segunda-feira, 24 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Décima Primeira Rodada - 24/04/2017

Os feriados e a agenda lotada impediram a FIFUBO de realizar os jogos nas últimas duas semanas, então um mutirão foi feito para que a décima primeira rodada inteira se realizasse nesta segunda-feira para, assim, o campeonato voltar à normalidade no próximo fim de semana. Dois jogos foram realizados na parte da manhã e o complemento da rodada, à tarde. O gramado pesado por conta da chuva no fim de semana atrapalhou um pouco o andamento das partidas, mas o público que compareceu ao Itaquá Dome tinha motivos de sobra para ter esperanças de um bom espetáculo. Vamos aos jogos!

VELEZ SARSFIELD 5x2 SAN LORENZO

A derrota na rodada anterior (2x4 Racing) mexeu com os jogadores do Velez. Apesar de jogar bem, o time jamais dominou o adversário, se limitando a empatar a partida duas vezes e vendo-os se distanciarem 6 pontos no campeonato. Mesmo assim, o retorno de Insua é condição essencial para o Velez voltar a vencer e subir mais no campeonato. Já o San Lorenzo não tem alternativa, uma derrota os eliminaria do campeonato. A equipe até joga bem, mas não consegue traduzir o bom futebol em vitórias, como provou na rodada passada (2x2 Estudiantes). A surpresa aqui foi a entrada de Erviti no lugar de Bordagaray. Assim, o time de Almagro teria dois jogadores de velocidade pelas pontas, auxiliando melhor Stracqualursi, teria mais qualidade no passe, poderia recompor o meio no losango quando não tivessem a bola e ainda ganhariam um reforço na marcação pelo lado esquerdo. No primeiro turno, San Lorenzo 2x2 Velez.

É difícil saber se o San Lorenzo ganharia tanto com a entrada de Erviti, porque o Velez marcou logo de cara. Aos 40 segundos, Insua desarmou Romagnoli e recuou atrás a Gago. O camisa 5 tocou na direita para Dario Hussain, que fez o 'toca y me voy' com seu irmão, Claudio. Dario recebeu já dentro da área e, com um lindo toque, encobriu Migliore e fez Velez 1x0.

O gol deu tranquilidade á equipe de Buenos Aires, que dominou as ações. Com Insua correndo o campo todo, a equipe tinha opções na armação e rondava a área do San Lorenzo, mas não conseguia concluir. O San Lorenzo, por sua vez, começou a jogar e procurar alternativas. Romagnoli também tinha liberdade para se mover pelo campo de ataque e Piatti era excelente opção para a saída de bola. Assim, aos 5 minutos, surgiu o empate. Após Romagnoli tabelar bem com Jonathan Ferrari e concluir, Sosa mandou a córner. Ferrari cobrou rasteiro para o camisa 10, que deu um drible desmoralizante em Sabia e invadiu a área. Sosa não teve alternativa a não ser cometer o pênalti. O próprio Romagnoli cobrou, no ângulo esquerdo de Sosa, que foi para o lado direito. Na comemoração, Romagnoli bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma: San Lorenzo 1x1.

O gol empolgou de vez a equipe de Almagro, que passou a dominar o jogo. O Velez se perdeu e não acertou mais nada, enquanto o San Lorenzo trocava passes com calma, à espera da oportunidade fatal. E ela veio aos 9 minutos. Tulla desarmou Turco Assad e tocou a Ameli na esquerda. O camisa 4 tocou no meio para Reynoso, que deu mais à frente a Romagnoli. Com liberdade, o camisa 10 avançou pelo meio e, quando Gago apareceu para marcá-lo, ele fez uma tabela no estilo dois-um com Stracqualursi. O camisa 9 fez bem o trabalho de pivô e devolveu a Romagnoli, que recebeu livre na entrada da área para dar um belo chute que venceu Sosa, saindo novamente para bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x1.

Com a virada feita e o primeiro tempo se encerrando, o San Lorenzo teve tranquilidade de sobra, enquanto o Velez se desesperou, errando a saída. Mas tranquilidade demais pode levar à arrogância e ao erro e assim foi. Piatti recuperou e tocou atrás para Ameli, que deu a Luciatti na esquerda. O camisa 6 tocou a Erviti, que resolveu recuar para o goleiro e fazer o tempo passar. Mas Migliore estava fora do gol e o passe do camisa 11 entrou de mansinho, no primeiro gol contra do campeonato: Velez 2x2, aos 10 minutos.

Aí, os papéis se inverteram. O gol que caiu do céu acalmou o Velez e o gol contra desesperou os jogadores do San Lorenzo, que errou a saída. Romagnoli fez o 'toca y me voy' com Stracqualursi, mas o camisa 9 errou o passe, que foi interceptado por Insua. O camisa 11 tocou atrás a Sebá Dominguez, que fez ótimo lançamento na esquerda. Romero pegou a bola na intermediária do San Lorenzo, avançou e, da entrada da área, soltou um forte chute, que venceu Migliore e decretou o fim do primeiro tempo: Velez 3x2.

No intervalo, Tripa Seca mudou o lado esquerdo. Saíram Emiliano Papa e Turco Assad e entraram Cubero e Lucas Pratto. A intenção era reforçar a marcação e o passe por aquele lado, além de colocar alguém que faria a diferença lá na frente. Fora isso, marcou uma jogada para a saída de bola. Já Nilson não perdoou os erros. Tirou Erviti e Stracqualursi e colocou Reynoso e Bordagaray, desfazendo o 4-3-3 e mudando para o 4-4-2. O esquema vinha funcionando muito bem e surpreendendo, com Erviti voltando ao meio e deixando Romagnoli como  elemento surpresa. A ideia de Nilson era reforçar de vez o meio de campo e deixar seu camisa 10 livre no ataque.

Mas a tacada de mestre foi de Tripa Seca. O treinador montou uma jogada que funcionou logo na saída de bola, uma triangulação mortal entre Insua, Claudio Hussain e Romero, que recebeu o passe do camisa 8 na esquerda e inverteu o jogo para a direita, de onde Insua recebeu livre para chutar de primeira, cruzado, e pegar Migliore no contrapé aos 40 segundos: Velez 4x2.

Não só a jogada na saída de bola, mas Tripa Seca mudou na forma do time jogar, recuando Insua. O camisa 11 passou o segundo tempo marcando Romagnoli, o que matou a principal jogada de ataque do San Lorenzo, além de liberar os zagueiros para tentarem a tabela. E assim foi aos 6 minutos, quando Sabia recebeu de Gino Peruzzi e avançou sem oposição. Ele tocou a Dario Hussain, que percebeu a marcação chegando e recuou ao camisa 4. Sabia, então, inverteu o jogo magistralmente para o lado esquerdo, onde Lucas Pratto recebeu livre, invadiu a área e chutou sem chances para Migliore, fazendo Velez 5x2.

Destaque do jogo: Federico Insua. Romagnoli marcou os dois gols de sua equipe, mas joga sozinho. O grande mérito de Insua é ter com quem tabelar. Assim como o camisa 10 do San Lorenzo, o 11 do Velez se movimentou o campo todo, apareceu na distribuição e na conclusão, marcando um gol. No segundo tempo, recuou para anular o seu rival e conseguiu fazê-lo com inteligência.

ESTUDIANTES 2x2 BOCA JUNIORS

O segundo jogo da manhã era cercado de expectativa. O Estudiantes padece do mesmo problema do San Lorenzo. Em penúltimo, o time não pode perder ou dará adeus á competição. A equipe joga bem, cria oportunidades, mas não tem poder de conclusão, tanto é que Gastón Fernandez passou as duas últimas semanas em treinos de finalização. Já o Boca é a grande atração da semana. Após a demissão de Madeirite, a diretoria anunciou Sr Russia como novo treinador, que chegou com uma nova filosofia, focada em toques curtos e rápidos, troca intensa de passes. Além disso, fez trabalho de psicólogo, conversando individualmente com os jogadores e, depois, em grupo, para tentar entender o que passa com a equipe xeneize. No primeiro turno, Boca 1x1 Estudiantes.

O jogo foi de uma pobreza técnica só. Além de não atenderem ao pedido de toques curtos (jogavam na base do chutão), os jogadores do Boca estavam mal fisicamente, um erro de cálculo de seu novo treinador. O Estudiantes, por sua vez, seguia sua tática de entulhar o meio de campo, o que fazia com que a equipe não tivesse armação. Com isso, o que se viu foi uma sucessão de passes errados de lado a lado. Na única vez em que o Boca fez toques curtos e rápidos, chegou ao gol. Aos 3 minutos, Schiavi desarmou Gastón Fernandez e tocou a Riquelme no meio. O camisa 10 tabelou curtinho com Palermo até o campo de ataque, onde deu um passe preciso para o camisa 9 invadir a área e chutar na saída de Andujar, fazendo Boca 1x0.

No intervalo, Cristaldo tirou Rodrigo Braña (que continuava deixando espaços na defesa) e Gastón Fernandez (nulo, novamente), colocando Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez em seus lugares. Já Sr Russia percebeu que Riquelme se esforçava, mas estava em péssima forma física, e colocou Guillermo Barros Schelloto em seu lugar.

O curioso é que o treinador tentou implementar uma filosofia estranha no Boca. A formação defensiva dos meiocampistas é perfeita, uma tática conhecida como "Chapéu de Bruxa", que induz o adversário a afunilar o jogo e cair numa armadilha, onde Serna recupera a bola e reinicia o jogo. Mas os meiocampistas participam desta formação e sobra para os laterais e zagueiros armar o jogo, ocasionando erros e mais erros de passe. Assim, aos 5 minutos, Schiavi se lançou ao ataque com Arruabarrena, tabelando erroneamente até a bola cair nos pés de Mathias Sanchez. O camisa 12 tocou no meio para Verón, que abriu na ponta para Lopez. O camisa 13 recebeu livre, pois os dois defensores do lado esquerdo estavam no campo de ataque, o que obrigou Serna e Basualdo a saírem para a cobertura. Esperto, Lopez devolveu no meio para Enzo Perez, que chutou fraco demais. Seria mais um erro de conclusão do Estudiantes, não fosse o incrível frango que Abbondanzieri engoliu. Assim, o Estudiantes empatava: 1x1.

A partir daí, a torcida do Boca começou a vaiar os jogadores a cada passe e os atletas assimilaram o golpe, errando cada vez mais. Por sorte, o Estudiantes também não criava. E tudo indicava que o jogo terminaria como no primeiro turno, não fosse por dois lances geniais. Aos 9 minutos, Palermo voltou para buscar o jogo, desarmando Hernan Rodrigo Lopez. A bola sobrou para Schiavi, que devolveu rápido para o camisa 9. Palermo avançou até o meio, onde tabelou com Schelloto. Depois, abriu na direita para Palacio e recebeu de volta. Voltando ao meio, fez o 'toca y me voy' com Schelloto, recebeu de costas para o gol, deu um giro espetacular para driblar Desábato e acertou um chute incrível no ângulo de Andujar, fazendo Boca 2x1.

A torcida já comemorava a vitória que, embora não fosse merecida, daria os 3 pontos para a equipe. Mas os dois times têm seu gênio e o do Estudiantes se chama Verón. Na saída de bola, aos 10, ele também fez um 'toca y me voy' com Enzo Perez, recebendo de volta já na entrada da área. Deixando a bola correr, o camisa 11 ganhou ângulo. Abbondanzieri percebeu e tentou voltar desesperadamente pro gol, mas Verón já tinha mandado um chute de cobertura, fazendo Estudiantes 2x2.

Destaque do jogo: Martin Palermo. Em um jogo onde o Boca mais uma vez atuou mal, o camisa 9 se destacou. Marcou os dois gols da equipe, voltou para armar o jogo e tentou tabelar o tempo inteiro. É cedo para dizer o que Sr Russia fará com essa equipe, mas a primeira impressão que seu camisa 9 deixou já dá esperanças ao torcedor.

HURACÁN 1x6 INDEPENDIENTE

O público compareceu em melhor número aos jogos da tarde, com temperatura amena e algumas nuvens no céu. Mas o grande atrativo foi o que estava em jogo nos dois últimos jogos. No primeiro, uma partida de 6 pontos. Vindos de uma incrível vitória na rodada anterior (3x1 Boca), os jogadores do Huracán encaravam esta partida como mais uma etapa rumo aos playoffs. Contra um rival direto, uma vitória os levaria à zona de classificação. Para isso, o retorno de Cigogna (após cumprir suspensão contra o Boca) era crucial. O mito treinou finalizações nas três semanas em que ficou sem jogar. Já o Independiente vem empolgado após vencer o River (2x1). Dispostos a deixar a campanha irregular para trás (5 vitórias e 5 derrotas), os jogadores treinaram duro nas duas últimas semanas. No primeiro turno, Independiente 3x1 Huracán.

O que se viu foi um jogo de altíssimo nível no primeiro tempo. As duas equipes tramavam boas jogadas e se abriam, levando contra ataques perigosos. Em um deles, logo a um minuto, o Independiente abriu o marcador. Tuzzio desarmou Milano e tocou a Montenegro. O camisa 5 procurou Gracián mais á frente e lhe passou a bola. Com belo passe em profundidade, o camisa 19 encontrou Silvera, que recebeu a bola no bico da área e chutou cruzado, para fazer Independiente 1x0.

O Huracán empatou logo na saída de bola, em falha da zaga. Ruben Masantonio fez o 'toca y me voy' com Villarruel e recebeu no bico da área. Navarro tentou sair e abafar o lance, mas na hora do chute de Masantonio, Matheu se atirou no carrinho. A bola bateu nele e encobriu o goleiro, para morrer no fundo das redes: Huracán 1x1, aos 2 minutos.

O jogo ganhou emoção e as duas equipes se fartaram de desperdiçar chances. O Independiente levava perigo, principalmente, quando Gracián passava a bola a Silvera. Em uma delas, o camisa 11 era marcado por 5 jogadores e, mesmo assim, conseguiu chutar e acertar a trave de Islas. Do outro lado, Masantonio atuava como um terceiro zagueiro e Cigogna desperdiçava chances. Mas o placar não ficou empatado ao final do primeiro tempo, graças a Gracián. Aos 7 minutos, Montenegro fez boa jogada pelo meio e lateralizou para Mareque. O camisa 3 foi ao fundo e cruzou rasteiro, para Gracián completar no segundo pau para o gol aberto: Independiente 2x1.

No intervalo, Sr Rabina trocou Danelón e Milano por  Erramuspe e Barrales. Já Bayer fez apenas uma mudança, tirando Busse e colocando Acevedo. Ali começava o show...

A mudança de Bayer foi crucial. A entrada de Acevedo fez o Independiente ganhar poder de marcação no meio e o camisa 12 se destacou, interceptando passes, fazendo a cobertura, anulando Cigogna e ainda participando da armação. Foi assim que, aos 2 minutos, o Independiente ampliou o placar. Acevedo interceptou bola que ia para Cigogna e tocou a Gracián no meio. O camisa 19 viu Fredes partindo para o contra ataque e lhe passou a bola com precisão, na direita. O camisa 8 recebeu sem oposição, avançou e, da entrada da área, mandou um chute de extrema categoria para fazer Independiente 3x1.

A partir daí, virou show. A equipe de Avellaneda teve uma tarde de gala, com inversão de jogadas, lindos passes e anulação total do adversário. A goleada se desenhou aos 5 minutos, em linda jogada coletiva. Silvera voltou para a defesa e recuperou uma bola que ia para Cigogna, tocando a Acevedo mais atrás. O camisa 12 tocou a Mareque na esquerda e o camisa 3 tocou a Gracián, que ficou de costas pro lance e devolveu a Montenegro. Enquanto tudo isso acontecia, Silvera já corria para o ataque e saía da esquerda para a direita. O camisa 5 percebeu e tocou para ele, que invadiu a área pelo lado direito e chutou cruzado na saída de Islas, fazendo Independiente 4x1.

O show de bola do Independiente fez o Huracán se perder totalmente e a equipe não conseguiu fazer novo 'toca y me voy', porque Masantonio foi desarmado por Matheu, que passou a Tuzzio. O camisa 6 tocou a Montenegro, que deu mais na esquerda a Acevedo. Silvera voltou para armar o jogo e recebeu a bola, fazendo lindo passe no meio para Gracián. Da entrada da área, o camisa 19 percebeu Mareque entrando na esquerda e lhe passou a bola. Sem marcação, o camisa 3 tinha tudo para fazer o gol, mas Islas o agarrou. Pênalti que Silvera cobrou, no canto esquerdo de Islas, que foi para o direito: Independiente 5x1 e hat trick para Silvera.

O espetáculo já estava feito, mas ainda dava tempo para mais um. Aos 9 minutos, Tuzzio voltou a desarmar Cigogna e tocou a Mareque na esquerda. O camisa 3 tocou mais à frente para Acevedo, que tocou no meio a Montenegro. O camisa 5 continuou invertendo o lance e tocou a Fredes, que deu mais à frente para Gracián. Quase de frente pro gol, o camisa 19 se livrou da marcação de Barrientos e chutou cruzado, acertando o gol de Islas e fechando o espetáculo: Independiente 6x1.

Destaque do jogo: Nestor Silvera. Difícil dizer quem se destaca quando o time tem uma tarde de gala. Até o treinador tem sua parcela no espetáculo, com a mudança no segundo tempo. Mas o hat trick de Silvera não passará incólume. Além dos 3 gols, o camisa 11 voltou para ajudar na defesa, armou o jogo, reiniciou jogadas e concluiu, se movimentando pelo campo todo e aparecendo até do outro lado do campo para concluir.

RIVER PLATE 4x2 RACING

Finalizando a tarde de gala da FIFUBO, tivemos o choque de líderes. Vindos de derrota para o Independiente (1x2), os jogadores do River queriam triunfar não só para garantirem a classificação antecipada, mas para abrir 4 pontos de frente para o segundo colocado. Já o Racing vem de uma espetacular campanha, tendo vencido seus últimos 6 jogos. Curiosamente, a última derrota tinha sido há um turno atrás, para o mesmo River. Mas isso era um passado tão distante, que o time de Avellaneda já vislumbrava derrotar o rival, assumir a liderança e garantir a classificação aos playoffs, ainda mais depois de despachar o Velez (4x2) na rodada anterior. No primeiro turno, Racing 0x3 River Plate.

O jogo começou morno, com as duas equipes tentando ocupar o campo e criar jogadas, mas um erro de Almeyda logo a um minuto já desequilibrou o jogo. Em um lance na entrada da área, Ruben Capria não tinha nenhuma chance de criar algo de perigo, mas Almeyda tentou roubar-lhe a bola e acabou atingindo o camisa 10. Almeyda reclamou com o árbitro Chico Lírio que tocou na bola, mas o juiz marcou a falta assim mesmo. Ruben Capria cobrou com extrema categoria e, mesmo com Carrizzo voando, a bola entrou: Racing 1x0.

O gol fez o Racing dominar as ações. O River não conseguia trocar passes, pois a marcação do rival era perfeita. E o time de Avellaneda ainda saía em contra ataques velozes, levando muito perigo ao arco de Carrizzo. O River, então, se lançou ao ataque desenfreadamente, deixando a armação a cargo de Barrado e Ortega, ambos sumidos do jogo. Ao menos o camisa 10, ao partir para o ataque, foi derrubado no meio de campo por Pelletieri. Ele cobrou a falta para o campo de  ataque e encontrou Buonanotte, que ajeitou para o pé esquerdo e, da meia lua, acertou o ângulo de Saja, se aproveitando que Ferrari impedia o goleiro de chegar ao outro lado: River 1x1, aos 7 minutos.

O gol foi uma bênção para a equipe de Nuñez, que só queria que o primeiro tempo acabasse, para se reorganizar. Mas, como já dito anteriormente, Barrado e Ortega não estavam em um bom dia. Nos acréscimos, Gallardo tocou a Barrado, para ele armar o jogo. Mas o passe do camisa 19 foi errado e Quiroz rebateu para Martin Simeone. O camisa 8 fez um lançamento rápido e Ruben Capria viu caminho livre até a área do River. Invadindo a área, o camisa 10 foi derrubado por Carrizzo. O próprio Ruben Capria cobrou, à meia altura do lado esquerdo de Carrizzo, que se esticou todo, mas não achou: Racing 2x1.

No intervalo, Francescoli via duas repetições: a derrota para o Independiente e a vitória do Racing sobre o Velez. Se quisesse mudar esse destino, teria que fazer alguma coisa ali. Ele tirou Barrado e Ortega e colocou Coudet e Funes Mori. Já Paralelo sacou Pelletieri e Latorre, que destoavam do resto da equipe, e colocou Fariña e Hauche.

As mexidas de Francescoli deram resultado. Embora o Racing continuasse a jogar bem, o River começou a tocar melhor a bola e rondar mais a área do rival. Para piorar a situação para as bandas de Avellaneda, os jogadores que falharam começaram a jogar muito bem e foram cruciais para a virada. Aos 3 minutos, Almeyda adiantou-se e começou a armar o jogo, aparecendo bem no ataque. Em um lance de raça, ganhou de Gamboa e chutou rasteiro, para ótima defesa de Saja, que mandou a córner. O próprio Almeyda cobrou, entre o primeiro pau e a marca do pênalti. Buonanotte cabeceou forte e sem chances para Saja, fazendo seu segundo gol no jogo: River 2x2.

O gol incendiou a equipe de Nuñez, que partiu para buscar a virada. O Racing continuou em cima e o jogo ganhou emoção. Na saída de bola, aos 4, Ruben Capria fez o 'toca y me voy' com Martin Simeone e recebeu passe açucarado já dentro da área. Ele driblou Carrizzo com facilidade e viu o gol aberto, mas o goleiro se redimiu de falhas anteriores e se esticou todo para desarmar o camisa 10, mandando para o lado. Placente recebeu e tocou a Coudet no meio. O camisa 8 tocou mais na direita para Gallardo, que viu Trezeguet se desmarcando na direita. O passe foi preciso e o camisa 7 deu um lindo drible, girando em cima de Pocchetino. O chute de Trezeguet foi no ângulo de Saja, que fez de tudo, mas não achou a bola: River 3x2.

A virada do River fez o Racing se mandar de vez para o ataque, mas o River tinha o contra ataque e um toque de bola muito mais refinado. Assim, quando o time de Avellaneda se mandou ao ataque aos 9 minutos, lá estava Ferrari para tirar a bola de Hauche e tocar a Almeyda no meio. O camisa 5 preferiu lançar direto para Trezeguet no campo de ataque. De costas pro gol e percebendo a chegada da marcação, o camisa 7 deu um lindo toque mais atrás, onde encontrou Funes Mori. O camisa 9 recebeu, invadiu a área pela direita e chutou cruzado, sem chances para Saja, dando números finais ao jogo: River 4x2.

Destaque do jogo: Diego Buonanotte. É uma maldade não dar o prêmio a Ruben Capria, que fez uma partida impecável. Mas as regras da FIFUBO ditam que o melhor em campo tem que ser do time vencedor ou, em caso de empate, qualquer jogador pode ser premiado. Assim, a honraria vai para o camisa 30 do River, que fez os dois gols que levaram a sua equipe a empatar e chamou a responsabilidade para si, tanto na armação (quando Gallardo não aparecia) quanto na conclusão (quando não havia opções), se multiplicando no campo de ataque e sendo crucial para a vitória de sua equipe.

CLASSIFICAÇÃO
1° River Plate - 25 pontos
2° Racing - 21 pontos
3° Velez Sarsfield - 18 pontos, 30 gols pró
4° Independiente - 18 pontos, 29 gols pró
5° Boca Juniors - 14 pontos
6° Huracán - 13 pontos
7° Estudiantes - 8 pontos
8° San Lorenzo - 6 pontos

ARTILHARIA
1° David Trezeguet (River Plate) - 17 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 11 gols
3° Nestor Silvera (Independiente) - 9 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Com a derrota para o Velez, o San Lorenzo não tem mais chances de alcançar a zona de classificação e, com 3 rodadas por jogar, é a primeira equipe eliminada no Apertura 2017.
  • Após empatar com o Boca, o Estudiantes torcia para o Independiente não vencer o Huracán, mas a goleada impiedosa da equipe de Avellaneda também decretou o fim do campeonato para o time de La Plata, já que o quarto colocado (o próprio Independiente) tem 18 pontos e o Estudiantes só pode chegar a 17.
  • Por outro lado, a vitória sobre o Racing fez o River ser a primeira equipe classificada aos playoffs. Com 25 pontos, não pode mais ser alcançado pelo quinto colocado (Boca Juniors), que só pode chegar a 23 e, com isso, consegue sua vaga com 3 rodadas de antecedência.
  • Três jogadores atingiram milestones na rodada. Ao bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma pela segunda vez contra o Velez, Romagnoli chegou a incríveis 80 gols com a camisa do San Lorenzo. Já Palermo, ao abrir o marcador contra o Estudiantes, também chegou a incríveis 80 gols, só que com a camisa do Boca. Por fim, a cobrança magistral que abriu o placar contra o River fez Ruben Capria chegar a 50 gols com a camisa do Racing.

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