Em setembro, justamente numa sexta-feira 13, começava a Vuelta a España,
o último Grand Slam do ano. Os ciclistas correriam 12 etapas dos mais variados
tipos para ver quem ficaria com o cobiçado troféu. Em outra sexta-feira, no dia
27 do mesmo mês, os ciclistas chegavam a Madrid para o encerramento da
competição.
A Vuelta é um pouco menos prestigiosa do que o Giro D’Italia e o Tour de
France, mas é um Grand Slam e, como tal, tem um valor altíssimo. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a edição deste ano.
Primeira Etapa
O tempo estava típico de sexta-feira 13. Nublado, ameaça de chuva, um
pouco de vento gelado, um dia escuro. O contra relógio que abriu a edição tinha
22 quilômetros totalmente planos.
Como acontece em 99% dos
contra relógios da LMC, este terminou com vitória de um sprinter. O belga Tom
Boonen (Quickstep) vence a etapa de abertura e fica com a camisa vermelha. Em
segundo, o francês Romain Bardet (AG2R), que havia acabado de conquistar o
Troféu Brasil. Completando o pódio, o ciclista de Luxemburgo, Frank Schleck
(Saxo Bank) ficou em terceiro.
Segunda Etapa
A primeira corrida de linha da Vuelta foi disputada em meio a um dia
frio e com vento forte. As primeiras metas volante apareceram, com dois trechos
com inclinação em 5% no meio da prova só para dificultar um pouquinho e chegada
em sprint.
Foi uma prova bem estranha. O vento forte fez o pelotão se alongar e o
que se viu foi uma corrida com jogo de equipe. Os ciclistas se alinhavam com
membros de seus próprios times, revezando no esforço e avançando.
A chegada foi eletrizante. Os cinco primeiros colocados disputaram o
sprint. Os sprinters André Greipel e Thor Hushovd deixaram Frank Schleck puxar
o esforço e arrancaram na linha de chegada. Coube ao alemão André Greipel
(Lotto Belisol) a vitória, com o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) em
segundo. Frank Schleck não teve como disputar contra os sprinter. O ciclista de
Luxemburgo chegou em terceiro e ainda viu seu companheiro de Saxo Bank, o suíço
Fabian Cancellara, chegar em quarto. Completando este sprint, Vincenzo Nibali
chegou em quinto.
Frank Schleck chega em
terceiro pela segunda vez nesta Vuelta e, somado aos pontos das metas volante,
fica com a camisa vermelha, em prova que teve o primeiro abandono da
competição: Francisco Chamorro.
Terceira Etapa
Com um perfil parecido com a prova anterior, esta etapa tinha duas metas
volante e duas pequenas subidas, com inclinação em 5%. A chegada também foi em
sprint. Um vento forte bateu forte na maioria da prova e, apesar do pelotão
andar próximo, muitos cortes foram feitos durante o percurso.
No final, Sylvain Chavanel usou seu estilo combativo e arrancou com
velocidade constante. O francês da Quickstep cruzou a linha de chegada sozinho,
comemorando a vitória. Oscar Pereiro Sio estava em segundo, mas a disputa por
posições o levou ao chão. O TCB foi acionado, mas entendeu que ninguém poderia
ser culpado. De segundo, o espanhol acabou chegando em sexto. O segundo lugar
ficou com o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol) e o terceiro foi o italiano
Fabio Aru (Liquigás), ambos vaiados no pódio.
A camisa vermelha continuou com Frank Schleck, em prova que teve os
abandonos de Julian Alaphilippe e Rafael Andriato.
Quarta Etapa
Mais pontos a serem distribuídos. A quarta etapa da Vuelta foi a
primeira a ter três metas volante, sendo uma delas na única subida da corrida,
com 5% de inclinação. Um dia lindo, sem vento para atrapalhar, condições
perfeitas para os ciclistas.
Uma pequena fuga se formou, liderada por Frank Schleck e Oscar Freire,
mas o pelotão sempre se manteve por perto. Quando a linha de chegada se
aproximava, a fuga havia sido neutralizada e tudo se armou para um grande
sprint.
Os espanhóis foram à loucura quando Oscar Freire cruzou a linha de
chegada em primeiro, quase empatado com Tom Dumoulin. Mas uma fração mínima da
roda do espanhol da Rabobank determinou sua vitória, deixando o holandês da
Sunweb em segundo. O norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) conseguiu se
impor ante Andre Greipel e completou o pódio, em terceiro.
Com vitória em duas metas volante e um quinto lugar na linha de chegada,
Frank Schleck conseguiu se manter com a camisa vermelha. A quarta etapa manteve
a alta média de abandonos da Vuelta (são cinco, até aqui), com Andy Schleck e
Vincenzo Nibali deixando a competição.
Quinta Etapa
A quinta etapa era a última antes dos ciclistas chegarem às montanhas.
Três metas volante estavam espalhadas ao longo do percurso, totalmente plano. A
ausência total de ventos fez com que os ciclistas não tivessem preocupação com
cortes no pelotão, mas o dia estava muito quente, desgastando todos.
O somatório de todos esses fatores fez o pelotão andar sempre junto, mas
em um ritmo muito forte, indicando uma grande chegada em sprint. Quando Oscar
Pereiro Sio apontou na frente próximo à reta final, Oscar Freire e Murilo
Fischer vinham logo atrás, ou seja, um embalador contra dois sprinters. Mas o
embalador impôs um ritmo muito forte, derrotou os dois favoritos e levou o
público ao delírio com a segunda vitória de um espanhol na Vuelta. Oscar
Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) venceu, com o brasileiro Murilo Fischer
(Française De Jeux) em segundo e outro espanhol, Oscar Freire (Rabobank) em
terceiro.
O sprint final foi tão disputado que alguns ciclistas se tocaram e foram
ao chão. Fabian Cancellara estava em quinto e com chances de vitória, mas foi
tocado por Romain Bardet (que cruzaria em quarto) e Tom Boonen (que seria o
sexto), indo ao chão e terminando na décima quarta posição. O TCB foi acionado
e decidiu que Bardet e Boonen foram culpados do acidente, eliminando-os da
Vuelta. Assim, Primoz Roglic passou a quarto, Frank Schleck herdou a quinta
posição e Sylvain Chavanel foi reclassificado em sexto.
Os espanhóis deliraram com a dobradinha no pódio e estavam ansiosos para
ver Oscar Pereiro Sio ou Oscar Freire vestindo a camisa vermelha. Mas as
desclassificações fizeram Frank Schleck subir a quinto e, com os dois pontos
conquistados com aquela posição, conseguiu manter-se na liderança da Vuelta,
apenas um ponto à frente de Oscar Freire.
Além das duas desclassificações, a etapa também teve o abandono de
Fernando Gaviria. Com apenas cinco etapas disputadas, oito ciclistas já
deixaram a Vuelta.
Sexta Etapa
A prova que marcava a metade da Vuelta era também aquela onde começava a
disputa pelo título de montanha. Com um trecho plano logo no início, todo o
resto era para cima, com inclinações que variavam de 5 a 8%, além das três
metas volante ao longo do percurso. Foi uma corrida sem vento, o que ajudou
bastante para um começo de montanha.
Apesar de não haver grandes inclinações, os ciclistas parecem não ter
energia para ditar um ritmo mais forte. Por esse motivo, o pelotão andou sempre
junto, algo raro em provas de montanha.
No final, dois ciclistas desgarraram do pelotão e fizeram uma dobradinha
italiana no pódio. Damiano Cunego (Lampre) foi o vencedor, com Fabio Aru
(Liquigás) em segundo. O inglês Chris Froome (Sky) conseguiu bater Fabian
Cancellara na linha de chegada e cruzou em terceiro.
Apesar de chegar em décimo, Frank Schleck manteve-se com a camisa
vermelha de líder no geral. Com a vitória e pontos em todas as metas volante,
Damiano Cunego vestiu a camisa branca de bolinhas azuis, de líder na montanha.
A sexta etapa manteve a preocupante tradição desta Vuelta, com mais um
abandono. Peter Sagan deixou a competição logo na largada e completou seu
“Grand Slam da Decepção”, ao abandonar no Giro D’Italia, no Tour de France e na
Vuelta a España. Ao chegar à LMC cercado de expectativas de muitas vitórias,
Peter Sagan revelou-se a grande decepção da temporada ciclística.
Sétima Etapa
As montanhas apertavam um pouco. Desde o início, os ciclistas tiveram
que pedalar para cima. Começaram em 6% e chegaram 9% no pior trecho, com três
metas volante entre as subidas. O único ponto plano era justamente antes da
chegada, que forçaria os ciclistas a subirem em 8%. Um dia parcialmente
nublado, sem vento, perfeito para se passar nas montanhas.
Os ciclistas andaram juntos a maior parte da prova; pareciam estar
sentindo as montanhas mesmo com a pouca inclinação. O único que não sentiu nada
foi Fabio Aru. Desde o início, o italiano da Liquigás disparou em uma fuga,
impôs um ritmo muito forte e não foi incomodado. Venceu todas as metas volante
e a corrida também. Uma disputa eletrizante aconteceu a seguir e quem levou a
melhor foi o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), que chegou em
segundo, com o italiano Damiano Cunego (Lampre) em terceiro. Marcel Kittel foi
o último a chegar escapado, em quarto lugar. O resto veio em pelotão e houve
uma boa disputa pelos pontos que restavam, com Lance Armstrong ficando em
quinto e Mark Cavendish em sexto.
A excelente prova fez Fabio Aru vencer sua primeira etapa nesta Vuelta
e, além de assumir a camisa branca com bolinhas azuis de melhor montanhista, o
fez assumir a liderança da competição e também vestir a camisa vermelha, com
ampla vantagem sobre os demais. Seguindo a tradição desta Vuelta, mais um ciclista
abandonou a prova. Desta vez foi Fabian Cancellara, que não aguentou o ritmo
das montanhas e deixou a competição.
Oitava Etapa
A última das etapas de montanha começava em 6% e tinha um trecho plano
logo a seguir, uma das três metas volante da corrida. Depois disso, a
inclinação ficou entre 8 e 10%, sendo o pior trecho justamente a linha de
chegada. Para piorar, estava chovendo e um vento forte soprou desde o início,
dificultando muito a vida dos ciclistas.
O início inclinado viu uma fuga ser formada com Bauke Mollema e Danilo
Di Luca. Os dois se mantiveram juntos por um período e dividiram vitórias nas
primeiras metas volante. Mas, aos poucos, Di Luca foi sentindo o ritmo elevado
das montanhas e ficou para trás, terminando a prova em quinto.
Bauke Mollema não sentiu nada e continuou em um ritmo elevado. O
holandês da Rabobank ganhou em uma fuga solo, sem ser incomodado por nenhum
concorrente. O alemão Marcel Kittel (Katusha) e o francês Thibaut Pinot
(Française De Jeux) também partiram em fuga, mas muito distantes do líder.
Kittel conseguiu “sprintar para cima” e cruzou em segundo, com Pinot em
terceiro, em um pódio totalmente inédito nesta Vuelta.
Os pontos das metas volante e a vitória não foram suficientes para Bauke
Mollema superar Fabio Aru. Além de se manter com a camisa vermelha de líder, o
italiano da Liquigás conquistou o título de montanha desta Vuelta. A oitava
etapa foi abençoada, pois foi a primeira de linha que não teve um abandono
sequer e, assim, a Vuelta segue com 22 ciclistas na disputa.
Nona Etapa
Superadas as montanhas, o terreno voltava a ficar plano para os
ciclistas. Uma única subida de 5% no meio do percurso (onde estava uma das três
metas volante) e o resto bem tranquilo para chegada em sprint. A chuva fina que
caiu durante toda a prova dificultou a vida dos ciclistas e fez com que vários
deles fossem ao chão.
Até pelo asfalto molhado, os ciclistas não queriam arriscar muito, mas
aqueles que o fizeram se deram bem. Com uma meta volante logo no início,
acelerar parecia ser uma boa opção. Assim, uma fuga se formou com Lance
Armstrong, Sylvain Chavanel e Tom Dumoulin. Armstrong liderou quase toda a
prova, mas não teve pernas no final e acabou em quinto, deixando Sylvain
Chavanel e Tom Dumoulin livres para a disputa da vitória.
Chavanel mostrou por que tem um estilo combativo admirado no mundo do
ciclismo. O francês da Quickstep não deu chances aos adversários e, com um
ataque incrível, venceu a nona etapa, sua segunda nesta Vuelta (já havia
vencido a terceira etapa). O holandês Tom Dumoulin (Sunweb) foi o segundo,
mesma posição que já havia conseguido na quarta etapa desta Vuelta. Completando
o pódio, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), vencedor da etapa anterior.
Sem pontuar mais uma vez (foi o décimo segundo), Fabio Aru viu cair sua
vantagem para apenas quatro pontos, mas ainda assim se manteve com a camisa
vermelha de líder. A etapa voltou à rotina de abandonos. Desta vez, foi Andre
Greipel quem não resistiu aos ferimentos de duas quedas e deixou a Vuelta que,
agora, só tem 21 ciclistas.
Décima Etapa
Uma subida de 5% logo no início da corrida, três metas volante e o resto
da prova totalmente plano. Seria o paraíso dos sprinters se não tivesse chovido
forte durante todo o percurso, o que ocasionou muitas quedas.
Mesmo com o asfalto molhado e escorregadio, os sprinters saíram em fuga.
Mark Cavendish e Sylvain Chavanel dominaram as ações no início da prova, com o
pelotão lutando para alcançá-los. Quando ficou claro que isso não ia acontecer,
Marcel Kittel e Murilo Fischer também atacaram. Enquanto Chavanel fraquejava,
Cavendish seguia solo.
O inglês da T-Mobile não foi mais incomodado, venceu todas as metas
volante e a corrida, dando um salto na classificação para terceiro e entrando
de vez na disputa pelo título da Vuelta. Em segundo, o brasileiro Murilo
Fischer (Française De Jeux), que fez mais esforço que Marcel Kittel e também
cruzou sozinho. Mesmo não conseguindo acompanhar Fischer, o alemão da Katusha
também chegou sem ser incomodado, ficando com a terceira colocação.
Os quatro pontos conquistados em metas volante por Sylvain Chavanel o
fizeram empatar na liderança da Vuelta com Fabio Aru (que chegou em décimo
sexto). Como tem duas vitórias contra uma do rival, Chavanel veste a camisa
vermelha de líder, faltando duas etapas para o final da Vuelta. A décima etapa
não teve abandonos.
Décima Primeira Etapa
A penúltima etapa da Vuelta seguiu o padrão das demais. Entregou muitos
pontos nas três metas volante (as últimas da competição) e teve uma subida em
5% logo na largada, justamente a primeira meta volante da etapa. O resto foi
totalmente plano, para chegada em sprint. Mas ainda chovia durante todo o
percurso, o que levou alguns ciclistas ao chão.
O pelotão não deixou nenhuma fuga se afastar, embora Oscar Freire tenha
tentado. O máximo eram alguns cortes no pelotão. Curiosamente, os ciclistas que
disputavam a camisa vermelha só andavam na parte de trás e jamais deram sinais
de que queriam alguma coisa aqui.
No final, enquanto todos se entreolhavam à espera do sprint, Luciano
Pagliarini tentou sua sorte com um ataque. O brasileiro da Saunier Duval venceu
na fuga de forma brilhante, mas o público vibrou mesmo com o que acontecia
atrás. O sprint se formou e os ciclistas partiram. O que ninguém percebeu foi
Oscar Pereiro Sio, que começou mal a prova e pedalou forte para alcançar os
ciclistas da frente. O espanhol da Caisse D’Epargne foi o segundo colocado e
levou os torcedores ao delírio, que viram nova dobradinha espanhola quando
Oscar Freire (Rabobank) sprintou bem e chegou em terceiro.
Já que nenhum dos líderes pontuou, a camisa vermelha continuou com
Sylvain Chavanel. Mas a disputa apertou muito para a última etapa. Nenhum
ciclista abandonou; os 21 chegam ilesos a Madrid.
Décima Segunda Etapa
Um lindo dia de céu azul trouxe a derradeira etapa da Vuelta, totalmente
plana. Um circuito em Madrid, com seis voltas para definir o vencedor e nenhuma
meta volante. Os resultados da etapa anterior fizeram com que seis ciclistas
chegassem até aqui com chances de título.
O pelotão parte pelas ruas de Madrid, dando início à última etapa da Vuelta a España 2019. |
Bauke Mollema, Damiano Cunego e Oscar Pereiro Sio tinham chances
remotíssimas de conquistarem a Vuelta, necessitando de uma grande combinação de
resultados. A grande disputa estava entre Sylvain Chavanel, Fabio Aru (ambos
empatados) e Oscar Freire (dois pontos atrás dos líderes), garantindo a emoção
até o sino badalar, indicando a última volta da etapa.
Uma coisa muito curiosa aconteceu nesta etapa. Lance Armstrong saiu em
uma fuga incrível desde o início, com um ritmo forte e se distanciando cada vez
mais de seus rivais. Mas o que impressionava realmente era o fato de nenhum dos
postulantes ao título se esforçar para tentar ficar entre os primeiros. Oscar
Pereiro Sio, Bauke Mollema e Fabio Aru eram os três últimos; Sylvain Chavanel
não conseguia se manter no pelotão; Oscar Freire até se posicionava no pelotão,
mas jamais dava sinais de que lutaria pelo quarto lugar que lhe daria o título.
O único que tentou alguma coisa era o que menos chances tinha.
Como dito anteriormente, as chances de Damiano Cunego eram remotíssimas,
mas ele resolveu arriscar. Com um ataque na terceira volta, Cunego começou a se
afastar do pelotão e começou a perseguir Lance Armstrong, que estava bem
distante, mas dava sinais de cansaço. Aos poucos, a diferença entre os dois foi
caindo e, na última volta, Armstrong e Cunego pedalavam juntos, destacados dos
demais. Estava claro que a vitória ficaria entre eles…
Acontece que enquanto Armstrong parecia não ter mais pernas para manter
o ritmo, Cunego tinha energia de sobra. Com um ataque impressionante, o
italiano da Lampre foi deixando o americano da USPS para trás até cruzar a
linha de chegada com lágrimas nos olhos em comemoração à vitória que parecia
impossível. Armstrong chegou em segundo e, muito atrás, o ciclista de
Luxemburgo, Frank Schleck (Saxo Bank) foi o terceiro. Após os ciclistas
cruzarem a linha de chegada, os cálculos começaram a ser feitos.
O pódio da última etapa da Vuelta. Damiano Cunego no lugar mais alto, ladeado por Lance Armstrong e Frank Schleck |
DAMIANO CUNEGO CAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2019
Para Damiano Cunego ser o campeão, ele precisava vencer e torcer para
nenhum dos outros rivais pontuarem. Sylvain Chavanel fez um esforço hercúleo no
final, mas chegou apenas em décimo lugar. Oscar Freire precisava só chegar em
quarto, mas chegou em décimo terceiro. Fabio Aru foi o décimo oitavo, com Bauke
Mollema em décimo nono e Oscar Pereiro Sio em vigésimo primeiro e último lugar.
A improvável e quase impossível combinação de resultados aconteceu e o
italiano da Lampre comemora seu primeiro Grand Slam. Com duas vitórias (na
sexta e na décima segunda etapas) e um terceiro lugar (na sétima etapa), Cunego
soube somar os pontos e, na última etapa, teve coragem de arriscar tudo, sendo
campeão com inteira justiça.
Por não terem pontuado nas duas últimas etapas, Sylvain Chavanel e Fabio
Aru mantiveram seus pontos, mas Chavanel ficou à frente por ter duas vitórias
contra uma de Aru. Assim, Sylvain Chavanel terminou a Vuelta em segundo e
Fabio Aru foi o terceiro.
O terceiro lugar pode ter sido amargo para quem vestiu a camisa vermelha
durante boa parte da competição e alimentava o sonho de vencer um Grand Slam.
Mas Fabio Aru pode sair da Vuelta de cabeça erguida, após levar o prêmio de
montanha.
Fabio Aru posa no pódio após ser premiado com o título de montanha da Vuelta a España 2019 |
Damiano Cunego conquista seu segundo título na LMC. Além da Vuelta, ele
já havia vencido a Clássica Paris Roubaix.
O presidente da LMC, Lothaire Bluteau, entre o troféu de campeão da Vuelta a España a Damiano Cunego. |
NOTAS RÁPIDAS
- Damiano Cunego e Sylvain Chavanel foram os maiores vencedores de etapa, com duas vitórias para cada um.
- O maior número de pódios tem um grande empate, todos com três pódios: Frank Schleck (3 terceiros), Fabio Aru (1 primeiro, 1 segundo e 1 terceiro), Oscar Freire (1 primeiro e 2 terceiros) e Damiano Cunego (2 primeiros e 1 terceiro).
- Os espanhóis saem muito felizes da Vuelta. Oscar Freire venceu a quarta etapa e Oscar Pereiro Sio, a quinta. Os dois ciclistas foram ao pódio algumas vezes e fizeram duas dobradinhas.
- Por outro lado, a maior decepção desta Vuelta foi Alberto Contador. Ele era o ciclista que trazia mais esperanças de título aos espanhóis e, com exibições muito pobres, andou sempre do meio para o final do pelotão, saindo sem conseguir um ponto sequer nesta competição.
- O número de abandonos foi enorme. 32 ciclistas largaram e somente 21 completaram a Vuelta. Dos 11 que abandonaram a competição, somente 2 foram desclassificados (Tom Boonen e Romain Bardet). Os outros 9 simplesmente não completaram alguma etapa.
- Excluindo-se a primeira etapa, que é um contra relógio e não tem abandono, tivemos 11 etapas e abandonos em 7 delas. Da segunda até a oitava, em todas as etapas tivemos alguém deixando a Vuelta. Menos mal que, nas três últimas etapas, todos completaram.
- Encerrada a Vuelta, a liderança do ranking da LMC continua com Lance Armstrong. Com 193 pontos, está à frente de Bauke Mollema (189) e Oscar Freire (174).
- Após o último Grand Slam do ano, as emoções ainda continuam na LMC! A próxima competição é a Clássica Liege-Bastogne-Liege.
Damiano Cunego posa no pódio com o troféu da Vuelta a España 2019. |
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