O sábado foi de muita festa. O domingo foi de Páscoa e, por isso, chocolate. Como não houve espaço para jogo, mas sim para muito doce, a segunda-feira é de exercícios! Assim sendo, a rodada do Apertura começa a ser disputada na segunda-feira. Foi uma tarde de sol, queda do último invicto e substituição de bola. Vamos aos jogos!
RIVER PLATE 3x4 INDEPENDIENTE
O primeiro jogo prometia. Vindo de vitória sobre o Velez (5x1), o River é o último invicto e está na cola dos líderes. Uma vitória e a equipe iria para a liderança. Já o Independiente, também vinha de vitória (4x3 no Boca), mas com um desfalque importantíssimo. Gracián foi expulso contra o Boca e a equipe não possui armador para colocar no seu lugar. Assim, Gandin viria para jogar como meia atacante e, se não funcionasse, Acevedo entraria no segundo tempo para formar um meio com 4 volantes. No primeiro turno, Independiente 3x3 River Plate.
O jogo foi muito, mas muito bom! Logo no início, uma tabela entre Gandin e Fredes só não encontrou as redes graças a uma defesaça de Carrizzo. No contra ataque, o River quase chega. Com tantas oportunidades, o gol não demoraria a sair e logo aos 2 minutos já tivemos rede balançando. Em impedimento no ataque do River, Montenegro cobrou fazendo um lançamento para a esquerda. Silvera recebeu livre e poderia avançar, mas preferiu inverter o jogo e passou a bola entre Gallardo e Almeyda para Facundo Parra. A defesa do River estava escancarada e o camisa 17 aproveitou para invadir a área e chutar forte para fazer seu primeiro gol no campeonato: Independiente 1x0.
O gol não abalou o River, que sabia que tinha muita partida pela frente. Aos 4 minutos, Gallardo e Trezeguet fizeram linda tabela. O francês tocou e Gallardo chutou de curva para vencer Navarro e empatar o jogo: River 1x1.
O empate foi benéfico para todos os presentes no Itaquá Dome, que viram o jogo crescer tecnicamente e as equipes rondarem o gol em lindas jogadas. Aos 6 minutos, Barrado derrubou Gandin próximo à entrada da área. Sem Gracián, ninguém sabia ao certo quem cobraria, até que Busse se apresentou. A cobrança foi perfeita. A bola encobriu a barreira e morreu no fundo das redes, enquanto Carrizzo pulava a troco de nada: Independiente 2x1.
O River, novamente, não se abalou e procurou o empate. Aos 7 minutos, Ortega avançou pelo meio e tocou a Gallardo na esquerda. O camisa 11 retribuiu o presente do primeiro gol e inverteu o jogo para a direita, onde Trezeguet recebeu e pôde avançar até a entrada da área para chutar de pé direito e vencer Navarro: River 2x2.
Aos 8 minutos, o lance triste da partida. Ortega lançou Trezeguet na ponta direita. O camisa 7 avançou, invadiu a área e chutou cruzado. Hilário Navarro fez linda defesa de ponta de dedo e mandou a corner. Mas a bola foi parar longe e, quando foi encontrada, estava toda amassada. É o fim da bola Spongos, a oficial dos torneios da FIFUBO. Em seu lugar, entrou a bola de lã que, justamente por ser deste material (a Spongos é de feltro), corre mais e é de difícil controle no passe.
Com isso, o jogo passou a ficar mais corrido e com mais erros de passe e num deles, já nos acréscimos, Busse inverteu errado para Silvera e Ferrari interceptou. Trazendo a bola para o meio, o camisa 2 percebeu Trezeguet livre na entrada da área e passou no meio dos zagueiros para o camisa 7 invadir e chutar alto no meio, enquanto Navarro caía para a esquerda: River 3x2.
No intervalo, Francescoli não mexeu. Pediu a seus jogadores que não fizessem passes longos e evitassem deixar a bola correr. Já Bayer colocou Acevedo (seu único reserva), mas tirou Fredes (que não era nem sombra do destaque do último jogo). Além disso, armou uma jogada para a saída de bola.
E foi essa jogada que levou o Independiente a empatar o jogo. Montenegro parou a jogada de ataque do River e tocou para Gandin. O camisa 9 foi tabelando com Acevedo pela esquerda, até receber dentro da área e chutar cruzado para fazer Independiente 3x3 aos 40 segundos.
O jogo teve uma queda de qualidade, com muitos erros de passe. Mas, já nos acréscimos, o último invicto do campeonato caía. Silvera recebeu na esquerda e chutou. A bola bateu no travessão e José Maria Paz tirou de cabeça para lateral. O próprio Silvera fez a reposição para Facundo Parra, que cruzou para a área e Acevedo surgiu para cabecear e dar a vitória à sua equipe: Independiente 4x3.
Destaque do jogo: Daniel Montenegro. O camisa 5 foi um gigante, no jogo que quando termina com vitória do Independiente é chamado de "El secreto de sus rojos". Novamente foi a peça chave da partida. À frente da zaga, interrompeu as tentativas do River e reiniciou as jogadas de ataque de sua equipe. Deu assistências e saiu consagrado na liderança do campeonato.
BOCA JUNIORS 5x2 ESTUDIANTES
Vindo de mais uma derrota, o Boca está fora da zona de classificação aos playoffs. Vendo que seu ciclo à frente da equipe chega ao fim, Paralelo evita um tom de despedida e pede que seus jogadores foquem em levar o time aos playoffs e tentem o título. Já no Estudiantes, a ordem era virar a página da derrota para o Huracán na rodada anterior (1x4). Sabendo que precisavam vencer anotando um mínimo de 5 gols para recuperarem a liderança, tinham em mente que a vitória é o primeiro passo e, depois, o número de gols marcados deveria ser visto. No primeiro turno, Estudiantes 4x3 Boca Juniors.
Pois bastou a bola rolar para se ver que o espetáculo não seria bonito. Desadaptados à bola de lã, os jogadores de ambas as equipes erravam passes e as jogadas de ataque não eram criadas. Para algo ser criado, só a genialidade do craque e ela surgiu aos 5 minutos. Riquelme recebeu na intermediária, driblou dois adversários e avançou pela esquerda, perdendo o ângulo. A opção seria um chute alto de curva, mas o camisa 10 preferiu a bola lenta e rasteira. Acabou surpreendendo Andujar, que ficou procurando a bola e só descobriu onde estava quando a torcida já comemorava o gol: Boca 1x0.
Aos 6 minutos, Serna levou cartão amarelo, por erro de posicionamento. Aos 7, o lance que poderia mudar tudo no jogo. Serna tentou chutar, mas acabou atingindo três adversários e foi expulso. Se acertasse dois, seria expulso do mesmo jeito, pois receberia o segundo amarelo. Mas a expulsão foi direta. Palermo passou a ser o capitão da equipe.
Com erros de passe, mas liderando no placar, se esperava que o Boca fosse recuar. Com erros de passe, perdendo o jogo, mas com um a mais, se esperava que o Estudiantes fosse avançar para buscar o empate. Mas nada disso ocorreu. O Boca cresceu na partida e o Estudiantes continuou errando, irritando a torcida. Aos 8 minutos, o gênio surgiu novamente. Riquelme recebeu de Cagna, avançou pela direita e chutou cruzado. Andujar voou, mas não alcançou e o Boca fazia 2x0.
A torcida vaiava cada erro do Estudiantes e os jogadores torciam para o primeiro tempo acabar, para ajeitar as coisas com seu treinador. Mas o Boca continuou em cima e Riquelme roubou de Veron, driblou Leandro Benítez e deu lindo passe em profundidade para Palácio. O camisa 19 invadiu a área e tocou na saída de Andujar para fazer Boca 3x0 aos 9 minutos.
No último lance do primeiro tempo, Schiavi fez falta em Gastón Fernandez na entrada da área. Verón cobrou com maestria e descontou para o Estudiantes: 1x3.
No intervalo, Paralelo sacou Palácio que, mesmo tendo marcado o gol, precisava sair para recompor o meio. Battaglia entrou em seu lugar. Já Cristaldo tentou mudar tudo. Tirou Angeleri e Leandro Benítez (que saíram debaixo de muita vaia) e colocou Mathias Sanchez e Mauro Boselli. Com isso, Gastón Fernandez voltaria para compor o meio e Boselli jogaria em seu lugar, no ataque e pela direita.
Não mudou nada. O Boca continuou dominando, agora que Palermo jogava centralizado e sozinho no ataque, e o Estudiantes continuava errando. Aos 4 minutos, Abbondanzieri cobrou tiro de meta para Palermo, que recuou de cabeça para Riquelme. Sem ser incomodado, o camisa 10 devolveu para Palermo, que invadiu a área e tocou na saída de Andujar para fazer Boca 4x1.
Perplexos, sem saber o que acontecia com o time outrora envolvente, os jogadores do Estudiantes passaram a amarrar o jogo para esperar o apito final. Mas ainda encontraram um gol aos 7 minutos, quando Gastón Fernandez avançou pelo meio e tocou a Boselli na direita. O camisa 9 chutou forte e cruzado e venceu Abbondanzieri, para fazer Estudiantes 2x4.
O gol deu uma mínima fagulha de vida ao Estudiantes, que ainda tentou se lançar ao ataque, mas a sorte estava do lado do Boca. Aos 9 minutos, Gastón Fernandez fez boa jogada, invadiu a área e chutou rasteiro. Abbondanzieri defendeu com o pé e a bola subiu, indo para o campo de ataque do Boca. Riquelme deu um leve desvio de cabeça e matou Andujar, fazendo seu hat trick: Boca 5x2.
Destaque do jogo: Juan Roman Riquelme. Destaque absoluto do Boca e do campeonato, o camisa 10 teve nova tarde de gala. Fez três gols e deu o passe para os outros dois. Foi o único a conseguir "domar" a bola de lã e levou perigo em diversas jogadas. Faltou fazer chover, mas em compensação, deu um chocolate de Páscoa muito bem dado.
NOTAS RÁPIDAS:
- Com a destruição da bola Spongos (que ficou ovalada e amassada), a bola de lã será utilizada nos próximos jogos, mas a FIFUBO está providenciando a compra de um novo lote, que ficaria acautelado na sede da Federação, ao invés da sede do Imperatriz F.B., como acontece atualmente.
- O milestone da rodada vai para Walter Busse. A cobrança de falta perfeita contra o River resultou no décimo gol dele com a camisa do Independiente.
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