sábado, 1 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Nona Rodada - 01/04/2017

Parece mentira, mas não é. A nona rodada do Apertura veio num sábado em que choveu muito antes da bola rolar, mas quando a bola rolou, o sol apareceu e o público foi brindado com duas grandes partidas. Por uma ironia da tabela, os 4 últimos se enfrentaram neste sábado, deixando os 4 primeiros para jogarem no domingo. Vamos aos jogos!

ESTUDIANTES 1x4 VELEZ SARSFIELD

Vindo de três jogos sem vencer, o time de La Plata tem que pontuar, se quiser mirar a zona de classificação. Outra preocupação de Cristaldo é que sua equipe vem cansando muito, levando a equipe a jogar maravilhosamente no primeiro tempo e tomar uma virada no segundo, completamente entregue. Do outro lado, uma crise começa a se instalar. Chegando à última rodada do primeiro turno como único invicto e precisando da vitória para virar o turno na liderança, o Velez perdeu e, na abertura do returno, voltou a perder. A torcida começa a protestar e Tripa Seca demonstra sua preocupação, pedindo aos jogadores que doem o máximo enquanto estiverem em campo. No primeiro turno, Velez 2x2 Estudiantes.

As ideias de Tripa Seca foram assimiladas pela sua equipe. Depois de um início de jogo muito truncado, com o Estudiantes embolando o meio de campo e o Velez aceitando, a equipe de Buenos Aires começou a tomar conta das ações. Com Insua sem liberdade para criar, os laterais e volantes se encarregaram da armação e o time começou a ocupar o campo do adversário. O primeiro gol, no entanto, só veio aos 6 minutos. Sosa cobrou tiro de meta para Insua no meio e o camisa 11 foi carregando a bola. Quando a marcação chegou, ele passou na direita para Dario Hussain, que invadiu a área e foi derrubado por Andujar. Gago cobrou o penal no canto esquerdo e Andujar foi para o lado direito: Velez 1x0.

O gol fez o Estudiantes se lançar ao ataque e, com isso, se expor a contra ataques. Assim, aos 8 minutos, Rodrigo Braña foi à frente e perdeu a bola para Juan Sabia. O camisa 4 foi rápido no lançamento e encontrou Claudio Hussain livre, exatamente onde Braña devia estar. Sem oposição, o capitão do Velez foi avançando, invadiu a área, tocou de lado e... foi derrubado por Andujar. Gago cobrou o pênalti novamente no canto esquerdo e, mesmo com Andujar acertando o canto, a bola entrou: Velez 2x0.

A partir daí, o Estudiantes passou a buscar o ataque com mais ímpeto, mas sem organização, e o jogo ficou perfeito para o Velez explorar os contra ataques. Num deles, já nos acréscimos, saiu o terceiro gol. Verón foi ao ataque e passou a bola para Gastón Fernandez, mas Romero se antecipou e roubou a bola, recuando a Sebá Dominguez. O camisa 6 abriu na esquerda para Emiliano Papa, que foi avançando. Turco Assad pedia mais à frente, mas o camisa 3 viu que Dario Hussain estava livre na direita, exatamente onde Verón deveria estar. O lançamento foi primoroso e Dario já recebeu levando a bola para dentro da área, para tocar na saída de Andujar e fazer Velez 3x0.

No intervalo, Cristaldo tentou mexer na equipe. Tirou Rodrigo Braña (que achava que era atacante e, por isso, deixava espaços enormes na defesa) e Mauro Boselli (que, sem ser municiado, pouco atacava) para colocar Mathias Sanchez e Hernán Rodrigo Lopez. Já Tripa Seca, com a fatura praticamente liquidada, mexeu apenas para impedir que o cansaço atrapalhasse o rendimento da equipe. Saíram Gino Peruzzi e Turco Assad e entraram Cubero e Lucas Pratto.

As  mexidas de Tripa Seca deram novo fôlego ao Velez, que continuou amassando o Estudiantes. Aos 2 minutos, Juan Sabia recuperou bola na direita e iniciou uma linda jogada coletiva, passando a Gino Peruzzi. O camisa 2 devolveu no meio para Gago, que tocou a Insua mais à frente. O camisa 11 abriu na esquerda para Emiliano Papa, que avançou pela ponta e tocou em profundidade para Lucas Pratto. O camisa 12 deu um lindo drible em Desábato para trazer a bola para o pé direito e desferir um chute cruzado, que entrou no ângulo de Andujar: Velez 4x0.

A festa que a torcida fez na arquibancada com a goleada foi impressionante e só um pequeno momento de apreensão fez os torcedores pararem de comemorar. Aos 6 minutos, Sosa tocou na bola fora da área e recebeu o cartão vermelho. No sorteio, o escolhido para sair e cumprir a suspensão foi Insua, que deixou o Velez sem armação. O Estudiantes só conseguiu se aproveitar disso aos 8 minutos, quando Federico Fernandez estourou bola que iria para Dario Hussain e ganhou o lateral. Angeleri cobrou para Enzo Perez, que passou no meio para Gastón Fernandez. O camisa 10 driblou Gago com facilidade e, de frente para o gol, pôde escolher o canto direito para chutar. Sosa nem foi na bola: Estudiantes 1x4.

Destaque do jogo: Fernando Gago. Ao marcar dois gols em cobranças de pênalti, o camisa 5 pavimentou o caminho da vitória. Além de marcar muito bem na entrada da área, foi à frente para armar o jogo quando Insua foi sorteado para ser expulso no lugar do goleiro. Se desdobrou no meio de campo e ajudou sua equipe a sair com o triunfo.

HURACÁN 3x2 SAN LORENZO

Empolgados pela primeira vitória no campeonato (3x1 no Velez, na rodada passada), os jogadores do Huracán queriam embalar de vez, mas tinham problemas no ataque. Mauro Milano cumpria suspensão automática, por ter sido expulso no lugar de Islas na rodada anterior, com Barrales atuando em seu lugar. Já Cigogna vive má fase. Com poucas bolas recebidas, os gols escassearam e, para piorar, já andou perdendo alguns pênaltis no campeonato. Já o San Lorenzo começa a ter problemas. A equipe até atua bem no 4-3-3, mas sofre muitos gols e já há quem queira a volta do 4-4-2 losango. Para esta partida, Nilson colocou Buffarini e Piatti como volantes, para adiantar a marcação e tentar encerrar o incômodo jejum de 6 partidas sem vitória. No primeiro turno, San Lorenzo 4x4 Huracán.

Com a marcação adiantada, o San Lorenzo tomou a iniciativa do jogo e criou boas oportunidades. No primeiro tempo, foram duas bolas na trave, com Romagnoli e Piatti. Mas o Huracán gosta de ser pressionado, para buscar os contra ataques. Contra uma equipe com volantes adiantados, um contra ataque bem encaixado pode pegar a defesa aberta. E foi assim que, aos 2 minutos, a equipe de Buenos Aires abriu o marcador. Após Raul 'Pipa' Estevez fazer falta no campo de defesa do Huracán, Ruben Masantonio fez um lançamento para o campo de ataque, onde Barrales dominou sem oposição. Quando Buffarini apareceu, Barrales passou nas costas da defesa para Cigogna. Dentro da área, sem marcação, o mito não desperdiçou e, com um bom chute na saída de Migliore, fez Huracán 1x0.

Tudo perfeito para o Huracán! Vencendo, o adversário precisando sair e se expor aos contra ataques, Cigogna voltando a jogar bem... mas o mito aprontou de novo. Ao tentar um chute, o camisa 9 fez falta tripla e foi expulso, aos 6 minutos, deixando sua equipe com um a menos. Dali, o San Lorenzo começou a atacar mais e aparecer com mais gente no campo de ataque. Mas foi só nos acréscimos que conseguiu empatar. Após Romagnoli voltar para receber no campo de defesa, o passe foi mais à frente para Piatti. O camisa 12 tocou a Ameli já no campo de ataque e, da meia lua, o camisa 4 tocou na esquerda para Luciatti, já dentro da área. Islas saiu para bloquear o chute do camisa 6, mas Luciatti devolveu a Ameli, que recebeu com o gol aberto e deu uma cavadinha. O chute foi tão fraco que Islas até tocou na bola ao pular, mas morreu abraçado com ela, enquanto o camisa 4 comemorava seu primeiro gol pelo San Lorenzo: 1x1.

No intervalo, Sr Rabina colocou o único homem que tinha à disposição. Erramuspe entrou no lugar de Centurión, que não jogou 10% do que jogou contra o Velez. A ideia de Sr Rabina era se trancar na defesa e buscar um contra ataque salvador. Já Nilson tentou reequilibrar os setores. Saíram Buffarini e Bordagaray e entraram Reynoso e Erviti. Além de ter Reynoso para impedir os contra ataques para o solitário Barrales, Erviti entraria para ajudar a armar o jogo.

Mas tudo foi posto abaixo logo aos 2 minutos. Em uma bola na entrada da área do San Lorenzo, Reynoso quis fazer pé de ferro com Barrales e perdeu. O camisa 11 ficou com a bola livre dentro da área e o único recurso que Migliore teve foi fazer o pênalti. Ruben Masantonio cobrou rasteiro no canto direito de Migliore, que foi para o lado oposto: Huracán 2x1.

O gol era tudo o que o time de Buenos Aires queria. O San Lorenzo se desesperou e se lançou ao ataque. Mas, aos 5 minutos, Piatti errou o passe e Erramuspe chutou contra o corpo de Romagnoli, com a bola saindo a lateral no meio de campo. Danelon cobrou rápido para Villarruel, que avançou pela direita, invadiu a área e chutou cruzado para vencer Migliore, fazendo Huracán 3x1.

O San Lorenzo descontou na saída de bola. Aos 6 minutos, Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Piatti, recebeu próximo à meia lua e chutou rasteiro para fazer San Lorenzo 2x3. Pegou a bola rápido e colocou no meio de campo enquanto batia no peito, apontava ao chão e fazia a taunt da Paloma.

A partir daí, o jogo ficou eletrizante, um ataque contra defesa absurdo, mas o Huracán é forte na marcação e conseguiu seu segundo triunfo seguido, o que o faz começar a olhar para o lado de cima da tabela.

Destaque do jogo: Daniel Islas. Desde o início, o San Lorenzo dominou as ações. Mas as bolas que chegavam, se não iam na trave (e foram 5 no jogo todo), paravam nas defesas deste goleiro. Islas ainda operou 3 milagres no minuto final do jogo, em chutes de Luciatti, Stracqualursi e Romagnoli, garantindo o triunfo para sua equipe.

NOTAS RÁPIDAS
  • Duas notícias de bastidores agitaram a FIFUBO. A primeira, na noite desta sexta-feira, foi a reunião dos dirigentes da Federação com os representantes de todos os 13 clubes da FIFUBO, os 8 argentinos, os 4 brasileiros e o Dallas Stars. Em pauta, a discussão para dar, simbolicamente, o título dos campeonatos que foram disputados e não chegaram ao fim nos últimos anos. O Apertura não foi finalizado em 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016; o Clausura não foi finalizado em 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2015 e 2016, num total de 18 campeonatos não encerrados. A isso, some-se a Copa Olé de 2015, a Copa 3 Corações de 2013 e a Supercopa FIFUBO em 2006, 2007, 2008 e 2009. Com relação às copas, não há o que ser feito. Mas com relação às ligas, a proposta da  FIFUBO é ver quem liderava o campeonato até a interrupção e dar a esta equipe o título. 
  •  A votação, entre os 13 clubes e os  3 dirigentes da FIFUBO (o presidente, o vice  e o diretor técnico) terminou com um empate em 8x8 e, assim, a reunião foi encerrada. A matéria não encontrou consenso por dois motivos. O primeiro é saber quem levaria a Supercopa FIFUBO do ano onde o título fosse outorgado, se seria feito um jogo-extra simbólico ou um sorteio. O segundo é que somente os torneios Apertura de 2011 (Imperatriz), 2015 (River Plate) e 2016 (Independiente) estavam em curso. Assim, 15 títulos ainda seriam perdidos. O impasse segue e a FIFUBO busca soluções. 
  •  Outra questão nos bastidores da FIFUBO foi o critério de sorteio de arbitragem. Até então, um árbitro ficaria de fora do sorteio das duas partidas seguintes à que ele apitou; e um auxiliar, de uma partida. Mas a FIFUBO editou nova regra, que impede um árbitro e um auxiliar de atuarem duas vezes na mesma rodada e, com isso, caiu a regra do afastamento por 1 e 2 jogos. Agora, a cada rodada é zerado o histórico e todos os árbitros e auxiliares voltam a poder.
  •  Dois jogadores conseguiram milestone na rodada. Ao concluir seu segundo penal contra o Estudiantes, Fernando Gago chegou a 10 gols com a camisa do Velez. Já o gol de honra do time de La Plata não serviu só para a equipe não perder de zero. Serviu, também, para Gastón Fernandez chegar a 20 gols com a camisa do Estudiantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!