quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Tour de France 2022 - 24/08/2022

No dia 06 de agosto, 40 ciclistas largaram para a maior prova do esporte dos pedais. Uma das 3 Grandes Voltas do Ciclismo Mundial, o Tour de France tem 12 etapas dos mais variados estilos, contra relógio, montanha e plano e, por isso, os favoritos são os ciclistas por etapas. Mas a história mostra o contrário e, nas 3 edições da LMC, um sprinter e dois contra relogistas se sagraram campeões. Se em 2022 a história se repetiu ou foi diferente, nós vamos ver, etapa a etapa!

O cobiçado troféu está em jogo!


1ª Etapa

No dia 06/08, começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2022 se iniciava com um contra relógio em um dia chuvoso e frio.


A pista molhada e o ventinho gelado fizeram com que os ciclistas fossem burocráticos, apenas para encerrar logo a participação na etapa e procurassem abrigo. A nota de corte foi alta e houve um grande empate.


Dos que se esforçaram ao mínimo, seis ciclistas foram para a disputa da vitória e quem venceu foi o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), com o norte americano Lance Armstrong (USPS) chegando em segundo nesta etapa pelo terceiro ano consecutivo. Em terceiro, o italiano Damiano Cunego (Lampre).


Com os resultados, Primoz Roglic é o primeiro a vestir a camisa amarela.

O pódio da primeira etapa. No alto, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), com o scudetto de vencedor. Abaixo dele, o norte americano Lance Armstrong (USPS), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Damiano Cunego (Lampre), terceiro colocado.

2ª Etapa

A primeira corrida de linha do Tour de France 2022 foi totalmente plana, paraíso para os sprinters. O dia nublado e de temperatura amena, ajudou os ciclistas a terem uma prova tranquila.

A tranquilidade foi vista na corrida, mas não faltou entretenimento. Na metade, houve uma tentativa de fuga que foi logo neutralizada pelo pelotão, que andou junto e se preparou para uma chegada emocionante em sprint. E foi com essa chegada disputadíssima que o espanhol Alberto Contador (Astana) conseguiu a vitória. Em segundo, Julian Alaphilippe (Quickstep) deu a primeira alegria aos franceses nesse Tour. E, em terceiro, chegou o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), atual bicampeão de montanha do Tour e campeão mundial em 2022.

A vitória na etapa fez com que El Pistolero vestisse a camisa amarela junto com Primoz Roglic, em uma etapa de altíssimo nível e sem abandonos.

O pódio da segunda etapa. No alto, o espanhol Alberto Contador (Astana), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado.

3ª Etapa

A terceira etapa do Tour era quase totalmente plana. Somente uma leve inclinação de 5% na metade do percurso aparecia como dificuldade em mais uma prova com chegada em sprint. Nesta etapa veríamos as primeiras metas volante do Tour 2022 em um dia de céu azul, mas frio.


A prova foi de nível muito baixo. Os ciclistas andaram num ritmo muito lento, convidando os poucos que se esforçaram a saírem em fuga. Logo ficou claro que a vitória seria dos escapados.


Após a única montanha, um ciclista saiu em disparada e não foi incomodado pelos demais. Empurrado para dar a segunda alegria aos torcedores locais neste Tour, Julian Alaphilippe (Quickstep) cruzou a linha de chegada com uma sobra absurda para os demais, dando à França a primeira vitória na edição deste ano.


A disputa pelos lugares restantes foi emocionante, com quedas, sprints fantásticos, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) cruzando na segunda posição e o belga Greg Van Avermaet (CCC) em terceiro.


O TCB foi acionado duas vezes. Na primeira, condenou Greg Van Avermaet pela queda de Chris Froome, punindo o terceiro colocado com a perda de 5 pontos de esforço na próxima corrida. Já no acidente de Marcel Kittel, o Tribunal resolveu absolver Fabian Cancellara e Bradley Wiggins.


Se a Quickstep teve motivos para comemorar sua primeira vitória no Tour, também teve decepção dupla, com o abandono dos belgas Tom Boonen e Remco Evenepoel, os dois primeiros da edição 2022 da competição. Mas os franceses nem queriam saber de tristeza. Além da vitória na etapa, Julian Alaphilippe veste a camisa amarela.


O pódio da terceira etapa. No alto, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Greg Van Avermaet (CCC), terceiro colocado.

4ª Etapa

Etapa bem parecida com a anterior, a quarta corrida do Tour seria quase que totalmente plana. Com apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova e farta distribuição de pontos em metas volante, teria um grand finale em sprint. A prova seria disputada em mais um dia de céu azul e frio.

A prova foi bem diferente da anterior. Aqui, o ritmo foi elevado e não faltou emoção. Uma fuga foi formada logo no início e, bem numerosa, obrigou os ciclistas de trás a trabalharem forte, esfacelando o pelotão de vez. No final, cinco ciclistas despontaram para brigar pela vitória e aquele que puxava o grupo, Bauke Mollema, foi ao chão e viu os outros passarem voando. Melhor para o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), que era o único sprinter do grupo e conseguiu fazer sua vantagem valer a pena para vencer esta etapa de altíssimo nível. Em segundo chegou o italiano Vincenzo Nibali (Astana) e, em terceiro, o inglês Chris Froome (Sky).

Curiosamente, Froome vinha dando show na prova, disparado, mas foi perdendo potência, viu os demais ultrapassarem e chegou em terceiro, torcendo pelo TCB. O Tribunal analisou as imagens da queda de Bauke Mollema, mas optou por não punir Murilo Fischer e Vincenzo Nibali, mantendo a classificação final.

Em uma etapa sem abandonos, Julian Alaphilippe manteve a camisa amarela.

O pódio da quarta etapa. No alto, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

5ª Etapa

A centésima corrida da temporada traria a primeira montanha mais difícil deste Tour até então, na metade desta etapa, com 7% de inclinação. De resto, muitas metas volante ao longo do percurso e uma chegada em sprint, em mais um dia de céu azul e temperatura baixa, mas com algum vento para atrapalhar.

Foi mais uma prova de alto nível, com os ciclistas se esforçando bastante. Ventou muito durante a corrida e isso provocou bordures (ou abanicos), obrigando os ciclistas a apertarem o ritmo para voltarem a se agrupar e, com isso, uma fuga foi formada e ganhou distância.

Em uma eletrizante chegada, a vitória sorriu para o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne), na mesma etapa onde fora segundo, em 2020. Em segundo chegou o inglês Bradley Wiggins (Sky) e, em terceiro, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R).

A nota triste foi o abandono de Primoz Roglic, que sofreu uma queda e não aguentou as dores. Vencedor da primeira etapa, Roglic vestiu a camisa amarela em duas provas.

Com os resultados, a camisa amarela permanece com Julian Alaphilippe, mas o francês a divide agora com Bradley Wiggins.

O pódio da quinta etapa. No alto, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o inglês Bradley Wiggins (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), terceiro colocado.

6ª Etapa

A última etapa antes das montanhas trazia duas subidas como uma espécie de preparação para o que estava por vir. Com uma subida logo no início em 6% e uma mais dura em 7% antes do final em sprint, os ciclistas teriam que pensar em uma boa estratégia para vencerem. A prova foi disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável.

O clima ideal para uma boa corrida foi prejudicado pelos ventos fortes, que produziram abanicos. Porém, em mais uma prova de alto nível, os ciclistas se esforçaram bastante. Quando uma fuga se formava ou os abanicos cortavam o pelotão, o ritmo aumentava e o pelotão voltava a se agrupar.

Quem dava show era Bauke Mollema, acelerando forte e obrigando os demais a aumentarem o ritmo. Mas na última montanha ele começou a fraquejar e viu um foguete chegando. Pior, esse foguete era um sprinter. O brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz) escolheu uma estratégia perfeita, se posicionou bem e venceu, pela primeira vez na temporada. Ao holandês da Rabobank restou o consolo de chegar em segundo, com o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) em terceiro.

A ótima prova de Mollema lhe rendeu a camisa amarela e a nota triste foi o abandono de Francisco Chamorro, que sofreu muito com lesões de quedas passadas e acabou deixando a competição.

O pódio da sexta etapa. No alto, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

7ª Etapa

A metade do Tour de France trouxe as etapas de montanha, começando com uma difícil prova nos Pirineus. A corrida começava plana, mas logo a seguir vinham as subidas, no início com 6%, depois chegando a 10% e terminando em 7%. O dia, de céu azul e temperatura agradável, ajudou a emoldurar uma linda jornada para os ciclistas.


Logo no início, uma fuga foi formada e, sabendo-se da tradição de provas de montanha de não haver pelotão organizado, logo ficou claro que a vitória ficaria entre aquele grupo de escapados. Mesmo com isso já praticamente sacramentado, os ciclistas deram mais um show para os fãs do esporte, que viram outra prova de altíssimo nível neste Tour de France.


A Saxo Bank fez uma estratégia para dominar e disputar a camisa branca de bolinhas entre si. A tática foi tão bem planejada que, além de ganharem os pontos de meta volante, fizeram a dobradinha final no pódio. A vitória coube ao suíço Fabian Cancellara, sua sexta na História do Tour de France, com o luxemburguês Frank Schleck em segundo. Em terceiro, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), coroando uma belíssima prova. O domínio da Saxo Bank se completou com Andy Schleck chegando em quinto.


Desta forma, Fabian Cancellara é o primeiro a vestir a camisa branca de bolinhas, enquanto Bauke Mollema manteve a camisa amarela. Do lado infeliz da etapa, tivemos o abandono de Oscar Freire, campeão em 2019.

O pódio da sétima etapa. No alto, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), terceiro colocado.

8ª Etapa

Ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam um dia mais duro que o anterior, já começando com uma subida em 7% e com 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet. Um lindo dia de céu azul e temperatura agradável brindou os presentes a mais uma etapa do Tour de France 2022.


O que se viu foi mais uma prova de altíssimo nível. Logo no início, foi formada uma fuga, mas o pelotão controlou a uma distância segura e a apanhou no único trecho plano da etapa, onde ocorreram muitas quedas. A partir dali, com as montanhas mais inclinadas, começou-se uma sucessão de ataques até ser formado o grupo escapado que disputaria a vitória.


A Saxo Bank continuou com sua estratégia de dominar as montanhas e, apesar de Fabian Cancellara e Frank Schleck não estarem com boas pernas no dia, foi Andy Schleck quem escolheu o momento certo para dar um ataque derradeiro.


Porém, um fenômeno foi crescendo durante a prova e escreveu mais uma história de superação neste Tour de France. O inglês Mark Cavendish (T-Mobile) “se esqueceu” que é sprinter, arrancou na parte mais inclinada e, com um “sprint para cima”, venceu a etapa de forma espetacular. Em segundo ficou o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), outro que deu show no Tourmalet. Ao luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank) restou o terceiro lugar.


Os pontos das metas volante foram bem distribuídos e, desta forma, Fabian Cancellara pôde manter a camisa branca de bolinhas. Bauke Mollema não teve as melhores pernas nesta etapa e sofreu muito no grupeto, mas conseguiu manter a camisa amarela. Só que Julian Alaphilippe pontuou nas metas volante e também vestiu a camisa amarela ao final da corrida.


Se a prova foi espetacular e os torcedores locais vibraram ao ver Alaphilippe voltar a vestir a camisa de líder, tiveram uma enorme decepção com o único abandono do dia. Grande esperança francesa para conquistar o Tour de France, Thibaut Pinot sofreu com as dores de uma queda e deixou a competição em lágrimas.

O pódio da oitava etapa. No alto, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

9ª Etapa

Superados os Pirineus, era hora de encarar os Alpes franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, os ciclistas já começavam em 10%, mas a chegada seria em 7%. O dia, parcialmente nublado e com temperatura em elevação, não ajudou os ciclistas.


Foi uma típica prova de montanha, com os ciclistas com as melhores pernas atacando desde o início e vários grupos se formando. O pelotão se agrupou na única parte plana, mas no resto da prova o que se viu foram pequenos grupos lutando para sobreviver.


Ao final, quem sorriu foi Chris Froome. Campeão de montanha em 2019, o inglês da Sky mostrou que se sente em casa nos Alpes e venceu com um ataque derradeiro na última montanha, deixando os adversários para trás e triunfando onde fora terceiro em 2019.


A disputa pelas posições restantes no pódio foi acirrada e acabou com o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) em segundo. Atual campeão do Tour de France, Ganna repetiu o lugar conquistado na mesma etapa do ano passado. No terceiro lugar chegou o atual bicampeão de montanha (2020, 2021), o holandês Tom Dumoulin (Sunweb).


A competição foi intensa desde o início, em mais uma prova de altíssimo nível. Não houve só a briga pela vitória, mas também pela camisa amarela. Julian Alaphilippe acelerou forte, fez pontos em metas volante e cruzou em quarto. Vendo isso, Bauke Mollema também se esforçou e conseguiu um sexto lugar, insuficiente para mantê-lo de amarelo. O público vibrou com a manutenção da liderança para Julian Alaphilippe, mas a vitória e os pontos em metas volante fizeram com que Chris Froome empatasse com o francês. Ao final desta etapa, quem se vestiu de amarelo foram Froome e Alaphilippe.


A disputa camisa branca de bolinhas também foi espetacular. Desta vez, a Saxo Bank não teve pernas para manter a estratégia e se resumiu a ficar no grupeto. Mesmo assim, Fabian Cancellara conseguiu manter a liderança de montanha, em uma prova sem abandonos.

O pódio da nona etapa. No alto, o inglês Chris Froome (Sky), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado.


10ª Etapa

O pior ficou para o final. A última etapa de montanha, ainda nos Alpes, levaria os ciclistas ao Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima, a não ser um trecho plano na metade. Para a Etapa Rainha do Tour, um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, mas com vento forte em alguns trechos, o que ocasionou várias quedas durante a corrida, que foi mais uma prova típica de montanha, com pequenos grupos se formando e lutando pela sobrevivência, e mais uma etapa de altíssimo nível neste Tour.


Dos que formavam o grupo líder, um ciclista brigava pelas duas camisas e fazia todos os esforços para alcançar seus objetivos. Seu nome? Chris Froome. O inglês da Sky andou sempre na frente, manteve um ritmo alto a prova inteira, pontuou nas metas volante e, novamente, deixou para atacar no final, quando a inclinação era maior. Acabou conquistando o Mont Ventoux de forma espetacular, apesar dos esforços dos 3 ciclistas espanhóis que vinham atrás para diminuir a diferença. Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) foi o segundo colocado e Alejandro Valverde (Caja Rural) o terceiro, na primeira dobradinha deste Tour. O outro espanhol, Alberto Contador (Astana) lutou muito, mas só conseguiu o quarto lugar.


Diante desse show, Chris Froome ficou com as camisas amarela e branca de bolinhas e praticamente sentenciou o Tour de France 2022. Faltando duas etapas, ele só perde se abandonar ou se ocorrer uma enorme combinação de resultados.


Julian Alaphilippe liderava com ele, mas chegou apenas em décimo oitavo. Pior fez Fabian Cancellara, então líder de montanha. Com outra prova muito ruim, chegou na trigésima segunda e penúltima posição, perdendo a camisa branca de bolinhas na última etapa com pontos para tal.


O ponto triste foi o abandono de Greg Van Avermaet, que sofreu muito durante a etapa e preferiu não desafiar o Mont Ventoux com tantas dores.

O pódio da décima etapa do Tour de France 2022. No alto, o inglês Chris Froome (Sky), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), segundo colocado. Abaixo do troféu, Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado, fechando a dobradinha espanhola no pódio.

11ª Etapa

Superadas as montanhas, o Tour de France entra em sua reta final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes e as duas últimas colinas desta edição, com apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas. A corrida foi disputada em um dia frio e de chuvas fortes, dificultando ainda mais a vida dos atletas.


Curiosamente, os ventos fortes não causaram muitas quedas, mas produziram abanicos. Os ciclistas pareciam apenas querer cruzar a linha em segurança para se prepararem para a grande festa da última etapa. Mesmo assim, o que se viu foi mais uma prova de ritmo alto e grande nível.


No final, um grupo com quatro ciclistas se destacou dos demais. Nele, haviam dois sprinters e Alberto Contador na frente, para lançá-los. E foi exatamente o que aconteceu, com uma disputa de sprint espetacular. Ao final, a vitória coube ao eslovaco Peter Sagan (Bora), sua primeira no ano. Ele superou o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), o segundo colocado. Em terceiro chegou Bauke Mollema (Rabobank), completando a dobradinha holandesa e voltando ao pódio na mesma etapa onde fora segundo em 2020.


Em uma etapa sem abandonos, Chris Froome chegou em 12º e manteve as camisas amarela e branca de bolinhas. O inglês da Sky não pode mais ser alcançado por nenhum rival, bastando cruzar a linha de chegada na próxima etapa para se sagrar campeão do Tour de France 2022.

O pódio da décima primeira etapa do Tour de France 2022. No alto, o eslovaco Peter Sagan (Bora), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu, fechando a dobradinha holandesa, Bauke Mollema (Rabobank), terceiro colocado.

12ª Etapa

Terça-feira, 23 de agosto. O Tour de France 2022 chegou à sua derradeira corrida com festa, em uma etapa totalmente plana. Os 33 ciclistas que sobreviveram até aqui iriam até Paris e dariam três voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elysées, de frente para o Arco do Triunfo. A corrida seria disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, para resumir o que foi uma excelente competição.

Com a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas partem para a última etapa do Tour de France 2022.

O Tour já estava sentenciado em favor de Chris Froome desde a décima etapa, bastando a ele completar a prova para ser campeão. Como esperado, ocorreu uma grande festa durante toda a etapa, com os ciclistas confraternizando, atletas se juntando em suas equipes para chegar junto e um sentimento de que este foi um grande Tour de France. Mesmo assim, a etapa foi de ritmo alto.


Uma competição dessa não poderia se encerrar sem dar uma última dose de emoção aos fãs do ciclismo. E foi assim que, na reta final, os ciclistas se prepararam para uma grande chegada em sprint, que culminou com uma chegada eletrizante. Em disputa definida apenas no photofinish, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) cruzou em primeiro para vencer sua segunda etapa neste Tour. Em segundo ficou o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) e, em terceiro, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank). Correndo no meio do pelotão e sempre em segurança, Chris Froome cruzou a linha de chegada em 23º e comemorou assim o título do Tour de France.

O pódio da última etapa. No alto, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), terceiro colocado.


CHRIS FROOME CAMPEÃO DO TOUR DE FRANCE 2022

Conhecido como Crash Froome, o ciclista inglês sempre se envolve em trapalhadas, como brilhar em uma corrida e cair na hora de vencer. Mas neste Tour de France, ele deu show. Com duas vitórias e um terceiro lugar, fora os pontos em metas volante, Froome esteve sempre na disputa pela camisa amarela. Mas foi quando chegou nas montanhas que se superou e deu show. O Tour foi liquidado na décima etapa, quando Froome apresentou um espetáculo incrível e não pôde mais ser alcançado pelos seus rivais. Até por ter brilhado quando o terreno ficou inclinado, Froome também conquistou o título de montanha, que já havia conquistado em 2019. Porém, fazer a dobradinha e levar o geral e a montanha não é algo que se vê sempre e, no Tour de France, foi a primeira vez.

O inglês Chris Froome (Sky) com o troféu de melhor montanhista do Tour.

Com os dois títulos, Froome chega a cinco na LMC, cala os críticos e afasta dois fantasmas que lhe perseguiram em 2022. O primeiro, o fato de ter feito boas disputas contra Fabio Aru no primeiro semestre, mas sempre ter perdido. O segundo, dentro de sua própria equipe, a disputa de egos com Bradley Wiggins. Froome derrubou os muros no maior de todos os palcos. E ainda chegou a uma estatística curiosa, ao conseguir quatro vitórias, quatro segundos lugares e quatro terceiros lugares no Tour de France.

Com o vice-campeonato ficou o holandês Bauke Mollema (Rabobank) e, em terceiro, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), que levou o país-sede ao pódio com uma grande apresentação. O Tour desse ano mostrou suas características e isso se refletiu no pódio.

O pódio final do Tour de France. No centro, o inglês Chris Froome (Sky), com os troféus de campeão no geral e na montanha. À esquerda da tela, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), com o troféu de vice-campeão. Na outra extrema, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), com o troféu de terceiro colocado. O Tour de France foi a primeira das 3 Grandes Voltas a premiar com troféus o segundo e o terceiro colocados.

NOTAS RÁPIDAS
  • Com 2 vitórias, cada, Mark Cavendish e Chris Froome foram os maiores ganhadores de etapas;
  • Chris Froome também foi o que mais subiu ao pódio, 3 vezes;
  • Ao todo, 10 diferentes ciclistas venceram e 25 subiram ao pódio
  • 9 equipes venceram, sendo que Imperatriz, Sky e T-Mobile foram as mais vitorias, com dois triunfos cada.
  • No total, 18 equipes subiram ao pódio, sendo que Quickstep e Saxo Bank foram as mais frequentes, com quatro vezes cada..
  • 7 países venceram neste Tour, sendo a Inglaterra a que mais triunfou, 4 vezes
  • No total, 13 países subiram ao pódio. Itália, Holanda e Inglaterra foram as presenças mais constantes, 6 vezes cada
  • Tivemos duas dobradinhas de pódio neste Tour, com a Espanha (décima etapa) e a Holanda (décima primeira).
  • 6 ciclistas diferentes vestiram a camisa amarela alguma vez durante o Tour.
  • Com relação aos ciclistas franceses, foram apenas dois pódios e ambos com Julian Alaphilippe. Segundo na segunda etapa e vencedor na terceira, ele deu show e ficou com a camisa amarela nas etapas 3, 4, 5, 8 e 9, terminando no pódio do Tour, na terceira colocação. Mas foi somente com Alaphilippe que os franceses puderam sorrir, já que os demais foram muito fracos e sequer disputaram as primeiras posições.
  • Foram 7 abandonos neste Tour e 33 ciclistas completando a competição, mesmo número de 2021. Mas os abandonos aqui foram mais decepcionantes para o público do que no ano passado, como Primoz Roglic (que vestira a camisa amarela), Oscar Freire (campeão em 2019) e Thibaut Pinot (maior esperança francesa)
  • O TCB foi acionado poucas vezes neste Tour e só em uma puniu um ciclista. Foi na terceira etapa, tirando 5 pontos de esforço de Greg Van Avermaet por causa de um acidente com Chris Froome. De resto, uma competição muito tranquila.
  • Mesmo com uma ótima competição, tivemos algumas decepções. Além dos abandonos de Primoz Roglic e Oscar Freire, também vimos alguns ciclistas como Lance Armstrong não fazerem nada, apesar do favoritismo. Os franceses também deixaram a desejar, à exceção de Julian Alaphilippe. Mas a maior decepção, com certeza, foi Thibaut Pinot. Maior esperança francesa para conquistar o Tour, o ciclista da FDJ jamais deu sinais de que correria no grupo da frente e acabou abandonando de forma vergonhosa, na oitava etapa.
  • Mas o número de grandes atuações superou em muito as decepções. Além do baile de Chris Froome e do espetáculo de Julian Alaphilippe, podemos citar Bauke Mollema e sua estratégia incrível de pontos, Mark Cavendish e suas vitórias espetaculares, Alberto Contador e Tom Dumoulin sempre brigando pelas primeiras posições, Rafael Andriato brilhando após o abandono de Primoz Roglic, Mathieu Van Der Poel brigando por vitórias, Peter Sagan conquistando sua primeira vitória no ano de forma magistral, Fernando Gaviria brigando pelos sprints, e a excelente estratégia da Saxo Bank nas montanhas.
  • Em resumo, o Tour de France foi de altíssimo nível e já é considerado o maior da História da LMC, tamanha a emoção que trouxe aos fãs com corridas espetaculares, alta velocidade e histórias de superação. Só para se ter uma ideia de como foi incomum este Tour, o domínio por equipes não ficou com a Quickstep e a Itália viu a Inglaterra lhe superar em vitórias. Isso é um grande retorno para a LMC, em um ano fraco e que teve um Giro D’Italia decepcionante. O Tour de France mostrou por que é a maior competição do ciclismo mundial!
  • Após o Tour, Alberto Contador segue na liderança do ranking da LMC, com 134 pontos. Mas Chris Froome é agora o novo vice-líder, com 122. Alejandro Valverde está em terceiro, com 114.

A volta da vitória pelas ruas de Paris. Na frente, o campeão do geral e de montanha, Chris Froome. Atrás do troféu do Tour, o vice-campeão, Bauke Mollema. Atrás do troféu de montanha, o terceiro colocado, Julian Alaphilippe. Mais atrás, o vencedor da última etapa, Mark Cavendish.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!