sexta-feira, 1 de novembro de 2024

LMC - Outubro - 01/11/2024

Chegamos ao último mês de competições na temporada. Outubro traz o encerramento do calendário, mas não deixou de ter emoção. Vamos ver como foram as últimas corridas de 2024!
SETTIMANA CICLÍSTICA INTERNAZIONALE

O décimo e último mês de competições da LMC começou com o auge da festa italiana do ciclismo. A Settimana Ciclística Internazionale é o momento mais aguardado do ciclismo naquele país, mais até do que o Giro D’Italia, o Tirreno Adriático e as Clássicas Monumento, pois é mais uma despedida do calendário esportivo italiano do que uma competição em si. Recheado de subidas que são ficando mais inclinadas a cada etapa (na etapa 2, são 5 e 6% de inclinação; na etapa 3, 7 e 8%, na etapa 4, 8 e 9%; e, nas duas últimas etapas, inclinações de até 12% para decidir os campeões geral e de montanha), é mais voltada para os ciclistas por etapas e os escaladores.

O contra relógio de abertura (única etapa plana), foi disputado no dia 03, nublado e frio, e foi vencido pelo argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), segundo em 2019 e terceiro em 2020. Em segundo ficou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e, em terceiro, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep).

No dia 09, uma quarta-feira chuvosa e de temperatura amena, os ciclistas partiram para a Etapa Rainha com subidas que nunca ficavam abaixo dos 10%. Com a disputa pelos títulos do geral e de montanha em aberto, tudo pode acontecer. Isso significava que apenas 5 dos 37 ciclistas restantes não tinham chances de título.

Para trazer mais emoção à última corrida, Michele Scarponi, um dos líderes da competição, começava com menos 6 pontos de esforço, assim como Filippo Ganna, fruto de uma punição por conta do envolvimento na queda de Oscar Pereiro Sio, na quinta etapa.

Após a metade da prova, quando acabaram as metas volante, 7 ciclistas se mantinham com chances de título, deixando a competição mais emocionante ainda. No final, dois ciclistas estavam com uma distância enorme para os demais, mostrando que a vitória ficaria entre eles e, para delírio do público local, Domenico Pozzovivo estava lá, disputando com André Greipel, montanhista contra sprinter, se Pozzovivo vencesse, seria o campeão.

Mas o italiano da AG2R não teve pernas, ao contrário do alemão da Lotto Belisol, que continuou acelerando para vencer a prova com sobras, deixando a decepção de Pozzovivo com o segundo lugar. Em terceiro chegou o vencedor de 2023, o espanhol Alberto Contador (Astana).

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o alemão André Greipel (Lotto Belisol). Abaixo dele, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

Com esses resultados, Peter Sagan precisava apenas do quinto lugar para ser campeão, mas chegou em sexto e passou a depender do TCB, que julgaria Sylvain Chavanel (que chegara em quarto) e Mathieu Van Der Poel (sétimo) pela queda de Bradley Wiggins. O Tribunal não quis polemizar e puniu os atletas com a perda de dois pontos de esforço, que não poderiam ser cumpridos porque a competição já acabou.

Assim, nada mudou entre os líderes. Tom Dumoulin e Michele Scarponi permaneceram empatados e o título precisou ser decidido segundo o item 5 do Regulamento Geral de Competições da LMC, que diz que, em caso de empate ao final de uma competição, o campeão (e somente o campeão) será aquele que tiver mais vitórias; persistindo o empate, o que tiver mais segundos lugares e, com a permanência do empate, aquele que chegar mais vezes em terceiro. Esgotados esses critérios, o título é dividido. Mas não foi o caso aqui, pois Michele Scarponi venceu a quarta etapa e Dumoulin, não teve nenhuma vitória.

Assim, para delírio do público local, Michele Scarponi (Lampre) dá à Itália o primeiro título na Settimana Ciclística Internazionale e interrompe uma sequência de 3 títulos seguidos da Bélgica.

A emocionante prova final foi o desfecho de ouro para uma competição incrível. A grande festa italiana do ciclismo coroou um italiano no lugar mais alto do pódio. Scarponi conquista seu primeiro título no ano e o segundo na LMC. Os italianos tiveram uma montanha russa de emoções ao verem Scarponi ser campeão e só não irem ao pódio na primeira etapa, terminando a competição com uma vitória, três segundos lugares e um terceiro lugar. Mas experimentaram as decepções de verem Domenico Pozzovivo perder na montanha para um sprinter e deixar o título escapar, fora os abandonos de Damiano Cunego e Fabio Aru (foram 5 abandonos, no total). Nada que abalasse o prestígio da Settimana.

Se o título geral escapou por um ponto, o ponto conquistado com o sexto lugar foi o suficiente para Peter Sagan se sagrar campeão de montanha, seu primeiro título no ano e o terceiro na LMC.

Após a Settimana Ciclística Internazionale, Oscar Freire permanece na liderança do ranking, com 179 pontos, sacramentando de vez o título da LMC 2024.

O pódio da Settimana Ciclística Internazionale, com dobradinha italiana no pódio. No alto, com o troféu de campeão, Michele Scarponi (Lampre). Abaixo dele, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), o vice-campeão. Abaixo do troféu, empatados em terceiro lugar, o eslovaco Peter Sagan (Bora), com o troféu de campeão de montanha, e Domenico Pozzovivo (AG2R).

GP DI INDUSTRIA LARCIANO

No dia 10, a Toscana celebrava o fim da festa italiana do ciclismo com o GP di Industria Larciano, disputado no sistema criterium, quase totalmente plano, à exceção de uma subida de 10% na metade do circuito.

Disputada em um dia frio e de chuva fina, a prova foi de nível excelente. Mesclando festa com alguns ataques, o pelotão sempre se reagrupava, preparando uma grande chegada em sprint. No final, quem se deu melhor foi o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma), que superou os demais e terminou com a vitória. Em segundo chegou o belga Axel Merckx (T-Mobile), terceiro no ano passado, que superou uma queda na última volta para ir ao pódio. Em terceiro chegou o colombiano Nairo Quintana (Movistar), vencedor em 2023 e terceiro em 2022. O nível técnico foi altíssimo e todos os ciclistas completaram a corrida.

Após o GP di Industria Larciano, Bryan Coquard segue na liderança do ranking independente, com 90 pontos. O francês da Cofidis vai decidir com Nairo Quintana o campeão do Circuito Independente na última prova do calendário ciclístico da LMC.

O pódio do GP di Industria Larciano 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma). Abaixo dele, o belga Axel Merckx (T-Mobile), segundo colocado. Abaixo do troféu, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), terceiro colocado.

TOUR DE HOGWARTS

No dia 11, os 52 ciclistas da LMC se encontraram em Kings Cross, na plataforma 9¾, para pegar o Expresso de Hogwarts com destino à estação de Hogsmeade. Lá, os ciclistas do calendário rumaram para o Tour de Hogwarts, onde ocorre a magia do ciclismo. Disputado nas dependências da famosa escola de magia e bruxaria, o Tour é composto por quatro clássicas independentes, cada uma representando uma Casa da escola. A tabela de pontuação é diferente das normais do circuito, ou seja, sem metas volante em disputa. Quem somar mais pontos nas quatro corridas é o campeão. Vamos ver como foram as provas, Casa a Casa.

CORVINAL

Para representar a Casa cujo elemento é o ar e tem como características a ousadia e a sagacidade, uma etapa de montanha, com subidas variando de 8 a 10% de inclinação, e um dia de muito nevoeiro, típica manhã escocesa.

A prova foi de altíssimo nível, com o pelotão surpreendendo e andando junto nas montanhas, apesar de tentativas de ataque aqui e acolá, com uma alta velocidade. No final, um grupo numeroso de ciclistas se encontrava na parte da frente, como se fosse disputar um sprint para cima. Na metade da subida, o eslovaco Peter Sagan (Bora) resolveu atacar. Bem posicionado a prova inteira, soube aproveitar o momento e venceu a corrida de Corvinal. A alguma distância chegou o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), o segundo colocado, e, em terceiro, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R).

Após esta corrida espetacular e sem abandonos, Peter Sagan lidera o Tour de Hogwarts.

O pódio da prova de Corvinal, no Tour de Hogwarts 2024. No alto, com as alas de ouro de vencedor, o eslovaco Peter Sagan (Bora). Abaixo dele, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o terceiro colocado, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R).

LUFA-LUFA

Com a terra como elemento e a aceitação e a cooperação como características, a Casa de Lufa-Lufa traz uma corrida que passa por belos canteiros de flores e muita vegetação, com uma subida de 6% logo no início e outra de 8% antes da chegada em sprint.

Disputada em um dia de sol e temperatura agradável, a corrida teve um nível técnico muito bom, apesar de sereno. Logo cedo, Chris Froome buscou ficar na frente do pelotão e partir em fuga. De vez em quando, um ciclista chegava junto, mas ninguém conseguia manter o ritmo e, assim, o inglês da Sky venceu praticamente de ponta a ponta. Em segundo chegou o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) e, em terceiro, o espanhol Alberto Contador (Astana).

Em mais uma corrida sem abandonos, Peter Sagan chegou em quarto e manteve a liderança do Tour de Hogwarts.

O pódio da prova de Lufa-Lufa. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo dele, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

SONSERINA

A Casa, que tem como elemento a água e, como características, a astúcia e o alcance dos objetivos a qualquer custo, trouxe uma típica clássica de primavera, com pendentes curtas e acentuadas, muita lama e temidos trechos de pavê.

Disputada em um dia cinzento e de muito vento, bem ao feitio de Sonserina, a corrida foi de um nível técnico excelente e pura emoção. Primoz Roglic saiu em fuga logo cedo e manteve um ritmo alto, mas o pelotão estava totalmente concentrado, marcando-o a uma distância segura. Porém, na reta final, o esloveno da Imperatriz não diminuiu o ritmo e o pelotão não conseguiu alcançá-lo. Assim, Roglic conseguiu a vitória, enquanto os outros 39 ciclistas vinham atrás, em um sprint não visto até aqui na LMC. Em uma excelente corrida de recuperação, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) conseguiu a segunda posição. Ainda em busca da primeira vitória do ano, Cavendish se esforçou ao máximo. Curiosamente, sua última vitória foi há um ano, na corrida de Grifinória. Em terceiro chegou o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), que também havia sido terceiro aqui em 2021.

Na melhor prova do Tour de Hogwarts 2024 e uma das melhores do ano, todos os ciclistas completaram. Peter Sagan se mantém na liderança.

O pódio da prova de Sonserina. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), segundo colocado. Abaixo do troféu, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), terceiro colocado.

GRIFINÓRIA

Fechando a competição, no dia 15, a corrida que presta tributo à Casa cujo elemento é o fogo e que tem como características a nobreza e a determinação. Dessa forma, teríamos uma prova para os sprinters, mas com uma difícil subida de 12% no meio do traçado, com 10 ciclistas na disputa do título, em um dia de céu azul e vento muito forte.

Como esperado, o vento produziu abanicos, quebrando o pelotão em vários grupos, que pedalavam forte para tentar alcançar o grupo da frente e se afastar mais do grupo de trás. Isso fez da prova uma interessante disputa de gato e rato, que se manteve assim até a linha de chegada. No final, quatro ciclistas dispararam na disputa pela vitória e esta coube ao italiano Danilo Di Luca (Liquigás), com o norte americano Lance Armstrong (USPS) em segundo e o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) em quarto.

Mas o que importou mesmo foi o terceiro colocado, que foi o inglês Chris Froome (Sky). Bem posicionado, soube segurar o sprint de Van Der Poel e completou o pódio, conseguindo os pontos necessários para se tornar campeão do Tour de Hogwarts 2024, já que o então líder (Peter Sagan) correu muito mal, esteve sempre entre o penúltimo e o último lugares, teve problemas mecânicos na linha de chegada e cruzou na trigésima nona e penúltima posição, em mais uma corrida em que todos completaram.

O pódio da corrida de Grifinória. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás). Abaixo dele, o norte americano Lance Armstrong (USPS), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

Com uma vitória em Lufa-Lufa e um terceiro lugar em Grifinória, Froome superou Sagan em um ponto para se tornar o primeiro a conquistar o Tour de Hogwarts duas vezes, já que também conquistara a primeira edição, em 2021, empatado com Frank Schleck e Michele Scarponi. Este foi o seu quarto título no ano e o oitavo na LMC, coroando uma excelente temporada, em que venceu o Tour de France (tanto no GC quanto na montanha), a Vuelta a España e a última competição do ranking.

O pódio do Tour de Hogwarts 2024. No alto, com o troféu de campeão, Chris Froome (Sky). Abaixo dele, o eslovaco Peter Sagan (Bora), vice-campeão. Abaixo do troféu, da esquerda para a direita, um triplo empate pelo terceiro lugar. Completando a dobradinha inglesa no pódio, Mark Cavendish (T-Mobile). Com o troféu de vencedor da última etapa, o italiano Danilo Di Luca. E, completando o pódio, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz).

OSCAR FREIRE CAMPEÃO DA LMC 2024

Após o Tour de Hogwarts, não teremos mais pontos em disputa. Assim, Oscar Freire se sagra campeão da LMC em 2024, com 179 pontos. O vice-campeão foi Frank Schleck, com 162 pontos, e o terceiro foi Luciano Pagliarini, com 138 pontos. Schleck liderou o ano inteiro, à exceção dos meses de janeiro (que só teve a Real Liga de Ciclismo e foi vencida por Thor Hushovd), maio (quando Luciano Pagliarini o jogou para a segunda posição) e setembro (quando Oscar Freire assumiu a liderança e conquistou o título). Foi um ano espetacular do luxemburguês da Saxo Bank, mas a conquista de três títulos na temporada (Criterium du Dauphiné, Tour da Suíça e o mais importante, o Giro D’Italia), o vice-campeonato na Vuelta a España e um bom desempenho no Tour de France deram ao espanhol da Rabobank a arrancada necessária para se sagrar campeão.

Este foi o quarto título de Oscar Freire no ano, o quinto na LMC e o primeiro de campeão da LMC. Curiosamente, é o sexto campeão diferente, de um país diferente. Em 2019, o campeão foi Bauke Mollema (Holanda); em 2020, Danilo Di Luca (Itália); em 2021, Primoz Roglic (Eslovênia); em 2022, Julian Alaphilippe (França); em 2023, Marcel Kittel (Alemanha).

Os oito primeiros colocados do ranking se classificaram para o Rock & Roll Racing. São eles Oscar Freire, Frank Schleck, Luciano Pagliarini, Chris Froome, Romain Bardet, Julian Alaphilippe, Murilo Fischer e Marcel Kittel. Brasil e França terão 2 representantes, cada. Os outros 4 são de Espanha, Luxemburgo, Inglaterra e Alemanha.

O espanhol Oscar Freire (Rabobank), com o troféu de campeão da LMC 2024.

GP DE HOGSMEADE

No dia 16, os ciclistas independentes se encontraram no povoado bruxo de Hogsmeade, para o GP que encerra o calendário ciclístico da LMC que conta pontos para o ranking. A prova começa e termina no plano, mas tem duas montanhas (com 7 e 8% de inclinação) e um trecho de pavê no meio, para dar alguma emoção, em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável.

Houve uma tentativa de fuga desde cedo e, embora o pelotão controlasse a uma distância segura, a fuga parecia que ia vingar, pois havia cooperação entre os dois ciclistas, em um ritmo alto. Mas só parecia que ia vingar, já que o pelotão conseguiu alcançá-los, preparando uma grande chegada em sprint.

E foi com essa emoção de bicicletas indo ao limite que Vinícius Rangel conseguiu cruzar a linha de chegada na primeira colocação. Curiosamente, o ciclista da Imperatriz venceu a primeira prova independente do ano (Troféu do Papa) e a última (GP de Hogsmeade). Em segundo lugar, chegou o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma). Em terceiro, completando a dobradinha brasileira no pódio, chegou Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro em 2022 e segundo em 2023.

O pódio do GP de Hogsmeade. No alto, com o troféu de vencedor, Vinícius Rangel (Imperatriz). Abaixo dele, o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha brasileira no pódio, Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro colocado.

BRYAN COQUARD CAMPEÃO DO CIRCUITO INDEPENDENTE 2024

Apenas dois ciclistas ainda tinham chances de levar o título independente. Bryan Coquard liderava e o vice-líder, Nairo Quintana, precisava de um terceiro lugar para ficar com o título. Mas os dois chegaram juntos, respectivamente em sétimo e oitavo lugar. Assim, o francês da Cofidis conquista o título, seu primeiro do Circuito Independente e o segundo na LMC. O colombiano da Movistar estava ameaçado de perder o vice-campeonato para seu compatriota da Ineos, Egan Bernal, mas este chegou em quarto e não conseguiu os pontos suficientes para levar a segunda vaga para o Rock & Roll Racing. Assim, Bryan Coquard e Nairo Quintana serão os representantes do Circuito Independente na competição.

O francês Bryan Coquard, no pódio com o seu troféu de campeão do Circuito Independente 2024.

ROCK & ROLL RACING

No dia 17, os oito melhores colocados do ranking da LMC e os dois melhores do Circuito Independente se encontraram nos Estados Unidos para a disputa do Rock & Roll Racing. A competição é uma espécie de copa dos campeões do ciclismo e é disputada em duas etapas, cada uma homenageando um modelo icônico de guitarra (tanto que os troféus são réplicas em prata dessas guitarras) e, ao final, o campeão leva o Grammy de Prata. Disputaram a competição em 2024, Oscar Freire, Frank Schleck, Luciano Pagliarini, Chris Froome, Marcel Kittel, Romain Bardet, Julian Alaphilippe, Murilo Fischer, Bryan Coquard e Nairo Quintana. Com 3 franceses, 2 brasileiros, 1 espanhol, 1 luxemburguês, 1 inglês, 1 alemão e 1 colombiano, a competição tinha tudo para ser icônica. Vamos ver se foi mesmo!

FENDER

A prova, que homenageia o modelo Stratocaster, foi disputada em Scottsdale, Arizona. Uma etapa de montanha, começando com 9% de inclinação e o final com subidas de 7, 6 e 10%.

Disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável, a prova contou com uma fuga numerosa e um grupeto de ciclistas que sofreram com o terreno inclinado. Quatro conseguiram arrancar uma boa vantagem para os demais e logo ficou claro que a vitória seria disputada entre eles. O que ninguém esperava era uma dobradinha francesa logo de cara, com Romain Bardet (AG2R) em primeiro e Julian Alaphilippe (Quickstep) em segundo. Na emocionante disputa pelo terceiro lugar, o alemão Marcel Kittel (Katusha), vencedor em 2022, levou a melhor sobre o colombiano Nairo Quintana (Movistar). Apesar do sofrimento de alguns, todos conseguiram completar a corrida.

O pódio da prova da Fender. No alto, com a Stratocaster de Prata, Romain Bardet (AG2R), o vencedor da corrida. Abaixo dele e completando a dobradinha francesa no pódio, Julian Alaphilippe (Quickstep), o segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

GIBSON

Homenageando o modelo ES, a corrida foi disputada em Nashville, Tennessee. Totalmente plana (à exceção de uma subida de 5% após a metade), era uma prova para os sprinters, disputada em um dia de sol entre nuvens e temperatura agradável.

No início, os ciclistas se organizaram em um pelotão, que ia esticando conforme a velocidade aumentava. Ao perceber isso, Murilo Fischer buscou uma fuga, esticando ainda mais o pelotão, que tentava em vão alcançá-lo. Assim, o brasileiro da Française De Jeux ganhou com uma sobra incrível para os demais, que alinharam para uma disputa em sprint. Dessa forma, os especialistas levaram vantagem, com o francês Bryan Coquard (Cofidis) em segundo e o alemão Marcel Kittel (Katusha) em terceiro. Todos os ciclistas completaram a prova.

O pódio da corrida da Gibson. No alto, com a ES de Prata de vencedor, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo dele, o francês Bryan Coquard (Cofidis), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

Se Kittel tivesse conseguido o segundo lugar, se sagraria campeão, mas isso não aconteceu, então o título foi dividido entre os vencedores das duas provas. Assim, Romain Bardet e Murilo Fischer conquistam o Rock & Roll Racing 2024. Para Bardet, foi o segundo título na temporada e o décimo primeiro na LMC. Murilo Fischer conquistou seu segundo título no ano e o oitavo na LMC.

O Rock & Roll Racing foi excelente, com duas corridas de nível altíssimo, nenhum abandono e muita emoção para o público que o acompanhou. Mas foi, principalmente, a festa francesa. Os ciclistas do país conquistaram uma vitória e dois segundos lugares, além do título. E as equipes francesas foram além, com duas vitórias, dois segundos lugares e o título, já que Murilo Fischer também corre por uma equipe daquele país.

Os vencedores do Rock & Roll Racing 2024. À esquerda, o francês Romain Bardet (AG2R); à esquerda, com a Gibson de Prata, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ). Entre eles, o Grammy de Prata de campeão.

EDDY MERCKX CHALLENGE

No sábado, 19, a cidade natal da maior lenda do ciclismo em todos os tempos, Meensel-Kiezegem, no Brabante Flamengo, Flandres (região central da Bélgica), sediou a segunda edição do Eddy Merckx Challenge. Disputada em uma típica clássica belga, com pendentes curtas e acentuadas, pavê e muros antes da chegada em sprint, é ideal para o seu propósito, onde o presidente da LMC volta a se tornar atleta e desafia 9 ciclistas na tentativa de superá-lo.

A edição 2024 teve, além do próprio Eddy Merckx e seu filho Axel (campeão mundial nesse ano), os ciclistas Oscar Freire (campeão do Giro D’Italia, vice da Vuelta a España e campeão da LMC), Mark Cavendish (em busca de sua primeira vitória na temporada), Chris Froome (campeão do Tour de France e da Vuelta a España), Primoz Roglic (convidado para tentar salvar a temporada da Imperatriz), Remco Evenepoel (convidado para tentar salvar a péssima temporada e para termos mais um belga na corrida), Bryan Coquard (campeão do Circuito Independente 2024), Tadej Pogacar (convidado para tentar salvar a péssima temporada) e Egan Bernal (vencedor do Challenge de 2023).

A chuva fina que caiu em vários trechos trouxe a lama característica desse tipo de clássica belga. E o que se viu foi uma prova espetacular, com a dignidade exata para finalizar a temporada. Salvo raras exceções, os ciclistas andaram próximos, aguardando a chegada ao muro, onde os ataques começariam a definir o destino da corrida. Foi justamente ali que se preparou uma chegada das mais espetaculares, com 3 ciclistas disputando a vitória. Dois deles tomaram a dianteira, aumentando ainda mais a emoção, pois se um vencesse, conquistaria o bicampeonato; se o outro vencesse, seria a primeira vez na temporada.

E foi nesse clima de magia que o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) conseguiu superar Egan Bernal para conquistar sua primeira vitória em mais de um ano. Ao colombiano da Ineos restou o segundo lugar e a incrível marca de uma vitória e um segundo em duas edições da competição. Em terceiro, também emocionando o público, chegou o esloveno Tadej Pogacar (UAE).

Do lado das decepções, o anfitrião não foi nem sombra da lenda do ciclismo que é. Eddy Merckx jamais conseguiu se aproximar dos demais, cruzando a linha de chegada em nono e último, muito depois da corrida ter se encerrado. Foi nono e último porque a maior decepção foi outro belga, Remco Evenepoel, que abandonou na metade da prova e finalizou de forma melancólica uma temporada terrível.

A vitória de Mark Cavendish faz a LMC encerrar seu ano com todos os ciclistas subindo ao lugar mais alto do pódio, além de ser seu primeiro título desde 2022. Agora, Cavendish tem 8 títulos na LMC.

Com o troféu de vencedor do Eddy Merckx Challenge, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) é erguido pelo segundo colocado, o colombiano Egan Bernal (Ineos), e pelo terceiro colocado, o esloveno Tadej Pogacar (UAE), na celebração por sua primeira vitória na temporada.

RANKING
1º Oscar Freire (Rabobank) - 179 pontos;
2º Frank Schleck (Saxo Bank) - 162 pontos;
3º Luciano Pagliarini (Saunier Duval) - 138 pontos.

RANKING INDEPENDENTE
1º Bryan Coquard (Cofidis) - 90 pontos;
2º Nairo Quintana (Movistar) - 86 pontos;
3º Egan Bernal (Ineos) - 82 pontos.

NOTAS RÁPIDAS
  • Após o Eddy Merckx Challenge, a LMC encerra seu calendário de 2024. Se houver mais provas agora, serão esporádicas e não contarão para a estatística da Liga.
  • Em outubro, foram realizadas 6 provas, um número inferior ao do mês anterior (13). Isso ocorreu porque se tratava apenas do encerramento do calendário, pois ainda teríamos 12 dias no mês para competir.
  • O nível das corridas foi excelente. O clima de festa de final de temporada, começando com a Settimana Ciclística Internazionale, poderia diminuir o ritmo, mas os ciclistas disputaram de forma intensa até o final e não falou emoção, culminando com a vitória do único ciclista que não havia vencido ainda, na última corrida.
  • Tivemos 6 abandonos nas corridas de outubro, uma média de 1 por prova. O número total é inferior ao de setembro (8), mas a média é maior (0,6). Mesmo assim, o nível técnico continua excelente.
  • No campo esportivo, também temos um fim de ano agitado. No final de semana que as bicicletas pararam de rodar, os atletas do Subbuteo foram a campo para o torneio início da Liesa, com uma novidade incrível. Cada uma das equipes contaria com um jogador profissional, aumentando de 4 para 5 o número de jogadores de linha e ajudando os jovens atletas a jogarem num nível mais elevado. Essa novidade é só para o torneio início; na Liesa, cada um jogará com os atletas de sua própria equipe.
LIESA SUBBUTEO - TORNEIO INÍCIO

No sábado (19) e domingo (20), as equipes que disputarão a próxima Liesa Subbuteo se encontraram no campo do Guaraná Antárctica, no Imperatriz Arena, para a disputa do torneio início. Cada equipe contou com um jogador profissional, aumentando o interesse do público pela competição, mesmo com a chuva que caiu nos dois dias de disputa e transformou o campo de terra em um lameiro. Pela Beija-Flor, jogou Tinho; pela Estácio de Sá, Alex Alves; pela Imperatriz, Juninho Pernambucano; pela Mangueira, Valdir; pela Mocidade, Manoel Tobias; pela Portela, Toró; pelo Salgueiro, Paulo Miranda; pela Unidos da Tijuca, Euller; pela Vila Isabel, Muriqui; e pela Viradouro, Felipe.

Na fase preliminar, a Beija-Flor eliminou a Mocidade nos pênaltis (3x2), após empate em 3x3 no tempo normal; e a Vila Isabel eliminou a Estácio de Sá, também nos pênaltis (3x2), após empate em 2x2 no tempo normal.

Nas quartas de final, o Salgueiro eliminou a Vila Isabel (3x2); a Portela eliminou a Mocidade (4x3); a Mangueira eliminou a Unidos da Tijuca nos pênaltis (2x1), após empate de 2x2 no tempo normal. O mesmo placar ocorreu entre Imperatriz e Viradouro, com a Imperatriz levando a melhor nos pênaltis (4x3).

Nas semifinais, a Imperatriz derrotou a Portela (4x3) e a Mangueira eliminou o Salgueiro (3x2), indicando uma grande final entre dois acérrimos rivais. A Mangueira dominou o jogo inteiro, abrindo 3x0 com Valdir duas vezes e Pablo, em lindo chute de fora da área. Mas a Imperatriz acordou e foi atrás do placar, com Leozinho marcando duas vezes. Porém, a Mangueira continuou melhor no jogo e soube usar a experiência para segurar o 3x2 que lhe trouxe o título.

A Mangueira conquista o torneio início com duas vitórias e um empate, marcando 8 gols e sofrendo 6. Valdir mostrou seu faro artilheiro, ao fazer 4 gols durante a competição, mas o artilheiro foi Leozinho (Imperatriz), com 5 gols. A competição foi muito boa, apertadíssima e sem nenhum jogo terminando com um adversário superando o outro com 2 gols ou mais de vantagem. Os jogadores profissionais aumentaram em muito o nível dos jogos. A expectativa para a nova Liesa Subbuteo é altíssima.

Os jogadores da Mangueira e o artilheiro Valdir Bigode posam no centro do campo com o troféu do torneio início.


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