terça-feira, 30 de agosto de 2022

Tour do Rio 2022 - 25/08/2022

No final de agosto, a LMC apresentava sua grande novidade em 2022. O Tour do Rio é a “Grande Volta” do circuito independente. Única prova por etapas do circuito independente, a competição percorreu as regiões Metropolitana, dos Lagos e Serrana do estado, cada uma com suas características e com troféus personalizados para cada uma, inspirados na premiação das escolas de samba. Apesar das etapas em montanha, a maioria é plana, o que faz com que os sprinters sejam favoritos aqui. Com tantas promessas, só nos resta ver, etapa a etapa, como foi essa grande competição!

Os troféus que estarão em disputa no Tour do Rio. No alto, a Taça Guanabara (dada ao campeão do Tour) e o Troféu Carioca (dado ao campeão de montanha). Abaixo, os troféus dados ao vencedor de cada etapa.

Primeira etapa

No dia 25 de agosto de 2022, um contra relógio em Angra dos Reis dava início ao Tour do Rio. Além dos ciclistas independentes, os 7 que abandonaram o Tour de France estavam aqui na disputa.


A prova, realizada na região da Costa Verde, teve um dia de céu azul e temperatura agradável. As condições eram ideais para um início sensacional e foi exatamente o que aconteceu.


O único contra relogista da prova era o favorito e tinha o público ao seu lado, afinal, tratava-se do brasileiro Magno Nazaret, que corre pelo Vasco da Gama, uma das duas equipes do Rio de Janeiro na competição. E ele venceu, para delírio do público, que celebrou bastante a primeira vitória brasileira na primeira prova da História do Tour do Rio.


Em segundo, ficou o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), da outra equipe do Rio na competição. Na terceira posição, o espanhol Oscar Freire (Rabobank).


Desta forma, Magno Nazaret é o primeiro a vestir a camisa amarela, de líder.

O pódio da primeira etapa. No alto, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), terceiro colocado.

Segunda  etapa

A primeira corrida de linha do Tour rumava para a Região dos Lagos e trazia as duas primeiras metas volante em uma etapa inteiramente plana, que cruzava Iguaba, Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios, disputada em um dia nublado e com temperatura amena.

Os ciclistas passam pela Região dos Lagos.

O pelotão andou relativamente junto. Relativamente porque, quase desde o início, Francisco Chamorro saiu em fuga e pedalou forte. De vez em quando, alguns ciclistas se juntavam a ele ou o pelotão ameaçava buscá-lo, mas o argentino da Credite Agricole sempre dava um jeito de escapar novamente até vencer de forma solitária. Na emocionante disputa pelo segundo lugar, o francês Thibaut Pinot (FDJ) conseguiu vencer, deixando a terceira posição para o colombiano Nairo Quintana (Movistar), que fez uma ótima prova de recuperação.


Com a vitória e os pontos nas metas volante, Francisco Chamorro é o novo camisa amarela.

O pódio da segunda etapa. No alto, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o francês Thibaut Pinot (FDJ), segundo colocado. Abaixo do troféu, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), terceiro colocado.

Terceira  etapa

Começam as montanhas do Tour do Rio com os ciclistas rumando para a Região Serrana. A primeira desta edição era em Petrópolis, a Cidade Imperial, em um dia de céu azul e temperatura agradável.

Hora de subir as montanhas da Região Serrana! Os ciclistas chegam a Petrópolis.

Foi uma típica prova de montanha, com os ciclistas correndo sozinhos ou em pequenos grupos e sem um pelotão formado. Mas a emoção foi altíssima aqui, principalmente no final.


Primoz Roglic tinha a melhor performance do ano e vinha com tudo para vencer, mas o ritmo altíssimo cobrou seu preço e as pernas começaram a falhar na última subida. Para piorar, o colombiano Nairo Quintana (Movistar) vinha voando nas últimas montanhas e o ultrapassou justamente na linha de chegada, para conquistar sua primeira vitória na competição. Ao esloveno da Imperatriz restou ficar com o segundo lugar. Os demais vieram bem depois e, em uma disputa francesa, quem levou a melhor foi Bryan Coquard (Cofidis), que teve uma performance excelente nas montanhas e derrotou seu compatriota Thibaut Pinot para ficar com o terceiro lugar.


A nota triste desta prova emocionante foi o duplo revés para a Bélgica e para a Quickstep, com os abandonos de Tom Boonen e Remco Evenepoel, repetindo o vexame do Tour de France, onde também abandonaram na terceira etapa e onde também foram os primeiros da competição, o que preocupa para o restante da temporada.


Por outro lado, a excelente recuperação de Nairo Quintana fez com que ele se tornasse o novo camisa amarela. A camisa azul, de líder de montanha, fica com Primoz Roglic e Nairo Quintana após esta etapa.

O pódio da terceira etapa. No alto, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Bryan Coquard (Cofidis), terceiro colocado.


Quarta  etapa

Ainda nas montanhas, os ciclistas rumaram para Teresópolis, em uma etapa mais inclinada que a anterior, disputada em um dia de céu azul e um pouco de calor. Foi mais uma corrida típica de montanha, com os ciclistas correndo sozinhos ou em pequenos grupos. A liderança era trocada o tempo todo, devido a ataques constantes, em uma prova altamente técnica.


Nas montanhas finais, o belga Axel Merckx (T-Mobile) atacou e não foi mais contestado, vencendo de forma brilhante. Também brilhante foi o segundo colocado, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), que se superou e manteve o ritmo alto para segurar o francês Thibaut Pinot (FDJ), o terceiro colocado.


O TCB foi acionado para analisar as imagens envolvendo a queda de Francisco Chamorro, mas decidiu não culpar ninguém, nesta etapa que não teve abandonos.


Com muitos pontos conquistados em metas volante e o quinto lugar na etapa, Primoz Roglic veste as camisas amarela e azul.

O pódio da quarta etapa. No alto, o belga Axel Merckx (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux), terceiro colocado.

Quinta etapa

Superadas as montanhas, os ciclistas chegaram a Niterói, para uma etapa quase totalmente plana. Somente uma subida de 6% logo no início aparecia como dificuldade. De resto, tudo plano para uma chegada em sprint no Centro da cidade. A prova foi disputada em um dia com chuva, vento e temperatura baixa, dificultando a vida dos ciclistas.


Foi mais uma prova de altíssimo nível. Francisco Chamorro partiu decidido a recuperar a camisa amarela e isso forçou os atletas a se esforçarem para não deixá-lo escapar. O pelotão impôs um ritmo forte para impedir isso de acontecer e conseguiu mantê-lo por perto.


Na eletrizante disputa pela vitória, em frente à Prefeitura de Niterói, dois sprinters rasgaram o asfalto com uma aceleração incrível e, mais incrível ainda, a vitória coube ao espanhol Oscar Freire (Rabobank), que se esforçou de forma inimaginável para tirar a vantagem de Chamorro e batê-lo na linha de chegada. Ao argentino da Credite Agricole, restou o segundo lugar. Na terceira posição chegou o colombiano Nairo Quintana (Movistar).


Na disputa pelo quinto lugar, Bryan Coquard acabou indo ao chão e terminando na oitava posição. Analisando as imagens, o TCB resolveu que Primoz Roglic (quinto colocado) e Richard Carapaz (sexto) foram culpados pela manobra que levou o francês da Cofidis ao chão e puniu os dois, tirando-lhes quatro pontos na classificação. Desta forma, Roglic terminou a etapa com dois pontos negativos e Carapaz, com menos um.


Diante dessa decisão polêmica e com os pontos de metas volante distribuídos, Francisco Chamorro volta a vestir a camisa amarela, enquanto Primoz Roglic mantém a camisa azul, em uma etapa sem abandonos.

O pódio da quinta etapa. No alto, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), terceiro colocado.

Sexta etapa

Terça-feira, 30 de agosto. O Tour do Rio atravessava a Ponte e chegava à Cidade do Rio de Janeiro para a sua última etapa. Totalmente plana, a corrida teve sua conclusão na Praia de Copacabana, com chegada em sprint. Somente três ciclistas ainda disputavam o título e precisavam de combinações de resultados para tal.

Com o Cristo Redentor ao fundo, os ciclistas disputam a última etapa do Tour do Rio 2022.

Primoz Roglic precisava da vitória e que Francisco Chamorro não chegasse antes do sexto lugar e Nairo Quintana, do quinto. Naironman seria campeão se chegasse à frente de Chamorro, na zona de pontuação. Chamorro só tinha que marcar esses resultados e sairia do Rio com o troféu de campeão.


A prova foi disputada em um dia chuvoso e de temperatura baixa. Como esperado, Primoz Roglic saiu em fuga desde o início e imprimiu um ritmo forte, deixando os demais muito distantes. O esloveno da Imperatriz venceu com uma sobra impressionante, sabendo que esta seria a sua única chance de ser campeão. Muito depois, em segundo, chegou o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) e, algum tempo depois, veio o pelotão, com o equatoriano Richard Carapaz (Movistar) em terceiro.

O pódio da última etapa. No alto, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), segundo colocado. Abaixo do troféu, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), terceiro colocado.

Mas quem comemorou mesmo foi o quarto colocado. Francisco Chamorro fazia uma prova discreta até sofrer uma queda na Praia do Flamengo, que o levou para o final do pelotão. Com chegada em sprint, o argentino da Credite Agricole acelerou, suou sangue e conseguiu a quarta colocação que lhe garantiu o título.


FRANCISCO CHAMORRO CAMPEÃO DO TOUR DO RIO 2022


Chamorro foi impressionante. Com uma vitória e um segundo lugar, brilhou nessas etapas também ao fazer pontos em todas as metas volante. Nas outras etapas, só não pontuou em duas, mantendo-se sempre perto das primeiras posições. Sabendo que a maioria do Tour seria no plano, ele não se esforçou nas montanhas e deu tudo para se sair bem no terreno que domina.


Primoz Roglic sabia que era muito difícil levar o título em uma competição para sprinters. Mesmo assim, fez uma estratégia visando pontuar em metas volante e sobrar nas montanhas, para tentar os dois títulos ou, ao menos, o de melhor escalador. Conseguiu o segundo intento. É o seu sétimo título na LMC (o segundo em 2022) e o terceiro de montanha.

Primoz Roglic com o Troféu Carioca, de melhor escalador do Tour do Rio 2022.

Francisco Chamorro conquistou seu terceiro título na LMC. Desde 2019, quando levou no Benelux o geral e o de montanha, não ia para o lugar mais alto do pódio ao final de uma prova por etapas ou uma Clássica.

O pódio do Tour do Rio 2022. No alto, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), com a Taça Guanabara de campeão do Tour. Abaixo dele, com os troféus de campeão de montanha e de vencedor da última etapa, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), vice-campeão. Abaixo do troféu, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), terceiro colocado.

NOTAS RÁPIDAS

  • Foram 6 etapas e 6 vencedores diferentes;
  • Oscar Freire, Primoz Roglic e Nairo Quintana foram os ciclistas que mais subiram ao pódio, 3 vezes cada;
  • No total, dos 13 ciclistas que competiram no Tour, 9 subiram ao pódio;
  • Nas 6 etapas, 6 equipes diferentes venceram e 8 subiram ao pódio. A Movistar foi a equipe que mais subiu ao pódio, 4 vezes.
  • Nas 6 etapas, 6 nações diferentes venceram e 8 subiram ao pódio. Colômbia, Eslovênia, Espanha e França foram as que mais subiram ao pódio, 3 vezes cada. Não tivemos dobradinha nesta edição do Tour do Rio
  • O Brasil teve somente um ciclista competindo e ele deu alegrias aos torcedores locais. Magno Nazaret venceu a primeira etapa e chegou em segundo na última, coroando uma bela competição para ele e para o Vasco da Gama, sua equipe.
  • Tivemos dois abandonos neste Tour, ambos da Quickstep e da Bélgica. Tom Boonen e Remco Evenepoel repetiram a “dobradinha da decepção” do Tour de France e abandonaram na mesma etapa.
  • O TCB foi acionado duas vezes. Em uma, não puniu ninguém. Mas na outra, teve uma decisão polêmica. Ao punir Primoz Roglic e Richard Carapaz com a perda de dois pontos na classificação, acabou impactando a classificação final, já que Roglic foi o vice-campeão do Tour justamente dois pontos atrás do campeão.
  • A prova foi de um nível muito bom e encantou os fãs do ciclismo. A única decepção ficou por conta de Tom Boonen e Remco Evenepoel, que destoaram dos demais e abandonaram cedo.
  • Por ser uma prova do circuito independente, os pontos aqui conquistados não são levados pro ranking. Mas as vitórias, segundos e terceiros contam para o ranking independente.
Os vencedores do Tour do Rio 2022 com seus troféus de campeão, campeão de montanha e vencedor de etapa.

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