quinta-feira, 18 de julho de 2019

Mundial de Futibou de Butaum 2019 - Relatório Final - 18/07/2019

A segunda edição do Mundial de Futibou de Butaum da FIFUBO terminou no último domingo. O novo campeão foi coroado, os prêmios individuais foram distribuídos e muita coisa aconteceu desde o início da competição, não só na FIFUBO, mas na LMC também. Fruto de um sonho megalomaníaco, aquilo que parecia uma coisa impossível aconteceu em 2017 e a FIFUBO começou a investir em seleções para formar o seu torneio mundial. Em 2018, a Copa do Mundo aconteceu com oito equipes. Em 2019, já eram nove as seleções e o número de grupos aumentou, o que foi positivo por um lado, mas negativo por outro.

O lado positivo ficou justamente no aumento das seleções e dos grupos. Agora, com três grupos diferentes, as seleções ficaram mais distribuídas. Mas também teve o lado negativo, porque oito equipes se dividem em dois grupos de quatro seleções (cada equipe joga três vezes), enquanto nove equipes se dividem em três grupos de três (cada equipe joga duas vezes). Assim, uma equipe eliminada na primeira fase jogou apenas duas partidas numa competição tão importante, enquanto uma equipe que se classificou às semifinais fez quatro jogos (contra cinco em 2018). O artilheiro de 2018 fez oito gols, enquanto os de 2019 fizeram apenas quatro, fruto do número menor de partidas disputadas.

Mesmo assim, o primeiro Mundial disputado no Imperatriz Arena teve um nível técnico altíssimo e partidas de tirar o fôlego. As seleções tiveram que aprender a jogar em um campo maior e isso se refletiu numa inversão de valores. Os outrora favoritos perderam para aqueles que, antes, eram considerados presa fácil. Das nove equipes disputando o Mundial, quatro são europeias e as quatro foram eliminadas na primeira fase. O título se resumiu a uma disputa entre América do Sul e Ásia.

A competição começou em 29/06/2019, com o jogo Brasil 3x1 Holanda, e se encerrou em 14/07/2019, com Japão 2x3 Brasil. As nove equipes se dividiram nos grupos A (Brasil, Argentina e Holanda), B (Japão, França e Camarões) e C (Inglaterra, Alemanha e Coreia do Sul). Os campeões de cada grupo se classificariam às semifinais, cujo quarto membro seria o melhor entre os segundos colocados. Ao todo, foram disputadas 13 partidas e 43 gols foram marcados, o que dá uma média de 3,3 gols por jogo. Nos 13 jogos, 8 terminaram com um vencedor e 5 terminaram empatados, com 11 jogadores diferentes sendo eleitos melhores em campo, 4 jogadores e 1 treinador receberam cartões amarelos e dois foram expulsos, sendo um deles um goleiro, que "passou" a suspensão a um jogador de linha. Dois árbitros foram punidos com suspensão de um sorteio. Os 43 gols foram divididos entre 25 atletas diferentes.

O ataque mais positivo foi o do Brasil, com 10 gols marcados, uma média de 2,5 gols por jogo. Do outro lado, a França teve o pior ataque da competição, marcando apenas 1 gol. A defesa menos vazada foi a de Camarões, com 2 gols sofridos. Do outro lado, a defesa mais vazada foi a da Argentina, com 9 gols sofridos.

ANÁLISE DAS EQUIPES

Brasil - O grande campeão do Mundial teve uma competição inesquecível. Cabeça de chave do grupo A, o Brasil venceu seus dois jogos no grupo (3x1 Holanda e 2x1 Argentina) e se classificou com a melhor campanha de todas. Nas semifinais, empatou com a Coreia do Sul (2x2) e ganhou nos pênaltis (4x3). Na final, derrotou o Japão (3x2) e ergueu as taças. Ao longo da competição, Dorival Junior deu uma cara à equipe, saiu do 4-3-3 ineficiente para um 4-4-2 que explorou todo o potencial de seus jogadores. Teve coragem ao deixar Ronaldinho no banco e apostar em Alex na meia direita. O Brasil ganhou o meio de campo, teve qualidade no passe e equilíbrio em todos os setores. Talvez isso explique o sucesso da equipe, considerada a melhor da competição, ao lado da Coreia do Sul. Além do título, fez um dos artilheiros da competição. Ronaldo marcou quatro gols e ergueu a Bola de Ouro. Mas, curiosamente, o grande destaque da equipe foi Rivaldo. O camisa 10 fez um gol no Mundial, não foi eleito o destaque em nenhuma partida e não fez gol na final, mas foi o coração do time. Sua categoria é o exemplo perfeito do que é o futebol brasileiro.

Argentina - A evolução dos argentinos na competição foi latente. Caíram num grupo A difícil, considerado o "grupo da morte" e, desde o início, mostraram consistência. A equipe jogou bem, mostrou um padrão e contou com o talento de seus atletas. Estreou batendo a Holanda (2x1), mas perdeu pro Brasil (1x2) e teve que aguardar até o último jogo da primeira fase para garantir a classificação com o melhor segundo lugar. Na fase final, seus jogadores não tiveram o mesmo rendimento e, mesmo ainda mostrando qualidade, estiveram longe do nível dos adversários. Perderam nas semifinais pro Japão e na disputa do terceiro lugar para a Coreia do Sul, ambas por 1x3 e sem mostrar sinais de que poderiam equilibrar a disputa. Acabaram com um doloroso, porém honroso quarto lugar. O destaque da equipe foi Messi, que chamou a responsabilidade e levou a Argentina ao lugar que chegou, mas sentiu a falta de alguém que pudesse dividir com ele as jogadas. Se a Argentina tivesse optado por Tevez desde o início, as coisas poderiam ser diferentes.

Holanda - Novamente favoritos, novamente decepcionantes. Os holandeses jamais demonstraram um padrão. A equipe não se acerta nas táticas escolhidas por Cruyff e, assim, tem dificuldades para criar. Perdeu seus dois jogos no grupo A (1x3 Brasil e 1x2 Argentina) e deu adeus ao Mundial em apenas dois dias, logo na primeira semana da competição. Mesmo assim, Kluivert marcou os dois gols da equipe e se manteve na artilharia até as semifinais. O destaque, porém, foi Dennis Bergkamp. Pelo segundo Mundial consecutivo, suas arrancadas pela ponta direita são a principal arma da Holanda, o que pode dar uma pista sobre a chave do sucesso para os súditos da Casa de Orange em futuras competições.

Japão - Campeões em 2018, vice campeões em 2019; artilheiro e MVP em 2018, co-artilheiro e MVP em 2019. Os japoneses mostram que são a força dominante da FIFUBO, com uma geração que já marcou seu nome na História do Futibou de Butaum. A equipe veio como cabeça de chave do grupo B e começou a competição com muito nervosismo. Dominados por Camarões, acabaram salvos pelo talento de Hyuga, que decretou o empate em 1x1. No jogo decisivo do grupo, derrotaram a França por 2x0 e avançaram às semifinais. Ali, o talento dos Supercampeões já estava solto. Nas semifinais, vitória sobre a Argentina (3x1), com o placar construído no primeiro tempo e a equipe se poupando para a final no segundo. Na grande decisão, fizeram um jogo duríssimo, mas foram derrotados pelo Brasil (2x3), ficando com o segundo lugar na competição. Além de Hyuga ter ganhado a Bola de Ouro de Artilheiro (4 gols, ao lado de Ronaldo) pelo segundo Mundial consecutivo, os Samurais viram Tsubasa ser o MVP da competição. O camisa 10, aliás, foi o grande destaque da equipe, que novamente mostrou um futebol equilibrado em todos os setores, disciplina tática e um espetáculo para os torcedores.

França - Novamente favoritos, eternamente decepcionantes. A França veio com muitas esperanças neste Mundial e a classificação às semifinais era dada como certa. A equipe tinha um esquema 4-4-2 losango, com os atacantes abertos nas pontas e fazendo a diagonal. Mas bastou a bola rolar para tudo ser esquecido. A França decepcionou desde o início, quando empatou em 1x1 com Camarões jogando muito mal. No jogo decisivo do grupo, perderam de 0x2 para o Japão sem jamais terem ameaçado os adversários. Não há nada a dizer da participação da França no Mundial. Zidane foi o único que tentou alguma coisa e, por isso, pode ser considerado o destaque da equipe.

Camarões - Em 2018, os africanos fizeram seu primeiro jogo oficial já no Mundial, onde sofreram goleadas sucessivas e deixaram uma impressão de não estarem no nível dos demais. Eternamente conhecidos como jogadores alegres e irresponsáveis, os camaroneses são avessos à tática; preferem jogar como peladeiros e isso lhes custa pontos preciosos. Em 2019, Zlatko Dalic começou a dar uma consciência tática à equipe. Os camaroneses conseguiram aliar alguns conceitos táticos ao jogo alegre e, com isso, produziram lances empolgantes. Com dois empates em 1x1, com Japão e França, os africanos deixam o Mundial invictos e com a defesa menos vazada. Até por isso o grande destaque foi Emmanuel Kunde. O zagueiro, capitão da equipe, foi o símbolo de um time que soube se portar bem defensivamente e ainda foi ao ataque fazer o gol de empate contra os nipônicos, na estreia.

Inglaterra - A maior decepção do Mundial foi esta seleção. O terceiro lugar em 2018 deu uma sensação amarga e a promessa era de nada menos que o título em 2019. A soberba inglesa começou já na pré-temporada, onde resolveram fazer algo light, que visava dar tranquilidade aos jogadores e torcedores, mas acabou trazendo preocupação. Na estreia, contra a Coreia do Sul, os ingleses jogaram como se fossem golear a qualquer momento e, no final, perderam por 0x2, praticamente selando a eliminação. No último jogo da primeira fase, precisavam de uma vitória por goleada para se classificarem e foi aí que resolveram jogar. Os ingleses fizeram um primeiro tempo incrível, mas o rival era a duríssima Alemanha e o placar em 2x2 resultou numa eliminação vergonhosa para a Inglaterra, que não tem como se explicar ao seu público. Se alguém pode ser considerado destaque na equipe foi David Beckham. Mas o camisa 7 jogou sozinho e não pôde fazer muito para evitar o vexame.

Alemanha - Quarta colocada em 2018 e favorita ao título, a Alemanha foi a que fez a melhor pré-temporada e mostrou toda a organização de seus jogadores. Efetivamente, mostraram todo aquele favoritismo em seu grupo, dominando os jogos. Mas o azar apareceu para os alemães e, justo no jogo em que eles dominavam a Coreia do Sul, com um jogador a mais e a goleada se desenhando, veio a expulsão de Neuer e o sorteio que tirou Thomas Muller da equipe (e da competição). O placar em 2x2 com os sul coreanos se repetiu contra a Inglaterra e a Alemanha, tendo que redesenhar sua equipe, não conseguiu passar da primeira fase. Mesmo assim, passaram ótima impressão para o espetáculo e tiveram em Podolski seu grande destaque. Jogador inteligente, atua tanto no meio quanto no ataque e é aquele tipo de atleta que chama a responsabilidade e incendeia os companheiros. Pena que teve pouco tempo para mostrar seu talento.

Coreia do Sul - O grupo C que produziu duas grandes decepções foi também o grupo que produziu a maior surpresa do Mundial. A Coreia do Sul era a seleção estreante na competição e, esperava-se, ia aprender muito nesta competição em um grupo com o terceiro e o quarto colocados no Mundial de 2018. Logo de cara, pegaram a favoritíssima Inglaterra e, jogo rolando, os Tigres Asiáticos foram dominando as ações, dominando, dominando e acabaram protagonizando a primeira (e única) zebra do Mundial, com a vitória por 2x0. No jogo seguinte, contra a Alemanha, eram dominados e iriam perder com certeza, principalmente quando perderam Kazuo Tachibana, expulso. Mas a sorte ficou do lado dos sul coreanos, que viram Neuer ser expulso logo depois, Thomas Muller ser sorteado para sair em seu lugar e o esquema alemão vir abaixo. Os asiáticos reequilibraram o jogo e, com o empate em 2x2, conseguiram a vaga com o primeiro lugar do grupo. Nas semifinais, a Coreia do Sul pegaria outro favorito ao título, o poderoso Brasil que acabaria sendo campeão. Os sul coreanos dominaram o jogo inteiro, sufocaram o rival, mas o empate em 2x2 levou a partida para os pênaltis e a derrota por 3x4 os tirou da final. A empolgação não diminuiu e, na disputa do terceiro lugar, dominaram a Argentina desde o início e venceram por 3x1, conquistando uma medalha de bronze com gosto de título. O grande destaque da equipe foi Jayeon. O camisa 10 chegou cercado de expectativas e confirmou todas. Chamou a responsabilidade, levou a equipe à frente, fez gols e chegou a disputar com Tsubasa a Bola de Ouro de MVP, que perdeu após três turnos de votação na Junta Técnica da FIFUBO. A Coreia do Sul chegou mostrando que será protagonista.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

1° Brasil - 4 jogos, 3 vitórias, 1 empate, 0 derrotas, 10 gols marcados, 6 gols sofridos;
2º Japão - 4 jogos, 2 vitórias, 1 empate, 1 derrota, 8 gols marcados, 5 gols sofridos;
3º Coreia do Sul - 4 jogos, 2 vitórias, 2 empates, 0 derrotas, 9 gols marcados, 5 gols sofridos;
4º Argentina - 4 jogos, 1 vitória, 0 empates, 3 derrotas, 5 gols marcados, 9 gols sofridos;
5º Alemanha - 2 jogos, 0 vitórias, 2 empates, 0 derrotas, 4 gols marcados, 4 gols sofridos;
6º Camarões - 2 jogos, 0 vitórias, 2 empates, 0 derrotas, 2 gols marcados, 2 gols sofridos;
7º Inglaterra - 2 jogos, 0 vitórias, 1 empate, 1 derrota, 2 gols marcados, 4 gols sofridos;
8º França - 2 jogos, 0 vitórias, 1 empate, 1 derrota, 1 gol marcado, 3 gols sofridos;
9º Holanda - 2 jogos, 0 vitórias, 0 empates, 2 derrotas, 2 gols marcados, 5 gols sofridos.

ARTILHARIA

1º Ronaldo (Brasil) e Kojiro Hyuga (Japão) - 4 gols
3º Jayeon (Coreia do Sul) e Oliver Tsubasa (Japão) - 3 gols
5º Miroslav Klose (Alemanha), Carlos Tevez (Argentina), Roberto Carlos (Brasil), Joo Sung (Coreia do Sul), Patrick Kluivert (Holanda) - 2 gols
10º Lukas Podolski (Alemanha), Bastien Schweinsteiger (Alemanha), Dario Conca (Argentina), Leonel Vangioni (Argentina), Lionel Messi (Argentina), Alex (Brasil), Denilson (Brasil), Rivaldo (Brasil), Emmanuel Kunde (Camarões), Emile Mbouh (Camarões), Mitsuru Sano (Coreia do Sul), Lee Young-Un (Coreia do Sul), Masao Tachibana (Coreia do Sul), Hanji Urabe (Coreia do Sul), Stephane Guivarch (França), David Beckham (Inglaterra), Peter Crouch (Inglaterra), Makoto Soda (Japão) - 1 gol

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cada Mundial traz uma coisa nova e uma sensação espetacular. Se a edição de 2018 coroou o Projeto Copa do Mundo e um sonho que vinha desde 1998, a edição de 2019 trouxe a primeira competição deste tipo numa mesa oficial. O Imperatriz Arena pode tranquilamente roubar a alcunha do Old Trafford de "Teatro dos Sonhos", pois é naquela mesa que os sonhos se tornam realidade. O aumento do número de seleções também foi positivo, pois aumenta a emoção e nos deixa mais próximos do número considerado ideal, de 12 equipes.

Como também aconteceu em 2018, durante o Mundial de 2019 a FIFUBO veio com algumas novidades. A principal delas é que, em 2020, a Liga FIFUBO será disputada por seleções e não pelos clubes. É muito difícil manter a empolgação para fazer uma rodada quando se tem equipes pelas quais eu não me interesso e, infelizmente, isso está acontecendo com as equipes argentinas. Tirando o River Plate, nenhuma empolga realmente, embora Boca, Independiente, Racing e Velez tenham lá sua importância. Acaba que, para chegar no jogo do River, do Vasco ou do Imperatriz, é necessário passar por partidas sem empolgação e isso acaba atrasando o andamento da competição. A Liga deveria ter parado para o Mundial na nona rodada, mas está para iniciar a sexta ainda e isso deve causar atrasos no torneio.

Como as seleções são mais empolgantes e contam com grandes craques, talvez a Liga tenha maior atratividade. A possibilidade de fazer estatística com os jogadores da seleção também ajuda no interesse, pois no Mundial tivemos apenas um milestone e, mesmo assim, porque Roberto Carlos fez dois gols na final. Com cada equipe tendo que jogar pelo menos 16 partidas, aumentam as chances de termos artilheiros com 20 ou mais gols, ao invés dos míseros 4 gols que Ronaldo e Hyuga marcaram.

A outra novidade que empolgou muito foi a profissionalização da LMC. Os ciclistas terão nova roupagem, mais moderna e com o padrão FIFUBO. Mas este é um segredo que está sendo guardado a sete chaves e só será revelado quando a LMC convocar a conferência de imprensa que irá apresentar o Tour de France, o que deve ocorrer (espero) até o final deste mês.

O blog não parou com suas artes. Elas continuarão a ser exibidas durante a semana, quando não tivermos jogo da Liga. Já temos uma pronta, que deve ser apresentada nesta sexta ou no meio da semana que vem. A fantasia continuará alta, podem apostar!

Então é isso. As cortinas do Mundial se fecham, a Liga FIFUBO volta neste sábado e os clubes voltarão a arrastar suas multidões ao Imperatriz Arena. Vamos que vamos, que ainda tem muita bola para rolar!

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