domingo, 27 de agosto de 2023

Vuelta a España 2023 - 27/08/2023

Domingo, 06 de agosto de 2023. Um dia de céu azul e temperatura agradável trazia as condições climáticas ideais para o início da Vuelta a España 2023. A última das 3 Grandes Voltas tem montanhas em todas as suas etapas, à exceção da última. Por isso é uma competição voltada para os corredores por etapas, mas os montanhistas também têm chances. Vamos ver, etapa a etapa, se isso se confirmou ou se alguém surpreendeu.

Finalmente, a Vuelta a España 2023!
1ª Etapa

No dia 06 de agosto de 2023, uma crono escalada dava início à Vuelta a España. O trecho era plano até a metade e, dali em diante, se inclinava bem. A prova foi disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável.


O contra relógio foi de altíssimo nível. Os ciclistas se esforçaram bem e quatro deles fizeram no tempo mínimo. Quem acha que a Vuelta não é para sprinter teve que rever seus conceitos logo na primeira etapa, pois a vitória, o segundo, o quarto e o quinto lugares foram de ciclistas deste estilo, além do terceiro colocado, que também o tinha.


O vencedor em 2023 foi o mesmo de 2022, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Em segundo ficou o alemão Marcel Kittel (Katusha) e, em terceiro, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás).

Assim, Rafael Andriato é o primeiro ciclista a vestir a camisa vermelha.


O pódio da primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Abaixo dele, o alemão Marcel Kittel (Katusha), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), terceiro colocado.

2ª Etapa

A primeira corrida de linha da Vuelta não tinha meta volante. Uma etapa quase plana (com exceção de uma subida de 5% após a metade da prova), com chegada em sprint, em um dia de céu azul, temperatura agradável e muito vento em alguns trechos.


Foi uma prova espetacular, muito técnica. Uma fuga formada logo no início e o pelotão controlando a uma distância segura eram os ingredientes perfeitos para uma eletrizante chegada em sprint. E foi assim mesmo, com os sprinters indo para a frente e acelerando forte em busca da vitória. O vencedor nesta emocionante disputa foi o inglês Mark Cavendish (T-Mobile). O norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) repetiu a posição que conquistara aqui em 2019 e chegou em segundo. E em terceiro chegou o holandês Mathieu Van Der Poel.


Logo no início, tivemos um grande boliche. Mesmo assim, nenhum ciclista abandonou. E, com a vitória, Mark Cavendish veste a camisa vermelha.


O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile). Abaixo dele, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), terceiro colocado.

3ª Etapa

Esta etapa era plana no início, com a primeira meta volante da Vuelta, uma subida de 5% após a metade da prova e chegada em sprint. A chuva que caiu durante toda a prova, forte em alguns momentos, foi uma dificuldade a mais para os ciclistas.


Mesmo assim, tivemos mais uma prova de nível técnico muito bom. Os ciclistas entregaram mais um espetáculo, com uma fuga se formando e o pelotão a uma distância segura para mais uma chegada em sprint. Porém, nas montanhas, um ciclista atacou e não foi mais incomodado. Empurrado pela torcida e gritando “eu estou aqui” na linha de chegada, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) venceu com grande sobra, repetindo o triunfo de 2021 nesta etapa.


Em segundo chegou o italiano Fabio Aru (Liquigás), terceiro aqui em 2019. E em terceiro chegou o vencedor desta corrida no ano passado, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), mostrando que a terceira etapa é bem familiar aos três primeiros.


Mark Cavendish se manteve com a camisa vermelha, apesar de sofrer bastante. O primeiro triunfo espanhol na Vuelta também trouxe a grande (talvez a maior) decepção desta edição, já que o grande favorito local Alberto Contador foi o primeiro a abandonar a competição.


O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o italiano Fabio Aru (Liquigás), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), terceiro colocado.

4ª Etapa

A quarta etapa trazia duas subidas, com 5% de inclinação na primeira e 6% na segunda. Mas era bem tranquila na maior parte e teria chegada em sprint, além de farta distribuição de pontos. O dia, com chuva, frio e um vento fortíssimo, se provou um desafio a mais para os ciclistas.


Como esperado, o vento atrapalhou o andamento da prova. Além de diminuir o ritmo, muitos ciclistas foram ao chão em diversos pontos da etapa. Para correr nesse vento, tem que ter habilidade e saber muito bem fazer o contrapeso. E quem soube fazê-lo de forma magistral foi Primoz Roglic.


Desde o início, o esloveno da Imperatriz se posicionou na frente do pelotão, pronto para responder aos ataques, até que ele mesmo atacou e viu que ninguém o incomodaria. Assim, foi aumentando a velocidade cada vez mais até vencer com uma sobra absurda que por muito pouco não empata com Romain Bardet na performance do ano (17,6 contra 17,8 de média). Na disputa pela segunda posição, em um emocionante sprint, ficou o italiano Vincenzo Nibali (Astana). Em terceiro chegou o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep).


A vitória na etapa e os pontos obtidos em metas volante deu a Roglic a camisa vermelha. Apesar das muitas quedas, ninguém abandonou.


O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), terceiro colocado.

5ª Etapa

Uma etapa quase toda plana, com apenas uma inclinação de 7% antes da chegada em sprint. A prova foi disputada em um dia de céu azul e temperatura em elevação.


Mais uma corrida de altíssimo nível, com os ciclistas imprimindo um ritmo alto. Tentativas de fuga e o pelotão organizado, a uma distância segura, indicando uma chegada em sprint. Porém, neste momento, dois sprinters se engancharam e André Greipel foi ao chão. Essa queda beneficiou o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), que vinha na frente e viu seus rivais terem que diminuir. Assim, Ganna volta a vencer esta etapa, como havia feito em 2021. Na disputa pelo segundo lugar, melhor para o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), que fez um sprint espetacular. Em terceiro chegou o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz).


O TCB foi acionado para analisar as imagens e, vendo que era um sprint muito disputado, resolveu não punir ninguém pela queda de Greipel. Quem mais lucrou com isso foi Oscar Freire, que estava ao lado do alemão e, com a ausência de punição, manteve seu quarto lugar.


O excelente trabalho da Imperatriz para levar Roglic ao pódio o manteve com a camisa vermelha, em mais uma etapa sem abandonos.


O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone). Abaixo dele, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), terceiro colocado.

6ª Etapa

A última etapa antes das montanhas já começava a trazer alguma subida, para os ciclistas se aclimatarem ao que estava por vir. Ambas no final da prova, com 8 e 5% de inclinação, iriam separar os ciclistas antes da chegada em sprint em um dia parcialmente nublado, mas com muito vento.


Os ciclistas andaram em pelotão, sem se arriscar na fuga, para não haver quedas. Mesmo assim, se engana quem acha que a corrida foi em ritmo lento, com os atletas guardando as energias para o final. O ritmo foi muito veloz, com um show de habilidade diante das condições adversas naquela que foi a melhor etapa da Vuelta até aqui.


No final, com os ciclistas se posicionando para o sprint derradeiro, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) aproveitou para atacar e vencer a etapa, conquistando o seu terceiro pódio seguido nesta Vuelta. O italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) tentou contra atacar, mas só conseguiu um segundo lugar. Em terceiro chegou o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol).


Roglic não brilhou só na linha de chegada, mas também pontou nas metas volante e, com isso, mantém a camisa vermelha, começando a abrir uma boa vantagem. O altíssimo nível desta prova foi visto na ausência de quedas e, por isso, não tivemos abandono. Os ciclistas derrotaram a Natureza…


O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), terceiro colocado.

7ª Etapa

A segunda metade da Vuelta trouxe as etapas de montanha, começando com uma corrida um pouco mais tranquila. As subidas ficavam entre 5 e 7%, sendo o período mais difícil o de Puerto de Portillo de las Batuecas, antes da metade da prova. Depois disso, ficava em 5 e 6% até a chegada, no Alto de la Covatilla, com 8% de inclinação. O dia, nublado e de temperatura amena, prometia ser um refresco para os ciclistas.


O pelotão andou junto até a metade da prova, quando novas montanhas surgiram e os ataques começaram a acontecer. Aí sim ficou uma típica prova de montanha, com vários pequenos grupos se formando e tentando se ajudar para atacar no momento certo. Ciclistas como Fernando Gaviria até tentaram atacar cedo, mas acabaram cansando com o terreno inclinado e deram lugar aos especialistas.


E quem levou a melhor nesta foi Damiano Cunego. Campeão da Vuelta em 2019, o italiano da Lampre imprimiu um ritmo forte, escolheu bem a sua estratégia e atacou para vencer apesar dos esforços do espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), que foi empurrado pelo público, mas só conseguiu um segundo lugar. Em terceiro chegou o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux), que também atacou no momento certo.


O TCB foi acionado para examinar a queda de Murilo Fischer, mas acabou optando por não punir ninguém e, assim, a classificação final foi mantida. Desta forma, Primoz Roglic mantém a camisa vermelha, enquanto Damiano Cunego é o primeiro a vestir a camisa branca de bolinhas azuis. Em mais uma prova de altíssimo nível, ninguém abandonou.


O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Damiano Cunego (Lampre). Abaixo dele, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Thibaut Pinot (FDJ), terceiro colocado.

8ª Etapa

Ainda nas montanhas, os ciclistas encarariam uma etapa com inclinação entre 6 e 7%, até passarem pelo Puerto de la Rasa, com 8% de inclinação, onde as coisas ficariam piores até a chegada, no Alto de Moncalvillo, com 10% de inclinação. A chuva que caiu forte durante todo o traçado, o vento gelado e a temperatura baixa complicaram demais a vida dos ciclistas.


Esta sim foi uma típica etapa de montanha. Desde o início, os ciclistas arriscavam nas subidas e logo pequenos grupos foram se formando. As condições adversas não afetaram o ritmo da prova, que foi de altíssimo novamente. No final, quem sorriu foi o americano Lance Armstrong (USPS), que atacou no Alto de Moncalvillo para vencer a etapa e deixou uma emocionante disputa para o resto do pódio, que terminou com dobradinha da Quickstep. Em segundo ficou o colombiano Fernando Gaviria e, em terceiro, o belga Remco Evenepoel, ganhador desta etapa no ano passado e atual campeão.


A Imperatriz fez outro excelente trabalho, levando Primoz Roglic ao quarto lugar e mantendo com ele a camisa vermelha. Já a vitória na etapa e os pontos nas metas volante deram a Lance Armstrong a camisa branca de bolinhas. Frank Schleck sequer largou e é o segundo abandono desta Vuelta.


O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o americano Lance Armstrong (USPS). Abaixo dele, o colombiano Fernando Gaviria, segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha da Quickstep, o belga Remco Evenepoel, terceiro colocado.

9ª Etapa

As montanhas iam piorando, com inclinação de 7 a 8% até a metade da prova, depois uma passagem pelo Alto de la Mozqueta, com 9% de inclinação e chegada ao Alto de L’Angliru, com 11% de inclinação, disputada em um dia chuvoso e frio.


Os ciclistas sofreram nesta etapa de baixo nível. O ritmo foi diminuto, muitos reclamaram de dores e poucos se esforçaram. Só após a metade da prova houve um pequeno aumento de velocidade, mas nada que tirasse desta o título de pior desta Vuelta.


Dos que se esforçaram, melhor para o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), que atacou no Alto de L’Angliru para vencer com alguma vantagem sobre os demais. Em segundo chegou o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) e, em terceiro, o eslovaco Peter Sagan (Bora).


Primoz Roglic se manteve com a camisa vermelha. Mas a vitória e os pontos nas metas volante fizeram de Luciano Pagliarini o novo camisa branca de bolinhas azuis. Apesar do baixo nível técnico, ninguém abandonou nesta etapa.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval). Abaixo dele, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o eslovaco Peter Sagan (Bora), terceiro colocado.

10ª Etapa

A última etapa de montanha era a pior de todas. Chamada de Etapa Rainha, não tinha uma subida com menos de 9% de inclinação. Depois da metade (o único trecho plano), eles passariam pelo Alto de la Cobertoria (10%), Puerto de San Lorenzo (11%) e a chegada no Alto de la Farrapona (12%), a pior subida desta Vuelta. A corrida foi disputada em um dia nublado e de temperatura amena.


O ciclismo escreve lindas histórias e as Grandes Voltas são o palco ideal para as maiores delas. Até aqui na temporada, somente dois ciclistas não venceram e ambos são sprinters. Um deles estava disposto a acabar com isso e, para tal, suou sangue para encarar as montanhas. Liderou a prova de ponta a ponta, porém as pernas começaram a falhar no Alto de la Farrapona e, para piorar, ainda viu um montanhista e um ciclista de clássicas (que escala bem) se aproximando em altíssima velocidade.


Mas era a primeira vitória da temporada. A última havia sido justamente na Vuelta do ano passado (na distante quinta etapa). Era preciso dar algo a mais para não morrer na praia de novo. Assim, o belga Tom Boonen (Quickstep) aguentou firme as investidas dos rivais e celebrou bastante a sua vitória. Em segundo ficou o holandês Bauke Mollema (Rabobank) e, em terceiro, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone).


A camisa vermelha continua com Primoz Roglic e a branca de bolinhas azuis, com Luciano Pagliarini. Em mais uma etapa de altíssimo nível, ninguém abandonou.


O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o belga Tom Boonen (Quickstep). Abaixo dele, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

11ª Etapa

Superadas as montanhas, era hora de voltar ao plano, em uma etapa com as últimas duas subidas da Vuelta, encadeadas e com apenas 5% de inclinação, além das duas últimas metas volantes da competição. A prova foi disputada em um dia de céu azul e temperatura em elevação.


Os ciclistas estão cansados após uma competição tão intensa e, assim, é comum o ritmo cair um pouco. Mesmo assim, eles ainda entregaram um show de primeira, com ataques e contra ataques, tentativas de fuga e o pelotão organizado para buscar os escapados.


No final, sprinters posicionados e tudo pronto para uma grande chegada. Mark Cavendish se descola do pelotão e começa a abrir vantagem, mas se desconcentra e acaba indo ao chão, terminando num frustrante quarto lugar. Melhor para o italiano Damiano Cunego (Lampre) que, mesmo não sendo sprinter, superou dois desse estilo com seu modo combativo para vencer pela segunda vez nesta Vuelta. Em segundo ficou o alemão Marcel Kittel (Katusha) e, em terceiro, o belga Tom Boonen (Quickstep).


Primoz Roglic sofreu, chegando apenas em trigésimo primeiro, mas conseguiu manter-se com a camisa vermelha. Pior ainda foi a polêmica da camisa branca de bolinhas azuis. Luciano Pagliarini abandonou a Vuelta após uma queda, mas o regulamento da LMC diz que se o ciclista sentenciar o prêmio de montanha (ou seja, for o líder e não houver mais etapas daquele tipo), ele pode abandonar a competição que ainda assim será o campeão. Desta forma, o brasileiro da Saunier Duval mantém-se como líder de montanha e, na última etapa, a camisa branca de bolinhas não estará presente.


O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Damiano Cunego (Lampre). Abaixo dele, o alemão Marcel Kittel (Katusha), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.

12ª Etapa

Sexta-feira, 17 de agosto de 2023. Um lindo dia de céu azul e temperatura em elevação brindou os 37 ciclistas sobreviventes na última etapa da Vuelta a España 2023. Disputada em um circuito dentro de Madrid, com 6 voltas e totalmente plano, teria uma chegada em sprint para encerrar com chave de ouro a última das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial. Apenas dois ciclistas ainda tinham chances matemáticas de título, embora a fatura estivesse praticamente liquidada, pois para ser campeão Filippo Ganna tinha que vencer a prova e torcer para Primoz Roglic não chegar antes do quinto lugar.


O pelotão pedala pelas ruas de Madrid.

Logo no início, uma fuga se formou e o pelotão, fazendo festa, controlava a uma distância segura. Mas a fuga trabalhou sério e o pelotão festejou demais, assim os escapados disputaram a vitória. E foi com surpresa que Fabio Aru (Liquigás) superou os demais para vencer, com Michele Scarponi (Lampre) também surpreendendo para chegar em segundo e formar a dobradinha italiana no pódio, a primeira e única desta Vuelta. Surpresa nos dois primeiros lugares porque o terceiro era um sprinter que não conseguiu superá-los. Mesmo assim, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) festejou bastante mais um pódio nesta Vuelta.


O pódio da décima segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Fabio Aru (Liquigás). Abaixo dele e fechando a dobradinha italiana no pódio, Michele Scarponi (Lampre), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), terceiro colocado.

Primoz Roglic correu com muita tranquilidade. Protegido no meio do pelotão para evitar riscos, às vezes ia à frente para ajudar a controlar a fuga e, quando viu que não havia perigo, voltou para a segurança do meio de pelotão, cruzou em décimo sétimo lugar e festejou a conquista. Até porque, Filippo Ganna jamais indicou que disputaria a vitória, andou sempre no grupeto e terminou em trigésimo quinto, em antepenúltimo lugar.

PRIMOZ ROGLIC CAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2023

O prêmio de montanha foi extremamente desvalorizado nesta Vuelta. Beneficiado pelo esdrúxulo regulamento (que está sendo revisto), Luciano Pagliarini brilhou em duas etapas e, na décima primeira, não se esforçou para voltar à bicicleta após uma queda, abandonando a competição sabendo que seu título de montanha estava garantido. Acabou vaiado no pódio pela falta de empenho, mas saiu da Espanha com seu primeiro título no ano e o sexto na LMC, sendo metade em montanhas. Curiosamente, Pagliarini já conquistou na montanha os títulos do Giro D’Italia (2021) e da Vuelta a España (2023). Falta agora conquistar a montanha no Tour de France para conquistar a Tríplice Montanha, um dos títulos especiais da LMC.

O brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), com o troféu de montanha da Vuelta a España 2023.

Mas a grande festa desta Vuelta a España foi para Primoz Roglic. Foi ao pódio três vezes seguidas, na quarta, quinta e sexta etapas, tendo vencido a primeira e a última. Buscou pontos nas metas volante e vestiu a camisa vermelha desde a quarta etapa, quando não largou mais.


O excelente trabalho da Imperatriz, com Rafael Andriato protegendo seu líder e muitas vezes se esforçando além do que aguentava, deu a Roglic seu terceiro título no ano e o décimo na LMC. Foi a primeira vez que ele venceu uma das três Grandes Voltas na classificação geral, já que havia vencido o prêmio de montanha da Vuelta em 2021.


Para a Imperatriz, foi o desfecho perfeito para um ano sensacional, já que conquistaram duas das três Grandes Voltas (Giro D’Italia com Rafael Andriato e Vuelta a España com Primoz Roglic), além da Copa do Mundo (também com Primoz Roglic).


Filippo Ganna pode não ter brilhando na última etapa, mas o fez durante toda a competição. Venceu uma etapa, foi segundo em outra e também buscou pontos em metas volante, mas não conseguiu alcançar o excelente desempenho de Primoz Roglic e acabou ficando com o vice-campeonato.


Outro que também brilhou foi Mark Cavendish. Mesmo disputando uma competição recheada de montanhas, venceu uma etapa, foi terceiro em outra e pontuou em metade da Vuelta. Terminou a competição na terceira colocação.


O pódio da Vuelta a España 2023. À esquerda, com o troféu de terceiro colocado, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile). À direita, com o troféu de vice-campeão, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone). No centro, com o troféu de campeão, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz).

NOTAS RÁPIDAS
  • Damiano Cunego e Primoz Roglic foram os que mais venceram, duas vezes cada;

  • Primoz Roglic foi quem mais subiu ao pódio, três vezes;

  • No total, dez ciclistas diferentes venceram ao menos uma etapa e vinte e seis foram ao pódio.

  • Entre as equipes, a que mais venceu foi a Imperatriz, três vezes. Nove equipes conquistaram ao menos uma vitória. O Imperatriz também foi a que mais subiu ao pódio, junto com a Quickstep, quatro vezes cada. No total, dezenove equipes conseguiram chegar ao pódio.

  • Entre as nações, o Brasil e a Itália foram as que mais venceram, duas vezes cada. Oito nações conquistaram ao menos uma vitória nesta Vuelta. A Itália foi quem mais subiu ao pódio, onze vezes. No total, treze nações conquistaram ao menos um pódio.

  • Os ciclistas espanhóis não entregaram um grande espetáculo. Venceram uma etapa, com Oscar Pereiro Sio, e conseguiram um segundo lugar, com Alejandro Valverde. E foi só. Jamais deram sinais de que disputaram títulos, viram seu principal favorito abandonar e ainda viram Oscar Freire se tornar o único ciclista que ainda não venceu na temporada. Até a vitória de Oscar Pereiro Sio foi muito pouco para quem acabara de conquistar o tetracampeonato do Tour da Suíça.

  • Por falar em abandonos, foram apenas três ao longo desta Vuelta, sendo o de Alberto Contador o mais doloroso para os torcedores locais. Além dele, Frank Schleck e Luciano Pagliarini (que também não completou o Tour de France) deixaram a competição.

  • O TCB teve atuação discreta, talvez por conta da polêmica no Tour de France. Chamado poucas vezes a analisar quedas, não puniu ninguém.

  • A Vuelta a España não conseguiu bater o Giro D’Italia em emoção, mas foi uma competição altamente técnica e de muita emoção. Os ciclistas entregaram um espetáculo de primeira grandeza e, por isso, é difícil falar em decepções, mas dá para citar duas. A primeira foi o abandono de Alberto Contador logo na terceira etapa. Campeão do Tour de France e grande favorito dos espanhóis para esta Vuelta, não fez absolutamente nada. O outro foi Remco Evenepoel. Campeão da Vuelta em 2022, andou sempre na parte de trás do pelotão e foi último na última etapa. Conseguiu apenas um terceiro lugar em uma etapa.

  • Por outro lado, além do show de Primoz Roglic, Filippo Ganna e Mark Cavendish, outros ciclistas se destacaram, como Damiano Cunego, Tom Boonen, Luciano Pagliarini e Mathieu Van Der Poel. Além deles, também tivemos um show de estratégia da Imperatriz, que culminou com o título da Vuelta.

  • Após a Vuelta a España, Filippo Ganna é o novo líder do ranking, com 152 pontos.

A volta olímpica dos campeões da Vuelta a España 2023. Da frente para trás, Primoz Roglic (campeão), Filippo Ganna (vice-campeão), Mark Cavendish (3º colocado), Luciano Pagliarini (campeão de montanha) e Fabio Aru (vencedor da última etapa).

A FESTA

E lá estava o Imperatriz Arena lotado novamente, para receber o campeão da Vuelta a España 2023. Primoz Roglic foi recebido pelos outros atletas do Imperatriz com muita festa, mostrando que o trabalho da equipe esse ano trouxe resultados. É a terceira vez que o Imperatriz Arena lota para receber um campeão do ciclismo neste ano. Primeiro, com Rafael Andriato e o título do Giro D'Italia. Depois, Primoz Roglic e a Copa do Mundo de Ciclismo. Agora, Roglic volta a ser o centro das atenções, trazendo a segunda das 3 Grandes Voltas para o Imperatriz F.B. Um ano memorável!


Os botões que trouxeram títulos para o Imperatriz F.B. no futibou de butaum se reúnem no Imperatriz Arena para receber mais um título no ciclismo de butaum. Primoz Roglic mostra o troféu da Vuelta a España 2023 e firma de vez seu nome na galeria de campeões do clube.

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