Sábado de sol, temperatura em ascensão, céu limpo e muita polêmica em dois jogos emocionantes, que fecharam a quinta rodada do Clausura 2013. Vamos aos jogos!
RIVER PLATE 5x1 ESTUDIANTES
Duas equipes vindo de derrotas, mas situações completamente opostas. Os jogadores do River, cabisbaixos após perderem para o maior rival na rodada anterior (3x4) ainda tinham dois focos de incêndio dentro do elenco: discussões entre Gallardo e Ortega durante o jogo e entre o treinador Francescoli e seu auxiliar Blue Steel após o término da partida. Foi uma semana tensa, mas Francescoli manteve a equipe que perdeu para o Boca.
Já o Estudiantes, vindo de derrota para o Huracán (0x1), celebrava a ascensão física e técnica de sua equipe, ainda mais após o último estágio de recondicionamento feito durante a semana. Mantendo a mesma equipe desde o início do campeonato, Cristaldo começava a moldar a equipe para o restante da temporada.
E o jogo foi todo do Estudiantes. Com uma marcação eficiente, não deu espaços ao River e saiu sempre para o ataque. Mas os lances sempre acabavam em finalizações fracas de Verón e Boselli. Aos 5 minutos, o lance que começou a mudar a partida. Boselli ficou dentro da área atrapalhando Carrizo. Para chegar em uma bola, o goleiro afastou o centroavante e o juiz marcou pênalti. Verón cobrou na trave, desperdiçando sua terceira cobrança nesta temporada. A bola saiu em lateral. Ferrari cobrou para Almeyda, que tocou no meio para Gallardo. O camisa 11 avançou sem ser incomodado, invadiu a área e deu belo toque para encobrir Andujar e fazer River 1x0.
O Estudiantes continuou em cima, mas percebia que não tinha boas conclusões a gol, enquanto o River não necessitava de muito esforço para contra-atacar. Em uma delas, aos 9 minutos, Ortega avançou pela direita e tocou de calcanhar para Gallardo. O camisa 11 chutou da meia lua no ângulo, mas a bola bateu no travessão, sobrando limpa para Buonanotte tocar para o gol vazio e celebrar o segundo gol do River: 2x0.
No intervalo, Francescoli tirou Trezeguet (que aceitava a marcação passivamente) e pôs Funes Mori. Já Cristaldo tirou Angeleri e Boselli e pôs Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez.
Nem deu tempo de ver se as mudanças surtiram efeito. Na saída de bola o River trabalhou muito bem, mas chutou para fora. Andujar cobrou mal o tiro de meta, nos pés de Funes Mori. O camisa 9 recuou para Gallardo, que descobriu Buonanotte na esquerda. O camisa 30 recebeu e chutou cruzado para marcar seu segundo gol na partida com apenas um minuto de jogo: River 3x0.
Entregues, os jogadores do Estudiantes só esperavam o jogo passar e ainda viam o River tocar a bola com extrema tranquilidade. Mesmo assim, ainda viram o jogo se transformar em goleada quando Ferrari cobrou escanteio. Funes Mori desviou no primeiro pau e Gallardo apareceu no segundo para empurrar a bola para o gol: River 4x0, aos 7 minutos.
Aos 8, na única jogada bem tramada, o Estudiantes conseguiu marcar. Verón tocou para Gastón Fernandez, que inverteu jogo para Hernan Rodrigo Lopez. O camisa 13 invadiu a área e tirou Carrizo da jogada e fez Estudiantes 1x4.
No lance seguinte, uma infelicidade. Após recuperar a bola na intermediária, Marco Rojo arriscou com força. Carrizo defendeu e a bola ganhou velocidade, tocando em Hernan Rodrigo Lopez e entrando no gol do Estudiantes. O gol contra deu números finais ao confronto: River Plate 5x1.
A equipe do River não jogou bem no primeiro tempo, mas mostrou qualidade ao marcar dois gols. Depois do intervalo, melhorou e transformou a partida em goleada. Já o Estudiantes mostra que ainda tem muito trabalho pela frente...
Destaque do jogo: Marcelo Gallardo. O camisa 11 foi o dono da partida. Marcou dois gols e deu passe para outros dois, comandando o meio de campo e buscando tabelas.
SAN LORENZO 3x4 BOCA JUNIORS
O San Lorenzo foi a última das equipes que fizeram o programa de recondicionamento a entrar em campo, para fechar a rodada. Por isso, era uma incógnita. Nilson mantinha a equipe que havia jogado desde o início e torcia por uma partida iluminada de Romangoli para conseguir seu primeiro ponto na competição.
Já o Boca vinha embalado pela vitória no Superclássico e pela consagração do estilo de jogo de Paralelo. Não importa o que aconteça, o Boca vai esquentando durante o jogo. Para essa partida, o sonho de muitos torcedores se tornava realidade, pois Schelloto entrava no lugar de Palácio, suspenso após expulsão contra o River.
Por incrível que pareça, quem dominou o jogo foi o San Lorenzo. Marcando em cima e saindo em velocidade, a equipe de Almagro não deixou o Boca jogar e, novamente, contou com uma péssima partida de Riquelme.
Porém, o meio de campo estava muito congestionado, dificultando grandes armações. Mesmo assim, aos 4 minutos, um gol espírita agitou o jogo. Erviti pegou no meio e arriscou. Tinha muita gente na frente de Abbondanzieri, que não viu a bola entrar no seu canto direito. Erviti mandava a torcida do Boca se calar enquanto o San Lorenzo comemorava o 1x0.
O Boca não se intimidou e manteve o seu ritmo, tentando se organizar aos poucos, mas foi surpreendido com um duro golpe aos 7. Romagnoli recebeu pelo meio e contou com uma falha (além da marcação frouxa) de Serna. Com a área aberta à sua frente, só teve o trabalho de chutar forte e fazer San Lorenzo 2x0, enquanto batia no peito, apontava para o chão e fazia a taunt da Paloma.
Aos 8, no entanto, o Boca começou a recuperar o controle. Em linda jogada, Cagna tocou para Schelloto na direita. O camisa 13 viu Palermo se desmarcar e tocou no meio. O camisa 9 recebeu dentro da área e tirou Migliore da jogada, fazendo Boca 1x2.
O Boca viu no jogo uma chance de crescer, mas duro golpe de um jogador iluminado pôs tudo por terra novamente. Nos acréscimos do primeiro tempo o San Lorenzo recuperou uma bola na direita co, Johnathan Ferrari. O camisa 2 tocou para Buffarini, que descobriu Romagnoli livre na esquerda. Aproveitando-se de nova marcação frouxa de Serna, o camisa 10 ajeitou para o pé direito e chutou cruzado para vencer Abbondanzieri novamente, bater no peito, apontar para o chão e fazer a taunt da Paloma: San Lorenzo 3x1.
No intervalo, Nilson trocou os cansados Buffarini e Estevez por Piatti e Bordagaray. Já Paralelo, inconformado com as falhas de Serna, o tirou de campo e pôs Battaglia. Palermo passava a ser o capitão e, novamente, a genialidade de Paralelo começava a surgir...
O jogo retornou com o San Lorenzo marcando forte e tocando a bola, enquanto o Boca tentava a todo custo avançar. Foi assim até os 5 minutos, quando Guillermo Barros Schelloto viu Palermo e Basualdo atrapalhando a visão do goleiro. O camisa 13 chutou no canto onde Basualdo obstruía a visão e Migliore aceitou, engolindo um frango: Boca 2x3.
O Boca partiu para cima e o San Lorenzo se encolheu, saindo em contra-ataques quando a bola caía nos pés de Romagnoli (foram duas bolas que o camisa 10 acertou na trave). Aos 9 minutos, a equipe xeneize foi recompensada por sua luta. Riquelme recuperou no meio e tocou na esquerda para Basualdo. O camisa 11 percebeu Palermo se deslocando e fez lindo passe em profundidade que encontrou o camisa 9 livre dentro da área. Palermo chutou e empatou a partida em 3.
Na saída de bola, o lance mais polêmico do jogo. Romagnoli recebeu de Piatti e chutou. A bola bateu na trave e no chão, mas não deu para ver se antes ou depois da linha, o fato é que Abbondanzieri tirou e os jogadores do San Lorenzo protestaram. Enquanto isso, Palermo chamou a marcação e Basualdo tocou para Battaglia, que entrou livre pela direita e chutou cruzado para fazer o gol da vitória: Boca 4x3.
O San Lorenzo ainda tentou uma saída de bola, mas o juiz Wilson Neca não autorizou o último chute, o que começou uma confusão muito grande, com os jogadores partindo para cima do árbitro e polícia e seguranças entrando para proteger Wilson Neca. Foi necessária a presença do presidente da FIFUBO, Batistuta, e seu vice, Ruben Paz para fazer os jogadores do San Lorenzo deixarem o campo.
O San Lorenzo mostrou que fisicamente está recuperado, mas tecnicamente ainda dependem de um Romagnoli inspirado. Já o Boca vence a segunda por 4x3 com uma virada nos acréscimos, consagrando de vez o estilo de seu treinador.
Destaque do jogo: Leandro Romagnoli. O camisa 10 do San Lorenzo estava inspirado. 2 gols, 3 bolas na trave e mais alguns chutes que Abbondanzieri defendeu bem. Paloma foi homenageada com os gols e uma luta constante de alguém que se multiplicou em campo.
CLASSIFICAÇÃO
1° Boca Juniors - 12 pontos, 17 gols pró
2° Huracán - 12 pontos, 11 gols pró
3° River Plate - 9 pontos
4° Independiente - 6 pontos
5° Racing - 4 pontos
6° Estudiantes - 1 ponto
7° San Lorenzo - 0 ponto
ARTILHARIA
1° Martin Palermo (Boca Juniors) - 6 gols
2° Daniel Cigogna (Huracán) - 5 gols
3° Nestor Silvera (Independiente), David Trezeguet (River Plate), Leandro Romagnoli (San Lorenzo) - 4 gols
NOTAS RÁPIDAS
- Após o jogo, o San Lorenzo entrou com representação no TJB contra o árbitro Wilson Neca e o auxiliar, Promotor Corregedor, por conta da bola que supostamente teria entrado. Por 2 votos a 1 os auditores do TJB rejeitaram uma suspensão da dupla, mas condenaram os dois a pagar uma multa de 6 mil e 600 reais. A dupla recorre, alegando que foram inocentados do lance. Novo julgamento ainda será feito.
- Também será realizado julgamento contra o árbitro Pedro Carlos Bregalda e o seu auxiliar, Defensor, por conta de irregularidades na súmula do jogo River Plate 5x1 San Lorenzo
- O milestone da rodada fica por conta dos atletas do River Plate Marcelo Gallardo (que chegou a 20 gols na carreira com o primeiro marcado contra o Estudiantes) e Diego Buonanotte (que chegou a 10 na carreira com os dois que marcou contra o EstudianteS) e para o atleta do San Lorenzo, Leandro Romagnoli que, com o seu primeiro gol contra o Boca, chegou a 20 na carreira.
- Com a crise técnica por que passam San Lorenzo, Huracán e Estudiantes, nova e radical mudança deve ser feita e os botões devem ser enviados para Petrópolis para ajuste de bainha. Se isso acontecer, o campeonato deve parar por uma ou duas semanas. A conferir.
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