sábado, 19 de outubro de 2013

Torneio Clausura 2013 - Décima Primeira Rodada - 19/10/2013

Sábado de céu azul e temperatura em elevação, o dia ideal para um Superclássico! Ideal também para o fechamento da décima primeira rodada do campeonato, com dois jogos dos mais emocionantes do ano. Vamos a eles!

RIVER PLATE 3x2 BOCA JUNIORS

O Superclássico vem capturando a atenção das torcidas a semana inteira. O River, desta vez em baixa após dois empates e a perda da liderança, vinha com equipe completa após Berizzo cumprir suspensão contra o Independiente, no lugar de Carrizzo (que não pode ser expulso por ser goleiro). O Boca, com a confiança em alta após recuperar a liderança em grande estilo, também tinha equipe completa. Em entrevista durante a semana, Abbondanzieri dizia que nem a baixa produtividade de alguns jogadores (principalmente Riquelme) era capaz de atrapalhar a empolgação da equipe, pois ele sabia que o camisa 10 e os outros cresceriam neste clássico. No primeiro turno, Boca Juniors 4x3 River Plate.

E foi um jogão de bola! As duas equipes tocando com classe, utilizando todo o tempo para tramar jogadas, com boa participação de todos os atletas e um bom revezamento na liderança da partida. O primeiro gol, no entanto, só saiu aos 5 minutos, quando Basualdo avançou pela esquerda e deu belo passe em profundidade para Palermo dentro da área. O camisa 9 chutou, Carrizzo defendeu e, no rebote, o próprio Palermo empurrou para o gol vazio, incendiando o Itaquá Dome: Boca 1x0.

O River não se intimidou e continuou buscando o empate, tramando boas jogadas e sendo premiado aos 9 minutos, quando Placente saiu da defesa em velocidade e deu bom passe no meio da zaga para Gallardo, que se aproveitava do buraco deixado pelo volante Serna. Gallardo avançou até a entrada da área e chutou rasteiro, sem chances para Abbondanzieri para empatar: River 1x1.

No intervalo, Francescoli fez apenas uma mudança, ao tirar Buonanotte e colocar Funes Mori. Já Paralelo tirou Serna (imperdoável pelo buraco deixado no gol de empate) e Palacio (novamente apagado) e pôs Battaglia e Viatri em seus lugares. Palermo passou a ser o capitão do Boca e a postura dos dois treinadores, de tirar atacante de movimentação para pôr centroavante, indicava um jogo mais ofensivo no segundo tempo.

Mas uma coisa que aconteceu com 42 segundos mudou a história do Superclássico. Carrizzo tocou na bola fora da área e foi expulso. Gallardo foi o sorteado para sair em seu lugar e, com isso, Francescoli foi obrigado a mudar toda a logística da equipe. Ortega deixou a ponta direita e passou a armar o jogo, Funes Mori deixou a ponta esquerda e passou a dividir o centro de ataque com Trezeguet, sendo que o francês foi para a esquerda e o argentino atuou na direita.

Essa mudança demorou a surtir efeito para o River e o Boca se aproveitou disso para pressionar, criando as melhores situações, em uma verdadeira blitz. De tanto tentarem, conseguiram a virada aos 2 minutos, quando Arruabarrena cobrou lateral para Basualdo, que invadiu a área e foi derrubado por Carrizzo. Pênalti que Palermo cobrou deslocando Carrizzo e acabando de vez com a má fama em cobranças penais: Boca 2x1.

Com um a menos e em desvantagem no placar, o River tinha que se expor e tentar o empate. E ele veio aos 4 minutos, quando Cagna fez falta em Barrado no meio de campo. José Maria Paz cobrou rápido para Trezeguet, que inverteu para a direita e fim de encontrar Funes Mori. O camisa 9 invadiu a área e se aproveitou de falha de Abbondanzieri, que abriu o corredor para ele chutar. A bola entrou mansa e o River empatou: 2x2.

O River cresceu com o gol e passou a acreditar na vitória, mas seu goleiro fez nova lambança aos 7 minutos. Carrizzo, novamente, tocou na bola fora da área e foi expulso pela segunda vez no jogo. Sorteado em seu lugar, Almeyda saiu (Ferrari passou a ser o capitão) e o River ficou completamente perdido, pois nessa brincadeira perdeu dois dos três meio campistas que tinha no jogo.  Francescoli não mudou, apenas plantou Barrado e liberou Ortega de vez. O River passou a marcar pressão, para afastar o Boca da área e segurar o empate.

Mas se os deuses do futebol jogaram para o Boca no primeiro turno, desta vez jogaram a favor do River. Aos 9 minutos, Schiavi fez falta em Funes Mori no bico da área. Sem os dois cobradores oficiais, demorou-se a definir quem cobraria a falta, até que Ortega se apresentou, ajeitou e chutou por cima da barreira, no ângulo de Abbondanzieri: River Plate 3x2.

Destaque do jogo: Martin Palermo. Independente da derrota, o centroavante foi a grande figura do clássico. Dois gols, movimentação intensa e uma ameaça constante ao gol do River. Pena que estava do lado derrotado...

HURACAN 6x5 ESTUDIANTES

A situação do jogo era a seguinte: vitória ou empate do Huracán eliminava o San Lorenzo, mas mantinha uma chance mínima do Estudiantes. Vitória do Estudiantes embolava a disputa por completo, pois diminuiria a distância para o quarto colocado (o próprio Huracán) para apenas 2 pontos, com 9 ainda em disputa.

O Huracán, além disso, tinha um desfalque seriíssimo. Barrientos não atuaria, expulso no lugar de Daniel Islas no último jogo. Em seu lugar entrava Erramuspe. Já o Estudiantes, vindo de duas vitórias no returno, tinha a empolgação pela arrancada e o time completo. Cristaldo pediu aos dois atacantes, Gastón Fernandez e Mauro Boselli, que se movimentassem pelo ataque todo, para confundir Erramuspe.

E o jogo foi todo do Estudiantes, que avançou feito rolo compressor, com boa participação de Verón, Benítez e Perez na articulação de jogadas. Logo a um minuto, Verón deu belo passe para Leandro Benítez, que avançou pela esquerda e chutou cruzado, no ângulo de Islas, para fazer Estudiantes 1x0.

O gol foi ótimo para o Estudiantes mostrar sua recuperação no segundo turno e o segundo não demorou a sair, em nova trama do trio de armadores. Verón tocou para Benítez na esquerda, que chamou toda a marcação e inverteu na direita para Enzo Perez. O camisa 7 recebeu na diagonal e chutou cruzado para vencer Islas e fazer Estudiantes 2x0 aos 3 minutos.

Aos 4, no erro de saída do Huracán, o Estudiantes partiu em velocidade com Verón tocando para Benítez na esquerda. O camisa 8 avançou e chutou. Islas deu rebote e a bola sobrou nos pés de Verón, que empurrou para o gol vazio: Estudiantes 3x0.

Com este resultado em tão pouco tempo, a goleada já estava desenhada. Embora Cigogna se movimentasse, o Huracán não tinha como fazê-lo chegar à área para concluir e isso prejudicava o andamento da equipe de Buenos Aires. Só um momento espírita poderia fazer o jogo mudar. E ele aconteceu aos 7 minutos. Verón arrancou pelo meio e chutou forte, rasteiro. Islas defendeu com o pé esquerdo e a bola foi indo, indo, indo sem oposição, até entrar mansamente no gol de Andujar. Foi o segundo gol de Daniel Islas com a camisa do Huracán.

Para o Estudiantes e seu bom jogo, não foi mais que um gol de honra, tanto que a equipe continuou jogando seu belo futebol, mas os deuses do futebol não estavam muito contentes com a estada em La Plata e resolveram mudar de lado. Aos 9 minutos, Cigogna voltou ao meio de campo para buscar jogo e tabelou com Centurión e Minici. Vendo que não poderia avançar muito, o mito recebeu passe de Minici à sua feição e mandou um escopetazo de longe, acertando o ângulo de Andujar: Huracán 2x3.

No intervalo, ambos mudaram suas peças nulas de ataque. Sr Rabina tirou Milano e pôs Barrales; Cristaldo tirou Boselli (que ainda não marcou com a camisa do Estudiantes) e pôs Hernan Rodrigo Lopez.

Não foram as mudanças que deram uma virada no jogo, mas o que os treinadores falaram. Com uma nova postura, o Huracán anulou o Estudiantes e virou de forma espetacular. Logo aos 13 segundos, na saída de bola, Ruben Masantonio tocou para Centurión, que avançou pela direita. Com a bola caindo mais do lado direito, só restava ao camisa 8 o chute de trivela e Andujar se preparou para isso. Mas Centurión virou o corpo e chutou de chapa, deslocando Andujar e vendo a bola tocar na trave antes de entrar: Huracán 3x3.

O gol desconcertou totalmente o Estudiantes e o Huracán partiu para cima em busca da vitória. Aos 2 minutos, em linda jogada que começou com tiro de meta de Islas para Erramuspe, passe no meio para Ruben Masantonio, que passou no meio de dois jogadores no meio de campo e deu linda bola para Cigogna nas costas da zaga, o camisa 9 invadiu a área e tirou do alcance de Andujar para virar o jogo para o Huracán: 4x3.

A partir daí, um show da equipe de Buenos Aires. Aos 3 minutos, em erro de saída do Estudiantes, foi a vez de Minici receber de Walter Ferreiro à sua feição: de longe pela esquerda. O chute saiu forte e cruzado e venceu Andujar, com Minici comemorando o quinto gol de sua equipe: Huracán 5x3.

Entregue, o Estudiantes errava bolas fáceis e via o seu lindo toque de bola dos primeiros 5 minutos de jogo passar para o lado do Huracán. Aos 5, em nova jogada maravilhosa de Walter Ferreiro para Minici na esquerda; de Minici para Centurión no meio; de Centurión para Barrales na entrada da área; de Barrales para Masantonio e de Masantonio de volta para Barrales, só restava ao camisa 11 o chute sem goleiro para fazer Huracán 6x3.

Parecia um castigo muito grande para o belo futebol do Estudiantes no segundo turno, então as coisas teriam que ficar mais equilibradas, para não ficar tão feio. Aos 7 minutos, Leandro Benítez recebeu de Hernan Rodrigo Lopez pela esquerda, avançou em velocidade e chutou cruzado para fazer Estudiantes 4x6.

Aos 9 minutos, em jogada idêntica, quem tocou foi Benítez e quem avançou foi Hernan Rodrigo Lopez, para chutar cruzado e vencer Islas: Estudiantes 5x6.

A partir daí, o time de La Plata cresceu e a equipe de Buenos Aires se desesperou, mas foi no momento em que brilhou a estrela de Daniel Islas, com duas defesas de ponta de dedo para garantir a vitória nos acréscimos.

Destaque do jogo: Daniel Cigogna. Se o jogo terminasse aos 5 minutos do primeiro tempo, o prêmio iria para Verón. Poderia também ser dado a Islas, autor de milagres em campo e de um gol de goleiro. Mas o mito merece o prêmio pelos dois golaços que fez e pela movimentação constante, o que resultou na inflamação de sua equipe em busca de uma virada.

CLASSIFICAÇÃO

1° River Plate - 20 pontos
2° Boca Juniors - 18 pontos, 32 gols pró
3° Huracán - 18 pontos, 24 gols pró
4° Independiente - 17 pontos
5° Estudiantes - 10 pontos
6° San Lorenzo - 9 pontos
7° Racing - 5 pontos

ARTILHARIA

1° Martin Palermo (Boca Juniors) e Nestor Silvera (Independiente) - 11 gols
2° Daniel Cigogna (Huracán) - 9 gols
3° Leandro Benítez (Estudiantes), Leandro Gracián (Independiente) e Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 8 gols

NOTAS RÁPIDAS

  • A vitória no Superclássico deu ao River Plate a classificação antecipada para as semifinais. A equipe de Nuñez chegou aos 20 pontos e o Estudiantes, o primeiro fora da lista de classificação, só pode chegar a 19.
  • Por outro lado, a vitória do Huracán eliminou o San Lorenzo. A equipe de Almagro, agora, só pode chegar a 16 pontos e o Independiente (o primeiro na lista de classificação) já tem 17.
  • O Estudiantes tem jogo crucial contra o River Plate no próximo fim de semana, pois sua situação é complicadíssima. A equipe de La Plata só pode chegar a 19 pontos. Nos dois jogos que lhes restam, Boca e Huracán não podem fazer mais que um ponto e o Independiente (que folga na rodada) não pode fazer mais que dois. Mesmo assim, uma derrota ou empate do Estudiantes põe um ponto final na sua arrancada rumo à classificação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!