Já o Huracán, cansado, apenas esperava o tempo passar. Mesmo assim, os jogadores do Velez queriam irritar mais o torcedor e conseguiram aos 6 minutos. Claudio Hussain pegou a bola e viu que os jogadores não se mexiam para receber e, pior, ainda se posicionavam mal, bloqueando os caminhos para o campo de ataque. Ele reclamou com Lucas Pratto, que se virou de costas e andou, fechando o único espaço livre. O passe de Hussain bateu nas costas do camisa 12 e saiu em lateral. Minici cobrou para Cigogna, que puxou o contra ataque e, da entrada da área, mandou o scopetazzo, fazendo Huracán 4x1.

Neste feriado, o Huracán mostrou-se independente e conseguiu derrotar um dos favoritos ao título.

Destaque do jogo: Daniel Cigogna. Com movimentação constante e chutes precisos, o mito foi o grande nome da partida. Anotou um hat trick e levou sua equipe a uma incrível goleada.

RACING 1x2 ESTUDIANTES

Favorito ao título, o Racing ainda não decolou. Tá certo que pegou as 3 equipes argoladas, mas só venceu uma e perdeu as outras duas. Pior, na última rodada, tomou um sonoro 4x1 do Boca, mesmo jogando bem. Já o Estudiantes quer mostrar que suas duas vitórias iniciais não foram fogo de palha e que a derrota para o Velez (2x3) já foi superada. Os jogadores treinaram forte a parte física nesta meia semana.

Foi um jogo muito bom, de técnica apurada e marcação forte. Os dois times marcavam bem no meio de campo e impediam o adversário de atacar. Com isso, tinham que buscar alternativas e conseguiam, com seus coadjuvantes participando das jogadas de frente. Mesmo com toda essa técnica, o primeiro tempo teve só um gol.

E foi aos 8 minutos, em linda jogada coletiva. Acosta chutou e Andujar fez uma bonita defesa, reiniciando o jogo para Leandro Desábato. O camisa 3 inverteu o jogo e encontrou Verón. O camisa 11 passou a Leandro Benítez, que deu um leve toque para Mauro Boselli. O camisa 9 só encostou na bola para deixá-la mais atrás e Verón veio de surpresa, dando um toque de chapa, de muita categoria, para vencer Saja: Estudiantes 1x0.

No intervalo, Paralelo tirou Pelletieri e Latorre, colocando Fariña e Hauche em seus lugares. Já Cristaldo tirou apenas Marco Rojo e colocou Mathias Sanchez, para melhorar a marcação a Acosta.

A mudança de Paralelo foi importante, pois Gastón Fernandez era um perigo constante pelo lado direito, mas Hauche o anulou. Já a entrada de Fariña parecia ser uma forma de marcar Boselli, mas o camisa 12 entrou mesmo como arma secreta.

Aos 3 minutos, o Racing se mandou para o ataque pelo lado direito com Fariña, Ruben Capria e Acosta, montando uma blitz que o Estudiantes tinha dificuldades para afastar. Após Acosta chutar e a bola bater na zaga, o próprio camisa 9 pegou o rebote pela direita. A marcação veio em cima dele e de Ruben Capria, mas o passe foi para Fariña, que entrou como elemento surpresa pelo bico da área e chutou na saída de Andujar, fazendo Racing 1x1.

O jogo ganhou em emoção e as duas equipes se fartaram de perder gols. Mas, quando parecia que o jogo terminaria empatado, eis que Andujar faz um milagre em chute de Acosta e a bola sobra para Verón. O camisa 11 despachou para o meio e encontrou Leandro Benítez, que avançou e tocou para o lado esquerdo. Boselli recebeu, invadiu a área e chutou forte, sem chances para Saja, fazendo Estudiantes 2x1.

Para quem pensava que o Estudiantes só venceria San Lorenzo e Huracán, o grito de independência foi forte. A equipe de La Plata vence a terceira e traça novos planos no campeonato.

Destaque do jogo: Mariano Andujar. A equipe venceu pelos pés de Verón e Boselli, mas foram as mãos milagrosas do camisa 21 que garantiram o triunfo. Andujar foi simplesmente fantástico hoje.

RIVER PLATE 2x4 BOCA JUNIORS

Líder do campeonato, com 3 vitórias em 3 jogos. Campeão de todos os campeonatos disputados pelos argentinos em 2017. Apenas duas derrotas no ano, sendo a última em 14 de abril. O River voa em céu de brigadeiro rumo a mais um título. Mas do outro lado, há uma equipe em ascensão. O Boca perdeu a primeira partida do campeonato (2x3 Huracán) e, desde então, vem crescendo. A vitória sobre o Racing (4x1) mostra que o time xeneize não vem para figurar no campeonato, vem para ser protagonista.

Superclássico é um jogo à parte. O público lotou o Itaquá Dome e vibrou com este duelo. No início, muita marcação e as duas equipes tentando encontrar soluções ofensivas. No que um errava, o outro acertava e foi assim que o placar foi aberto.

Aos 2 minutos, Palermo recebeu de Schelloto na entrada da área e chutou forte. A bola tocou no travessão e quicou fora do gol. Carrizzo pegou a bola e abriu na direita para Ferrari. O camisa 2 avançou pelo corredor e tocou em diagonal para Ortega. O camisa 10 saiu da ponta para o meio e se aproveitou do buraco deixado por Serna. Ortega invadiu a área e tocou na saída de Abbondanzieri para fazer o lado vermelho e branco da arquibancada explodir: River 1x0.

O Boca continuou jogando e buscando o gol de empate. De tanto tentar, foi premiado. Aos 6 minutos, Schelloto fez jogada pelo lado esquerdo, trouxe para o pé direito e cruzou para a área. Palermo fez a jogada conhecida como 'elevador de rugbi' e puxou a marcação. Cagna ficou livre da marca do pênalti e cabeceou sem chances para Carrizzo, fazendo o lado azul e amarelo da arquibancada explodir: Boca 1x1.

O empate parecia um resultado justo, mas já foi dito anteriormente que o erro de um é o acerto do outro. Aos 10 minutos, Gallardo recuou para Almeyda sair jogando, mas o camisa 5 adiantou demais e se atrapalhou. Arruabarrena correu e deu um toquinho com o pé esquerdo, para tirar de Almeyda. Com isso, a bola sobrou para Palermo na meia lua e o camisa 9 não pensou duas vezes, mandando no ângulo de Carrizzo e fazendo Boca 2x1.

No intervalo, Francescoli não perdoou o erro de Almeyda e o tirou, junto com Buonanotte, para colocar Coudet e Funes Mori (Ferrari passaria a ser o capitão). Já Sr Rússia tirou Serna (que deixava um buraco na entrada da área) e Palacio, para colocar Battaglia e Riquelme (Palermo passaria a ser o capitão). Depois de dois jogos, o camisa 10 voltaria a campo e Schelloto iria para a ponta direita.

O jogo continuou bom no segundo tempo, mas o River precisou se expor aos contra ataques. E foi assim que o Boca chegou à vitória. Aos 4 minutos, Riquelme recebeu no meio e avançou, atraindo a marcação de Barrado. Com isso, o camisa 10 abriu na ponta e Schelloto recebeu, indo ao fundo e cruzando. Palermo escorou de pé esquerdo e ampliou a vantagem xeneize: Boca 3x1.

O River descontou na saída de bola. Aos 5 minutos, Gallardo fez a 'figura 8', tocando para Coudet e indo para o lado esquerdo. O camisa 8 tocou na direita para Ferrari e o camisa 2 recebeu livre, sem oposição. Da entrada da área, acertou lindo chute e fez River 2x3.

O jogo ganhou emoção e o River partiu com tudo em busca do empate. Mas o Boca foi se segurando com bravura e tocava a bola para passar o tempo. Nos acréscimos, Ibarra afastou, Cagna dominou e abriu na direita para Schelloto. O camisa 13 não quis avançar e recuou o jogo para Riquelme. Aí, o camisa 10 começou a mostrar que pode ser útil ao time. Cadenciou o jogo, tabelando com Arruabarrena e Basualdo. Quando percebeu, tinha desmontado a defesa do River inteira e, com um toque genial, encontrou Palermo livre, da meia lua. De novo, o camisa 9 não perdoou e mandou forte, sem chances para Carrizzo, fazendo Boca 4x2.

Foram 11 jogos oficiais em 4 anos até o grito de independência do Boca ser dado. Desde aquele 4x3 em 27/07/2013, o Boca não vencia um Superclássico e conseguiu isso com autoridade desta vez.

Destaque do jogo: Martin Palermo. A transformação desse time do Boca se deve, em muito, ao seu camisa 9. Com um hat trick, ele acabou com uma invencibilidade do River de quase 6 meses e levou seu time a vencer o maior rival após 4 anos. Foi uma tarde de gala.

SAN LORENZO 1x2 INDEPENDIENTE

O último jogo ia colocar frente a frente as duas piores equipes do campeonato. O San Lorenzo conseguiu sua única vitória até aqui na última rodada (4x2 Huracán) e precisava afastar a ideia de que o melhor esquema tático é justamente aquele que não vem sendo utilizado. Já o Independiente, criticado por ter quase 50% de aproveitamento no Apertura (8 vitórias e 6 derrotas), quer justamente isso aqui no Clausura. Após ter perdido os 3 primeiros jogos, o time precisa vencer. Silvera conversou com a comissão técnica e pediu treinos mais fortes para a defesa, pois ele garante o ataque.

O jogo foi o pior da rodada. As duas equipes estavam mal fisicamente e erravam muitos passes. O San Lorenzo continua dependendo de Romagnoli e, hoje, o camisa 10 esteve mal. Já o Independiente até tinha boa chegada na frente, com Gracián e Silvera, mas Fredes estava mal lá atrás e era por ali que o San Lorenzo criava.

E foi assim que o time de Almagro chegou ao gol, aos 5 minutos. Erviti roubou a bola de um displicente Fredes e tocou a Buffarini. O camisa 8 abriu na direita para Raul 'Pipa' Estevez, que procurou Romagnoli no meio. O camisa 10 recebeu de costas e recuou para Erviti que, sem a marcação de Fredes, chegou chutando de primeira e fazendo San Lorenzo 1x0.

O erro do camisa 8 foi grave, mas o Independiente tem Silvera para consertar os problemas. Aos 10 minutos, Gracián recuou a Busse, que se lançou ao ataque para tocar para Silvera, mas se atrapalhou e tocou curta demais. O camisa 11 correu, disputou com Buffarini e ficou com a bola. Após se livrar do camisa 8, Silvera invadiu a área, passou por Tulla e chutou na saída de Migliore, para fazer Independiente 1x1.

No intervalo, Nilson tirou Johnathan Ferrari e Buffarini, colocando Tellechea e Piatti em seus lugares. Com isso, Reynoso faria a volância pelo lado direito e ajudaria Tellechea na marcação a Silvera. Já Bayer sacou Fredes e Parra, colocando Acevedo e Gandin em seus lugares.

As mudanças de Bayer fizeram efeito. Com Acevedo marcando, Erviti e Romagnoli já não conseguiam jogar pelo lado esquerdo e ainda tinham Gandin em velocidade nas costas, criando perigo.

Assim, o Independiente chegou à virada aos 2 minutos, após Acevedo interceptar passe para Erviti e tocar a Montenegro no meio. O camisa 5 tocou mais à frente para Mareque, que lançou Silvera. O camisa 11 recebeu de costas para a zaga e, com um giro, se livrou de Tellechea e Tulla, chutando cruzado de pé direito para vencer Migliore e fazer Independiente 2x1.

Depois de 3 derrotas, Silvera finalmente conseguiu dar o grito de "independiência" e levar sua equipe à vitória.

Destaque do jogo: Nestor Silvera. Durante a semana, ele pediu foco no posicionamento defensivo, prometendo garantir lá na frente. Durante o jogo, cumpriu a sua parte. Se movimentou pelo campo de ataque inteiro, voltou para armar o jogo, buscou tabelas e fez dois gols, para dar o triunfo ao time de Avellaneda.

CLASSIFICAÇÃO

1° Boca Juniors - 9 pontos, 13 gols pró
2° River Plate - 9 pontos, 12 gols pró
3° Estudiantes - 9 pontos, 10 gols pró
4° Huracán - 6 pontos, 9 gols pró
5° Velez Sarsfield - 6 pontos, 8 gols pró
6° Independiente - 3 pontos, 7 gols pró
7° Racing - 3 pontos, 6 gols pró, 11 gols contra
8° San Lorenzo - 3 pontos, 6 gols pró, 12 gols contra

ARTILHARIA

1° Nestor Silvera (Independiente) - 6 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors) e Daniel Cigogna (Huracán) - 5 gols
3° Pablo Ferrari (River Plate) - 4 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Com o feriado, a quarta rodada inteira foi encerrada. A quinta rodada será disputada na sexta e no sábado.
  • Dois jogadores atingiram milestones na rodada. Ao dar a vitória ao seu time contra o Racing, Boselli chegou a 20 gols com a camisa do Estudiantes. Já Silvera não comemorou só a primeira vitória de seu time no campeonato. O primeiro gol foi o de número 80 dele com a camisa do Independiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!