quarta-feira, 1 de março de 2017

Torneio Apertura 2017 - Quinta Rodada - 01/03/2017

Sabem por que chamaram o dia de hoje de quarta-feira de cinzas? Porque o Itaquá Dome pegou fogo com os dois jogos que abriram a quinta rodada do Apertura 2017. Os dois líderes enfrentavam os dois últimos colocados, em busca de uma folga maior no topo da tabela, certo? Isso é o que nós vamos ver...

HURACÁN 3x3 RIVER PLATE

Tradicionalmente uma pedra no sapato do River, o Huracán vem pressionado. A equipe ainda não venceu, com dois empates e duas derrotas, sendo estas nas duas últimas rodadas, ambas por 3x1 (Boca e Independiente) e completava o giro contra os times argolados precisando se impor. Já o River é só empolgação. A fácil vitória sobre o Racing (3x0) e o ataque mais positivo do campeonato, somados ao excelente início de temporada de Trezeguet, eram a senha para o voo livre da liderança.

O cansaço das duas equipes (fruto da rodada anterior, ontem) fez o jogo ficar meio lento no início, mas o Huracán tentava se impor desde o início. Com uma inédita marcação tripla sobre Trezeguet, o time tentava impedir que o River armasse sua principal jogada. Marcando bem sobre o meio, também impediam que Gallardo armasse o jogo. Mas o River não é a melhor equipe de futebol de botão do mundo à toa. Aos poucos, a movimentação e o toque de bola da equipe foram desmontando o esquema do Huracán e abrindo o meio para as jogadas de ataque.

O único gol do primeiro tempo saiu aos 3 minutos, na primeira vez em que Trezeguet recebeu sem marcação. Barrientos saiu para tentar jogar e perdeu a bola. O River, daí, fez uma incrível inversão de papéis. Gallardo recuperou como se fosse lateral esquerdo e tocou a Berizzo, que fazia as vezes de volante. O passe do camisa 6 foi na esquerda para Buonanotte, que fez as vezes de armador e deu um lançamento incrível para o outro lado do campo, já dentro da área. Trezeguet recebeu, botou a bola no chão, viu Islas tentando fechar o gol e mandou no ângulo, fazendo River 1x0.

Apesar do resultado, o Huracán não jogava mal, mas precisava ir para cima. Sr Rabina trocou Centurión e Milano no intervalo, colocando Erramuspe e Barrales. A ideia era que Erramuspe apertasse a marcação e liberasse Masantonio para ir ao ataque. Já Francescoli tirou Barrado e Gallardo. Embora o camisa 11 não estivesse mal, havia desperdiçado muitas chances no primeiro tempo. Em seus lugares, entraram Coudet e Funes Mori. O camisa 9 foi jogar na ponta direita e o até então sumido Ortega passaria a armar o jogo.

Francescoli acertou na colocação de Ortega no meio. O time ganhou mais volume de jogo e ampliou o marcador logo a um minuto. Placente reiniciou o jogo tocando a Almeyda na cabeça de área. O camisa 5 abriu na direita para Ferrari, que procurou Ortega no meio. O camisa 10 percebeu que Trezeguet estava sem marcação e tocou no camisa 7, recebendo de volta na direita, próximo à entrada da área. Ortega avançou com a bola dominada e, da entrada da área, chutou bonito, sem chances para Islas, fazendo River 2x0, em jogada muito bem trabalhada.

O Huracán abandonou de vez a estratégia defensiva e se lançou de vez ao ataque, buscando diminuir. Mas esbarrava na marcação do River e nos contra ataques do rival. Mesmo assim, foi se organizando na base da trombada e conseguiu descontar com um lindo gol de seu artilheiro. Aos 5 minutos, Danelon partiu pela direita e tocou a Masantonio no meio. Recebendo de volta, o camisa 2 tocou a Cigogna na direita. O camisa 9 trouxe da ponta para o meio, mas ficou sem ângulo para soltar o scopetazzo. Assim, resolveu chutar de trivela. A bola fez uma curva incrível e entrou no ângulo oposto de Carrizzo, com o Huracán descontando para 1x2.

O River não se importou e ampliou aos 6 minutos, na saída de bola, em mais uma bela jogada coletiva. Ortega tocou a Coudet e correu para a direita. Abruptamente, o camisa 8 trocou para o lado esquerdo e jogou a bola num ponto vazio. José Maria Paz correu feito um louco e recebeu a bola livre, soltando belo chute do bico da área e encobrindo Islas para finalizar essa perfeita jogada ensaiada: River 3x1.

O gol fez o River voltar a dominar o jogo e impor seu ritmo. A equipe tocava bem a bola e fazia uma marcação impecável, mas foi se empolgando no próprio brilhantismo e bateu cabeça aos 8 minutos. Ferrari correu para ajudar Almeyda na marcação e conseguiu impedir que Ruben Masantonio roubasse a bola. A torcida vibrou, mas logo depois viu Ferrari e Almeyda baterem cabeça sobre quem sairia jogando. Os dois trombaram e a bola sobrou para Masantonio livre no bico da área. O camisa 10 chutou cruzado e fez um lindo gol: Huracán 2x3.

Enquanto Ferrari e Almeyda discutiam, o River tentava reiniciar o jogo e errava cada vez mais. Nos acréscimos, Erramuspe abandonou a marcação a Trezeguet e se adiantou. Enquanto Sr Rabina gritava para ele voltar à marcação, o camisa 12 se antecipava à bola que Almeyda tentava passar para Funes Mori. Erramuspe passou atrás para Barrales, que passou mais atrás para Minici, que passou mais atrás para Walter Ferrero. Sr Rabina gritava enlouquecidamente para o time ir para o lado oposto, já que o jogo acabava. Ferrero chutou para o meio de campo, onde Ruben Masantonio meteu a bola no chão e passou a Cigogna. A marcação foi em cima do mito, que devolveu a Masantonio. O camisa 10 recebeu pelo meio, na intermediária, e arriscou um chute de muito longe. A bola ganhou força e altura, Carrizzo se esticou e nada pôde fazer: Huracán 3x3.

As mudanças de Francescoli não surtiram efeito e o River perdeu volume de jogo. Já a mudança de Sr Rabina se mostrou acertada, reequilibrando os setores e fazendo sua equipe arrancar um bom empate, embora a vitória ainda não tenha vindo.

Destaque do jogo: Ruben Masantonio. Até Ferrari e Almeyda baterem cabeça, a discussão era sobre quem seria coroado o melhor em campo, se Buonanotte ou Ortega. Mas o camisa 10 foi se soltando aos poucos (mérito da mudança de Sr Rabina, que lhe deu mais liberdade) e, com dois gols, fez o Huracán empatar um jogo que parecia perdido.

ESTUDIANTES 3x3 INDEPENDIENTE

A pior equipe do campeonato vinha de um bom empate com o Boca (1x1) e usava a proposta de embolar o meio de campo para não deixar o adversário se impor. O problema do Estudiantes é que sempre um dos 3 setores (defesa, meio e ataque) não funcionava. A equipe precisava fazer o time jogar com coesão. Já o Independiente precisava apenas de uma vitória para conseguir a liderança isolada. Atentos ao problema do River no jogo anterior, os comandados de Bayer queriam dominar desde o início.

Mas o que se viu foi um Estudiantes aplicado. Marcando forte, o time não deixava o Independiente se impor e ainda saía em bons contra ataques. O Independiente tentava, mas Gracián se portava mais como atacante do que como armador, o que fazia com que Silvera precisasse sair de sua posição para organizar a equipe.

Assim sendo, o Estudiantes foi impedindo as opções do Independiente e arrancando em contra ataque, até conseguir abrir o marcador aos 5 minutos. Após Rodrigo Braña roubar bola que ia para Parra, a bola chegou aos pés de Verón, que abriu na direita para Enzo Perez. Com um belo passe, o camisa 7 inverteu o jogo para Boselli, que recebeu já dentro da área, ajeitou o corpo e chutou de pé direito, pegando Navarro no contrapé: Estudiantes 1x0.

O gol acendeu o alerta para o Independiente, que precisou sair pro jogo. Mesmo assim, a marcação do Estudiantes fazia com que o time de Avellaneda errasse muitos passes e não conseguisse rondar a área rival. A solução era inverter papéis para confundir a marcação. No último lance do primeiro tempo, Facundo Parra foi jogar de volante e desarmou Boselli, tocando a Fredes, que foi jogar de armador. O camisa 8 viu que Vella foi jogar de atacante e fez um passe em profundidade. O camisa 2 recebeu dentro da área e chutou na saída de Andujar, fazendo Independiente 1x1.

No intervalo, Cristaldo trocou o inoperante lado direito. Saíram Angeleri e Gastón Fernandez e entraram Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopes. Já Bayer sacou Fredes e Gracián e colocou Acevedo e Gandin.

Esperava-se que Gandin fosse armar o jogo e se aproximar mais dos atacantes, com Acevedo dando maior proteção ao meio de campo. Mas não foi isso que aconteceu. A equipe insistia em jogar para Acevedo armar o jogo e sair pela direita com Vella, o que ocasionava muitos erros e a bola sempre voltava para o Estudiantes. Assim, o time de La Plata foi se organizando e começando a ter volume de jogo. O segundo gol veio aos 6 minutos, quando Marco Rojo recebeu de Federico Fernandez e tocou a Verón no meio. O camisa 11 tocou nas costas de Boselli, que teve que se virar e fazer o papel de pivô. Com bom passe para trás, ele encontrou Leandro Benítez, que chutou de primeira e acertou o ângulo de Navarro, fazendo Estudiantes 2x1.

O gol foi uma ducha de água fria no time de Avellaneda, que passou a buscar o empate a todo custo. Mas sem organização ficava difícil, pois Acevedo e Vella continuavam errando muito na armação de jogadas. A solução, novamente, foi mandar a bola para Silvera. O camisa 11 foi jogar de volante e mandou Busse ir para o ataque em seu lugar. Assim, já nos acréscimos, após Montenegro lhe passar a bola, Silvera foi avançando pelo meio e deu lindo passe para Busse, já dentro da área. Andujar saiu em cima do camisa 7, que rolou para Facundo Parra. O camisa 17 só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio e fazer Independiente 2x2.

O empate estava praticamente consolidado, mas é nessas horas que o gênio aparece. Verón deu a saída para Enzo Perez e recebeu de volta na frente. Ele ameaçou invadir a área, Navarro retornou para cobrir o ângulo e, no último instante, Verón deu a quebra de asa e um lindo toque de cobertura. Gol de gênio no último lance do jogo: Estudiantes 3x2.

O Estudiantes começa a consolidar seu esquema de marcação forte no meio e contra ataques pelas pontas. Já o Independiente foi vítima de uma escolha errada, que mostrou que volantes não servem na armação. Esse erro lhes custou a liderança do campeonato.

Destaque do jogo: Mauro Boselli. Criticado inúmeras vezes, o camisa 9 começa a mostrar que talvez não rendesse por jogar fora de sua posição. Aberto na ponta, pode jogar em velocidade e aproveitar os contra ataques. Assim, jogou de forma impecável, fazendo um gol e dando o passe para outro na difícil vitória de seu time.

NOTAS RÁPIDAS

  • A rodada se encerra nesta quinta-feira, se tudo der certo.
  • O campeão do carnaval só será conhecido mais tarde. Mas três jogadores já garantiram lugar na história, com seus milestones. Ao empatar o jogo nos acréscimos do primeiro tempo, Luciano Vella chegou a 10 gols com a camisa do Independiente, Já Cigogna segue fazendo história, marcando contra o River o gol de número 60 com a camisa do Huracán. Mas o grande nome desta quarta-feira de cinzas foi Trezeguet. Coroando seu belo início de temporada, o atacante francês chegou a incríveis 70 gols com a camisa do River.

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