Chegamos ao último mês de competições na temporada. Outubro traz o encerramento do calendário, mas não deixou de ter emoção. Vamos ver como foram as últimas corridas de 2024!
SETTIMANA CICLÍSTICA INTERNAZIONALE
O
décimo e último mês de competições da LMC começou com o auge da
festa italiana do ciclismo. A Settimana Ciclística Internazionale é
o momento mais aguardado do ciclismo naquele país, mais até do que
o Giro D’Italia, o Tirreno Adriático e as Clássicas Monumento,
pois é mais uma despedida do calendário esportivo italiano do que
uma competição em si. Recheado de subidas que são ficando mais
inclinadas a cada etapa (na etapa 2, são 5 e 6% de inclinação; na
etapa 3, 7 e 8%, na etapa 4, 8 e 9%; e, nas duas últimas etapas,
inclinações de até 12% para decidir os campeões geral e de
montanha), é mais voltada para os ciclistas por etapas e os
escaladores.
O
contra relógio de abertura (única etapa plana), foi disputado no
dia 03, nublado e frio, e foi vencido pelo argentino Francisco
Chamorro (Credite Agricole), segundo em 2019 e terceiro em 2020. Em
segundo ficou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e, em
terceiro, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep).
No
dia 09, uma quarta-feira chuvosa e de temperatura amena, os ciclistas
partiram para a Etapa Rainha com subidas que nunca ficavam abaixo dos
10%. Com a disputa pelos títulos do geral e de montanha em aberto,
tudo pode acontecer. Isso significava que apenas 5 dos 37 ciclistas
restantes não tinham chances de título.
Para
trazer mais emoção à última corrida, Michele Scarponi, um dos
líderes da competição, começava com menos 6 pontos de esforço,
assim como Filippo Ganna, fruto de uma punição por conta do
envolvimento na queda de Oscar Pereiro Sio, na quinta etapa.
Após
a metade da prova, quando acabaram as metas volante, 7 ciclistas se
mantinham com chances de título, deixando a competição mais
emocionante ainda. No final, dois ciclistas estavam com uma distância
enorme para os demais, mostrando que a vitória ficaria entre eles e,
para delírio do público local, Domenico Pozzovivo estava lá,
disputando com André Greipel, montanhista contra sprinter, se
Pozzovivo vencesse, seria o campeão.
Mas
o italiano da AG2R não teve pernas, ao contrário do alemão da
Lotto Belisol, que continuou acelerando para vencer a prova com
sobras, deixando a decepção de Pozzovivo com o segundo lugar. Em
terceiro chegou o vencedor de 2023, o espanhol Alberto Contador
(Astana).
Com
esses resultados, Peter Sagan precisava apenas do quinto lugar para
ser campeão, mas chegou em sexto e passou a depender do TCB, que
julgaria Sylvain Chavanel (que chegara em quarto) e Mathieu Van Der
Poel (sétimo) pela queda de Bradley Wiggins. O Tribunal não quis
polemizar e puniu os atletas com a perda de dois pontos de esforço,
que não poderiam ser cumpridos porque a competição já acabou.
Assim,
nada mudou entre os líderes. Tom Dumoulin e Michele Scarponi
permaneceram empatados e o título precisou ser decidido segundo o
item 5 do Regulamento Geral de Competições da LMC, que diz que, em
caso de empate ao final de uma competição, o campeão (e somente o
campeão) será aquele que tiver mais vitórias; persistindo o
empate, o que tiver mais segundos lugares e, com a permanência do
empate, aquele que chegar mais vezes em terceiro. Esgotados esses
critérios, o título é dividido. Mas não foi o caso aqui, pois
Michele Scarponi venceu a quarta etapa e Dumoulin, não teve nenhuma
vitória.
Assim,
para delírio do público local, Michele Scarponi (Lampre) dá à
Itália o primeiro título na Settimana Ciclística Internazionale e
interrompe uma sequência de 3 títulos seguidos da Bélgica.
A
emocionante prova final foi o desfecho de ouro para uma competição
incrível. A grande festa italiana do ciclismo coroou um italiano no
lugar mais alto do pódio. Scarponi conquista seu primeiro título no
ano e o segundo na LMC. Os italianos tiveram uma montanha russa de
emoções ao verem Scarponi ser campeão e só não irem ao pódio na
primeira etapa, terminando a competição com uma vitória, três
segundos lugares e um terceiro lugar. Mas experimentaram as decepções
de verem Domenico Pozzovivo perder na montanha para um sprinter e
deixar o título escapar, fora os abandonos de Damiano Cunego e Fabio
Aru (foram 5 abandonos, no total). Nada que abalasse o prestígio da
Settimana.
Se
o título geral escapou por um ponto, o ponto conquistado com o sexto
lugar foi o suficiente para Peter Sagan se sagrar campeão de
montanha, seu primeiro título no ano e o terceiro na LMC.
Após
a Settimana Ciclística Internazionale, Oscar Freire permanece na
liderança do ranking, com 179 pontos, sacramentando de vez o título
da LMC 2024.
GP DI INDUSTRIA LARCIANO
No
dia 10, a Toscana celebrava o fim da festa italiana do ciclismo com o
GP di Industria Larciano, disputado no sistema criterium, quase
totalmente plano, à exceção de uma subida de 10% na metade do
circuito.
Disputada
em um dia frio e de chuva fina, a prova foi de nível excelente.
Mesclando festa com alguns ataques, o pelotão sempre se reagrupava,
preparando uma grande chegada em sprint. No final, quem se deu melhor
foi o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma), que superou os
demais e terminou com a vitória. Em segundo chegou o belga Axel
Merckx (T-Mobile), terceiro no ano passado, que superou uma queda na
última volta para ir ao pódio. Em terceiro chegou o colombiano
Nairo Quintana (Movistar), vencedor em 2023 e terceiro em 2022. O
nível técnico foi altíssimo e todos os ciclistas completaram a
corrida.
Após
o GP di Industria Larciano, Bryan Coquard segue na liderança do
ranking independente, com 90 pontos. O francês da Cofidis vai
decidir com Nairo Quintana o campeão do Circuito Independente na
última prova do calendário ciclístico da LMC.
TOUR DE HOGWARTS
No
dia 11, os 52 ciclistas da LMC se encontraram em Kings Cross, na
plataforma 9¾, para pegar o Expresso de Hogwarts com destino à
estação de Hogsmeade. Lá, os ciclistas do calendário rumaram para
o Tour de Hogwarts, onde ocorre a magia do ciclismo. Disputado nas
dependências da famosa escola de magia e bruxaria, o Tour é
composto por quatro clássicas independentes, cada uma representando
uma Casa da escola. A tabela de pontuação é diferente das normais
do circuito, ou seja, sem metas volante em disputa. Quem somar mais
pontos nas quatro corridas é o campeão. Vamos ver como foram as
provas, Casa a Casa.
CORVINAL
Para
representar a Casa cujo elemento é o ar e tem como características
a ousadia e a sagacidade, uma etapa de montanha, com subidas variando
de 8 a 10% de inclinação, e um dia de muito nevoeiro, típica manhã
escocesa.
A
prova foi de altíssimo nível, com o pelotão surpreendendo e
andando junto nas montanhas, apesar de tentativas de ataque aqui e
acolá, com uma alta velocidade. No final, um grupo numeroso de
ciclistas se encontrava na parte da frente, como se fosse disputar um
sprint para cima. Na metade da subida, o eslovaco Peter Sagan (Bora)
resolveu atacar. Bem posicionado a prova inteira, soube aproveitar o
momento e venceu a corrida de Corvinal. A alguma distância chegou o
norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), o segundo colocado, e, em
terceiro, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R).
Após
esta corrida espetacular e sem abandonos, Peter Sagan lidera o Tour
de Hogwarts.
LUFA-LUFA
Com
a terra como elemento e a aceitação e a cooperação como
características, a Casa de Lufa-Lufa traz uma corrida que passa por
belos canteiros de flores e muita vegetação, com uma subida de 6%
logo no início e outra de 8% antes da chegada em sprint.
Disputada
em um dia de sol e temperatura agradável, a corrida teve um nível
técnico muito bom, apesar de sereno. Logo cedo, Chris Froome buscou
ficar na frente do pelotão e partir em fuga. De vez em quando, um
ciclista chegava junto, mas ninguém conseguia manter o ritmo e,
assim, o inglês da Sky venceu praticamente de ponta a ponta. Em
segundo chegou o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) e, em
terceiro, o espanhol Alberto Contador (Astana).
Em
mais uma corrida sem abandonos, Peter Sagan chegou em quarto e
manteve a liderança do Tour de Hogwarts.
SONSERINA
A
Casa, que tem como elemento a água e, como características, a
astúcia e o alcance dos objetivos a qualquer custo, trouxe uma
típica clássica de primavera, com pendentes curtas e acentuadas,
muita lama e temidos trechos de pavê.
Disputada
em um dia cinzento e de muito vento, bem ao feitio de Sonserina, a
corrida foi de um nível técnico excelente e pura emoção. Primoz
Roglic saiu em fuga logo cedo e manteve um ritmo alto, mas o pelotão
estava totalmente concentrado, marcando-o a uma distância segura.
Porém, na reta final, o esloveno da Imperatriz não diminuiu o ritmo
e o pelotão não conseguiu alcançá-lo. Assim, Roglic conseguiu a
vitória, enquanto os outros 39 ciclistas vinham atrás, em um sprint
não visto até aqui na LMC. Em uma excelente corrida de recuperação,
o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) conseguiu a segunda posição.
Ainda em busca da primeira vitória do ano, Cavendish se esforçou ao
máximo. Curiosamente, sua última vitória foi há um ano, na
corrida de Grifinória. Em terceiro chegou o suíço Fabian
Cancellara (Saxo Bank), que também havia sido terceiro aqui em 2021.
Na
melhor prova do Tour de Hogwarts 2024 e uma das melhores do ano,
todos os ciclistas completaram. Peter Sagan se mantém na liderança.
GRIFINÓRIA
Fechando
a competição, no dia 15, a corrida que presta tributo à Casa cujo
elemento é o fogo e que tem como características a nobreza e a
determinação. Dessa forma, teríamos uma prova para os sprinters,
mas com uma difícil subida de 12% no meio do traçado, com 10
ciclistas na disputa do título, em um dia de céu azul e vento muito
forte.
Como
esperado, o vento produziu abanicos, quebrando o pelotão em vários
grupos, que pedalavam forte para tentar alcançar o grupo da frente e
se afastar mais do grupo de trás. Isso fez da prova uma interessante
disputa de gato e rato, que se manteve assim até a linha de chegada.
No final, quatro ciclistas dispararam na disputa pela vitória e esta
coube ao italiano Danilo Di Luca (Liquigás), com o norte americano
Lance Armstrong (USPS) em segundo e o holandês Mathieu Van Der Poel
(Corendon Circus) em quarto.
Mas
o que importou mesmo foi o terceiro colocado, que foi o inglês Chris
Froome (Sky). Bem posicionado, soube segurar o sprint de Van Der Poel
e completou o pódio, conseguindo os pontos necessários para se
tornar campeão do Tour de Hogwarts 2024, já que o então líder
(Peter Sagan) correu muito mal, esteve sempre entre o penúltimo e o
último lugares, teve problemas mecânicos na linha de chegada e
cruzou na trigésima nona e penúltima posição, em mais uma corrida
em que todos completaram.
Com
uma vitória em Lufa-Lufa e um terceiro lugar em Grifinória, Froome
superou Sagan em um ponto para se tornar o primeiro a conquistar o
Tour de Hogwarts duas vezes, já que também conquistara a primeira
edição, em 2021, empatado com Frank Schleck e Michele Scarponi.
Este foi o seu quarto título no ano e o oitavo na LMC, coroando uma
excelente temporada, em que venceu o Tour de France (tanto no GC
quanto na montanha), a Vuelta a España e a última competição do
ranking.
OSCAR FREIRE CAMPEÃO DA LMC 2024
Após
o Tour de Hogwarts, não teremos mais pontos em disputa. Assim, Oscar
Freire se sagra campeão da LMC em 2024, com 179 pontos. O
vice-campeão foi Frank Schleck, com 162 pontos, e o terceiro foi
Luciano Pagliarini, com 138 pontos. Schleck liderou o ano inteiro, à
exceção dos meses de janeiro (que só teve a Real Liga de Ciclismo
e foi vencida por Thor Hushovd), maio (quando Luciano Pagliarini o
jogou para a segunda posição) e setembro (quando Oscar Freire
assumiu a liderança e conquistou o título). Foi um ano espetacular
do luxemburguês da Saxo Bank, mas a conquista de três títulos na
temporada (Criterium du Dauphiné, Tour da Suíça e o mais
importante, o Giro D’Italia), o vice-campeonato na Vuelta a España
e um bom desempenho no Tour de France deram ao espanhol da Rabobank a
arrancada necessária para se sagrar campeão.
Este
foi o quarto título de Oscar Freire no ano, o quinto na LMC e o
primeiro de campeão da LMC. Curiosamente, é o sexto campeão
diferente, de um país diferente. Em 2019, o campeão foi Bauke
Mollema (Holanda); em 2020, Danilo Di Luca (Itália); em 2021, Primoz
Roglic (Eslovênia); em 2022, Julian Alaphilippe (França); em 2023,
Marcel Kittel (Alemanha).
Os
oito primeiros colocados do ranking se classificaram para o Rock &
Roll Racing. São eles Oscar Freire, Frank Schleck, Luciano
Pagliarini, Chris Froome, Romain Bardet, Julian Alaphilippe, Murilo
Fischer e Marcel Kittel. Brasil e França terão 2 representantes,
cada. Os outros 4 são de Espanha, Luxemburgo, Inglaterra e Alemanha.
No
dia 16, os ciclistas independentes se encontraram no povoado bruxo de
Hogsmeade, para o GP que encerra o calendário ciclístico da LMC que
conta pontos para o ranking. A prova começa e termina no plano, mas
tem duas montanhas (com 7 e 8% de inclinação) e um trecho de pavê
no meio, para dar alguma emoção, em um lindo dia de céu azul e
temperatura agradável.
Houve
uma tentativa de fuga desde cedo e, embora o pelotão controlasse a
uma distância segura, a fuga parecia que ia vingar, pois havia
cooperação entre os dois ciclistas, em um ritmo alto. Mas só
parecia que ia vingar, já que o pelotão conseguiu alcançá-los,
preparando uma grande chegada em sprint.
E
foi com essa emoção de bicicletas indo ao limite que Vinícius
Rangel conseguiu cruzar a linha de chegada na primeira colocação.
Curiosamente, o ciclista da Imperatriz venceu a primeira prova
independente do ano (Troféu do Papa) e a última (GP de Hogsmeade).
Em segundo lugar, chegou o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma). Em
terceiro, completando a dobradinha brasileira no pódio, chegou Magno
Nazaret (Vasco da Gama), terceiro em 2022 e segundo em 2023.
BRYAN
COQUARD CAMPEÃO DO CIRCUITO INDEPENDENTE 2024
Apenas
dois ciclistas ainda tinham chances de levar o título independente.
Bryan Coquard liderava e o vice-líder, Nairo Quintana, precisava de
um terceiro lugar para ficar com o título. Mas os dois chegaram
juntos, respectivamente em sétimo e oitavo lugar. Assim, o francês
da Cofidis conquista o título, seu primeiro do Circuito Independente
e o segundo na LMC. O colombiano da Movistar estava ameaçado de
perder o vice-campeonato para seu compatriota da Ineos, Egan Bernal,
mas este chegou em quarto e não conseguiu os pontos suficientes para
levar a segunda vaga para o Rock & Roll Racing. Assim, Bryan
Coquard e Nairo Quintana serão os representantes do Circuito
Independente na competição.
O francês Bryan Coquard, no pódio com o seu troféu de campeão do Circuito Independente 2024. |
ROCK & ROLL RACING
No
dia 17, os oito melhores colocados do ranking da LMC e os dois
melhores do Circuito Independente se encontraram nos Estados Unidos
para a disputa do Rock & Roll Racing. A competição é uma
espécie de copa dos campeões do ciclismo e é disputada em duas
etapas, cada uma homenageando um modelo icônico de guitarra (tanto
que os troféus são réplicas em prata dessas guitarras) e, ao
final, o campeão leva o Grammy de Prata. Disputaram a competição
em 2024, Oscar Freire, Frank Schleck, Luciano Pagliarini, Chris
Froome, Marcel Kittel, Romain Bardet, Julian Alaphilippe, Murilo
Fischer, Bryan Coquard e Nairo Quintana. Com 3 franceses, 2
brasileiros, 1 espanhol, 1 luxemburguês, 1 inglês, 1 alemão e 1
colombiano, a competição tinha tudo para ser icônica. Vamos ver se
foi mesmo!
FENDER
A
prova, que homenageia o modelo Stratocaster, foi disputada em
Scottsdale, Arizona. Uma etapa de montanha, começando com 9% de
inclinação e o final com subidas de 7, 6 e 10%.
Disputada
em um dia de céu azul e temperatura agradável, a prova contou com
uma fuga numerosa e um grupeto de ciclistas que sofreram com o
terreno inclinado. Quatro conseguiram arrancar uma boa vantagem para
os demais e logo ficou claro que a vitória seria disputada entre
eles. O que ninguém esperava era uma dobradinha francesa logo de
cara, com Romain Bardet (AG2R) em primeiro e Julian Alaphilippe
(Quickstep) em segundo. Na emocionante disputa pelo terceiro lugar, o
alemão Marcel Kittel (Katusha), vencedor em 2022, levou a melhor
sobre o colombiano Nairo Quintana (Movistar). Apesar do sofrimento de
alguns, todos conseguiram completar a corrida.
GIBSON
Homenageando
o modelo ES, a corrida foi disputada em Nashville, Tennessee.
Totalmente plana (à exceção de uma subida de 5% após a metade),
era uma prova para os sprinters, disputada em um dia de sol entre
nuvens e temperatura agradável.
No
início, os ciclistas se organizaram em um pelotão, que ia esticando
conforme a velocidade aumentava. Ao perceber isso, Murilo Fischer
buscou uma fuga, esticando ainda mais o pelotão, que tentava em vão
alcançá-lo. Assim, o brasileiro da Française De Jeux ganhou com
uma sobra incrível para os demais, que alinharam para uma disputa em
sprint. Dessa forma, os especialistas levaram vantagem, com o francês
Bryan Coquard (Cofidis) em segundo e o alemão Marcel Kittel
(Katusha) em terceiro. Todos os ciclistas completaram a prova.
Se
Kittel tivesse conseguido o segundo lugar, se sagraria campeão, mas
isso não aconteceu, então o título foi dividido entre os
vencedores das duas provas. Assim, Romain Bardet e Murilo Fischer
conquistam o Rock & Roll Racing 2024. Para Bardet, foi o segundo
título na temporada e o décimo primeiro na LMC. Murilo Fischer
conquistou seu segundo título no ano e o oitavo na LMC.
O Rock & Roll Racing foi excelente, com duas corridas de nível altíssimo, nenhum abandono e muita emoção para o público que o acompanhou. Mas foi, principalmente, a festa francesa. Os ciclistas do país conquistaram uma vitória e dois segundos lugares, além do título. E as equipes francesas foram além, com duas vitórias, dois segundos lugares e o título, já que Murilo Fischer também corre por uma equipe daquele país.
Os vencedores do Rock & Roll Racing 2024. À esquerda, o francês Romain Bardet (AG2R); à esquerda, com a Gibson de Prata, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ). Entre eles, o Grammy de Prata de campeão. |
EDDY MERCKX CHALLENGE
No
sábado, 19, a cidade natal da maior lenda do ciclismo em todos os
tempos, Meensel-Kiezegem, no Brabante Flamengo, Flandres (região
central da Bélgica), sediou a segunda edição do Eddy Merckx
Challenge. Disputada em uma típica clássica belga, com pendentes
curtas e acentuadas, pavê e muros antes da chegada em sprint, é
ideal para o seu propósito, onde o presidente da LMC volta a se
tornar atleta e desafia 9 ciclistas na tentativa de superá-lo.
A
edição 2024 teve, além do próprio Eddy Merckx e seu filho Axel
(campeão mundial nesse ano), os ciclistas Oscar Freire (campeão do
Giro D’Italia, vice da Vuelta a España e campeão da LMC), Mark
Cavendish (em busca de sua primeira vitória na temporada), Chris
Froome (campeão do Tour de France e da Vuelta a España), Primoz
Roglic (convidado para tentar salvar a temporada da Imperatriz),
Remco Evenepoel (convidado para tentar salvar a péssima temporada e
para termos mais um belga na corrida), Bryan Coquard (campeão do
Circuito Independente 2024), Tadej Pogacar (convidado para tentar
salvar a péssima temporada) e Egan Bernal (vencedor do Challenge de
2023).
A
chuva fina que caiu em vários trechos trouxe a lama característica
desse tipo de clássica belga. E o que se viu foi uma prova
espetacular, com a dignidade exata para finalizar a temporada. Salvo
raras exceções, os ciclistas andaram próximos, aguardando a
chegada ao muro, onde os ataques começariam a definir o destino da
corrida. Foi justamente ali que se preparou uma chegada das mais
espetaculares, com 3 ciclistas disputando a vitória. Dois deles
tomaram a dianteira, aumentando ainda mais a emoção, pois se um
vencesse, conquistaria o bicampeonato; se o outro vencesse, seria a
primeira vez na temporada.
E
foi nesse clima de magia que o inglês Mark Cavendish (T-Mobile)
conseguiu superar Egan Bernal para conquistar sua primeira vitória
em mais de um ano. Ao colombiano da Ineos restou o segundo lugar e a
incrível marca de uma vitória e um segundo em duas edições da
competição. Em terceiro, também emocionando o público, chegou o
esloveno Tadej Pogacar (UAE).
Do
lado das decepções, o anfitrião não foi nem sombra da lenda do
ciclismo que é. Eddy Merckx jamais conseguiu se aproximar dos
demais, cruzando a linha de chegada em nono e último, muito depois
da corrida ter se encerrado. Foi nono e último porque a maior
decepção foi outro belga, Remco Evenepoel, que abandonou na metade
da prova e finalizou de forma melancólica uma temporada terrível.
A
vitória de Mark Cavendish faz a LMC encerrar seu ano com todos os
ciclistas subindo ao lugar mais alto do pódio, além de ser seu
primeiro título desde 2022. Agora, Cavendish tem 8 títulos na LMC.
RANKING
1º Oscar Freire (Rabobank) - 179 pontos;
2º Frank Schleck (Saxo Bank) - 162 pontos;
3º Luciano Pagliarini (Saunier Duval) - 138 pontos.
RANKING INDEPENDENTE
1º Bryan Coquard (Cofidis) - 90 pontos;
2º Nairo Quintana (Movistar) - 86 pontos;
3º Egan Bernal (Ineos) - 82 pontos.
NOTAS RÁPIDAS
- Após o Eddy Merckx Challenge, a LMC encerra seu calendário de 2024. Se houver mais provas agora, serão esporádicas e não contarão para a estatística da Liga.
- Em outubro, foram realizadas 6 provas, um número inferior ao do mês anterior (13). Isso ocorreu porque se tratava apenas do encerramento do calendário, pois ainda teríamos 12 dias no mês para competir.
- O nível das corridas foi excelente. O clima de festa de final de temporada, começando com a Settimana Ciclística Internazionale, poderia diminuir o ritmo, mas os ciclistas disputaram de forma intensa até o final e não falou emoção, culminando com a vitória do único ciclista que não havia vencido ainda, na última corrida.
- Tivemos 6 abandonos nas corridas de outubro, uma média de 1 por prova. O número total é inferior ao de setembro (8), mas a média é maior (0,6). Mesmo assim, o nível técnico continua excelente.
- No campo esportivo, também temos um fim de ano agitado. No final de semana que as bicicletas pararam de rodar, os atletas do Subbuteo foram a campo para o torneio início da Liesa, com uma novidade incrível. Cada uma das equipes contaria com um jogador profissional, aumentando de 4 para 5 o número de jogadores de linha e ajudando os jovens atletas a jogarem num nível mais elevado. Essa novidade é só para o torneio início; na Liesa, cada um jogará com os atletas de sua própria equipe.
LIESA SUBBUTEO - TORNEIO INÍCIO
No sábado (19) e domingo (20), as equipes que disputarão a próxima Liesa Subbuteo se encontraram no campo do Guaraná Antárctica, no Imperatriz Arena, para a disputa do torneio início. Cada equipe contou com um jogador profissional, aumentando o interesse do público pela competição, mesmo com a chuva que caiu nos dois dias de disputa e transformou o campo de terra em um lameiro. Pela Beija-Flor, jogou Tinho; pela Estácio de Sá, Alex Alves; pela Imperatriz, Juninho Pernambucano; pela Mangueira, Valdir; pela Mocidade, Manoel Tobias; pela Portela, Toró; pelo Salgueiro, Paulo Miranda; pela Unidos da Tijuca, Euller; pela Vila Isabel, Muriqui; e pela Viradouro, Felipe.
Na fase preliminar, a Beija-Flor eliminou a Mocidade nos pênaltis (3x2), após empate em 3x3 no tempo normal; e a Vila Isabel eliminou a Estácio de Sá, também nos pênaltis (3x2), após empate em 2x2 no tempo normal.
Nas quartas de final, o Salgueiro eliminou a Vila Isabel (3x2); a Portela eliminou a Mocidade (4x3); a Mangueira eliminou a Unidos da Tijuca nos pênaltis (2x1), após empate de 2x2 no tempo normal. O mesmo placar ocorreu entre Imperatriz e Viradouro, com a Imperatriz levando a melhor nos pênaltis (4x3).
Nas semifinais, a Imperatriz derrotou a Portela (4x3) e a Mangueira eliminou o Salgueiro (3x2), indicando uma grande final entre dois acérrimos rivais. A Mangueira dominou o jogo inteiro, abrindo 3x0 com Valdir duas vezes e Pablo, em lindo chute de fora da área. Mas a Imperatriz acordou e foi atrás do placar, com Leozinho marcando duas vezes. Porém, a Mangueira continuou melhor no jogo e soube usar a experiência para segurar o 3x2 que lhe trouxe o título.
A Mangueira conquista o torneio início com duas vitórias e um empate, marcando 8 gols e sofrendo 6. Valdir mostrou seu faro artilheiro, ao fazer 4 gols durante a competição, mas o artilheiro foi Leozinho (Imperatriz), com 5 gols. A competição foi muito boa, apertadíssima e sem nenhum jogo terminando com um adversário superando o outro com 2 gols ou mais de vantagem. Os jogadores profissionais aumentaram em muito o nível dos jogos. A expectativa para a nova Liesa Subbuteo é altíssima.
Os jogadores da Mangueira e o artilheiro Valdir Bigode posam no centro do campo com o troféu do torneio início. |
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