sexta-feira, 25 de julho de 2025

Vuelta a España 2025 - 25/07/2025

A espera acabou! A última das 3 Grandes Voltas do Ciclismo Mundial pede passagem pelas ruas da Espanha, com uma competição repleta de subidas e muita emoção. Nesta postagem, veremos, etapa a etapa, como foi a Vuelta a España 2025.

É chegado o momento da Vuelta a España 2025!

1ª Etapa

No dia 07/07, uma cronoescalada dava início à Vuelta a España. O trecho era plano até a metade e, dali em diante, se inclinava bem. A competição começou com um dia de chuva fina e muito frio.

Foi o pior contrarrelógio de uma Grande Volta na História da LMC até aqui. Uma nota de corte muito alta, péssimo desempenho e o público vaiando os ciclistas que chegavam se arrastando. Na outra ponta dessa corrida, emoção até o final e a primeira dobradinha logo na primeira etapa. A vitória coube a Remco Evenepoel (Quickstep), com Philippe Gilbert (Lotto Belisol) chegando em segundo e fechando a dobradinha belga no pódio. Em terceiro chegou o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), vencedor da etapa de abertura em 2022 e 2023.

Mesmo com o péssimo desempenho, todos os ciclistas completaram a corrida e, após o seu término, Remco Evenepoel é o primeiro a vestir a camisa vermelha.

O pódio da primeira etapa da Vuelta a España 2025. No alto, com o scudetto de vencedor, Remco Evenepoel (Quickstep). Abaixo dele e completando a dobradinha belga no pódio, Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Abaixo do troféu, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), terceiro colocado.

2ª Etapa

No dia 08, chegou a primeira corrida de linha da Vuelta. Sem metas volante, com apenas uma subida de 5% após a metade da prova e chegada em sprint, foi disputada em um dia de céu azul e temperatura baixa.

Apesar de termos uma fuga formada desde o início e o pelotão vindo a uma distância segura para neutralizá-la na chegada em sprint, a corrida foi de um nível técnico baixíssimo. Os ciclistas nunca se esforçaram mesmo para mostrar que queriam disputar a vitória e, com isso, o pelotão jamais pegou os escapados, que acabaram disputando a vitória em si.

E, pela segunda vez em duas etapas, tivemos uma dobradinha nacional. A vitória coube a Filippo Ganna (Acqua & Sapone), com Domenico Pozzovivo (AG2R) chegando em segundo e fechando a dobradinha italiana no pódio. Em terceiro chegou o eslovaco Peter Sagan (Bora). A Itália teve chance de fazer história, pois tinha 6 ciclistas entre os escapados, mas eles não se esforçaram para tal. Além dos dois primeiros, o outro italiano que se deu bem foi Danilo Di Luca (Liquigás), que chegou em quinto.

A Vuelta tem apenas duas etapas realizadas e ambas foram fraquíssimas, diminuindo bastante o interesse do público e ligando o sinal de alerta entre os dirigentes da LMC. Ou o nível aumenta ou será uma Grande Volta esvaziada. O nível foi tão ruim que o primeiro abandono desta edição foi de um ciclista que sequer largou. Campeão do Tour de France e favorito ao título da Vuelta, Murilo Fischer se tornou a grande decepção até aqui.

Ao final da etapa, Remco Evenepoel e Filippo Ganna vestem a camisa vermelha.

O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Filippo Ganna (Acqua & Sapone). Abaixo dele e completando a dobradinha italiana no pódio, Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o eslovaco Peter Sagan (Bora), terceiro colocado.

3ª Etapa

No dia 09, uma etapa quase totalmente plana trazia a primeira meta volante da Vuelta. Trazia, também, uma subida de 5% após a metade da prova e chegada em sprint.

Disputada em um dia frio e chuvoso, foi mais uma corrida de nível baixo. Talvez pelo clima, os ciclistas não se esforçaram muito e várias quedas e atendimentos foram vistos ao longo do percurso. Um numeroso grupo, com 12 atletas, buscou a fuga e, diante da inércia do pelotão, ficou claro que não só a vitória, mas os seis primeiros sairiam dali.

Mas, se a prova em si foi de nível baixo, a chegada foi emocionante. Os 12 ciclistas da fuga disputaram a vitória em um sprint incrível, que fez o público ficar na ponta dos pés e vibrar muito, principalmente por presenciar a primeira vitória espanhola nesta edição da Vuelta. Terceiro no ano passado, Oscar Freire (Rabobank) superou os demais sprinters para vencer a etapa deste ano de forma brilhante, deixando o eslovaco Peter Sagan (Bora) em segundo e o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) em terceiro.

O segundo pódio seguido deu a Peter Sagan a camisa vermelha, em uma prova que contou com o abandono de Tom Dumoulin. Passados 25% da competição, o nível ainda está muito baixo, mas a chegada desta etapa dá esperanças de um futuro melhor.

O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Freire (Rabobank). Abaixo dele, o eslovaco Peter Sagan (Bora), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

4ª Etapa

No dia 11, duas subidas, com 5% de inclinação na primeira e 6% na segunda e chegada em sprint mostravam como seria a quarta etapa, com muitas metas volante distribuídas ao longo do percurso.

Disputada em um dia de céu azul e temperatura em elevação, a corrida já teve um nível melhor do que as 3 etapas anteriores. Os ciclistas se esforçaram, superaram as subidas com maestria e ditaram um bom ritmo no plano, além de terem protagonizado uma chegada eletrizante, com 6 ciclistas disputando o sprint e que levou tempo para ser decidida, com linhas traçadas aqui e ali.

Ao final, a vitória coube a Tom Boonen (Quickstep), que fez valer as suas características de sprinter para derrotar os demais. Em segundo chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), terceiro em 2022. Em terceiro e finalizando mais uma dobradinha belga no pódio, Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Os italianos dominaram as posições seguintes, com Michele Scarponi (Lampre) em quarto, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) em quinto e Fabio Aru (Liquigás) em sexto.

O nível subiu e nenhum ciclista deixou a Vuelta nesta etapa que, ao seu final, viu Frank Schleck e Philippe Gilbert vestirem a camisa vermelha, de líder.

O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Tom Boonen (Quickstep). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha belga no pódio, Philippe Gilbert (Lotto Belisol).

5ª Etapa

A quinta etapa, quase toda plana, com apenas uma inclinação de 7% antes da chegada em sprint, foi disputada no dia 12, parcialmente nublado e com temperatura agradável.

Com tentativas de fuga desde o início e o pelotão não querendo deixar, o que se viu foi a formação de vários pequenos grupos, como se tivesse abanicos no percurso, mas sem o vento que os caracteriza. O pelotão só foi se reagrupar na montanha antes do trecho final.

Quem se deu bem com isso foi Damiano Cunego. O italiano da Lampre esteve no grupo escapado que saiu desde o início, mas fez “la fuga de la fuga” dentro do próprio grupo e, quando este foi pego pelo pelotão, ele saiu a solo para vencer. Campeão em 2019, Cunego chega à incrível marca de 13 pódios na Vuelta.

Mesmo com a vitória de um italiano, os espanhóis comemoraram efusivamente o resultado da quinta etapa, já que conseguiram uma dobradinha nas posições seguintes, com Alejandro Valverde (Caja Rural) em segundo e Alberto Contador (Astana), segundo em 2020, em terceiro.

Por falar em dobradinha, os seis primeiros lugares foram divididos entre a Itália (Cunego vencedor e Ganna quarto), Espanha (Valverde em segundo e Contador em terceiro) e França (Pinot em quinto e Bardet em sexto), em outra corrida de bom nível e que terminou sem abandonos.

Ao brilhar na etapa, vencendo não só a corrida, mas quase todas as metas volante (à exceção de uma, que foi segundo), Damiano Cunego veste a camisa vermelha e é o novo líder da Vuelta.

O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Damiano Cunego (Lampre). Abaixo dele, Alejandro Valverde (Caja Rural), segundo colocado. Abaixo do troféu e finalizando a dobradinha espanhola no pódio, Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

6ª Etapa

O dia 14 marcou a metade da Vuelta, a última antes das montanhas. Com duas subidas no final da prova, com 8 e 5% de inclinação, iriam separar os ciclistas antes da chegada em sprint.

A corrida foi disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável, mas foi de um nível técnico baixíssimo. Os ciclistas não entregaram absolutamente nada, andaram em um ritmo lento demais e o público, aos poucos, foi deixando as ruas frustrado. Pequenos grupos foram formados e ninguém se esforçou para tentar agrupar tudo ou pegar o grupo da frente.

No final, 3 ciclistas escaparam e, mesmo sem muito esforço, conseguiram se distanciar dos demais na busca pela vitória, mas somente um deles acelerou para ganhar. Vencedor desta etapa em 2023, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) conseguiu uma boa arrancada e venceu sem dificuldades, com o francês Thibaut Pinot (FDJ) em segundo e o alemão André Greipel (Lotto Belisol) em terceiro.

Damiano Cunego chegou em décimo sexto, mas conseguiu manter a camisa vermelha. Só que, agora, divide com Primoz Roglic, que não só venceu, mas também marcou muitos pontos nas metas volante.

A prova foi de um nível sofrível e terminou com mais um abandono. Lance Armstrong foi quem deixou a Vuelta após esta etapa. Com 4 corridas horríveis e apenas 2 boas, a Vuelta encerra a sua primeira metade decepcionando totalmente e perdendo público, gerando enorme preocupação para o restante da competição.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), terceiro colocado.

7ª Etapa

Foram 3 dias de descanso entre as duas metades da Vuelta, para tentar melhorar o nível da competição. A chegada das montanhas ocorreu no dia 18, com uma etapa mais tranquila, com subidas 5 e 7% e o período mais duro no Puerto de Portillo de las Batuecas, antes da metade da prova. Depois disso, ficava em 5 e 6% até a chegada, no Alto de la Covatilla, com 8% de inclinação.

Infelizmente, o período de descanso e treinamento não serviu de nada. Foi mais uma corrida de baixíssimo nível, com os corredores se esforçando ao mínimo. Até a metade da corrida, o pelotão andava junto em ritmo de passeio ciclístico e, após isso, não houve aquela profusão de ataques e formação de pequenos grupos que marcam as etapas de montanha, mas sim a divisão do pelotão entre os que não queriam nada mesmo e os que se esforçaram um pouquinho.

Ao menos os espanhóis voltaram a sorrir ao ver um dos seus ganhar pela segunda vez nesta edição da competição. Alberto Contador (Astana) acelerou em um grupo de quatro ciclistas e conseguiu superá-los para ficar com a vitória, com o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank) em segundo, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) em terceiro e o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) em quarto.

Este vinha na frente do grupo, disputando lado a lado com Romain Bardet. Os dois ziguezagueavam quando se tocaram e Bardet se desequilibrou, quase indo ao chão. O TCB foi acionado e decidiu que foi uma disputa normal. Assim, ninguém foi punido e as posições, mantidas.

Mesmo assim, foi mais uma corrida sofrível para os torcedores que, se tiveram a alegria de ver um local vencendo, também tiveram a decepção de ver um dos seus abandonando. Oscar Pereiro Sio deixou a competição juntamente com Sylvain Chavanel, aumentando ainda mais o número de abandonos nesta edição da Vuelta.

Mas o brilho de Alberto Contador nesta etapa foi enorme e, ao seu final, ele vestiu tanto a camisa vermelha, de líder, quanto a branca de bolinhas azuis, de líder de montanha.

O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alberto Contador (Astana). Abaixo dele, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), terceiro colocado.

8ª Etapa

No dia 19, chegava uma etapa com montanhas de 6 e 7% no início, a passagem pelo Puerto de la Rasa, com 8% de inclinação, e dali só piorando até a chegada, no Alto de Moncalvillo, com 10% de inclinação.

O dia de céu azul e temperatura baixa trouxe uma boa prova, bem melhor do que as anteriores. Houve tentativas de ataque aqui e acolá, mas o pelotão se reagrupou até o trecho plano, quando Filippo Pozzato aproveitou o momento de descanso alheio para atacar. O italiano da Acqua & Sapone acelerava cada vez mais e se distanciava dos demais. No Puerto de la Rasa, outros ciclistas também arriscaram uma fuga, mas ninguém pegou Pozzato, que venceu sem ser incomodado. Em segundo chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), que superou o segundo colocado de 2022, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), em emocionante chegada.

Em uma prova que finalmente trouxe um bom nível aos torcedores, nenhum ciclista abandonou. O brilho de Filippo Pozzato na prova, inclusive vencendo metas volante, lhe trouxe as camisas vermelha e branca de bolinhas azuis.

O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), terceiro colocado.

9ª Etapa

No dia 21, as montanhas pioraram, com inclinação de 7 a 8% até a metade da prova, depois uma passagem pelo Alto de la Mozqueta, com 9% de inclinação e chegada ao Alto de L’Angliru, com 11% de inclinação.

O dia de céu azul e temperatura baixa trouxe uma típica prova de montanha, com o pelotão andando junto até a metade, quando os ataques começaram e os pequenos grupos foram se formando. Desde os primeiros ataques, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank) saiu em fuga e não foi mais incomodado, mantendo a distância para os demais até conquistar a vitória. O colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) até tentou, fazendo bela prova no terreno que não é a sua especialidade e, inclusive, sprintando para cima, mas conseguiu apenas o segundo lugar. Em terceiro, após disputa emocionante em um grupo com 11 ciclistas, chegou o francês Julian Alaphilippe (Quickstep).

A corrida teve um bom nível e terminou sem abandonos, com Andy Schleck vestindo as camisas vermelha e branca de bolinhas azuis.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank). Abaixo dele, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

10ª Etapa

No dia 22, chegava a Etapa Rainha da Vuelta. Sem subida com menos de 9% de inclinação, ia piorando após sua metade, começando pelo Alto de la Cobertoria (10%), passando pelo Puerto de San Lorenzo (11%) e chegando no Alto de la Farrapona (12%).

Disputada em um dia de céu azul e temperatura um pouco baixa, foi uma prova típica de montanha. Os grupos se formaram cedo, atacando e puxando o ritmo para tentar se manter distante do grupo de trás. Mesmo assim, foi mais uma prova de baixo nível. Vários atendimentos, ciclistas andando em velocidade baixa e pouca emoção que, pouco a pouco, foram afastando os torcedores das ruas.

Sendo boa ou ruim, a corrida tem que ter um vencedor. E este, brilhando com um belo “sprint pra cima”, foi o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), deixando para trás um grupo com 6 ciclistas, incluindo o vencedor de 2022, o italiano Damiano Cunego (Lampre), que chegou em segundo lugar, e o belga Remco Evenepoel (Quickstep), terceiro naquele ano, terceiro nesta edição.

Apesar do nível baixo e dos muitos atendimentos, ninguém abandonou. Ao final da etapa, Damiano Cunego veste a camisa vermelha e Andy Schleck se mantém com a branca de bolinhas azuis.

O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Damiano Cunego (Lampre), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Remco Evenepoel (Quickstep), terceiro colocado.

11ª Etapa

No dia 24, os ciclistas deixavam as montanhas para trás e voltavam ao plano, mas com as últimas duas subidas da Vuelta, encadeadas e com apenas 5% de inclinação, além das duas últimas metas volantes da competição.

Disputada em um dia frio e chuvoso, a corrida teve um bom nível, com uma tentativa de fuga no início e o pelotão a pegando após a última montanha, se preparando para uma emocionante chegada em sprint, que trouxe o canto de cisne ao atual campeão. O inglês Chris Froome (Sky) conseguiu superar os seus adversários de forma brilhante e venceu pela primeira vez na temporada. Em segundo chegou o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux) e, em terceiro, o luxemburguês Frank Schleck.

Após uma queda, Rafael Andriato sentiu uma lesão e abandonou a Vuelta. Ao término desta etapa, Damiano Cunego manteve a camisa vermelha e Andy Schleck, a branca de bolinhas azuis.

O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo dele, o francês Thibaut Pinot (FDJ), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

12ª Etapa

Sexta-feira, 25 de julho de 2025. Os 34 ciclistas restantes chegavam a Madrid para as 6 voltas em um circuito totalmente plano que marcariam a última etapa da Vuelta a España 2025.

Os ciclistas chegam a Madrid, para a última etapa de Grandes Voltas na temporada.

Cinco ciclistas ainda estavam na disputa, sendo dois da Itália, dois de Luxemburgo e a grande esperança espanhola, Alberto Contador. Mas ele e Filippo Pozzato teriam que vencer a etapa para ficar com o título, enquanto Andy Schleck podia chegar em terceiro e seu irmão, Frank, até em quinto. O camisa vermelha, Damiano Cunego, tinha que marcar esses resultados para se sagrar campeão.

O dia estava nublado e frio, mas os ciclistas estavam dispostos a deixar uma última impressão e tentar amenizar a competição ruim que entregaram. Por isso, o nível foi altíssimo e a emoção na linha de chegada foi uma das maiores na temporada. Dois atletas, em particular, tinham uma missão em mente e se esforçaram além do nível máximo para tal.

Precisando da vitória para ficar com o título, Alberto Contador buscou a fuga desde o início, mas Filippo Pozzato também precisava vencer e, assim, também atacou e manteve o ritmo alto. Com eles, eram 8 ciclistas que formavam um grupo que se revezava na frente para não deixar o pelotão os alcançar. Com isso, os atletas que vinham de trás também racharam em outros grupos. O vento ajudou, provocando esses abanicos que cortaram o pelotão.

Ao final, o público gritava com força pelo seu favorito, mas Filippo Pozzato tem mais características de sprinter do que Contador e, também, contava com o seu companheiro de equipe, Filippo Ganna, para embalá-lo. Dessa forma, Pozzato cruzou a linha de chegada em primeiro, com Ganna (vencedor no ano passado) em segundo, formando a dobradinha da Itália e da Acqua & Sapone. Exausto, com as pernas quase arrebentadas, o espanhol Alberto Contador (Astana) só conseguiu o terceiro lugar. A Itália dominou completamente a etapa, com Fabio Aru (Liquigás) em quarto e Domenico Pozzovivo (AG2R) em sexto. A corrida terminou sem abandonos.

O pódio da décima segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Filippo Pozzato. Abaixo dele e completando a dobradinha da Itália e da Acqua & Sapone, Filippo Ganna, segundo colocado.. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

Os demais postulantes ao título não conseguiram acompanhar o ritmo. Os irmãos Schleck foram muito mal, com Frank em vigésimo lugar e Andy, em vigésimo segundo, mas Damiano Cunego fez pior. Vestindo a camisa vermelha, jamais conseguiu mostrar que tinha pernas para conquistar o título, terminando numa vexatória vigésima quinta posição.

FILIPPO POZZATO CAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2025

No início, era um homem com uma missão. Mas aí chegou o segundo homem. Sabendo o que precisava ser feito, Filippo Pozzato não jogou a toalha ao ver a velocidade de Alberto Contador. Buscou acelerar, contou com a ajuda de seu companheiro de equipe, chegou no rival e se impôs na aceleração final para levar o título. A Vuelta a España foi o primeiro título de Pozzato na temporada, o segundo de Grandes Voltas (o outro foi o Giro D’Italia 2022) e o nono na LMC. A Itália conquista a Vuelta pela segunda vez (Damiano Cunego foi o campeão em 2019).

Andy Schleck poderia até ficar desanimado com o vigésimo segundo lugar, que lhe tirou o título. Mas o seu desempenho nas etapas de montanha, conseguindo uma vitória, um segundo lugar e importantes pontos em metas volante lhe deram o título de montanha da Vuelta. Este foi o segundo título de Schleck na temporada, o primeiro em uma Grande Volta e o sétimo na LMC.

O luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), no pódio com o troféu de campeão de montanha.

Mas temos que falar do campeão. Com duas vitórias e um terceiro lugar, sempre pontuando bem em metas volante e sabendo o que devia fazer para chegar lá, Filippo Pozzato conquista o título da Vuelta a España com inteira justiça.

“Eu não sei explicar. Quando vi o ritmo que Contador estava impondo, e sabendo que a torcida ficaria do seu lado, sabia que precisaria tirar um coelho da cartola. Quando vi Filippo Ganna chegando ao meu lado e falando que ia me levar à linha de chegada, vi que a possibilidade era real. Dali, foi esquecer qualquer dor e arrancar para o título. Deu certo!” - Filippo Pozzato, à imprensa, sob gritos de ‘amatore’, a forma carinhosa como os fãs do ciclismo chamam o atleta campeão.
O pódio da Vuelta a España 2025. No alto, com os troféus de campeão e de vencedor da última etapa, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone). Abaixo dele, com o troféu de vice-campeão e completando a dobradinha italiana no pódio, Damiano Cunego (Lampre). Mais abaixo, com o troféu de terceiro colocado, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank).

NOTAS RÁPIDAS
  • A última etapa valeu a pena. Mas, no geral, foi uma competição sofrível. Metade das corridas foram bem ruins, o que levou a esta ser qualificada como a pior de uma edição de Grandes Voltas na história da LMC;
  • 11 ciclistas diferentes conseguiram vencer, sendo Filippo Pozzato o único que conseguiu 2 vezes;
  • No total, 20 ciclistas foram ao pódio. Alberto Contador, Frank Schleck, Philippe Gilbert e Filippo Pozzato foram os que mais figuraram entre os 3 primeiros, 3 vezes cada;
  • Entre as equipes, 8 conseguiram vencer uma etapa, sendo a Acqua & Sapone, a maior vencedora, 3 vezes. Foram ao pódio 13 equipes diferentes. Acqua & Sapone, Quickstep e Saxo Bank, 5 vezes cada, foram as que mais figuraram entre as 3 primeiras;
  • Entre as nações, 7 venceram e 11 subiram ao pódio, sendo a Itália a maior vencedora (4 vezes) e a que mais conquistou pódios (9);
  • Tivemos 5 dobradinhas nacionais nessa edição da Vuelta, fora a do pódio final, um recorde na LMC. A Bélgica (Remco Evenepoel em primeiro e Philippe Gilbert em segundo) na primeira etapa, a Itália (Filippo Ganna em primeiro e Domenico Pozzovivo em segundo) na segunda, a Bélgica (Tom Boonen em primeiro e Philippe Gilbert em terceiro) na quarta, a Espanha (Alejandro Valverde em segundo e Alberto Contador em terceiro) na quinta, e a Itália (Filippo Pozzato em primeiro e Filippo Ganna em segundo) na décima segunda etapa;
  • Os ciclistas espanhóis deram show para os torcedores locais. Conseguiram 5 pódios (2 vitórias, 1 segundo lugar e 2 terceiros) e ainda tiveram Alberto Contador quase conquistando o título e terminando na quarta posição na classificação final. Os torcedores locais tiveram motivos para celebrar uma boa competição dos seus;
  • De outro lado, tivemos 6 abandonos nesta Vuelta, o que ajudou a manter o nível da competição lá embaixo;
  • O TCB só foi acionado na sétima etapa e, mesmo assim, decidiu não punir ninguém, mantendo-se discreto ao longo da Vuelta e não interferindo no resultado;
  • Decepções foram várias, em uma competição de nível tão baixo. Para não ficar tão extenso, podemos destacar os que abandonaram, principalmente Tom Dumoulin (o pior ciclista da temporada), Murilo Fischer (que vinha com expectativa alta, após conquistar o Tour de France), mas principalmente Oscar Pereiro Sio. Ele foi o único ciclista espanhol a abandonar e justo na etapa que Alberto Contador assumiu a liderança no geral e na montanha;
  • Mas também tivemos destaques individuais. Além do campeão Filippo Pozzato e do vice Damiano Cunego, que tiveram as melhores performances e vestiram a camisa vermelha por mais vezes (Pozzato 2 vezes e Cunego 3), os irmãos Schleck também brilharam, com o terceiro lugar de Frank e o título de montanha de Andy. Alberto Contador manteve acesa a chama dos espanhóis e finalizou a competição em quarto lugar. E Primoz Roglic mostrou seu poder em Grandes Voltas, finalizando a Vuelta em sexto, mesma posição que havia finalizado o Tour de France;
  • Frank Schleck mostrou por que vem liderando o ranking. Sabe pontuar nas competições, aqui finalizou em terceiro e, por isso, mantém-se na ponta, com 179 pontos e a passadas largas para ser o campeão da LMC em 2025.
A volta dos campeões, mais parecendo um passeio Itália-Luxemburgo. Na frente, o campeão e vencedor da última etapa, Filippo Pozzato. Atrás dele, o vice-campeão, Damiano Cunego. Mais atrás, o terceiro colocado, Frank Schleck. No fundo, o campeão de montanha, Andy Schleck.

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