segunda-feira, 26 de maio de 2014

Torneio Apertura 2014 - Décima Quarta Rodada - 26/05/2014

Com o domingo cheio, a última rodada do Apertura 2014 teve que ser disputada na tarde desta segunda-feira, com tempo instável, mas sem chuva. E não faltou emoção!

RIVER PLATE 3x3 HURACÁN

Pra falar a verdade, o campeonato inteiro dependia deste jogo, de maneira que todas as atenções da última rodada se concentraram aqui. Com 21 pontos e em terceiro, o River Plate só precisava do empate para se classificar, pois manteria o Huracán (o quinto) atrás de si. Francescoli pediu a seus jogadores que se dedicassem ao máximo para conseguir a classificação. Do lado do Huracán, Sr Rabina estava confiante. Com 19 pontos, somente a vitória interessava, pois o Boca (o quarto) tinha 20. Os gols de Cigogna eram a arma. No turno, Huracán 4x4 River Plate.

Quando a bola rolou, o que se viu foi o River do campeonato. À exceção de uma jogada criada antes dos dois minutos, o time não fez mais nada a não ser irritar sua torcida. Trezeguet se arrastava em campo, talvez sabendo que não poderia ser substituído (Funes Mori cumpria suspensão, por expulsão no jogo anterior). Com isso, o Huracán foi se acertando e buscando o ataque, mas Cigogna era marcado de perto e isso afastava a equipe do ataque. Somente aos 7 minutos, conseguiu marcar. Trezeguet foi cobrar lateral no campo de defesa e mandou para a entrada da área. A bola caiu aos pés de Danelon, que chutou sem a menor chance para Carrizzo, fazendo seu primeiro gol com a camisa do Huracán: 1x0.
 
Desesperado, desarrumado e vaiado por sua torcida, o River não conseguia se organizar. Ortega tentava levar o time pela direita, mas não encontrava ninguém à frente para concluir. Para piorar, em nova falha da equipe, o Huracán encontrou as redes. Aos 9 minutos, Trezeguet errou passe e Islas saiu, tocando a Centurión no meio. Com um passe de gênio, o camisa 8 inverteu o jogo e encontrou Danelon livre. O lateral avançou pela direita sem ser incomodado e, da entrada da área, chutou sem chances para Carrizzo, fazendo Huracán 2x0.

No intervalo, um desesperado Francescoli tentava organizar o time. Aos berros, explicava o que queria e falava sobre a eminente ameaça de desclassificação. Sacou Ferrari (que foi muito vaiado) e colocou Coudet, que iria para o meio e empurrava Barrado para a lateral direita. Já Sr Rabina, contente com a atuação de sua equipe, tirou Villarruel e Milano porque cansaram, colocando Erramuspe e Barrales para manter o nível.

O River voltou como outra atitude. A equipe começou a buscar o ataque e pressionar o Huracán para dentro de seu campo. Aos 2 minutos, Ortega fez boa jogada pela esquerda e foi derrubado por Alexis Ferrero. Gallardo cobrou a falta com perfeição e venceu Islas: River 1x2.

O gol assustou o Huracán e incendiou o River, que passou a ser o River consagrado na FIFUBO, forçando o adversário a se desfazer da bola e saindo no toque. Aos 5 minutos, Paz desarmou Barrales e tocou a Placente, que deu a Almeyda no meio, que tabelou com Barrado. Almeyda tocou a Trezeguet, que foi vaiado assim que encostou na bola. Para piorar, estava muito longe da área, mas resolveu arriscar assim mesmo. A bola ganhou velocidade e altura e entrou no ângulo de Islas, fazendo as vaias virarem aplausos: River 2x2.

O resultado já era o suficiente para o River se classificar, mas a torcida começou a apoiar e os jogadores se inflamaram. O Huracán, então, foi cada vez mais pressionado e errou muito. Aos 7 minutos, Barrado roubou bola de Barrales e tocou a Gallardo. O camisa 11 lançou Trezeguet, que deu um leve toque na bola, encontrando Buonanotte livre. O camisa 30 invadiu a área e deu lindo toque de cobertura, vencendo Islas e virando para o River: 3x2.

A torcida já comemorava a classificação quando novo erro do River os deixou apreensivos. Ortega tentou recuar para Almeyda, mas acertou um belo passe para Cigogna. O mito invadiu a área e soltou o escopetazzo para empatar o jogo, mas já era tarde: Huracán 3x3.

Destaque do jogo: Alexis Danelon. Embora o Huracán não tenha conseguido a vaga, os 2 gols do lateral fizeram dele o nome da partida. Além disso, suas constantes subidas pela direita infernizaram a vida do River.

VELEZ SARSFIELD 0x4 BOCA JUNIORS

O último jogo da temporada regular tinha gosto de despedida para o Velez. Após a partida, Valdir Espinoza deixaria o cargo da equipe na qual dirigiu por 6 meses. Para isso, ele queria uma despedida de gala, com uma vitória em jogo que não valia praticamente nada. Já classificado, o Boca precisava da vitória apenas para terminar em terceiro e pegar o Estudiantes, ao invés do Independiente. Paralelo, que também já tem prazo para deixar o comando da equipe, queria dar ritmo aos demais jogadores, pois os playoffs começam ainda essa semana. No primeiro turno, Boca 2x2 Velez.

O Velez até começou bem, com Insua se movimentando e chutando a gol para difíceis defesas de Abbondanzieri. Mas, aos poucos, foi diminuindo o ritmo e o Boca foi ganhando terreno. Aos 6 minutos, saiu seu primeiro gol. Insua fez boa jogada e chutou, para Abbondanzieri espalmar. A bola sobrou para Schiavi, que tocou a Arruabarrena na esquerda. Com visão apurada do jogo, o camisa 3 fez um lançamento para a esquerda, onde Palermo recebeu livre e foi indo até invadir a área e tocar na saída de Sosa: Boca 1x0.

O gol desanimou o Velez, que viu a "despedida de gala" se tornar mais um filme de terror. Com isso, o time parou de produzir e passou a irritar a sua torcida, principalmente com o excesso de toques inúteis dos irmãos Hussain. Já nos acréscimos do primeiro tempo, Dario Hussain tentou chutar de longe, aproveitando Abbondanzieri fora do gol, mas Serna pulou e bloqueou o chute. A bola sobrou para Arruabarrena, que saiu pela esquerda e deu novo passe para Palermo, que recebeu livre. Desta vez, o camisa 9 não entrou na área, chutando de sua entrada e vencendo Sosa: Boca 2x0.

No intervalo, Valdir Espinoza estava sereno e resignado. Apenas trocou Romero e Turco Assad por Cubero e Lucas Pratto, para que os dois reservas também entrassem em campo no último jogo do campeonato. Já Paralelo sacou Schiavi (que já tinha cartão amarelo) e Palácio (nulo em campo) para colocar Battaglia e Viatri. Guillermo Barros Schelloto só não entrou porque a equipe não pode fazer 3 substituições.

O jogo continuou sem a presença do Velez. O Boca só tocava a bola para aguardar o tempo acabar, visivelmente poupando jogadores. Mesmo assim, ainda encontrou o terceiro gol aos 5 minutos. Escudero afastou bola da área e Palermo pegou no meio de campo. O camisa 9 recuou a Arruabarrena, que deu um passe rápido para Basualdo. O camisa 11 avançou sem ser incomodado e, da entrada da área, mandou com efeito para vencer Sosa: Boca 3x0.

Aos gritos de olé, a equipe xeneize tocava a bola e esperava o apito final. O Velez, cansado e desanimado, também esperava o fim de um campeonato melancólico. Mas, sua fama de "rei das goleadas" ainda tinha que aparecer e foi assim aos 8 minutos, quando Battaglia roubou bola de Lucas Pratto, tocou a Serna e recebeu na frente, tocou a Riquelme e recebeu mais à frente, invadiu a área e chutou na saída de Sosa: Boca 4x0.

Destaque do jogo: Martin Palermo. Tudo bem que Arruabarrena deu o passe para os três primeiros gols, com genialidade. Mas os dois gols de Palermo no primeiro tempo deram tranquilidade ao Boca para fechar a temporada regular com goleada.

CLASSIFICAÇÃO

1° Independiente - 33 pontos, 14 jogos, 10 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 53 gols pró, 29 gols contra
2° Estudiantes - 25 pontos, 14 jogos, 8 vitória, 1 empate, 5 derrotas, 41 gols pró, 38 gols contra
3° Boca Juniors - 23 pontos, 14 jogos, 7 vitórias, 2 empates, 5 derrotas, 48 gols pró, 39 gols contra
4° River Plate - 22 pontos, 14 jogos, 5 vitórias, 7 empates, 2 derrotas, 44 gols pró, 36 gols contra
5° Huracán - 20 pontos, 14 jogos, 6 vitórias, 2 empates, 6 derrotas, 44 gols pró, 43 gols contra
6° San Lorenzo - 14 pontos, 14 jogos, 4 vitórias, 2 empates, 8 derrotas, 31 gols pró, 41 gols contra
7° Racing - 12 pontos, 14 jogos, 3 vitórias, 3 empates, 8 derrotas, 32 gols pró, 42 gols contra
8° Velez Sarsfield - 6 pontos, 14 jogos, 1 vitória, 3 empates, 10 derrotas, 17 gols pró, 41 gols contra

ARTILHARIA

1° Daniel Cigogna (Huracán) - 20 gols
2° Nestor Silvera (Independiente) - 17 gols
3° José Basualdo (Boca Juniors) e David Trezeguet (River Plate) - 13 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • Finalizada a temporada regular, quatro equipes continuam na disputa, nos playoffs. Os jogos são Independiente x River Plate e Estudiantes x Boca Juniors, em melhor de três. Por terem melhor campanha, Independiente e Estudiantes jogam a primeira e terceira partidas em casa, restando a River e Boca serem mandantes apenas no segundo jogo.
  • A equipe de melhor campanha em cada semifinal, ao final dos três jogos, se classifica para o playoff final. Isso significa que vai à final quem fizer mais pontos nesses três jogos. Se houver empate nos pontos, os critérios de desempate são gols pró e gols contra, nesta ordem. Persistindo o empate, haverá disputa de pênaltis no último jogo.
  • Se uma equipe ganhar os dois primeiros jogos, não há necessidade de se disputar uma terceira partida.
  • Em sessão no TJB após a rodada, o árbitro Dula Rápio e seu assistente, Promotor, foram suspensos por um sorteio, por irregularidades na súmula do jogo River Plate 3x3 Huracán.
  • O milestone da rodada vai para dois jogadores do Boca Juniors. O terceiro gol da equipe contra o Velez foi o de número 30 de Basualdo com a camisa xeneize. Já Palermo, com os dois que marcou contra a mesma equipe, chegou a 50 com a camisa do Boca.

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