As nuvens foram embora, o sol apareceu e o sábado teve calor, condições perfeitas para curtir aquela praia. Mas, antes, os banhistas deram uma passada no Itaquá Dome, para assistir à abertura da segunda rodada do Torneio Apertura, afinal, era dia de clássico!
BOCA JUNIORS 3x2 HURACÁN
A boa partida na rodada anterior não trouxe ao Boca a vitória (3x4 Racing), mas deu esperanças ao torcedor. Tripa Seca gostou do rendimento da equipe e pediu que o bom futebol continuasse, mas com calma, já que o time jogou na noite do dia anterior e, por isso, não teve muito tempo para recuperar a parte física. Já o Huracán, apesar de quase ter conseguido o empate (2x3 San Lorenzo), traz preocupação ao treinador. Sr Rabina não gostou da desorganização da equipe e, assim, pediu que os jogadores se agrupassem melhor, para formar uma boa defesa. Como Centurión não ajuda na marcação e não faz o papel de reiniciar as jogadas, foi barrado e, em seu lugar, Erramuspe ganhou a vaga.
Apesar da mudança e de jogar de forma bem defensiva, o Huracán continuou sem organização e assistiu o adversário dominar o jogo desde o início. Com a dupla de ataque bem afinada, o Boca chegou à trave algumas vezes, com Palermo e Palacio se revezando nas finalizações. Islas salvava como podia, operando verdadeiros milagres. Mas, aos 3 minutos, ele não pôde fazer nada. Primeiro, Palermo chutou da esquerda e o goleiro espalmou, com Cigogna mandando para lateral. Palermo foi para o lado direito para repor a bola e tocou a Palacio, correndo para a área. O camisa 19 devolveu e Palermo chutou cruzado na saída de Islas, para fazer Boca 1x0. Os jogadores correram para abraçar Palermo, por chegar ao centésimo gol de sua carreira.
O gol fazia justiça à organização da equipe xeneize. Bem distribuído em campo, o Boca jogava com liberdade e criava de ambos os lados. O time teve a oportunidade de ampliar aos 5 minutos, quando Palermo fez linda jogada pelo lado esquerdo, invadiu a área e foi derrubado por Islas. Com moral, Palermo pegou a bola para cobrar o pênalti, mas Islas voou no canto direito e espalmou para longe a cobrança.
No intervalo, Tripa Seca se cansou de Riquelme, o único que não criava nada. Ao lado de Arruabarrena, o camisa 10 foi sacado do time e, em seus lugares, entraram Battaglia e Guillermo Barros Schelloto. Já Sr Rabina só mudou no ataque. Saiu Milano e entrou Barrales.
O Boca continuou bem no segundo tempo, dominando as ações. A entrada de Schelloto deu organização à equipe e o time passou a rondar mais a área adversária. Sua entrada deu tanto poder ofensivo que bastaram 40 segundos para o placar ser ampliado. Schelloto fez boa jogada pelo meio e foi derrubado por Erramuspe na intermediária. Enquanto os jogadores discutiam, o camisa 13 cobrou rápido para Cagna, que invadiu a área pelo meio e tocou na saída de Islas, fazendo Boca 2x0.
O jogo estava perfeito para o Boca, com a torcida cantando os nomes dos jogadores e a equipe trocando passes no campo de ataque. Bastou um erro da arbitragem e tudo foi abaixo. Aos 4 minutos, Cagna chutou a bola em cima de Minici e ela foi para lateral. O árbitro Pedro Carlos Bregalda não viu o desvio e marcou reposição para o Huracán. Enquanto os jogadores do Boca protestavam, Minici repôs rápido para Ruben Masantonio, que tocou a Erramuspe na esquerda. O camisa 12 invadiu a área sem oposição e chutou na saída de Abbondanzieri, fazendo Huracán 1x2.
O gol desconcertou os jogadores do Boca, que demoraram para se acalmar. Eles reclamavam muito da arbitragem e erravam. Melhor para o Huracán, que foi em busca do empate e conseguiu aos 6 minutos, quando Walter Ferrero recuperou bola no campo de defesa e tocou a Barrientos. O camisa 5 tocou a Erramuspe na esquerda e o camisa 12 tocou a Barrales. O camisa 11 avançou, driblou Serna e, da entrada da área, chutou de pé esquerdo e venceu Abbondanzieri, fazendo Huracán 2x2.
Em apenas dois lances, todo o bom futebol do Boca foi destruído e o Huracán já dava graças a Deus pelo milagre em campo. Aos berros, Tripa Seca tentava acalmar seus jogadores e reorganizar o jogo. E, aos poucos, o Boca foi se reorganizando. Schelloto voltou a armar bem, Palacio caiu pelas pontas e Palermo foi para a área. Battaglia chegou ao ataque, auxiliando Schelloto na armação e, com isso, o time voltou a obrigar Islas a fazer boas defesas.
Já nos acréscimos, Schelloto cobrou córner para o bico da área, onde Palacio surgiu. Islas, desesperado, tentou voltar para o gol, mas Battaglia estava atrás dele e foi atropelado pelo goleiro. Schelloto pegou a bola, mas Palermo correu e assumiu a responsabilidade. A cobrança foi no mesmo lado direito e Islas acertou o canto de novo. Mas a bola, desta vez, foi no ângulo e o Boca pôde comemorar a vitória: 3x2.
Destaque do jogo: Martin Palermo. Islas fez excelente jogo e impediu um placar dilatado. Mas no duelo direto acabou perdendo para Palermo, que marcou duas vezes, foi presença constante no ataque e pôde celebrar o centésimo gol de sua carreira.
INDEPENDIENTE 2x2 RACING
E chega a hora do tão esperado Clássico de Avellaneda! As duas equipes de maior destaque na primeira rodada se enfrentavam em igualdade de condições como há tempo não se via. O Independiente conseguiu o resultado mais expressivo (5x0 Velez), com uma organização ímpar e um Silvera inspirado. O Racing apresentou o melhor futebol (4x3 Boca), outra organização ímpar e um Ruben Capria que transformou segundos de vaias em horas de aplauso. Tudo conspirando para ser um excelente jogo.
No início, a empolgação dos torcedores não se refletiu no que acontecia no campo. As equipes estavam desorganizadas e erravam muitos passes. A primeira conclusão, sem o menor perigo, levou dois minutos para acontecer. Mas, aos poucos, os times foram se organizando em campo e criando jogadas. O jogo ganhou em qualidade e as torcidas, enfim, puderam se agitar com gosto.
O primeiro gol veio aos 4 minutos, quando o Independiente ainda estava desorganizado. Em reposição de bola no lado esquerdo, Pocchetino recuou para Latorre, que recebeu próximo ao bico da grande área. O camisa 11 levantou a cabeça e viu 5 jogadores do Independiente tapando a visão do goleiro. Assim, Latorre arriscou um chute cruzado e rasteiro, enquanto Navarro esperava uma bola pelo alto. Quando percebeu, o lado azul e branco da arquibancada já estava comemorando: Racing 1x0.
O gol tranquilizou os jogadores do Racing, que conseguiram se organizar melhor em campo. O Independiente tentava o empate de forma desordenada e até conseguiu chegar ao ataque, mas o seu oponente, bem postado em campo, impedia os avanços. Assim, aos 9 minutos, Gracián cobrou córner e Pocchetino afastou para o lado esquerdo, onde Enrique pegou a bola e passou a Ruben Capria no meio. Avançando em velocidade, o camisa 10 chamou a marcação e, com um belo passe para o lado esquerdo, encontrou Latorre. O camisa 11 invadiu a área e chutou na saída de Navarro para fazer Racing 2x0.
O resultado parecia dilatado para o equilíbrio do primeiro tempo, mas fazia mais justiça ao melhor futebol do Racing. No intervalo, Bayer resolveu sacar Fredes e Facundo Parra, para colocar Acevedo e Gandin. Já Paralelo tirou Enrique (que jogava muito mal) e Acosta (completamente nulo em campo) para colocar Fariña e Hauche.
As mudanças de Bayer melhoraram o Independiente, que passou a jogar com mais organização e liberdade. Fariña, por outro lado, entrou para jogar de lateral esquerdo mas preferia atuar pelo meio, abrindo um enorme buraco por onde os jogadores do Independiente passavam. Porém, tal qual o jogo anterior, a arbitragem deu uma contribuição para tornar as coisas mais emocionantes.
Aos 2 minutos, Fariña foi ao ataque e dividiu com Matheu, com a bola saindo pela linha de fundo. Enquanto Fariña corria para cobrar o córner, o juiz marcou tiro de meta, que Navarro repôs rapidamente para Gracián. Enquanto os jogadores do Racing reclamavam, o camisa 19 avançava pelo meio e, quando a marcação chegou, abriu ótimo passe para Gandin na direita. O camisa 9 invadiu a área e tocou na saída de Saja, fazendo Independiente 1x2.
Os jogadores do Racing reclamavam muito, pois o árbitro José Roberto Wright ainda inverteu algumas marcações, deixando-os muito nervosos. O Independiente, com calma e organização, passou a dominar as ações e o gol era questão de tempo. Saja fez defesas difíceis, evitando o empate.
Mas, aos 9 minutos, nada pôde fazer. Acevedo foi à frente e Diego Capria deu um carrinho, mandando para lateral. O camisa 12 repôs na ponta esquerda para Silvera, que deu um ótimo drible em Gamboa para dentro, trazendo a bola para o pé direito e chutando cruzado da lateral da área. A bola encobriu Saja e entrou no ângulo oposto: Independiente 2x2.
Destaque do jogo: Diego Latorre. Em um clássico muito disputado, com cada equipe dominando um tempo, o camisa 11 do Racing se destacou. Marcou dois gols, ajudou na armação e foi presença constante no ataque.
NOTAS RÁPIDAS
- Em sessão dupla após a rodada, o TJB deliberou sobre as reclamações do Boca Juniors contra o árbitro Pedro Carlos Bregalda e do Racing contra o árbitro José Roberto Wright. No entanto, os auditores absolveram a arbitragem nos dois casos, causando muita revolta principalmente do lado dos advogados do Racing.
- Dois jogadores atingiram milestone na rodada. Ao ampliar o marcador contra o Huracán, Diego Cagna chegou a 20 gols com a camisa do Boca. No mesmo jogo, no entanto, as atenções se voltaram para o primeiro gol da partida. Com aquele tento, Martin Palermo chegou a 100 gols com a camisa do Boca e se tornou o quarto da Era Profissional da FIFUBO a alcançar tal marca, atrás de Mike Modano (Dallas Stars), David Trezeguet (River Plate) e Leandro Romagnoli (San Lorenzo). É a História sendo feita na FIFUBO!
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