sexta-feira, 14 de abril de 2017

Torneio Apertura 2017 - Décima Rodada - 14/04/2017

Feriado da sexta-feira de Aleluia, dia de descanso para os torcedores que foram ao Itaquá Dome, mas muito trabalho para os jogadores, que retornavam de uma semana sem jogos. As duas partidas foram bem disputadas, embora o ritmo ficasse um pouquinho prejudicado. Mesmo assim, os torcedores se deliciaram com os dois confrontos. Vamos a eles!

INDEPENDIENTE 2x1 RIVER PLATE

Criticados por um futebol de altos e baixos (até então com 4 vitórias e 5 derrotas), os jogadores do Independiente precisam de uma arrancada para garantir vaga nos playoffs. Para piorar, a derrota no Clássico de Avellaneda (1x3 pro Racing) azedou de vez o clima. Do outro lado, o céu de brigadeiro em que o River se encontra, vindo de vitória no Superclássico (3x1 no Boca), precisava de outra para garantir a classificação aos playoffs antecipadamente. No primeiro turno, River Plate 1x2 Independiente.

Quando a bola rolou, logo se notava que a semana livre foi bem aproveitada pelo Independiente. O time marcava bem e não deixava o River jogar. Trezeguet era marcado por 2 oponentes e ainda tinha um na sobra. Some-se a isso o fato de que Ortega e Buonanotte não estavam inspirados e o River não criou nada no primeiro tempo. O Independiente, por outro lado, saía bem nos contra ataques e contava com seu trio de frente inspirado. Assim, aos 3 minutos, Paz tentou sair jogando e perdeu para Gracián, que ligou rápido a Facundo Parra. O camisa 17 chutou e Carrizzo mandou a córner. Na cobrança, Facundo Parra mandou no primeiro pau e Fredes desviou de Carrizzo, para fazer Independiente 1x0.

O gol não despertou o River, que continuou sendo anulado pelo forte esquema defensivo do Independiente. O time de Buenos Aires tentava sair jogando e se abria, o que foi ótimo para o trio de frente do Independiente criar. Com espaços, Gracián abria numa das pontas e Silvera ou Parra invertia o jogo para o outro lado, levando perigo ao arco do River. Aos 9 minutos, após Silvera cruzar e Parra concluir, Carrizzo mandou a córner na esquerda. Silvera cobrou no segundo pau e Gracián subiu livre para cabecear e fazer Independiente 2x0.

No intervalo, Bayer tirou Vella e colocou Acevedo, visando melhorar a marcação naquele lado. Já Francescoli sacou Paz (que falhou nos dois gols) e Buonanotte (que errou tudo o que tentou) e colocou Coudet e Funes Mori. Barrado faria a função de zagueiro, enquanto Coudet tentaria ajudar na armação.

O panorama não mudou no segundo tempo. Com Trezeguet sem tocar na bola, o time do River não tinha como criar. Funes Mori ainda tentou algumas tabelas pela esquerda, com Berizzo, mas não conseguia dar sequência aos lances. O Independiente, por outro lado, esperava o tempo passar. Aos 7 minutos, Berizzo se esforçou na defesa e fez Parra se livrar da bola. Barrado pegou a sobra e tocou a Gallardo, que lançou rápido na esquerda para Funes Mori. Sem ter a quem tocar, o camisa 9 foi avançando pela ponta, trouxe para o pé direito e, da entrada da área, chutou sem chances para Navarro, fazendo River 1x2.

O jogo ganhou emoção e o River se lançou para buscar o empate, mas o Independiente se trancou bem na defesa e sua marcação eficiente produziu não só a vitória, mas o primeiro jogo no campeonato onde Trezeguet não encontrou as redes.

Destaque do jogo: Leandro Gracián. Em um jogo onde o Independiente foi perfeito taticamente, o camisa 19 se destacou. Atuando com liberdade, criou jogadas de perigo, municiando seus atacantes, e apareceu na área para marcar o gol da vitória.

BOCA JUNIORS 1x3 HURACÁN

Em crise, o Boca vê a zona de classificação ficar distante. Sem comando, a equipe é um bando e a diretoria já anunciara que Madeirite seria demitido ao final do campeonato, com ou sem título, fruto da derrota no Superclássico (1x3 River). Do outro lado, um Huracán em ascensão, vindo de duas vitórias e já mirando o grupo de cima, mas com um problema. Expulso na vitória sobre o San Lorenzo (3x2), Cigogna cumpria suspensão automática e Barrales ganhava nova chance. Assim, a equipe viria num 4-4-2 mais defensivo. No primeiro turno, Huracán 1x3 Boca Juniors.

O primeiro tempo foi um show de horrores. Sem tática em nenhum dos lados, parecia uma pelada de aterro. O primeiro tempo só não terminou no zero porque, aos 9 minutos, Schiavi foi ao ataque, pisou na bola, se recuperou e inverteu o jogo. Palermo saiu da ponta direita para o meio, driblou Walter Ferrero e chutou alto, sem chances para Islas, fazendo Boca 1x0.

No intervalo, Madeirite sacou Escudero e colocou Battaglia, visando adiantar a marcação, já que o Huracán não se aproximava da área. Já Sr Rabina, além de sacar Walter Ferrero e colocar Erramuspe, preparava uma grande revolução tática, que mudaria a história do jogo...

A entrada de Erramuspe na zaga não se deu por conta do gol do Boca, mas visando dar mais liberdade a Barrientos, que se destacava no campo de jogo. Assim foi logo com um minuto. O Boca deu a saída de bola e Erramuspe se antecipou ao passe de Riquelme para Cagna, reiniciando a jogada de ataque com Ruben Masantonio. Enquanto o camisa 10 recebia e levantava a cabeça, Barrientos saiu correndo da cabeça de área para a ponta esquerda. Masantonio lançou e a bola correu um pouco. Barrientos se esforçou, pegou a bola, driblou Battaglia e tocou atrás a Centurión. O camisa 8 ajeitou enquanto Barrientos saía para uma posição com mais ângulo. O passe foi preciso e o camisa 5 recebeu já dentro da área, tocando na saída de Abbondanzieri e empatando o jogo: Huracán 1x1.

A revolução tática pôde ser vista logo no minuto seguinte. Riquelme deu a saída de bola, recebeu de volta e tentou driblar Barrientos, mas foi desarmado. Danelón pegou o rebote e tocou ao camisa 5, que deu mais à frente a Centurión. O camisa 8 foi avançando sem oposição e mandou um belo chute da intermediária, que foi no ângulo de Abbondanzieri: Huracán 2x1 aos 2 minutos.

A virada do Huracán desmontou de vez o time do Boca. Riquelme passou a ficar no campo de defesa, imerso em seus próprios pensamentos, prejudicando a movimentação de Palermo e Palacio, que ainda tentavam alguma coisa. Cagna e Basualdo tentaram ajudar na armação, mas estavam muito mal e, com isso, a torcida do Boca começou a vaiar seus jogadores.

O Huracán decidiu o jogo aos 7 minutos, após Basualdo errar um passe para Palermo. Enquanto os dois discutiam, Villarruel tocava a Masantonio, que recuava a Barrientos. O camisa 5 tocou mais atrás a Alexis Ferrero, que inverteu na esquerda para Erramuspe, que tocou mais à frente para Minici. O camisa 6 procurou Centurión no meio e o camisa 8 deu um lindo passe de trivela para a direita, por cima de Serna. Milano recebeu e foi avançando, da ponta para o meio, e chutou da meia lua no ângulo de Abbondanzieri, para concluir uma linda jogada coletiva e fazer Huracán 3x1.

Destaque do jogo: Barrientos. O treinador não pode receber o prêmio de melhor em campo, mas sua mudança no intervalo foi crucial para o Huracán engrenar a terceira vitória seguida. O símbolo desta mudança foi Barrientos. O volante tomou conta da entrada da área com desarmes e interceptações, organizou a saída de bola, armou o jogo e apareceu como elemento surpresa no ataque. Além de ter feito seu gol, ainda participou dos outros três e saiu aplaudido de pé pelos torcedores do Huracán.

NOTAS RÁPIDAS

  • A rodada se encerra neste sábado, com San Lorenzo x Estudiantes e Racing x Velez. No domingo de Páscoa, não teremos jogos. Provavelmente, não teremos jogos no fim de semana que vem. Assim, ou a rodada será jogada durante esta semana ou na próxima.
  • Após a derrota para o Huracán, o técnico Madeirite surpreendeu a todos e entregou o cargo. A diretoria marcou uma reunião com ele e os jogadores, para tentar aparar as arestas e convencer o treinador a se manter até o fim do campeonato, mas Madeirite mostrou-se irredutível. Ele não conseguiu impor seu estilo e percebeu que os jogadores comportavam-se como um bando. Este foi o fim da corrida de Madeirite à frente da equipe xeneize. No comando da equipe desde o meio de 2014, o treinador não conquistou título algum e ainda viu a equipe se apequenar, com discussões entre os jogadores e uma diretoria que não consegue colocar ordem na casa.
  • O Boca Juniors não anunciou ainda o substituto de Madeirite, o que deve ocorrer até o final da semana.

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