A espera acabou! A última das 3 Grandes Voltas do Ciclismo Mundial pede passagem pelas ruas da Espanha, com uma competição repleta de subidas e muita emoção. Nesta postagem, veremos, etapa a etapa, como foi a Vuelta a España 2025.
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É chegado o momento da Vuelta a España 2025! |
1ª Etapa
No
dia 07/07, uma cronoescalada dava início à Vuelta a España. O trecho era plano
até a metade e, dali em diante, se inclinava bem. A competição começou com um
dia de chuva fina e muito frio.
Foi
o pior contrarrelógio de uma Grande Volta na História da LMC até aqui. Uma nota
de corte muito alta, péssimo desempenho e o público vaiando os ciclistas que
chegavam se arrastando. Na outra ponta dessa corrida, emoção até o final e a
primeira dobradinha logo na primeira etapa. A vitória coube a Remco Evenepoel
(Quickstep), com Philippe Gilbert (Lotto Belisol) chegando em segundo e
fechando a dobradinha belga no pódio. Em terceiro chegou o brasileiro Rafael
Andriato (Imperatriz), vencedor da etapa de abertura em 2022 e 2023.
Mesmo
com o péssimo desempenho, todos os ciclistas completaram a corrida e, após o
seu término, Remco Evenepoel é o primeiro a vestir a camisa vermelha.
2ª Etapa
No
dia 08, chegou a primeira corrida de linha da Vuelta. Sem metas volante, com
apenas uma subida de 5% após a metade da prova e chegada em sprint, foi
disputada em um dia de céu azul e temperatura baixa.
Apesar
de termos uma fuga formada desde o início e o pelotão vindo a uma distância
segura para neutralizá-la na chegada em sprint, a corrida foi de um nível
técnico baixíssimo. Os ciclistas nunca se esforçaram mesmo para mostrar que
queriam disputar a vitória e, com isso, o pelotão jamais pegou os escapados,
que acabaram disputando a vitória em si.
E,
pela segunda vez em duas etapas, tivemos uma dobradinha nacional. A vitória
coube a Filippo Ganna (Acqua & Sapone), com Domenico Pozzovivo (AG2R)
chegando em segundo e fechando a dobradinha italiana no pódio. Em terceiro
chegou o eslovaco Peter Sagan (Bora). A Itália teve chance de fazer história,
pois tinha 6 ciclistas entre os escapados, mas eles não se esforçaram para tal.
Além dos dois primeiros, o outro italiano que se deu bem foi Danilo Di Luca
(Liquigás), que chegou em quinto.
A
Vuelta tem apenas duas etapas realizadas e ambas foram fraquíssimas, diminuindo
bastante o interesse do público e ligando o sinal de alerta entre os dirigentes
da LMC. Ou o nível aumenta ou será uma Grande Volta esvaziada. O nível foi tão
ruim que o primeiro abandono desta edição foi de um ciclista que sequer largou.
Campeão do Tour de France e favorito ao título da Vuelta, Murilo Fischer se
tornou a grande decepção até aqui.
Ao
final da etapa, Remco Evenepoel e Filippo Ganna vestem a camisa vermelha.
3ª Etapa
No
dia 09, uma etapa quase totalmente plana trazia a primeira meta volante da
Vuelta. Trazia, também, uma subida de 5% após a metade da prova e chegada em
sprint.
Disputada
em um dia frio e chuvoso, foi mais uma corrida de nível baixo. Talvez pelo
clima, os ciclistas não se esforçaram muito e várias quedas e atendimentos
foram vistos ao longo do percurso. Um numeroso grupo, com 12 atletas, buscou a
fuga e, diante da inércia do pelotão, ficou claro que não só a vitória, mas os
seis primeiros sairiam dali.
Mas,
se a prova em si foi de nível baixo, a chegada foi emocionante. Os 12 ciclistas
da fuga disputaram a vitória em um sprint incrível, que fez o público ficar na
ponta dos pés e vibrar muito, principalmente por presenciar a primeira vitória
espanhola nesta edição da Vuelta. Terceiro no ano passado, Oscar Freire
(Rabobank) superou os demais sprinters para vencer a etapa deste ano de forma
brilhante, deixando o eslovaco Peter Sagan (Bora) em segundo e o italiano
Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) em terceiro.
O
segundo pódio seguido deu a Peter Sagan a camisa vermelha, em uma prova que
contou com o abandono de Tom Dumoulin. Passados 25% da competição, o nível
ainda está muito baixo, mas a chegada desta etapa dá esperanças de um futuro
melhor.
4ª Etapa
No
dia 11, duas subidas, com 5% de inclinação na primeira e 6% na segunda e
chegada em sprint mostravam como seria a quarta etapa, com muitas metas volante
distribuídas ao longo do percurso.
Disputada
em um dia de céu azul e temperatura em elevação, a corrida já teve um nível
melhor do que as 3 etapas anteriores. Os ciclistas se esforçaram, superaram as
subidas com maestria e ditaram um bom ritmo no plano, além de terem
protagonizado uma chegada eletrizante, com 6 ciclistas disputando o sprint e
que levou tempo para ser decidida, com linhas traçadas aqui e ali.
Ao
final, a vitória coube a Tom Boonen (Quickstep), que fez valer as suas
características de sprinter para derrotar os demais. Em segundo chegou o
luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), terceiro em 2022. Em terceiro e
finalizando mais uma dobradinha belga no pódio, Philippe Gilbert (Lotto
Belisol). Os italianos dominaram as posições seguintes, com Michele Scarponi
(Lampre) em quarto, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) em quinto e Fabio Aru
(Liquigás) em sexto.
O
nível subiu e nenhum ciclista deixou a Vuelta nesta etapa que, ao seu final,
viu Frank Schleck e Philippe Gilbert vestirem a camisa vermelha, de líder.
5ª Etapa
A
quinta etapa, quase toda plana, com apenas uma inclinação de 7% antes da
chegada em sprint, foi disputada no dia 12, parcialmente nublado e com
temperatura agradável.
Com
tentativas de fuga desde o início e o pelotão não querendo deixar, o que se viu
foi a formação de vários pequenos grupos, como se tivesse abanicos no percurso,
mas sem o vento que os caracteriza. O pelotão só foi se reagrupar na montanha
antes do trecho final.
Quem
se deu bem com isso foi Damiano Cunego. O italiano da Lampre esteve no grupo
escapado que saiu desde o início, mas fez “la fuga de la fuga” dentro do
próprio grupo e, quando este foi pego pelo pelotão, ele saiu a solo para
vencer. Campeão em 2019, Cunego chega à incrível marca de 13 pódios na Vuelta.
Mesmo
com a vitória de um italiano, os espanhóis comemoraram efusivamente o resultado
da quinta etapa, já que conseguiram uma dobradinha nas posições seguintes, com
Alejandro Valverde (Caja Rural) em segundo e Alberto Contador (Astana), segundo
em 2020, em terceiro.
Por
falar em dobradinha, os seis primeiros lugares foram divididos entre a Itália
(Cunego vencedor e Ganna quarto), Espanha (Valverde em segundo e Contador em
terceiro) e França (Pinot em quinto e Bardet em sexto), em outra corrida de bom
nível e que terminou sem abandonos.
Ao
brilhar na etapa, vencendo não só a corrida, mas quase todas as metas volante
(à exceção de uma, que foi segundo), Damiano Cunego veste a camisa vermelha e é
o novo líder da Vuelta.
6ª Etapa
O
dia 14 marcou a metade da Vuelta, a última antes das montanhas. Com duas
subidas no final da prova, com 8 e 5% de inclinação, iriam separar os ciclistas
antes da chegada em sprint.
A
corrida foi disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável, mas foi de
um nível técnico baixíssimo. Os ciclistas não entregaram absolutamente nada,
andaram em um ritmo lento demais e o público, aos poucos, foi deixando as ruas
frustrado. Pequenos grupos foram formados e ninguém se esforçou para tentar
agrupar tudo ou pegar o grupo da frente.
No
final, 3 ciclistas escaparam e, mesmo sem muito esforço, conseguiram se
distanciar dos demais na busca pela vitória, mas somente um deles acelerou para
ganhar. Vencedor desta etapa em 2023, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz)
conseguiu uma boa arrancada e venceu sem dificuldades, com o francês Thibaut
Pinot (FDJ) em segundo e o alemão André Greipel (Lotto Belisol) em terceiro.
Damiano
Cunego chegou em décimo sexto, mas conseguiu manter a camisa vermelha. Só que,
agora, divide com Primoz Roglic, que não só venceu, mas também marcou muitos
pontos nas metas volante.
A
prova foi de um nível sofrível e terminou com mais um abandono. Lance Armstrong
foi quem deixou a Vuelta após esta etapa. Com 4 corridas horríveis e apenas 2
boas, a Vuelta encerra a sua primeira metade decepcionando totalmente e
perdendo público, gerando enorme preocupação para o restante da competição.
7ª Etapa
Foram
3 dias de descanso entre as duas metades da Vuelta, para tentar melhorar o
nível da competição. A chegada das montanhas ocorreu no dia 18, com uma etapa
mais tranquila, com subidas 5 e 7% e o período mais duro no Puerto de Portillo
de las Batuecas, antes da metade da prova. Depois disso, ficava em 5 e 6% até a
chegada, no Alto de la Covatilla, com 8% de inclinação.
Infelizmente,
o período de descanso e treinamento não serviu de nada. Foi mais uma corrida de
baixíssimo nível, com os corredores se esforçando ao mínimo. Até a metade da
corrida, o pelotão andava junto em ritmo de passeio ciclístico e, após isso,
não houve aquela profusão de ataques e formação de pequenos grupos que marcam
as etapas de montanha, mas sim a divisão do pelotão entre os que não queriam
nada mesmo e os que se esforçaram um pouquinho.
Ao
menos os espanhóis voltaram a sorrir ao ver um dos seus ganhar pela segunda vez
nesta edição da competição. Alberto Contador (Astana) acelerou em um grupo de
quatro ciclistas e conseguiu superá-los para ficar com a vitória, com o
luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank) em segundo, o italiano Domenico Pozzovivo
(AG2R) em terceiro e o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) em quarto.
Este
vinha na frente do grupo, disputando lado a lado com Romain Bardet. Os dois
ziguezagueavam quando se tocaram e Bardet se desequilibrou, quase indo ao chão.
O TCB foi acionado e decidiu que foi uma disputa normal. Assim, ninguém foi
punido e as posições, mantidas.
Mesmo
assim, foi mais uma corrida sofrível para os torcedores que, se tiveram a
alegria de ver um local vencendo, também tiveram a decepção de ver um dos seus
abandonando. Oscar Pereiro Sio deixou a competição juntamente com Sylvain
Chavanel, aumentando ainda mais o número de abandonos nesta edição da Vuelta.
Mas
o brilho de Alberto Contador nesta etapa foi enorme e, ao seu final, ele vestiu
tanto a camisa vermelha, de líder, quanto a branca de bolinhas azuis, de líder
de montanha.
8ª Etapa
No
dia 19, chegava uma etapa com montanhas de 6 e 7% no início, a passagem pelo
Puerto de la Rasa, com 8% de inclinação, e dali só piorando até a chegada, no
Alto de Moncalvillo, com 10% de inclinação.
O
dia de céu azul e temperatura baixa trouxe uma boa prova, bem melhor do que as
anteriores. Houve tentativas de ataque aqui e acolá, mas o pelotão se reagrupou
até o trecho plano, quando Filippo Pozzato aproveitou o momento de descanso
alheio para atacar. O italiano da Acqua & Sapone acelerava cada vez mais e
se distanciava dos demais. No Puerto de la Rasa, outros ciclistas também
arriscaram uma fuga, mas ninguém pegou Pozzato, que venceu sem ser incomodado.
Em segundo chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), que superou o
segundo colocado de 2022, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), em
emocionante chegada.
Em
uma prova que finalmente trouxe um bom nível aos torcedores, nenhum ciclista
abandonou. O brilho de Filippo Pozzato na prova, inclusive vencendo metas
volante, lhe trouxe as camisas vermelha e branca de bolinhas azuis.
9ª Etapa
No
dia 21, as montanhas pioraram, com inclinação de 7 a 8% até a metade da prova,
depois uma passagem pelo Alto de la Mozqueta, com 9% de inclinação e chegada ao
Alto de L’Angliru, com 11% de inclinação.
O
dia de céu azul e temperatura baixa trouxe uma típica prova de montanha, com o
pelotão andando junto até a metade, quando os ataques começaram e os pequenos
grupos foram se formando. Desde os primeiros ataques, o luxemburguês Andy
Schleck (Saxo Bank) saiu em fuga e não foi mais incomodado, mantendo a
distância para os demais até conquistar a vitória. O colombiano Fernando
Gaviria (Quickstep) até tentou, fazendo bela prova no terreno que não é a sua
especialidade e, inclusive, sprintando para cima, mas conseguiu apenas o
segundo lugar. Em terceiro, após disputa emocionante em um grupo com 11
ciclistas, chegou o francês Julian Alaphilippe (Quickstep).
A
corrida teve um bom nível e terminou sem abandonos, com Andy Schleck vestindo
as camisas vermelha e branca de bolinhas azuis.
10ª Etapa
No
dia 22, chegava a Etapa Rainha da Vuelta. Sem subida com menos de 9% de
inclinação, ia piorando após sua metade, começando pelo Alto de la Cobertoria
(10%), passando pelo Puerto de San Lorenzo (11%) e chegando no Alto de la
Farrapona (12%).
Disputada
em um dia de céu azul e temperatura um pouco baixa, foi uma prova típica de
montanha. Os grupos se formaram cedo, atacando e puxando o ritmo para tentar se
manter distante do grupo de trás. Mesmo assim, foi mais uma prova de baixo
nível. Vários atendimentos, ciclistas andando em velocidade baixa e pouca
emoção que, pouco a pouco, foram afastando os torcedores das ruas.
Sendo
boa ou ruim, a corrida tem que ter um vencedor. E este, brilhando com um belo
“sprint pra cima”, foi o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), deixando para
trás um grupo com 6 ciclistas, incluindo o vencedor de 2022, o italiano Damiano
Cunego (Lampre), que chegou em segundo lugar, e o belga Remco Evenepoel
(Quickstep), terceiro naquele ano, terceiro nesta edição.
Apesar
do nível baixo e dos muitos atendimentos, ninguém abandonou. Ao final da etapa,
Damiano Cunego veste a camisa vermelha e Andy Schleck se mantém com a branca de
bolinhas azuis.
11ª Etapa
No
dia 24, os ciclistas deixavam as montanhas para trás e voltavam ao plano, mas
com as últimas duas subidas da Vuelta, encadeadas e com apenas 5% de
inclinação, além das duas últimas metas volantes da competição.
Disputada
em um dia frio e chuvoso, a corrida teve um bom nível, com uma tentativa de
fuga no início e o pelotão a pegando após a última montanha, se preparando para
uma emocionante chegada em sprint, que trouxe o canto de cisne ao atual
campeão. O inglês Chris Froome (Sky) conseguiu superar os seus adversários de
forma brilhante e venceu pela primeira vez na temporada. Em segundo chegou o
francês Thibaut Pinot (Française De Jeux) e, em terceiro, o luxemburguês Frank
Schleck.
Após
uma queda, Rafael Andriato sentiu uma lesão e abandonou a Vuelta. Ao término
desta etapa, Damiano Cunego manteve a camisa vermelha e Andy Schleck, a branca
de bolinhas azuis.
12ª Etapa
Sexta-feira,
25 de julho de 2025. Os 34 ciclistas restantes chegavam a Madrid para as 6
voltas em um circuito totalmente plano que marcariam a última etapa da Vuelta a
España 2025.
Cinco
ciclistas ainda estavam na disputa, sendo dois da Itália, dois de Luxemburgo e
a grande esperança espanhola, Alberto Contador. Mas ele e Filippo Pozzato
teriam que vencer a etapa para ficar com o título, enquanto Andy Schleck podia
chegar em terceiro e seu irmão, Frank, até em quinto. O camisa vermelha,
Damiano Cunego, tinha que marcar esses resultados para se sagrar campeão.
O
dia estava nublado e frio, mas os ciclistas estavam dispostos a deixar uma
última impressão e tentar amenizar a competição ruim que entregaram. Por isso,
o nível foi altíssimo e a emoção na linha de chegada foi uma das maiores na
temporada. Dois atletas, em particular, tinham uma missão em mente e se
esforçaram além do nível máximo para tal.
Precisando
da vitória para ficar com o título, Alberto Contador buscou a fuga desde o
início, mas Filippo Pozzato também precisava vencer e, assim, também atacou e
manteve o ritmo alto. Com eles, eram 8 ciclistas que formavam um grupo que se
revezava na frente para não deixar o pelotão os alcançar. Com isso, os atletas
que vinham de trás também racharam em outros grupos. O vento ajudou, provocando
esses abanicos que cortaram o pelotão.
Ao
final, o público gritava com força pelo seu favorito, mas Filippo Pozzato tem
mais características de sprinter do que Contador e, também, contava com o seu
companheiro de equipe, Filippo Ganna, para embalá-lo. Dessa forma, Pozzato
cruzou a linha de chegada em primeiro, com Ganna (vencedor no ano passado) em
segundo, formando a dobradinha da Itália e da Acqua & Sapone. Exausto, com
as pernas quase arrebentadas, o espanhol Alberto Contador (Astana) só conseguiu
o terceiro lugar. A Itália dominou completamente a etapa, com Fabio Aru
(Liquigás) em quarto e Domenico Pozzovivo (AG2R) em sexto. A corrida terminou
sem abandonos.
Os
demais postulantes ao título não conseguiram acompanhar o ritmo. Os irmãos
Schleck foram muito mal, com Frank em vigésimo lugar e Andy, em vigésimo
segundo, mas Damiano Cunego fez pior. Vestindo a camisa vermelha, jamais
conseguiu mostrar que tinha pernas para conquistar o título, terminando numa
vexatória vigésima quinta posição.
FILIPPO
POZZATO CAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2025
No
início, era um homem com uma missão. Mas aí chegou o segundo homem. Sabendo o
que precisava ser feito, Filippo Pozzato não jogou a toalha ao ver a velocidade
de Alberto Contador. Buscou acelerar, contou com a ajuda de seu companheiro de
equipe, chegou no rival e se impôs na aceleração final para levar o título. A
Vuelta a España foi o primeiro título de Pozzato na temporada, o segundo de
Grandes Voltas (o outro foi o Giro D’Italia 2022) e o nono na LMC. A Itália
conquista a Vuelta pela segunda vez (Damiano Cunego foi o campeão em 2019).
Andy
Schleck poderia até ficar desanimado com o vigésimo segundo lugar, que lhe
tirou o título. Mas o seu desempenho nas etapas de montanha, conseguindo uma
vitória, um segundo lugar e importantes pontos em metas volante lhe deram o
título de montanha da Vuelta. Este foi o segundo título de Schleck na
temporada, o primeiro em uma Grande Volta e o sétimo na LMC.
Mas
temos que falar do campeão. Com duas vitórias e um terceiro lugar, sempre
pontuando bem em metas volante e sabendo o que devia fazer para chegar lá,
Filippo Pozzato conquista o título da Vuelta a España com inteira justiça.
“Eu não sei explicar. Quando vi o ritmo que Contador estava impondo, e sabendo que a torcida ficaria do seu lado, sabia que precisaria tirar um coelho da cartola. Quando vi Filippo Ganna chegando ao meu lado e falando que ia me levar à linha de chegada, vi que a possibilidade era real. Dali, foi esquecer qualquer dor e arrancar para o título. Deu certo!” - Filippo Pozzato, à imprensa, sob gritos de ‘amatore’, a forma carinhosa como os fãs do ciclismo chamam o atleta campeão.
NOTAS
RÁPIDAS
- A última etapa valeu a pena. Mas, no geral, foi uma competição sofrível. Metade das corridas foram bem ruins, o que levou a esta ser qualificada como a pior de uma edição de Grandes Voltas na história da LMC;
- 11 ciclistas diferentes conseguiram vencer, sendo Filippo Pozzato o único que conseguiu 2 vezes;
- No total, 20 ciclistas foram ao pódio. Alberto Contador, Frank Schleck, Philippe Gilbert e Filippo Pozzato foram os que mais figuraram entre os 3 primeiros, 3 vezes cada;
- Entre as equipes, 8 conseguiram vencer uma etapa, sendo a Acqua & Sapone, a maior vencedora, 3 vezes. Foram ao pódio 13 equipes diferentes. Acqua & Sapone, Quickstep e Saxo Bank, 5 vezes cada, foram as que mais figuraram entre as 3 primeiras;
- Entre as nações, 7 venceram e 11 subiram ao pódio, sendo a Itália a maior vencedora (4 vezes) e a que mais conquistou pódios (9);
- Tivemos 5 dobradinhas nacionais nessa edição da Vuelta, fora a do pódio final, um recorde na LMC. A Bélgica (Remco Evenepoel em primeiro e Philippe Gilbert em segundo) na primeira etapa, a Itália (Filippo Ganna em primeiro e Domenico Pozzovivo em segundo) na segunda, a Bélgica (Tom Boonen em primeiro e Philippe Gilbert em terceiro) na quarta, a Espanha (Alejandro Valverde em segundo e Alberto Contador em terceiro) na quinta, e a Itália (Filippo Pozzato em primeiro e Filippo Ganna em segundo) na décima segunda etapa;
- Os ciclistas espanhóis deram show para os torcedores locais. Conseguiram 5 pódios (2 vitórias, 1 segundo lugar e 2 terceiros) e ainda tiveram Alberto Contador quase conquistando o título e terminando na quarta posição na classificação final. Os torcedores locais tiveram motivos para celebrar uma boa competição dos seus;
- De outro lado, tivemos 6 abandonos nesta Vuelta, o que ajudou a manter o nível da competição lá embaixo;
- O TCB só foi acionado na sétima etapa e, mesmo assim, decidiu não punir ninguém, mantendo-se discreto ao longo da Vuelta e não interferindo no resultado;
- Decepções foram várias, em uma competição de nível tão baixo. Para não ficar tão extenso, podemos destacar os que abandonaram, principalmente Tom Dumoulin (o pior ciclista da temporada), Murilo Fischer (que vinha com expectativa alta, após conquistar o Tour de France), mas principalmente Oscar Pereiro Sio. Ele foi o único ciclista espanhol a abandonar e justo na etapa que Alberto Contador assumiu a liderança no geral e na montanha;
- Mas também tivemos destaques individuais. Além do campeão Filippo Pozzato e do vice Damiano Cunego, que tiveram as melhores performances e vestiram a camisa vermelha por mais vezes (Pozzato 2 vezes e Cunego 3), os irmãos Schleck também brilharam, com o terceiro lugar de Frank e o título de montanha de Andy. Alberto Contador manteve acesa a chama dos espanhóis e finalizou a competição em quarto lugar. E Primoz Roglic mostrou seu poder em Grandes Voltas, finalizando a Vuelta em sexto, mesma posição que havia finalizado o Tour de France;
- Frank Schleck mostrou por que vem liderando o ranking. Sabe pontuar nas competições, aqui finalizou em terceiro e, por isso, mantém-se na ponta, com 179 pontos e a passadas largas para ser o campeão da LMC em 2025.
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