domingo, 2 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Nona Rodada - 02/04/

Se o sábado apresentou as quatro últimas equipes da tabela, o domingo reservou não só os quatro primeiros, como foi a rodada dos clássicos. De quebra, o público pôde comparecer ao Itaquá Dome em dois turnos, dividindo ao meio o estádio em cada clássico e sendo brindado com dois ótimos jogos nesta novidade, que é ter um jogo pela manhã e outro à noite.

RIVER PLATE 3x1 BOCA JUNIORS

O jogo da manhã foi o Superclássico, que lotou o Itaquá Dome com torcedores de River e Boca. Do lado de Nuñez, a ordem é jogar o futebol de sempre, tocando a bola e prestando atenção aos passos dos rivais. Do lado de La Boca, a ordem é tentar focar no futebol, já que a crise insiste em fazer o time jogar mal. Ameaçado de demissão, Madeirite ainda tinha o desfalque de Palacio, que cumpria suspensão no lugar de Abbondanzieri. Em seu lugar, jogaria Guillermo Barros Schelloto. No primeiro turno, Boca Juniors 1x5 River Plate.

Pois bastou a bola rolar para se perceber que o favoritismo do River era justo. A equipe tocava a bola com inteligência e rondava a área adversária. Já o Boca jogava como time pequeno, embolando o meio de campo e se defendendo a todo custo, o que fazia com eficiência, mas não tinha a criação necessária para puxar contra ataques. Assim, não foi surpresa que a equipe de Nuñez abrisse o marcador logo aos 2 minutos e de uma maneira um pouco diferente à sua maneira normal de jogar. Como os atacantes estavam marcados, eles recuaram e os laterais avançaram como elementos surpresa. Arruabarrena tentou sair jogando e foi desarmado por Ferrari, que abriu na esquerda para Berizzo. O camisa 6 passou a Gallardo próximo à entrada da área. A marcação chegou e o camisa 11 inverteu o jogo magistralmente. A bola chegou a Ferrari, que, desde o roubo da bola, já se posicionava no meio da área. Assim, o camisa 2 recebeu de frente e bateu sem chances para Abbondanzieri, fazendo River 1x0.

O gol acalmou o River, mas não desanimou o Boca. A equipe continuou marcando bem, impedindo que Gallardo armasse e que Trezeguet recebesse. E foi, aos poucos, conseguindo armar jogadas. Mas as conclusões eram escassas e, no primeiro tempo, concluiu somente duas vezes. Cagna dividiu com o goleiro, sem perigo, e Palermo acertou a trave em linda jogada coletiva.

Mas o River não lidera o campeonato à toa. A precisão cirúrgica dos jogadores é irritante. Aos 9 minutos, uma jogada coletiva foi iniciada por Almeyda, que passou a Gallardo. Marcado no meio, o camisa 11 recuou para Barrado, que tocou na esquerda para Buonanotte. O camisa 30 avançou pela ponta e, do bico da área, chutou cruzado e venceu Abbondanzieri: River 2x0.

No intervalo, Francescoli tirou Gallardo e colocou Coudet. O camisa 11 era muito bem marcado e não conseguia armar o jogo. Com a entrada do camisa 8, a equipe passaria a jogar com 3 volantes, apertando a marcação para segurar o resultado, e ainda teria em Coudet uma alternativa para armar o jogo. Já Madeirite, desesperado, tirou Schelloto e Arruabarrena para colocar Viatri e Battaglia. A mudança na lateral esquerda ocorria após a falha inicial de Arruabarrena e, também, para melhorar marcação e passe por aquele lado. Já no ataque, após um primeiro tempo apagado de Schelloto, Madeirite pretendia colocar um segundo centroavante e buscar algum milagre.

Mas o jogo não mudou. O River continuou dominando e, aos 3 minutos, garantiu a vitória quando Riquelme foi pego em impedimento. Buonanotte voltou para receber e Almeyda lhe passou a bola. O camisa 30 viu Trezeguet correndo livre pela direita e inverteu o jogo em um lançamento magistral. A bola encontrou o camisa 7 já dentro da área e ele não perdoou, tocando na saída de Abbondanzieri e fazendo 3x0.

Desanimados, os torcedores do Boca começaram a deixar o Itaquá Dome, com medo de uma nova goleada. Mas o River só queria fazer o tempo passar, tocando a bola enquanto sua torcida gritava olé.. O Boca aceitou passivamente o resultado e só conseguiu descontar aos 7 minutos. Abbondanzieri cobrou tiro de meta para o meio de campo e Riquelme recebeu. O camisa 10 avançou sem ser incomodado por Coudet e, levantando a cabeça, viu Viatri invadindo a área. O passe foi preciso e o camisa 7 recebeu já dentro da grande área, chutando rasteiro para vencer Carrizzo e fazer Boca 1x3.

Destaque do jogo: Diego Buonanotte. Desta vez, o destaque não foi Trezeguet, embora o camisa 7 tenha deixado a sua marca. Buonanotte correu o campo todo, não só pelo lado esquerdo. Apareceu também na direita, voltou ao meio de campo para armar e ajudou a desafogar o jogo quando o Boca anulava o meio do River. Marcou um gol e fez um lançamento magistral no gol de Trezeguet, em uma manhã de gala.

INDEPENDIENTE 1x3 RACING

O jogo da noite foi o Clássico de Avellaneda, que lotou o estádio com torcedores em vermelho de um lado e de azul e branco no outro. Vivendo uma incrível montanha russa, com 4 vitórias e 4 derrotas, o Independiente quer se firmar. A derrota na rodada anterior (3x4 Boca) deixou o time de Avellaneda em situação complicada e a vitória era mais do que necessária para acabar com essa irregularidade. Ou o time ganha, ou perde. Não empatou ainda. Já o Racing quer manter a ótima carreira que o levou à vice liderança do campeonato na rodada passada. Empolgados com a vitória sobre o Estudiantes (5x2, após estarem perdendo por 2x0), os jogadores do Racing queriam emplacar a quinta vitória seguida. No primeiro turno, Racing 0x4 Independiente.

O Racing foi melhor desde o início e abriu o marcador logo a um minuto. Após Saja cobrar tiro de meta, Pelletieri foi avançando pela intermediária sem oposição e, próximo à entrada da área, arriscou um chute. A bola ganhou altura e foi morrer no fundo das redes de Navarro: Racing 1x0.

O gol empolgou a equipe, que continuou dominando as ações. A equipe criava boas jogadas em tabelas de Martin Simeone, Ruben Capria, Pelletieri, Acosta, Latorre e o segundo gol era questão de tempo. Mas a empolgação leva a vacilos e um fatal ocorreu aos 4 minutos. Enrique recebeu de Pocchetino e tentou sair driblando, sendo desarmado por Vella próximo à entrada da área. O camisa 2 tocou a Facundo Parra, que recuou ao próprio Vella. Dentro da área, o camisa 2 chutou sem chances para Saja e fez Independiente 1x1.

O gol fez o Independiente melhorar na partida e equilibrar as ações. O Racing continuou jogando bem, mas Enrique sentiu a falha e não acertou mais nada, o que prejudicou a equipe, que atacava muito pela esquerda.

No intervalo, Bayer tirou Fredes e Parra para colocar Acevedo e Gandin. Ninguém entendeu a saída de Fredes, que estava bem, mas Parra atrasava as jogadas. À exceção do gol, nada produziu. Já Paralelo tirou Enrique e Acosta para colocar Fariña e Hauche. A falha de Enrique pegou forte e o treinador quis poupá-lo. Já Acosta não apareceu com tanta eficiência depois da equipe sofrer o empate.

As mudanças fizeram efeito no Racing, que voltou a dominar as ações e desempatou logo a um minuto, em linda jogada coletiva. Pocchetino interceptou passe para Gandin e tocou a Gamboa. O camisa 4 inverteu o jogo para a esquerda, onde encontrou Fariña. O camisa 12 procurou Martin Simeone no meio e o camisa 8 passou a Latorre. O camisa 11 viu Ruben Capria mais à frente e tocou para ele, de costas para o gol. Com um giro espetacular, o camisa 10 se livrou da marcação de Matheu e desferiu um incrível chute no ângulo de Navarro, para fazer Racing 2x1.

O gol desmontou de vez o time do Independiente, que não conseguiu voltar ao ritmo do primeiro tempo. O Racing cansou e passou a tocar a bola, para ver o tempo passar. Nos minutos finais, começou a tocar a bola no campo de ataque e, quando o Independiente apertava, o jogador do Racing chutava a bola no marcador e ganhava o lateral ou córner. Assim, nos acréscimos, Latorre e Hauche tocavam a bola quando Tuzzio apareceu, Latorre chutou no camisa 6 e ganhou o córner. Ele mesmo cobrou para o meio da área e Martin Simeone apareceu livre, cabeceando sem chances para Navarro e pondo números finais no clássico: Racing 3x1.

Destaque do jogo: Sebastian Saja. A sua equipe jogou muito bem e muitos jogadores se destacaram, principalmente Ruben Capria e Martin Simeone, que assumiram a condução da equipe no clássico. Mas o que garantiu a vitória foram as defesas do camisa 1, que foi muito festejado pelos torcedores ao final da partida.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 22 pontos
2° Racing - 18 pontos
3° Velez Sarsfield - 15 pontos
4° Boca Juniors - 13 pontos
5° Independiente - 12 pontos
6° Huracán - 10 pontos
7° Estudiantes - 6 pontos
8° San Lorenzo - 5 pontos

ARTILHARIA

1° David Trezeguet (River Plate) - 16 gols
2° Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 9 gols
3° Juan Roman Riquelme (Boca Juniors) - 7 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Todas as equipes ainda podem se classificar e nenhuma garantiu vaga nos playoffs ainda. Mas Estudiantes e San Lorenzo não podem alcançar o River e, por isso, não podem mais se classificar em primeiro.
  • A derrota no Superclássico pegou muito fundo no Boca Juniors. A pressão é enorme e setores da imprensa já noticiam que Madeirite será demitido ao final do campeonato. Boatos indicam que a diretoria já iniciou as conversas com Sr Rússia, para ser o treinador da equipe. Madeirite não consegue fazer o Boca criar e mostrar o protagonismo que se espera e os torcedores acham que um novo treinador traria um ar novo para os lados de La Boca.
  • Mas nem tudo é tristeza na Casa Amarilla. Ao fazer o gol de honra no Superclássico, Viatri chegou a 10 gols com a camisa do Boca.

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