No dia 03, os ciclistas partiram em um contra relógio para iniciar o Tour da Califórnia. A maioria do traçado é plano, tanto que suas etapas de montanha são bem leves e no meio da competição. Assim, é uma competição mais voltada para os sprinters.
A vitória na prova inicial coube ao segundo colocado desta etapa no ano anterior, o espanhol Alberto Contador (Astana), com o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) em segundo e o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) em terceiro.
No dia 11, os ciclistas largaram para a última etapa com nove atletas na disputa do título. Totalmente plana e disputada em um dia de céu azul e temperatura em elevação, a prova manteve o ritmo baixíssimo da competição, repleto de decepções. Após a meta volante solitária, o número de postulantes ao título caiu para 4, mas logo depois subiu para 8, pois o líder caiu e abandonou a disputa, redesenhando a tabela totalmente.
Superada a meta volante, a fuga foi engolida pelo pelotão e ali começou uma eletrizante disputa pelo sprint final, mas até ali houve confusão, quedas e decepções. Como alguém tem que ganhar, o vencedor foi o alemão André Greipel (Lotto Belisol), o único sprinter que colocou suas habilidades para fora. Em segundo chegou o inglês Bradley Wiggins (Sky) e, em terceiro, o norte americano Lance Armstrong (USPS).
Com essa bagunça toda, a definição do campeão teve contornos dramáticos, com a contagem demorando e a expectativa aumentando. Por fim, foi anunciado que Peter Sagan era o campeão, mesmo decepcionando no sprint e chegando em décimo lugar, com apenas um ponto de vantagem para André Greipel e Alejandro Valverde. Foi o segundo título do eslovaco da Bora na LMC (também vencera o Campeonato Europeu de 2020). O espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural) ficou com o título de montanha, seu terceiro título na LMC.
Assim como a Volta da Colômbia, o Tour da Califórnia foi uma prova de nível baixíssimo, pouca emoção, muitas quedas, alguns abandonos e mais um espetáculo pobre para o fã de ciclismo. A cereja estragada deste bolo mofado foi o líder, Alberto Contador, abandonar na metade final da última etapa. Se subisse na bicicleta e terminasse em último, ele seria o campeão, pois os pontos de Peter Sagan não foram suficientes para ultrapassá-lo. Para deixar o gosto mais amargo ainda, Contador liderou desde a primeira etapa, sendo algumas vezes empatado com outros ciclistas, mas sempre com a camisa amarela.
Após essa decepcionante competição, Marcel Kittel lidera o ranking, com 87 pontos.
No 17, Fabian Cancellara, Oscar Pereiro Sio, Alberto Contador e Luciano Pagliarini se juntaram aos ciclistas independentes para a Clássica de Montreal. Com uma subida de 7% na sua metade, o resto da corrida é totalmente plano, inclusive o sprint final.
Disputada em um dia frio e nublado, com chuva em alguns trechos, teve uma fuga logo no início com dois ciclistas, que foram se distanciando e mostrando que a vitória ficaria entre eles. Após a montanha, o francês Bryan Coquard (Cofidis) tentou novo ataque e foi bem sucedido, cruzando a linha de chegada com muita sobra e conquistando o bicampeonato da Clássica de Montreal. A alguma distância chegou o equatoriano Richard Carapaz (Movistar) e, em terceiro, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) seguiu o exemplo de Coquard e voltou ao mesmo lugar que conquistara nesta prova em 2022.
Apesar de tudo, o ritmo da prova não foi bom e houve muitas quedas na montanha, culminando com o abandono de Juan José Cobo Acebo, líder do ranking independente. A LMC deu uma semana de recuperação aos atletas e fez muitas reuniões neste período, a fim de voltar a aumentar o nível de suas provas.
No dia 18, a região montanhosa entre Luxemburgo e Bélgica sediava mais uma edição da Liege-Bastogne-Liege, a quarta Clássica Monumento da temporada. Disputada nas Ardenas, “A Decana” tem largada na cidade de Liege e uma subida de 6% logo no início, em direção a Bastogne, onde passam por montanhas com 9 e 10% de inclinação e retornam pelo lado oposto a Liege, passando por mais uma subida (em 11%) antes da chegada em sprint. Esse traçado difícil favorece logicamente os ciclistas de clássicas, mas os montanhistas podem arriscar nas subidas e abrir vantagem.
O lindo dia de céu com poucas nuvens e temperatura agradável foi perfeito para a prática do ciclismo. Isso ajudou a termos uma prova que, se não seguiu o altíssimo nível das outras 3 Monumento disputadas até aqui, ao menos levantou o ânimo dos torcedores diante das últimas corridas decepcionantes. Logo de cara, muitas tentativas de fuga e uma vingou antes de chegar a Bastogne, com 3 ciclistas. Pela forma como eles se atacavam e contra atacavam, a distância para os demais começou a ficar larga e logo ficou claro que a vitória ficaria entre eles.
E assim foi até a última subida, já em Liege, quando o italiano Vincenzo Nibali (Astana) conseguiu atacar no momento certo para vencer, conquistando seu primeiro título no ano, sua segunda Clássica Monumento (a outra foi a Lombardia, em 2019) e o oitavo título na LMC. Também foi o segundo título italiano seguido nesta Clássica, já que em 2022 o vencedor foi Damiano Cunego (que chegou em 19º aqui).
Curiosamente, o segundo e terceiro lugares foram uma repetição da prova de 2021, com o espanhol Oscar Freire (Rabobank) e o belga Remco Evenepoel (Quickstep), respectivamente.
Após a penúltima Clássica Monumento da temporada, Marcel Kittel segue na liderança do ranking, com 87 pontos.
KUURNE BRUSSELS KUURNE
No dia 22, os ciclistas independentes alinharam em Flandres, norte da Bélgica, para mais uma clássica na temporada. A Kuurne Brussels Kuurne tem um início duríssimo, com uma subida de 10%, um trecho em pavê e um muro de 12%. Depois da metade, tudo é plano até a linha de chegada, o que faz com que os sprinters tenham mais chances do que os corredores de clássicas, desde que saibam se recuperar.
Dizer que foi uma corrida é exagero. Nesta manhã fria e de céu azul, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) saiu em fuga logo cedo, abriu vantagem, abriu mais e cruzou a linha de chegada com muita tranquilidade. A emoção mesmo veio com o pelotão, que lutava pelos lugares restantes no pódio e foi aí que prevaleceram as características de clássicas do belga Axel Merckx (T-Mobile), que cruzou em segundo e deixou o colombiano Nairo Quintana (Movistar), vencedor em 2022, em terceiro.
No dia 23, um contra relógio dava início à mais importante preparatória para o Tour de France. O Criterium du Dauphiné é repleto de montanhas em todas as etapas, inclusive na crono escalada de abertura. Da segunda à quarta etapa, todas têm chegada em sprint, mas são recheadas de montanhas com um mínimo de 7 e um máximo de 8%. As duas últimas etapas são de montanha, com um mínimo de 8 e máximo de 12% de inclinação. Como se vê, a ideia aqui é preparar os ciclistas para a parte mais dura do Tour e, por isso, os montanhistas são mais favoritos do que os ciclistas por etapas.
O Criterium du Dauphiné já começou memorável, pois logo em sua primeira etapa o francês Julian Alaphilippe (Quickstep) venceu fazendo o chamado contra relógio perfeito (quando o ciclista tira o número máximo em todas as jogadas). Desde a criação da LMC, em 2019, foi a primeira vez que isso aconteceu.
A memorável edição de 2023 continuou na terceira etapa, quando o atual campeão, o francês Romain Bardet (AG2R), atacou desde o início, manteve o ritmo forte e venceu com uma sobra absurda pelo segundo ano consecutivo, batendo o show de Frank Schleck na Real Liga de Ciclismo para conseguir a performance do ano, com 17.8 pontos de média.
No dia 30, a Etapa Rainha dava fim ao Criterium du Dauphiné com quatro ciclistas na disputa, mas Julian Alaphilippe e Fernando Gaviria só tinham chances se pontuassem nas metas volante, vencessem a prova e houvesse uma combinação de resultados que prejudicasse Marcel Kittel e Romain Bardet. O próprio Kittel teria dificuldades em impedir o bicampeonato do camisa amarela. Porém, a Etapa Rainha vinha com montanhas pesadíssimas e tudo podia acontecer em um dia de céu azul e temperatura agradável.
Após as metas volante, Julian Alaphilippe não tinha mais chances de título. Fernando Gaviria precisava vencer e torcer por uma pequena combinação de resultados. Marcel Kittel precisava chegar em segundo, mas penava no grupeto. Tudo se encaminhava para o título de Romain Bardet. Em uma prova com muitas quedas, mas de altíssimo nível, os italianos dominaram e deram show. Ao final, em uma emocionante chegada, Filippo Ganna (Acqua & Sapone) venceu, formando dobradinha com Damiano Cunego (Lampre), o segundo colocado neste ano e terceiro na mesma etapa no ano passado. O norte americano Lance Armstrong (USPS) foi o terceiro.
Como nenhum dos postulantes pontuou, tudo ficou igual à etapa anterior e, assim, Romain Bardet é bicampeão do Criterium du Dauphiné. Vencedor também em 2022, o francês da AG2R é o vencedor com méritos. Venceu duas etapas, sendo uma com a performance do ano, impôs um ritmo forte e fez os adversários trabalharem muito.
A vitória na última etapa deu a Filippo Ganna o título de montanha, seu primeiro no ano e quarto na LMC.
O italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) posa no pódio com os troféus de campeão de montanha e vencedor da última etapa. |
Uma das grandes promessas para provas por etapas no ano, Romain Bardet não vinha atendendo às expectativas. Mas com este, que é o seu primeiro título no ano e o nono na LMC, as fichas voltam a cair do seu lado para o Tour de France. Esperança francesa de vitória em casa!
Após o Criterium du Dauphiné, a liderança do ranking da LMC está com o alemão Marcel Kittel (Katusha), que ficou com o vice-campeonato e soma agora 115 pontos.
Ainda no dia 30, Tom Boonen, Rafael Andriato e Bradley Wiggins se juntaram aos ciclistas independentes em Plouay, Noroeste da França, para uma clássica repleta de montanhas agudas, com 8 a 11% de inclinação. Também conhecida como Bretagne Classic ou Grande Prêmio de Ouest France, a Classique de Plouay é uma prova para montanhistas, com o dia de céu azul e temperatura agradável favorecendo uma boa disputa.
Se é uma prova para montanhistas, estes têm que se decidir cedo. E foi isso que Nairo Quintana fez. O colombiano da Movistar atacou logo, continuou acelerando no terreno inclinado e jamais foi incomodado, vencendo com uma sobra incrível. O equatoriano Richard Carapaz, vencedor em 2021, foi o segundo colocado e fez a dobradinha da Movistar. Em terceiro chegou o inglês Bradley Wiggins (Sky). Só depois veio o pelotão, a alguma distância.
Ao final da Classique de Plouay, Juan Jose Cobo Acebo segue na liderança do ranking, com 40 pontos.
- Junho chega ao final com 6 provas disputadas, principalmente clássicas. Foram 4 provas deste tipo, incluindo uma Monumento (Liege-Bastogne-Liege) e 2 provas por etapas.
- Poderia ter sido mais. A ideia era fazer o Tour da Suíça e a Clássica de Hamburgo ainda em junho, para o segundo semestre já começar com o Tour de France. Mas o calendário apertado dificultou a realização das provas e o mês foi chegando ao fim.
- Com isso, também chega ao fim o primeiro semestre do ano. A LMC está preparando o resumo do primeiro semestre para, em postagem especial, mostrar como foi o ano até aqui. Em alguns dias deve sair, com comentários, estatísticas e novidades.
- Sim, a LMC ainda vai apresentar novidades em 2023! A ideia também era apresentá-las logo no início do segundo semestre, mas elas virão. Disso o fã de ciclismo pode ter certeza!
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