domingo, 29 de junho de 2025

Tour de France 2025 - 29/06/2025

Enfim chega o grande dia! A segunda das três Grandes Voltas do Ciclismo Mundial está nas ruas da França! O Tour de France 2025 se inicia e carrega em sua esteira uma legião de fãs do esporte que encanta as multidões. Vamos conferir, etapa a etapa, como foi a competição desse ano.

O Tour de France 2025 está em disputa!

1ª Etapa

No dia 18/06, começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2025 se iniciava com um contra relógio em um lindo dia de sol e temperatura agradável.

A etapa foi de altíssimo nível, como há muito não se via em um contra relógio, mas trouxe um paradoxo interessante. Os ciclistas deram um show tal que a nota de corte foi baixíssima. Também foi a vez com o maior número de ciclistas (5) fazendo no tempo mínimo, em uma disputa emocionante. Por outro lado, a LMC viu um ciclista ter o pior desempenho da história de um contra relógio até aqui. Danilo Di Luca foi muito mal e esteve a uma rodada de passar o vexame supremo de ser eliminado no contra relógio, por não atingir o tempo mínimo tolerável.

Mesmo assim, o que fica registrado é o excelente começou de Tour de France, cuja vitória na primeira etapa coube ao brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), com o eslovaco Peter Sagan (Bora) em segundo e o italiano Fabio Aru (Liquigás) em terceiro, assim como havia feito em 2020.

Com a vitória no contra relógio, Luciano Pagliarini é o primeiro a vestir a camisa amarela.

O pódio da primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval). Abaixo dele, o eslovaco Peter Sagan (Bora), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Fabio Aru (Liquigás), terceiro colocado.

2ª Etapa

No dia 19, se iniciou a primeira corrida de linha do Tour de France 2026. Totalmente plana, era um paraíso para os sprinters e foi disputada em um dia de sol e temperatura agradável. Foi uma prova para a fuga, que saiu numerosa desde o início e os ciclistas foram se revezando no ritmo para impedir a chegada do pelotão e, com o nível técnico altíssimo apresentado pelos ciclistas, não tinha como não ter emoção até o final.

Na hora do sprint, um numeroso grupo com 8 ciclistas alinhava para disputar a vitória e, com dois ciclistas se destacando, o público foi ao delírio empurrando um dos seus. A torcida deu certo e o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), segundo aqui em 2022, conseguiu a primeira vitória para o país nesta edição, superando o italiano Michele Scarponi (Lampre), que chegou em segundo. Em terceiro chegou o espanhol Oscar Freire (Rabobank), também terceiro aqui em 2021 e segundo no ano passado. A França teve um excelente desempenho nesta etapa, conseguindo um quarto lugar (Thibaut Pinot) e um sexto (Romain Bardet), além da vitória de Alaphilippe.

A corrida foi de altíssimo nível, terminou sem abandonos e, ao final, viu Luciano Pagliarini e Julian Alaphilippe vestirem a camisa amarela.

O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Abaixo dele, o italiano Michele Scarponi (Lampre), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), terceiro colocado.

3ª Etapa

No dia 20, os ciclistas alinharam para a terceira etapa do Tour, quase totalmente plana, com apenas uma leve inclinação de 5% na metade do percurso e chegada em sprint, além das primeiras metas volante do Tour.

O dia de sol e temperatura agradável brindou os atletas e, apesar da falta de vento que justificasse abanicos, o pelotão teve dificuldades e jamais conseguiu se organizar. Pequenos grupos se formaram e os ciclistas dentro de cada um se ajudavam, na tentativa de pegar o grupo da frente. Mas, sem um pelotão para coordenar os trabalhos, essa foi mais uma corrida para a fuga.

Primoz Roglic vinha solitário, bem distante dos demais, mas sofreu uma queda após a montanha e foi apanhado por um grupo com outros 6 ciclistas. Esse grupo se juntou e preparou uma emocionante chegada em sprint. Ao final de um emocionante sprint, a vitória sorriu para o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), assim como já havia sido em 2023. O luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), segundo em 2021 e terceiro em 2023, foi o segundo aqui. Em terceiro chegou o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), vencedor em 2022.

Foi mais uma prova de altíssimo nível e emoção de sobras, mas que viu o primeiro abandono desta edição do Tour de France. Fernando Gaviria sequer largou e deixou a competição. Além do pódio, Julian Alaphilippe pontuou nas metas volante e, por isso, mantém a camisa amarela. Desta vez, isolado.

O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo dele, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

4ª Etapa

No dia 21, tivemos uma etapa bem parecida com a anterior. Quase totalmente plana, tinha apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova e farta distribuição de pontos em metas volante, além do final em sprint.

O dia foi quente e abafado e o céu sem nuvens só ajudou a piorar as coisas e fazer desta a pior etapa do Tour até aqui. Os ciclistas tiveram dificuldades em imprimir um ritmo mais elevado e acabaram fazendo um grande passeio ciclístico. Após a metade, alguns resolveram arriscar uma fuga e, em que pese o pelotão se mantivesse perto, não reuniu forças suficientes para pegar os escapados.

Mas isso não quer dizer que não teve emoção nesta etapa. Na reta final, dois ciclistas disputavam a vitória e um deles era empurrado pela torcida local. O incentivo deu certo e Romain Bardet (AG2R) conseguiu a segunda vitória francesa em três etapas, superando o espanhol Alberto Contador (Astana), que ficou com a segunda posição. Em terceiro chegou o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone).

Foram inúmeros pedidos de atendimento durante a prova, devido ao calor. Thor Hushovd foi um dos que pediu atendimento algumas vezes e, incapaz de manter o ritmo, abandonou a prova.

A vitória na etapa e os pontos em metas volante deram a Romain Bardet a camisa amarela.

O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Romain Bardet (AG2R). Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

5ª Etapa

No dia 22 os ciclistas encarariam uma subida mais difícil neste Tour, na metade do percurso e com 7% de inclinação, além das metas volante logo no início e de uma chegada em sprint.

O dia nublado diminuiu a temperatura, trazendo um clima agradável à corrida. Mesmo assim, o nível também foi baixo nesta etapa. Os atletas voltaram a fazer um passeio ciclístico, com muitos atendimentos médicos e mecânicos realizados durante a prova. A única exceção foi o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), que saiu em fuga e imprimiu um ritmo fortíssimo a cada volta do pedal, conseguindo uma vitória com uma vantagem enorme para os demais, com 101 pontos de esforço e uma incrível média de 16.8 por trecho.

Muito depois veio um grupo escapado disputando o sprint, que terminou com o luxemburguês Frank Schleck indo ao chão. O TCB analisou as imagens e decidiu não punir ninguém. Assim, o alemão Marcel Kittel (Katusha) foi o segundo e o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), segundo no ano passado, chegou em terceiro.

Apesar do nível baixo e dos vários atendimentos, nenhum ciclista abandonou nessa etapa. Ao final, Murilo Fischer divide com Romain Bardet a camisa amarela, de líder.

O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural). Abaixo dele, o alemão Marcel Kittel (Katusha), segundo colocado. Abaixo do troféu, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), terceiro colocado.

6ª Etapa

No dia 23, duas subidas, traziam um gostinho do que estava por vir ao final da primeira metade do Tour. A última etapa antes das montanhas trazia uma subida logo no início, com 6% de inclinação, e outra mais dura, com 7%, antes do final em sprint.

Disputada em um dia de muito calor e ventos fortes, foi mais uma prova de nível baixo, com os ciclistas entregando um passeio ciclístico pobre. O vento trouxe abanicos e rachou o pelotão, com um pequeno grupo saindo em fuga e outro um pouco mais numeroso saindo à sua caça. Na última montanha, os dois grupos se juntaram e a maioria dos ciclistas, com pernas pesadas, não conseguiu sprintar, mas três sprinters fizeram valer as suas características e disputaram a vitória de forma emocionante. Ao final, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) saiu como vencedor, com o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) em segundo e o brasileiro Murilo Fischer (FDJ) em terceiro.

Murilo Fischer chega em terceiro pela segunda vez consecutiva e isso lhe isola com a camisa amarela, em uma prova sem abandonos.

Com as 3 provas iniciais de alto nível e as 3 seguintes em baixa, o Tour de France chega à sua metade preocupando a LMC e os torcedores. Espera-se que a segunda metade traga mais emoção.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole). Abaixo dele, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), terceiro colocado.

7ª Etapa

No dia 24, se iniciava a segunda metade do Tour de France, com as etapas de montanha. Esta já seria difícil, nos Pirineus, começando plana, mas com as subidas vindo na sequência, primeiro com 6%, depois chegando a 10% e terminando em 7%.

Disputada em um dia fechado, com chuva em alguns trechos, frio e muito vento, foi uma típica etapa de montanha, com ataques e contra ataques sucessivos, pequenos grupos se formando e muita disputa, que terminou com um final incrível, não tanto pela batalha pela vitória, mas por uma inédita tripleta no Tour de France. A Itália conseguiu os 3 primeiros lugares no pódio, um feito que poucas nações podem ter, mas que nenhuma conseguiu até aqui. A vitória coube a Vincenzo Nibali (Astana), com Filippo Ganna (Acqua & Sapone) em segundo e Fabio Aru (Liquigás) em terceiro.

O nível foi bom, bem melhor do que as três últimas etapas, e a corrida terminou sem abandonos. Murilo Fischer sofreu durante toda a prova, terminou em vigésimo nono, mas conseguiu manter a camisa amarela. Já o brilho de Vincenzo Nibali nesta corrida o levou a vestir a camisa branca de bolinhas.

A incrível tripleta italiana no pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Vincenzo Nibali (Astana). Abaixo dele, o segundo colocado, Filippo Ganna (Acqua & Sapone). Abaixo do troféu, o terceiro colocado, Fabio Aru (Liquigás).

8ª Etapa

No dia 25, ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam mais dificuldades do que na prova anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando a 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet.

A corrida foi disputada em um dia de céu azul e temperatura baixa, mas foi de um nível técnico muito bom e, novamente, uma típica etapa de montanha, com ataques e contra ataques, pequenos grupos se formando e muita emoção. Ao final, um grupo se destacou e começou a subida do Tourmalet e foi aí que brilhou a estrela do norte-americano Lance Armstrong (USPS), que fez um ataque contundente e venceu, deixando o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) em segundo. Outra disputa emocionante se deu no terceiro lugar, que terminou com o vencedor desta etapa em 2022, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) superando outros 8 atletas para ir ao pódio.

O brilho na etapa, aliado ao penúltimo lugar de Murilo Fischer devolveram a Luciano Pagliarini a camisa amarela, enquanto Vincenzo Nibali manteve a camisa branca de bolinhas, em mais uma prova de alto nível e sem abandonos.

O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o norte-americano Lance Armstrong (USPS). Abaixo dele, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), terceiro colocado.

9ª Etapa

No dia 26, os ciclistas deixaram os Pirineus para trás, para enfrentar os Alpes franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, já começavam em 10%, mas a chegada seria em 7%.

O dia, de céu azul e temperatura baixa, deu o clima ideal para uma prova de montanha. Logo cedo, um grupo tentou a fuga e, dentre todos, um ciclista se destacou. Segundo nos dois últimos anos, Alberto Contador (Astana) impôs um ritmo muito forte, acelerou e terminou vencendo esta etapa de forma magistral. Em segundo, completando a dobradinha espanhola no pódio, chegou Oscar Freire (Rabobank). Em terceiro chegou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), repetindo o lugar no pódio que conquistara em 2020 e 2023.

A etapa foi de altíssimo nível e todos chegaram ao seu final. Mas o brilho de Alberto Contador rendeu frutos espetaculares, pois a sua vitória lhe trouxe as camisas amarela e branca de bolinhas.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Alberto Contador (Astana). Abaixo dele e completando a dobradinha espanhola no pódio, Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

10ª Etapa

No dia 27, chegava a Etapa Rainha do Tour. Ainda nos Alpes, os ciclistas subiriam o Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima, a não ser um trecho plano na metade.

O dia de céu azul e temperatura em elevação ajudou a aliviar um pouco o sofrimento que os atletas teriam e isso foi crucial para que eles entregassem a melhor prova deste Tour de France, quiçá da temporada. O nível foi altíssimo, o ritmo foi muito forte, tivemos equipes trabalhando para levar seus líderes adiante e uma luta de gato e rato emocionante, pela camisa amarela.

A Quickstep fez um trabalho primoroso para Julian Alaphilippe voltar a ser o camisa amarela, mas não contavam com um Murilo Fischer inspiradíssimo. O brasileiro da Française De Jeux tinha as melhores pernas no dia e, a cada volta do pedal, aumentava a velocidade, voltando a conquistar o Mont Ventoux, como havia feito em 2020. Ao francês da Quickstep restou o segundo lugar. Curiosamente, quando Fischer venceu esta etapa, da outra vez, Alaphilippe foi terceiro. Aqui, o terceiro colocado foi o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), vencedor aqui em 2021.

Os comentaristas e torcedores só falam desta Etapa Rainha, majestosa no sentido mais amplo da palavra, mesmo tendo 3 abandonos na prova. Bauke Mollema, Remco Evenepoel e Filippo Ganna não aguentaram as subidas duríssimas e deixaram o Tour. Mollema não vinha fazendo boa competição; Remco não aguentou as dores depois de se esforçar ao máximo para levar Alaphilippe ao topo; mas o abandono mais sentido foi o de Filippo Ganna. O italiano da Acqua & Sapone vinha brilhando na etapa, junto com Fischer e Alaphilippe. Passou em primeiro em todas as metas volante, mas o esforço foi demais para ele, que pediu atendimento logo depois da última meta e não voltou mais.

Mas isso não apaga o brilho do que foi a décima etapa. Se Alejandro Valverde havia feito a performance do Tour na quinta etapa, com 101 pontos de esforço e média de 16,8 por trecho, Murilo Fischer superou esta marca ao anotar 103, média de 17.1, apenas 6 pontos atrás da performance do ano até aqui, de Tom Boonen na Fleche Wallonne. Mesmo assim, brilhou e voltou a se vestir de amarelo. Alberto Contador continua com a camisa branca de bolinhas e só necessita chegar nas duas últimas provas para confirmar o título de montanha.

O pódio da Etapa Rainha do Tour de France 2025. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo dele, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado.

11ª Etapa

No dia 28, o Tour de France deixou as montanhas e entrou em sua reta final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes deste Tour e duas colinas, com apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas.

O dia foi de céu aberto e temperatura agradável ajudou os atletas a entregarem mais uma prova de alto nível e emoção. Nas colinas, um grupo se destacou e tentou fazer uma vitória da fuga, mas o pelotão se reorganizou tão logo o terreno ficou plano e preparou uma massiva chegada em sprint. Mas, infelizmente, a disputa intensa causou uma grande colisão, que levou vários ciclistas ao chão e prejudicou a chegada.

Ao final, a vitória ficou com o norte-americano Lance Armstrong (USPS), que vinha na frente e, graças à redução de velocidade por causa do boliche, não foi mais incomodado. A segunda posição coube ao eslovaco Peter Sagan (Bora), vencedor desta etapa em 2022. Em terceiro chegou o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), também terceiro em 2021.

Apesar do final decepcionante, a corrida teve bom nível. A linha de chegada destoou e muito se deve ao acidente que levou vários ciclistas ao chão, inclusive ocasionando o abandono de Vincenzo Nibali. ao final da décima primeira etapa, Murilo Fischer segue com a camisa amarela de líder e Alberto Contador, com a branca de bolinhas, de líder de montanha.

O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o norte-americano Lance Armstrong (USPS). Abaixo dele, o eslovaco Peter Sagan (Bora), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

12ª Etapa

No domingo, 29, os 34 ciclistas remanescentes pedalaram até Paris para dar as três voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elysées, para a última etapa do Tour de France 2025, em uma corrida totalmente plana e com chegada de frente para o Arco do Triunfo.

Com a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas rasgam as ruas de Paris, na última etapa do Tour de France 2025.

Nesta etapa, sem metas volante, 4 competidores ainda tinham chances de título. Sem depender dos outros resultados, Julian Alaphilippe teria que chegar em segundo para continuar sonhando; Lance Armstrong tinha que chegar no mínimo em terceiro; Alberto Contador seria campeão até com um quinto lugar; e Murilo Fischer tinha que marcar todos esses resultados para levantar o troféu.

O dia de céu azul e temperatura em elevação deu o clima exato para um desfecho incrível. Como acontece ao final de uma Grande Volta, os ciclistas aproveitaram o caminho até Paris para confraternizar, tirar fotos e relaxar. Ao entrar na Cidade Luz, no entanto, o ritmo acelerou, os ataques começaram e a briga pelo título se intensificou.

O sprint foi muito emocionante, pois o título do Tour de France estava na linha. A vitória ficou com o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval). O segundo lugar foi do inglês Chris Froome (Sky), vencedor aqui em 2023 e segundo em 2020. Em terceiro chegou o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural).

Uma curiosidade incrível é que a edição do Tour deste ano começou e terminou com vitória de Luciano Pagliarini. A prova foi muito emocionante e terminou sem abandonos.

O pódio da décima segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.

O título da competição foi disputado até o final, pois Lance Armstrong acelerou como nunca em sua vida na linha de chegada. Precisando de um terceiro lugar para se sagrar campeão,  o norte-americano da USPS suou sangue, mas só conseguiu chegar em quarto lugar. Alberto Contador precisava de um quinto lugar, mas foi superado por outros na reta final e cruzou em décimo primeiro. E Julian Alaphilippe precisava de um segundo lugar, mas chegou apenas em décimo quarto. Com isso, quem comemorou foi o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), que cruzou em décimo sétimo e conquistou o título.

MURILO FISCHER CAMPEÃO TOUR DE FRANCE 2025

Apesar de não conseguir o resultado que lhe traria o título no geral, Alberto Contador cruzou a linha de chegada comemorando, pois completar a prova lhe trouxe o título de montanha do Tour. Ao brilhar nas etapas 7 e 9, o espanhol da Astana vestiu a camisa branca de bolinhas e não largou mais. Este triunfo mostra o excelente desempenho “del Pistolero” no terreno inclinado, que já conquistou 7 prêmios deste tipo na LMC. Antes do Tour, ele também havia conquistado o título de montanha no Tour da Suíça, a última competição antes da Grande Volta.

Campeão do Tour de France 2023, Alberto Contador conquistou o seu segundo título na temporada (o outro havia sido o de montanha no Tour da Suíça) e o décimo terceiro na LMC. Ele também tem o título de montanha na Vuelta a España 2020, restando somente este prêmio no Giro D’Italia para que ele conquiste o título especial chamado “Tríplice Montanha”, dado ao ciclista que conquistar o prêmio de montanha nas 3 Grandes Voltas em anos diferentes.

O espanhol Alberto Contador (Astana), com o troféu de campeão de montanha do Tour de France.

Mas se tem alguém de quem devemos falar neste Tour é Murilo Fischer. O brasileiro da Française De Jeux foi brilhante no Tour, vencendo a terceira e a décima etapas e ficando em terceiro na quinta e na sexta. Não bastasse essa quantidade absurda de pódios, pontuou bastante durante a competição, buscou as metas volante e vestiu a camisa amarela da quinta à sétima etapas e voltou a vesti-la na décima etapa, quando não deixou mais de usá-la.

A vitória na Etapa Rainha foi o ponto de virada para Fischer, que ali assumiu a liderança e soube marcar os adversários para ficar com o título. Naquela que foi considerada a maior corrida de uma Grande Volta na temporada, o brasileiro travou um duelo incrível com Julian Alaphilippe e saiu como vitorioso. Se tinha alguém que merecia mesmo esse título era Murilo Fischer, que conquistou o seu segundo título no ano (o outro foi a Volta da Colômbia), o segundo em uma Grande Volta (já que conquistara o título de montanha no Giro D’Italia 2020 e o décimo na LMC. Esse também foi o primeiro título do Brasil no Tour de France, um feito histórico para Murilo Fischer.

“Foi uma competição intensa, ao estilo do Tour de France. O meu trabalho inicial era dar condições para Thibaut Pinot brilhar. Mas fui me sentindo cada vez melhor, conforme a competição ia passando. Quando vi, já estava lá na frente, de amarelo e pronto para conquistar o título. Eu não tenho palavras para descrever a sensação de ganhar o Tour de France. É o ápice da carreira de um ciclista!” - Murilo Fischer, comemorando o título do Tour.
O pódio do Tour de France 2025. No alto, com o troféu de campeão, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo dele, com o troféu de vice-campeão, o norte-americano Lance Armstrong (USPS). Abaixo do troféu de campeão e com os troféus de terceiro colocado e de campeão de montanha, o espanhol Alberto Contador (Astana).

NOTAS RÁPIDAS

  • Tirando a chamada “janela negra”, da quarta à sexta etapa, o nível geral do Tour foi muito bom. Ainda abaixo do que foi o Giro D’Italia, mas uma competição excelente, que trouxe provas de altíssimo nível, a melhor etapa de uma Grande Volta na temporada e emoção até a linha de chegada;
  • No total, 9 ciclistas diferentes conquistaram alguma vitória, sendo Lance Armstrong, Luciano Pagliarini e Murilo Fischer os que mais venceram, 2 vezes cada;
  • 22 ciclistas diferentes subiram ao pódio, sendo Murilo Fischer o que mais conseguiu chegar lá, 4 vezes;
  • Entre as equipes, 8 conseguiram vencer, sendo Astana, Française De Jeux, Saunier Duval e USPS as que mais venceram, 2 vezes cada. 19 conseguiram ir ao pódio, sendo a Française De Jeux e a Quickstep as que mais chegaram entre as três primeiras, 4 vezes cada;
  • 6 países conseguiram vencer nas etapas, sendo o Brasil o maior vencedor, 4 vezes. 11 nações foram ao pódio, sendo o Brasil quem mais figurou entre os três primeiros, 7 vezes;
  • Tivemos duas dobradinhas nacionais, ou melhor, uma dobradinha e uma inédita tripleta. Na sétima etapa, Vincenzo Nibali, Filippo Ganna e Fabio Aru fizeram história ao formar uma incrível tripleta italiana no pódio. Na nona etapa, foi a vez dos espanhóis conquistarem uma dobradinha, com Alberto Contador em primeiro e Oscar Freire em segundo;
  • Os ciclistas franceses deram show neste Tour de France. Julian Alaphilippe conquistou um primeiro, um segundo e um terceiro lugares, vestindo a camisa amarela na segunda e na terceira etapas e terminando o Tour na quinta posição. Romain Bardet venceu a quarta etapa, vestindo a camisa amarela nas etapas 4 e 5. Sylvain Chavanel conquistou um terceiro lugar, o que fez com que a França terminasse o Tour com 5 pódios (2 vitórias, 1 segundo lugar e 2 terceiros lugares). O único que não fez absolutamente nada na competição foi Thibaut Pinot, que não só não disputou as primeiras posições como ainda viu seu companheiro de equipe sair como campeão sem que ele tivesse ajudado em nada. Mesmo assim, terminou o Tour com 6 pontos conquistados. Os franceses brilharam na edição desse ano;
  • Foram 6 abandonos neste Tour de France, um a mais que a edição 2024 e também um a mais que o Giro D’Italia. É um número elevado, mas não alarmante, já que tínhamos 2 abandonos até a décima etapa, que foi a melhor da competição e, justamente por esses esforços elevadíssimos, alguns ciclistas não aguentaram;
  • O TCB não foi acionado neste Tour, o que mostra o alto nível da competição;
  • Mesmo com uma competição espetacular, tivemos decepções. Podemos citar a “janela negra”, com a quarta, a quinta e a sexta etapas como maiores decepções. Poderíamos citar os 6 abandonos como uma decepção, mas não é o caso. O que mais decepcionou neste Tour foi o desempenho de Thibaut Pinot, que foi o único francês a destoar dos demais. Também podemos citar como uma leve decepção os abandonos de Vincenzo Nibali (que venceu uma etapa e chegou a ser líder de montanha) e Filippo Ganna (que brilhou em três etapas e abandonou justo na que mais se destacava), mas é como foi dito anteriormente, os abandonos foram fruto de um ritmo elevado e não de má forma;
  • Já os destaques individuais são vários, a começar pelo show que Brasil e França deram na competição. Juntos, venceram metade das provas do Tour (e as quatro primeiras) e foram ao pódio 12 vezes (7 para o Brasil, 5 para a França), dividindo a camisa amarela em duas ocasiões e só não ficando com ela na nona etapa, quando Alberto Contador a vestiu. Os quatro primeiros colocados tiveram apenas um ponto de diferença de um para o outro, o que mostra o altíssimo nível da competição. Além do campeão Murilo Fischer, de Lance Armstrong (o vice), Alberto Contador (terceiro e campeão de montanha) e Luciano Pagliarini, merecem destaque Julian Alaphilippe (quinto colocado), Primoz Roglic (o sexto) e Romain Bardet (o décimo primeiro), além de Filippo Ganna, que abandonou mas teve pontos para finalizar a competição empatado com Julian Alaphilippe. Com tantos destaques e tão poucas decepções, o Tour de France encerra com um saldo pra lá de positivo;
  • Após o Tour de France 2025, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 146 pontos.
A volta dos campeões do Tour de France 2025, com a Torre Eiffel ao fundo. Na frente, o campeão, Murilo Fischer. Atrás dele, o vice-campeão, Lance Armstrong. Mais atrás, o terceiro colocado e campeão de montanha, Alberto Contador. No fim da fila, o vencedor da última etapa, Luciano Pagliarini.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!