Março foi um mês bem agitado para os fãs de ciclismo. O calendário começou a ganhar ritmo e as provas foram aparecendo. Vamos ver como foi o terceiro mês do ano no esporte que só cresce no mundo todo!
TOUR DA MALÁSIA
O Tour da Malásia 2022 começou ainda em fevereiro, já pro final do mês, então seu desfecho ocorreu somente no mês seguinte.
No dia 04, uma
sexta-feira, os ciclistas chegaram a Kuala Lumpur para a última etapa, totalmente plana e em um dia de muito calor e céu azul. Apenas
4 ciclistas tinham chances de título, a depender dos resultados. Marcel Kittel
e Fabio Aru dependiam de uma vitória e que Thibaut Pinot (então camisa amarela) não
chegasse em segundo. Greg Van Avermaet podia chegar em terceiro, desde que
Pinot não fosse no mínimo quinto. Já Pinot podia marcar esses resultados ou
chegar em segundo lugar para não depender de ninguém.
Desde o início, houve muitas tentativas de ataque, com o pelotão controlando a uma distância segura. Dos
que disputavam o título, só Greg Van Avermaet tentou se posicionar no início,
mas os constantes ataques fizeram com que o belga acabasse sendo engolido pelo
pelotão, ficando sem forças para reagir. No trecho final, vários ciclistas
atacaram forte e conseguiram se desgrudar, formando pequenos grupos
sem sprinters para buscar a vitória entre si. Acabou que o espanhol Oscar Pereiro
Sio (Caisse D’Epargne) conseguiu uma arrancada incrível, pulando da quarta posição
para a vitória e deixando os três ciclistas que estavam na sua frente para
disputar os dois lugares restantes no pódio. E quem levou a melhor nessa
emocionante chegada foi o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), que conseguiu a
segunda posição. Em terceiro ficou o italiano Michele Scarponi (Lampre) e, em
quarto, o inglês Chris Froome (Sky).
Marcel Kittel
precisava vencer, mas conseguiu só um sexto lugar. Fabio Aru também precisava
vencer, mas foi o vigésimo quinto. Greg Van Avermaet tinha que chegar ao pódio,
mas ficou bem distante disso, em trigésimo. De todas essas posições ruins, quem teve o que comemorar foi Thibaut Pinot, que chegou em vigésimo sétimo e ficou com o
título do Tour da Malásia 2022.
O francês da Française De Jeux foi dominante durante a competição, vencendo uma prova, conquistando um segundo lugar e um terceiro, além dos pontos conquistados em quase todas as etapas (só não pontuou na primeira e na última). Dessa forma, Pinot conquistou tanto o título geral quanto o de montanha, chegando a 6 conquistas na LMC. Após o Tour da Malásia, ele também assumiu a liderança do ranking, com 34 pontos.
VUELTA A MURCIA
No dia 5, Lance
Armstrong se juntava aos ciclistas independentes para a Vuelta Ciclística a
Murcia, uma corrida com uma subida dura no início (em 9%) e outra não tanto (em
7%), antes do final em sprint. A prova foi disputada em um dia de muito sol e
bastante calor.
Uma fuga foi formada desde o início, com Magno Nazaret e Nairo Quintana tomando distância. Nas subidas, Quintana fazia valer suas habilidades como montanhista, mas no plano era Nazaret quem acelerava. Por fim, lado a lado, os dois disputaram o sprint e foi o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) quem conseguiu a vitória, com o colombiano Nairo Quintana (Movistar) se contentando com a segunda colocação. Em terceiro chegou o francês Bryan Coquard (Cofidis), que fez uma excelente prova de recuperação. Nazaret estava eufórico com a vitória, mas ficou decepcionado após descobrir que os jogadores do Vasco, que haviam prometido estar na linha de chegada, não compareceram. Decepção também para Lance Armstrong, que ainda sente a lesão que o tirou do Tour da Malásia.
No dia 13, começava o Protour do Benelux. A competição deste ano se iniciou na Holanda, passou pela Bélgica e teve suas duas últimas etapas, em montanha, em Luxemburgo. Isso contrariava o acordo entre as três nações, que previa que uma ficaria com a abertura, outra com as provas de montanha e a outra com a decisão do título, criando uma saia justa entre os representantes da volta.
O contra relógio que
abriu a competição foi disputado em um dia de céu azul, mas com temperatura
agradável. Uma prova de alto nível, disputa emocionante até o final e vitória
do espanhol Oscar Freire (Rabobank). Em segundo, o italiano Vincenzo Nibali
(Astana) e, em terceiro, o inglês Chris Froome (Sky).
No dia 19, os atletas
partiram para as últimas montanhas de Luxemburgo, para a decisão da competição.
A Etapa Rainha continha subidas altíssimas e nada menos do que 24 ciclistas com
chances de título, já que havia farta distribuição de pontos em metas volante
no início da prova, que foi disputada em um dia abafado, com algumas nuvens e
muito calor para dificultar a vida de quem quisesse escalar as montanhas.
A corrida foi
disputada em um ritmo frenético, com os ciclistas acelerando forte nas
montanhas e descansando na parte plana, se preparando para a duríssima parte
final, quando nenhuma subida tinha menos de 10% de inclinação. Após a última
meta volante, 20 ciclistas deixaram a disputa do título, resumindo-a a 4
atletas.
O espanhol Alberto Contador (Astana) não deu chances para nenhum adversário. Impecável, El Pistolero correu forte a prova inteira, mas partiu em uma fuga solo na segunda metade e não viu ninguém chegar perto, vencendo naquela que é candidata a performance do ano. O argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) também fez uma corrida digna de performance do ano, mas conseguiu apenas cruzar em segundo. Campeão em 2019 tanto no geral quanto na montanha, Chamorro mostrou que é bom no terreno inclinado, apesar de ser sprinter. O terceiro lugar foi do italiano Michele Scarponi (Lampre), que também deu show nas montanhas e chegou a solo.
Como nenhum dos atletas que ainda tinham chances de título sequer estavam próximos da posição necessária para tal, Frank Schleck só administrou para chegar em décimo sexto, conquistar o título em casa e fazer história. O luxemburguês da Saxo Bank só correu mesmo na segunda etapa, quando brilhou ao vencer e fazer muitos pontos em metas volante, vestiu a camisa vermelha de líder e não largou mais, administrando o resto da competição do meio do pelotão para conquistar seu quarto título na LMC.
A disputa do título de montanha ficou acirrada. O brilho de Alberto Contador na última etapa e a regularidade de Michele Scarponi, com dois pódios nas montanhas, fizeram com que ambos empatassem em pontos. Porém, o item 5 do regulamento da LMC diz que “em caso de empate (quando há mais de uma etapa de montanha), será campeão de montanha aquele que tiver vencido mais provas deste tipo. Persistindo o empate, o título é dividido”. Como Contador venceu uma etapa e Scarponi, nenhuma, El Pistolero fica com o título de montanha, seu sexto na LMC e o terceiro neste tipo de prêmio.
No dia 20, Oscar
Pereiro Sio, Sylvain Chavanel e Romain Bardet se juntavam aos ciclistas
independentes em Flandres, para a disputa da E3 Harelbeke, uma das clássicas
das Ardenas (Bélgica). A região é conhecida por ter muitas montanhas de inclinações acentuadas
e trechos em pavê. A prova, basicamente, foi dividida em um trecho plano, uma
subida (de 9%), um trecho em pavê, uma subida (em 10%), um muro (mistura de
pavê com subida, em 11%) e chegada em sprint. O calor não ajudou muito os
atletas no alívio do sofrimento.
No dia 27, os
ciclistas estavam na Toscana, Itália, para a edição 2022 da Strade Bianchi. A
clássica seria disputada em um dia de sol e muito calor, dificultando ainda
mais a vida dos ciclistas, que teriam que passar em 3 trechos de sterrato,
sendo o último em uma subida com 10% de inclinação, antes da chegada em sprint.
Tão logo foi dada a
bandeirada de saída, uma fuga foi formada com um grupo grande de ciclistas. Aos
poucos, no entanto, eles foram sendo capturados pelo pelotão, deixando a
fuga restrita a um grupo pequeno, que foi assim até a parte final, quando duas
subidas, em 12 e 10% (sendo esta em sterrato), definiram a corrida. O
holandês Tom Dumoulin (Sunweb) continuou pedalando forte e acabou vencendo em uma
incrível fuga a solo. Os seis ciclistas seguintes vieram juntos e formaram uma
disputa incrível no sprint final. Quem se deu melhor foi o belga Philippe
Gilbert (Lotto Belisol), que se aproveitou de suas características de ciclista
de clássicas para chegar em segundo lugar. Em terceiro chegou o brasileiro
Luciano Pagliarini (Saunier Duval). A Strade Bianchi 2022 foi uma prova em
altíssimo nível e não teve nenhum abandono, apesar das dificuldades físicas de
Alejandro Valverde, que completou em último sob aplausos do público.
Ainda no dia 27, a
costa nordeste da Itália sediava o Giro de Laigueglia 2022, em um dia
parcialmente nublado mas de muito calor. A prova tinha uma pequena subida em 5%
no início, mas duas montanhas mais difíceis antes da chegada em sprint. O Colla
Micheri tinha 8% de inclinação e o Capo Mele, antes da chegada, se inclinava em
10%.
- Março foi um mês bastante agitado, com 6 provas sendo disputadas. Foram duas provas por etapas, uma clássica e três provas independentes, dos mais variados tipos e atraindo muitos fãs para as ruas.
- A LMC estuda algumas mudanças na premiação, instituindo um título para o campeão independente. Será feita uma pontuação nas posições dos pódios e aquele que somar mais pontos no final da temporada (seja ciclista do calendário ou independente) levará o prêmio.
- Também estão sendo estudadas mudanças na estrutura da Liga, mas estas ainda dependem das verbas de patrocínio.
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