domingo, 16 de setembro de 2012

Copa 27 - Finais e despedida

Neste domingo, 16/09/2012, uma rodada tripla decidiu a colocação final da Copa 27. De quebra, foi a última vez que a Estrada de Itacoatiara 333 viu uma partida de futebol de botão. No próximo sábado, estarei me casando e mudando e, por isso, o domingo foi de despedidas. Vamos começar pelos jogos.

AD NITERÓI 1x3 IMPERATRIZ
Começamos pela disputa do quinto lugar. O ADN empatou com o Byron (1x1) e perdeu para o Rio Cricket (2x4) e vinha para o jogo pensando em preparar o time para futuras competições. A equipe entrou em campo com 1. Khan; 2. Flávio, 3. Manoelzinho, 4. Jorge Luis, 6. Kleber; 5. Zé Ricardo, 8. Dejair, 11. Carango, 10.  Bismarck (c); 9. Tuca, 7. Hernande.

O Imperatriz, de campanha decepcionante - perdeu para Figueira (1x2) e Canto do Rio (1x3) - passa por reformulação.

Após reparar que os jogadores que defendiam sua equipe no campeonato não tinham condições de acompanhar o tipo de botões utilizados pelas outras equipes, o treinador Dircys se reuniu com a diretoria e traçou um perfil da equipe que pretende levar a campo daqui para a frente. A base (99%) é vascaína. Porém, somente 6 jogadores já foram contratados. São eles o zagueiro Anderson Martins, o lateral esquerdo Edu Pina, os meiocampistas Nilton (que será o capitão) e Jeferson e os atacantes Eder Luis e Alecsandro. Como o treinador já tinha adiantado que ia colocar os reservas que não tinham entrado em campo, ele resolveu completá-los no time dos novos contratados.

Assim, a equipe foi a campo com 1. Americano; 4. Brasileiro, 3. Aremithas Saudita, 25. Anderson Martins, 2. Edu Pina; 5. Nilton (c), 31. Ronald de Boer, 11. Jeferson; 7. Eder Luis, 9. Alecsandro, 21. Romário.

Equipes posicionadas. À esquerda, o AD Niterói; à direita e com a saída de bola, o Imperatriz

Assim sendo, a bola rolou e logo nos primeiros toques já ficou claro que os novos contratados do Imperatriz darão um caldo. Jeferson rolou uma bola belíssima para Alecsandro, que chutou por cima.

O Imperatriz continuou dominando e encontrou seu gol na sequência. Zé Ricardo tentou alcançar a bola que Khan lhe rolou e derrubou Alecsandro. Jeferson cobrou a falta com perfeição, encobrindo a barreira e fazendo Imperatriz 1x0, logo a 1 minuto.

O gol desnorteou o ADN e fez o Imperatriz dominar a partida. Desperdiçando chances com Alecsandro, Romário e Anderson Martins (que apóia o ataque com perfeição), o Imperatriz mostrava que o segundo gol era questão de tempo. E assim foi: aos 4 minutos, Brasileiro cobrou lateral para Eder Luis, que fez igual a Euller, trazendo a bola para o meio e chutando por cobertura. O treinador, Dircys, aplaudiu entusiasmado ao ver que o legado Euller continuará.

O Imperatriz continuou dominando, mas levou um gol aos 9 minutos. Carango recebeu de Flávio, avançou pelo buraco deixado por Anderson Martins e chutou forte da entrada da área: 1x2.

No intervalo, o ADN trocou Dejair por Dodoquinha; Imperatriz trocou Ronald de Boer e Romário por Allan Delon e Basílio.

E assim o jogo foi rolando, sem maiores surpresas. O ADN não conseguia organizar jogadas de perigo e o Imperatriz administrava, tocando a bola. Mesmo assim, aos 7 minutos, confirmou o quinto lugar, quando Jeferson rolou para Alecsandro chutar de primeira dentro da área e tirar Khan da jogada: 3x1.

FIGUEIRA 4x1 RIO CRICKET
O jogo seguinte foi a disputa de terceiro e quarto lugares. O Figueira, perdeu para Canto do Rio (1x2) e venceu o Imperatriz (2x1) no grupo B, caindo nas semifinais ante o Byron (0x2). A equipe entrava em campo determinada a vencer e acabar com a síndrome de quarta força. Para o jogo, Seu Pinheiro mandou a campo a seguinte escalação: 1. Quase Nada; 2. Lamparina, 3. Dondinho, 4. Meio Copo (c), 6. Esquerdinha; 5. Cabo Frio, 8. Taíco, 10. Canelinha, 9. Carlos; 7. Naldinho, 11. Zequinha.

Já o Rio Cricket, no grupo A, perdeu para o Byron (1x2) e venceu o AD Niterói (4x2), caindo vergonhosamente ante o Canto do Rio nas semifinais (0x5). A equipe, com problemas internos, tentava se firmar e acabar com as brigas. Para isso, Tripa Seca mandou a campo a seguinte equipe: 1. Capa Preta; 2. Valdetário, 3. Jair Marinho, 4. Catinga, 6. Daniel; 5. Celinho, 8. Zanata, 9. Fábio Augusto, 10. Eduardo Cachaça; 7. Luisinho Lemos (c), 11. Caio Cambalhota.

À esquerda, o Figueira; à direita e com a saída de bola, o Rio Cricket
A bola nem bem rolou e o Rio Cricket já abriu o marcador. Fabio Augusto entrou na área com a bola dominada e foi derrubado por Quase Nada. Pênalti que Luisinho Lemos cobrou com cavadinha e fez Rio Cricket 1x0.

O Figueira tomou um susto, mas foi se arrumando em campo. Com um esquema de jogo em que os dois atacantes jogam abertos pelas pontas e os armadores procuram o jogo pelas laterais, tiveram dificuldades para fazer a bola chegar lá. Mas quando conseguiram... aos 3 minutos, Canelinha tocou para Carlos, que fez belo passe em profundidade para Naldinho. O camisa 7 entrou na area e tocou na saída de Capa Preta, que engoliu um frango:1x1.

No intervalo, Seu Pinheiro tirou Esquerdinha e Taíco e colocou Natalino e Zezinho; já o Rio Cricket mudou com Valdetário e Catinga dando lugar a Sodré e Nico. Fábio Augusto ia para a lateral direita e Nico ia para a armação.

A mudança que fez resultado foi a do Figueira, que passou a dominar o jogo. A virada veio aos 3 minutos, em lance polêmico. Zequinha entrou pela direita e chutou. Capa Preta se atrapalhou e tirou a bola de dentro do gol, confirmado pelo árbitro Juan Carlos Loustau: Figueira 2x1. Os jogadores do Rio Cricket cercaram o árbitro, mas a polícia rapidamente isolou o tumulto.

A reclamação aumentou o nervosismo do Rio Cricket e diminuiu a qualidade no toque de bola. Aos 6 minutos, após errar um passe, o time viu o Figueira chegar ao terceiro gol. Dondinho tocou para Naldinho, que trouxe da  ponta para o meio e chutou fraco. Capa Preta engoliu outro frango e a distância aumentou: 3x1.

O Rio Cricket teve a oportunidade de descontar aos 8 minutos, quando Quase Nada derrubou Caio Cambalhota na área, mas Luisinho Lemos cobrou o penal para fora, isolando por cima do gol. O castigo veio no minuto seguinte, quando um contra-ataque de Canelinha encontrou Naldinho livre na área para tirar o goleiro e dar números finais ao confronto: 4x1.

CANTO DO RIO 2x2 BYRON
E chegamos à grande final! Donos do melhor futebol, Canto do Rio e Byron apenas fizeram justiça chegando na decisão do torneio.
O Canto do Rio, que venceu todos os seus jogos - 2x1 no Figueira, 3x1 no Imperatriz e 5x0 no Rio Cricket - vinha a campo a fim de confirmar a condição de gigante do futebol niteroiense. Para tal, a equipe formou com 1. Sidimar; 2. Márcio, 3. Alcides, 4. Fernando (c), 6. Lilico; 5. Arquibaldo, 7. Quirino, 8. Dionísio, 10. Leanderson; 9. Geraldino Neto, 11. Dondom IV.

O Byron, também de campanha invicta - 2x1 no Rio Cricket, 1x1 com o AD Niterói e 2x0 no Figueira - veio com a proposta de mostrar que também é grande no município e, com uma aplicação tática e marcação fortes, queria surpreender o favorito. O time foi a campo com 1. Higuita; 2. Calcinha, 3. Talhadeira (c), 4. Bomba, 6. Orlando; 5. Valter, 8. Jorge, 7. Almir, 10. Miguel; 9. Gonçalo, 11. Toninho.

À esquerda, o Canto do Rio; à direita, com a saída de bola, o Byron.
Quando a bola rolou, o  Byron tomou a iniciativa. Logo a um minuto, Jorge lançou Gonçalo dentro da área, mas o centroavante perdeu a chance. O Canto do Rio ficou preso á marcação dos jogadores do Byron e não conseguiu passar do meio de campo.

Aos 2 minutos, a justiça se fez no placar. Miguel recebeu no meio e tocou para Gonçalo. Arquibaldo veio na marcação e levou desmoralizante drible. Com isso, Gonçalo entrou na área e chutou alto na saída de Sidimar: Byron 1x0.

O Byron continuou dominando. Leanderson era marcado por Miguel e não conseguia municiar Geraldino Neto e Dondom IV. Mas, aos 9 minutos, um lance poderia ter mudado o destino da partida. Dondom IV invadiu a área, tentou driblar Higuita, mas foi derrubado. Geraldino Neto cobrou o penal, mas mandou na trave e o primeiro tempo terminou com Byron 1x0.

No intervalo, o Byron colocou Didi e Padrone nos lugares de Calcinha e Toninho. O Canto do Rio mudou também: saíram Dionísio e Alcides, entraram Mozart e Serafim.

O Byron continuou dominando, mas o Canto do Rio surpreendeu aos 4 minutos. Na única vez em que teve liberdade para trabalhar, Leanderson avançou livre pelo meio e tocou para Geraldino Neto invadir a área e tirar Higuita da jogada: 1x1.

O gol não dava justiça ao que acontecia em campo, tamanha a superioridade do Byron, mas dava justiça ao que as equipes fizeram no campeonato. Como o campeonato era decidido naquele campo, a justiça teve que se refazer. Aos 7 minutos, Jorge tocou para Gonçalo, que inverteu o jogo e encontrou Padrone livre na esquerda. O camisa 19 invadiu a área e chutou forte para vencer Sidimar e fazer Byron 2x1.

Quando os jogadores do Byron já pediam o fim do jogo para celebrar o título, o Canto do Rio tirou um coelho da cartola. No último lance do jogo, já nos acréscimos, Serafim passou do meio de campo e chutou forte. A bola foi rasteira e entrou no cantinho do goleiro Higuita, dando números finais ao jogo: 2x2. Com isso, a partida teria que ser disputada nos pênaltis.

Do lado do Canto do Rio, Geraldino Neto e Quirino mandaram nas mãos de Higuita, com Dondom IV e Fernando convertendo suas cobranças; do lado do Byron, Gonçalo cobrou na trave e Miguel bateu para uma defesaça de Sidimar; com Jorge e Bomba fazendo os gols. Na quinta e última série de cobranças, Almir converteu para o Byron e Leanderson isolou a última cobrança do jogo, dando a vitória e o título para o Byron.

BYRON CAMPEÃO DA COPA 27
Os jogadores celebraram muito a conquista da Copa 27, mesmo sem uma taça para celebrar (era um torneio simbólico), enquanto que os do Canto do Rio lamentavam o azar nas cobranças penais. Naldinho, do Figueira, foi o artilheiro do torneio com 5 gols.

DESPEDIDA DO ITAQUÁ DOME
O título é meio sensacionalista. Na verdade, a despedida é do local onde fica o Itaquá Dome. O endereço da Estrada de Itacoatiara 333 não receberá mais jogos de futebol de botão, mas o Itaquá Dome e o Imperatriz Arena continuarão recebendo partidas de futebol de botão e Subbuteo, no novo endereço: Rua das Rosas 16.

E emoção é grande, pois são 22 anos de histórias, partidas e momentos memoráveis. Dos 27 anos que vivi nesta casa, 22 foram jogando botão. Começou em 1990, quando Vasco e Seleção Brasileira fizeram a primeira partida no antigo Estádio Estrelão. Desde então, os anos foram passando e as partidas foram despertando o público. Os botões panelinha, de camisa, de papelaria, de loja, resinados, argolados e feitos em casa desfilaram nos estádios, no chão, na mesa nua, empurrando as bolinhas de disco, dadinho e feltro para as traves de plástico, filó e arame. O que era uma brincadeira de criança evoluiu para passatempo e "esporte oficial".

Para finalizar este processo, foram chamados os 4 botões mais antigos, todos do Imperatriz: os beques São Paulo e Quiñonez e os atacantes Bolinha de Ouro e Brasil. Nesta ordem, cada um fez um gol, cabendo a Brasil (eterno capitão e presidente do Imperatriz FB) a honra de marcar o último gol do futebol de botão neste endereço.

Após isso, o estádio foi fechado e aguarda para ser transportado ao novo endereço onde, espero, ainda receberá muitas e muitas partidas.

Aqui fica meu muito obrigado, de coração, aos meus pais, irmão e amigos que me ajudaram a fazer deste cantinho o melhor local para a prática do futebol de botão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!