Enfim chega o grande dia! A segunda das três Grandes Voltas do Ciclismo Mundial está nas ruas da França! O Tour de France 2025 se inicia e carrega em sua esteira uma legião de fãs do esporte que encanta as multidões. Vamos conferir, etapa a etapa, como foi a competição desse ano.
1ª Etapa
No
dia 18/06, começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2025 se
iniciava com um contra relógio em um lindo dia de sol e temperatura agradável.
A
etapa foi de altíssimo nível, como há muito não se via em um contra relógio,
mas trouxe um paradoxo interessante. Os ciclistas deram um show tal que a nota
de corte foi baixíssima. Também foi a vez com o maior número de ciclistas (5)
fazendo no tempo mínimo, em uma disputa emocionante. Por outro lado, a LMC viu
um ciclista ter o pior desempenho da história de um contra relógio até aqui.
Danilo Di Luca foi muito mal e esteve a uma rodada de passar o vexame supremo
de ser eliminado no contra relógio, por não atingir o tempo mínimo tolerável.
Mesmo
assim, o que fica registrado é o excelente começou de Tour de France, cuja
vitória na primeira etapa coube ao brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier
Duval), com o eslovaco Peter Sagan (Bora) em segundo e o italiano Fabio Aru
(Liquigás) em terceiro, assim como havia feito em 2020.
Com
a vitória no contra relógio, Luciano Pagliarini é o primeiro a vestir a camisa
amarela.
2ª Etapa
No
dia 19, se iniciou a primeira corrida de linha do Tour de France 2026.
Totalmente plana, era um paraíso para os sprinters e foi disputada em um dia de
sol e temperatura agradável. Foi uma prova para a fuga, que saiu numerosa desde
o início e os ciclistas foram se revezando no ritmo para impedir a chegada do
pelotão e, com o nível técnico altíssimo apresentado pelos ciclistas, não tinha
como não ter emoção até o final.
Na
hora do sprint, um numeroso grupo com 8 ciclistas alinhava para disputar a
vitória e, com dois ciclistas se destacando, o público foi ao delírio
empurrando um dos seus. A torcida deu certo e o francês Julian Alaphilippe
(Quickstep), segundo aqui em 2022, conseguiu a primeira vitória para o país
nesta edição, superando o italiano Michele Scarponi (Lampre), que chegou em
segundo. Em terceiro chegou o espanhol Oscar Freire (Rabobank), também terceiro
aqui em 2021 e segundo no ano passado. A França teve um excelente desempenho
nesta etapa, conseguindo um quarto lugar (Thibaut Pinot) e um sexto (Romain
Bardet), além da vitória de Alaphilippe.
A
corrida foi de altíssimo nível, terminou sem abandonos e, ao final, viu Luciano
Pagliarini e Julian Alaphilippe vestirem a camisa amarela.
3ª Etapa
No
dia 20, os ciclistas alinharam para a terceira etapa do Tour, quase totalmente
plana, com apenas uma leve inclinação de 5% na metade do percurso e chegada em
sprint, além das primeiras metas volante do Tour.
O
dia de sol e temperatura agradável brindou os atletas e, apesar da falta de
vento que justificasse abanicos, o pelotão teve dificuldades e jamais conseguiu
se organizar. Pequenos grupos se formaram e os ciclistas dentro de cada um se
ajudavam, na tentativa de pegar o grupo da frente. Mas, sem um pelotão para
coordenar os trabalhos, essa foi mais uma corrida para a fuga.
Primoz
Roglic vinha solitário, bem distante dos demais, mas sofreu uma queda após a
montanha e foi apanhado por um grupo com outros 6 ciclistas. Esse grupo se
juntou e preparou uma emocionante chegada em sprint. Ao final de um emocionante
sprint, a vitória sorriu para o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), assim como já
havia sido em 2023. O luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), segundo em 2021 e
terceiro em 2023, foi o segundo aqui. Em terceiro chegou o francês Julian
Alaphilippe (Quickstep), vencedor em 2022.
Foi
mais uma prova de altíssimo nível e emoção de sobras, mas que viu o primeiro
abandono desta edição do Tour de France. Fernando Gaviria sequer largou e
deixou a competição. Além do pódio, Julian Alaphilippe pontuou nas metas
volante e, por isso, mantém a camisa amarela. Desta vez, isolado.
4ª Etapa
No
dia 21, tivemos uma etapa bem parecida com a anterior. Quase totalmente plana,
tinha apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova e farta distribuição
de pontos em metas volante, além do final em sprint.
O
dia foi quente e abafado e o céu sem nuvens só ajudou a piorar as coisas e
fazer desta a pior etapa do Tour até aqui. Os ciclistas tiveram dificuldades em
imprimir um ritmo mais elevado e acabaram fazendo um grande passeio ciclístico.
Após a metade, alguns resolveram arriscar uma fuga e, em que pese o pelotão se
mantivesse perto, não reuniu forças suficientes para pegar os escapados.
Mas
isso não quer dizer que não teve emoção nesta etapa. Na reta final, dois
ciclistas disputavam a vitória e um deles era empurrado pela torcida local. O
incentivo deu certo e Romain Bardet (AG2R) conseguiu a segunda vitória francesa
em três etapas, superando o espanhol Alberto Contador (Astana), que ficou com a
segunda posição. Em terceiro chegou o italiano Filippo Pozzato (Acqua &
Sapone).
Foram
inúmeros pedidos de atendimento durante a prova, devido ao calor. Thor Hushovd
foi um dos que pediu atendimento algumas vezes e, incapaz de manter o ritmo,
abandonou a prova.
A
vitória na etapa e os pontos em metas volante deram a Romain Bardet a camisa
amarela.
5ª Etapa
No
dia 22 os ciclistas encarariam uma subida mais difícil neste Tour, na metade do
percurso e com 7% de inclinação, além das metas volante logo no início e de uma
chegada em sprint.
O
dia nublado diminuiu a temperatura, trazendo um clima agradável à corrida.
Mesmo assim, o nível também foi baixo nesta etapa. Os atletas voltaram a fazer
um passeio ciclístico, com muitos atendimentos médicos e mecânicos realizados
durante a prova. A única exceção foi o espanhol Alejandro Valverde (Caja
Rural), que saiu em fuga e imprimiu um ritmo fortíssimo a cada volta do pedal,
conseguindo uma vitória com uma vantagem enorme para os demais, com 101 pontos
de esforço e uma incrível média de 16.8 por trecho.
Muito
depois veio um grupo escapado disputando o sprint, que terminou com o
luxemburguês Frank Schleck indo ao chão. O TCB analisou as imagens e decidiu
não punir ninguém. Assim, o alemão Marcel Kittel (Katusha) foi o segundo e o
brasileiro Murilo Fischer (FDJ), segundo no ano passado, chegou em terceiro.
Apesar
do nível baixo e dos vários atendimentos, nenhum ciclista abandonou nessa
etapa. Ao final, Murilo Fischer divide com Romain Bardet a camisa amarela, de
líder.
6ª Etapa
No
dia 23, duas subidas, traziam um gostinho do que estava por vir ao final da
primeira metade do Tour. A última etapa antes das montanhas trazia uma subida
logo no início, com 6% de inclinação, e outra mais dura, com 7%, antes do final
em sprint.
Disputada
em um dia de muito calor e ventos fortes, foi mais uma prova de nível baixo,
com os ciclistas entregando um passeio ciclístico pobre. O vento trouxe
abanicos e rachou o pelotão, com um pequeno grupo saindo em fuga e outro um
pouco mais numeroso saindo à sua caça. Na última montanha, os dois grupos se
juntaram e a maioria dos ciclistas, com pernas pesadas, não conseguiu sprintar,
mas três sprinters fizeram valer as suas características e disputaram a vitória
de forma emocionante. Ao final, o argentino Francisco Chamorro (Credite
Agricole) saiu como vencedor, com o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon
Circus) em segundo e o brasileiro Murilo Fischer (FDJ) em terceiro.
Murilo
Fischer chega em terceiro pela segunda vez consecutiva e isso lhe isola com a
camisa amarela, em uma prova sem abandonos.
Com
as 3 provas iniciais de alto nível e as 3 seguintes em baixa, o Tour de France
chega à sua metade preocupando a LMC e os torcedores. Espera-se que a segunda
metade traga mais emoção.
7ª Etapa
No
dia 24, se iniciava a segunda metade do Tour de France, com as etapas de
montanha. Esta já seria difícil, nos Pirineus, começando plana, mas com as
subidas vindo na sequência, primeiro com 6%, depois chegando a 10% e terminando
em 7%.
Disputada
em um dia fechado, com chuva em alguns trechos, frio e muito vento, foi uma
típica etapa de montanha, com ataques e contra ataques sucessivos, pequenos
grupos se formando e muita disputa, que terminou com um final incrível, não
tanto pela batalha pela vitória, mas por uma inédita tripleta no Tour de
France. A Itália conseguiu os 3 primeiros lugares no pódio, um feito que poucas
nações podem ter, mas que nenhuma conseguiu até aqui. A vitória coube a
Vincenzo Nibali (Astana), com Filippo Ganna (Acqua & Sapone) em segundo e
Fabio Aru (Liquigás) em terceiro.
O
nível foi bom, bem melhor do que as três últimas etapas, e a corrida terminou
sem abandonos. Murilo Fischer sofreu durante toda a prova, terminou em vigésimo
nono, mas conseguiu manter a camisa amarela. Já o brilho de Vincenzo Nibali
nesta corrida o levou a vestir a camisa branca de bolinhas.
8ª Etapa
No
dia 25, ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam mais dificuldades do que na
prova anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando a 11% na linha de
chegada, o temido Col du Tourmalet.
A
corrida foi disputada em um dia de céu azul e temperatura baixa, mas foi de um
nível técnico muito bom e, novamente, uma típica etapa de montanha, com ataques
e contra ataques, pequenos grupos se formando e muita emoção. Ao final, um
grupo se destacou e começou a subida do Tourmalet e foi aí que brilhou a
estrela do norte-americano Lance Armstrong (USPS), que fez um ataque
contundente e venceu, deixando o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval)
em segundo. Outra disputa emocionante se deu no terceiro lugar, que terminou
com o vencedor desta etapa em 2022, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile)
superando outros 8 atletas para ir ao pódio.
O
brilho na etapa, aliado ao penúltimo lugar de Murilo Fischer devolveram a
Luciano Pagliarini a camisa amarela, enquanto Vincenzo Nibali manteve a camisa
branca de bolinhas, em mais uma prova de alto nível e sem abandonos.
9ª Etapa
No
dia 26, os ciclistas deixaram os Pirineus para trás, para enfrentar os Alpes
franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, já começavam em 10%,
mas a chegada seria em 7%.
O
dia, de céu azul e temperatura baixa, deu o clima ideal para uma prova de
montanha. Logo cedo, um grupo tentou a fuga e, dentre todos, um ciclista se
destacou. Segundo nos dois últimos anos, Alberto Contador (Astana) impôs um
ritmo muito forte, acelerou e terminou vencendo esta etapa de forma magistral.
Em segundo, completando a dobradinha espanhola no pódio, chegou Oscar Freire
(Rabobank). Em terceiro chegou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank),
repetindo o lugar no pódio que conquistara em 2020 e 2023.
A
etapa foi de altíssimo nível e todos chegaram ao seu final. Mas o brilho de
Alberto Contador rendeu frutos espetaculares, pois a sua vitória lhe trouxe as
camisas amarela e branca de bolinhas.
10ª Etapa
No
dia 27, chegava a Etapa Rainha do Tour. Ainda nos Alpes, os ciclistas subiriam
o Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos
menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima, a não ser um trecho plano na
metade.
O
dia de céu azul e temperatura em elevação ajudou a aliviar um pouco o
sofrimento que os atletas teriam e isso foi crucial para que eles entregassem a
melhor prova deste Tour de France, quiçá da temporada. O nível foi altíssimo, o
ritmo foi muito forte, tivemos equipes trabalhando para levar seus líderes
adiante e uma luta de gato e rato emocionante, pela camisa amarela.
A
Quickstep fez um trabalho primoroso para Julian Alaphilippe voltar a ser o
camisa amarela, mas não contavam com um Murilo Fischer inspiradíssimo. O
brasileiro da Française De Jeux tinha as melhores pernas no dia e, a cada volta
do pedal, aumentava a velocidade, voltando a conquistar o Mont Ventoux, como
havia feito em 2020. Ao francês da Quickstep restou o segundo lugar.
Curiosamente, quando Fischer venceu esta etapa, da outra vez, Alaphilippe foi
terceiro. Aqui, o terceiro colocado foi o holandês Tom Dumoulin (Sunweb),
vencedor aqui em 2021.
Os
comentaristas e torcedores só falam desta Etapa Rainha, majestosa no sentido
mais amplo da palavra, mesmo tendo 3 abandonos na prova. Bauke Mollema, Remco
Evenepoel e Filippo Ganna não aguentaram as subidas duríssimas e deixaram o
Tour. Mollema não vinha fazendo boa competição; Remco não aguentou as dores
depois de se esforçar ao máximo para levar Alaphilippe ao topo; mas o abandono
mais sentido foi o de Filippo Ganna. O italiano da Acqua & Sapone vinha
brilhando na etapa, junto com Fischer e Alaphilippe. Passou em primeiro em
todas as metas volante, mas o esforço foi demais para ele, que pediu
atendimento logo depois da última meta e não voltou mais.
Mas
isso não apaga o brilho do que foi a décima etapa. Se Alejandro Valverde havia
feito a performance do Tour na quinta etapa, com 101 pontos de esforço e média
de 16,8 por trecho, Murilo Fischer superou esta marca ao anotar 103, média de
17.1, apenas 6 pontos atrás da performance do ano até aqui, de Tom Boonen na
Fleche Wallonne. Mesmo assim, brilhou e voltou a se vestir de amarelo. Alberto
Contador continua com a camisa branca de bolinhas e só necessita chegar nas
duas últimas provas para confirmar o título de montanha.
11ª Etapa
No
dia 28, o Tour de France deixou as montanhas e entrou em sua reta final. Esta
prova tinha as duas últimas metas volantes deste Tour e duas colinas, com
apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas.
O
dia foi de céu aberto e temperatura agradável ajudou os atletas a entregarem
mais uma prova de alto nível e emoção. Nas colinas, um grupo se destacou e
tentou fazer uma vitória da fuga, mas o pelotão se reorganizou tão logo o
terreno ficou plano e preparou uma massiva chegada em sprint. Mas,
infelizmente, a disputa intensa causou uma grande colisão, que levou vários
ciclistas ao chão e prejudicou a chegada.
Ao
final, a vitória ficou com o norte-americano Lance Armstrong (USPS), que vinha
na frente e, graças à redução de velocidade por causa do boliche, não foi mais
incomodado. A segunda posição coube ao eslovaco Peter Sagan (Bora), vencedor
desta etapa em 2022. Em terceiro chegou o francês Sylvain Chavanel (Quickstep),
também terceiro em 2021.
Apesar
do final decepcionante, a corrida teve bom nível. A linha de chegada destoou e
muito se deve ao acidente que levou vários ciclistas ao chão, inclusive
ocasionando o abandono de Vincenzo Nibali. ao final da décima primeira etapa, Murilo Fischer segue com a camisa amarela de líder e Alberto Contador, com a branca de bolinhas, de líder de montanha.
12ª Etapa
No
domingo, 29, os 34 ciclistas remanescentes pedalaram até Paris para dar as três
voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elysées, para a
última etapa do Tour de France 2025, em uma corrida totalmente plana e com
chegada de frente para o Arco do Triunfo.
![]() |
Com a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas rasgam as ruas de Paris, na última etapa do Tour de France 2025. |
Nesta etapa, sem metas volante, 4 competidores ainda tinham chances de título. Sem depender dos outros resultados, Julian Alaphilippe teria que chegar em segundo para continuar sonhando; Lance Armstrong tinha que chegar no mínimo em terceiro; Alberto Contador seria campeão até com um quinto lugar; e Murilo Fischer tinha que marcar todos esses resultados para levantar o troféu.
O
dia de céu azul e temperatura em elevação deu o clima exato para um desfecho
incrível. Como acontece ao final de uma Grande Volta, os ciclistas aproveitaram
o caminho até Paris para confraternizar, tirar fotos e relaxar. Ao entrar na
Cidade Luz, no entanto, o ritmo acelerou, os ataques começaram e a briga pelo
título se intensificou.
O
sprint foi muito emocionante, pois o título do Tour de France estava na linha.
A vitória ficou com o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval). O segundo
lugar foi do inglês Chris Froome (Sky), vencedor aqui em 2023 e segundo em
2020. Em terceiro chegou o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural).
Uma
curiosidade incrível é que a edição do Tour deste ano começou e terminou com
vitória de Luciano Pagliarini. A prova foi muito emocionante e terminou sem
abandonos.
O
título da competição foi disputado até o final, pois Lance Armstrong acelerou
como nunca em sua vida na linha de chegada. Precisando de um terceiro lugar
para se sagrar campeão, o norte-americano da USPS suou sangue, mas só
conseguiu chegar em quarto lugar. Alberto Contador precisava de um quinto
lugar, mas foi superado por outros na reta final e cruzou em décimo primeiro. E
Julian Alaphilippe precisava de um segundo lugar, mas chegou apenas em décimo
quarto. Com isso, quem comemorou foi o brasileiro Murilo Fischer (Française De
Jeux), que cruzou em décimo sétimo e conquistou o título.
MURILO
FISCHER CAMPEÃO TOUR DE FRANCE 2025
Apesar
de não conseguir o resultado que lhe traria o título no geral, Alberto Contador
cruzou a linha de chegada comemorando, pois completar a prova lhe trouxe o
título de montanha do Tour. Ao brilhar nas etapas 7 e 9, o espanhol da Astana
vestiu a camisa branca de bolinhas e não largou mais. Este triunfo mostra o
excelente desempenho “del Pistolero” no terreno inclinado, que já conquistou 7
prêmios deste tipo na LMC. Antes do Tour, ele também havia conquistado o título
de montanha no Tour da Suíça, a última competição antes da Grande Volta.
Campeão
do Tour de France 2023, Alberto Contador conquistou o seu segundo título na
temporada (o outro havia sido o de montanha no Tour da Suíça) e o décimo
terceiro na LMC. Ele também tem o título de montanha na Vuelta a España 2020,
restando somente este prêmio no Giro D’Italia para que ele conquiste o título
especial chamado “Tríplice Montanha”, dado ao ciclista que conquistar o prêmio
de montanha nas 3 Grandes Voltas em anos diferentes.
Mas
se tem alguém de quem devemos falar neste Tour é Murilo Fischer. O brasileiro
da Française De Jeux foi brilhante no Tour, vencendo a terceira e a décima
etapas e ficando em terceiro na quinta e na sexta. Não bastasse essa quantidade
absurda de pódios, pontuou bastante durante a competição, buscou as metas
volante e vestiu a camisa amarela da quinta à sétima etapas e voltou a vesti-la
na décima etapa, quando não deixou mais de usá-la.
A
vitória na Etapa Rainha foi o ponto de virada para Fischer, que ali assumiu a
liderança e soube marcar os adversários para ficar com o título. Naquela que
foi considerada a maior corrida de uma Grande Volta na temporada, o brasileiro
travou um duelo incrível com Julian Alaphilippe e saiu como vitorioso. Se tinha
alguém que merecia mesmo esse título era Murilo Fischer, que conquistou o seu
segundo título no ano (o outro foi a Volta da Colômbia), o segundo em uma
Grande Volta (já que conquistara o título de montanha no Giro D’Italia 2020 e o
décimo na LMC. Esse também foi o primeiro título do Brasil no Tour de France,
um feito histórico para Murilo Fischer.
“Foi uma competição intensa, ao estilo do Tour de France. O meu trabalho inicial era dar condições para Thibaut Pinot brilhar. Mas fui me sentindo cada vez melhor, conforme a competição ia passando. Quando vi, já estava lá na frente, de amarelo e pronto para conquistar o título. Eu não tenho palavras para descrever a sensação de ganhar o Tour de France. É o ápice da carreira de um ciclista!” - Murilo Fischer, comemorando o título do Tour.
NOTAS RÁPIDAS
- Tirando a chamada “janela negra”, da quarta à sexta etapa, o nível geral do Tour foi muito bom. Ainda abaixo do que foi o Giro D’Italia, mas uma competição excelente, que trouxe provas de altíssimo nível, a melhor etapa de uma Grande Volta na temporada e emoção até a linha de chegada;
- No total, 9 ciclistas diferentes conquistaram alguma vitória, sendo Lance Armstrong, Luciano Pagliarini e Murilo Fischer os que mais venceram, 2 vezes cada;
- 22 ciclistas diferentes subiram ao pódio, sendo Murilo Fischer o que mais conseguiu chegar lá, 4 vezes;
- Entre as equipes, 8 conseguiram vencer, sendo Astana, Française De Jeux, Saunier Duval e USPS as que mais venceram, 2 vezes cada. 19 conseguiram ir ao pódio, sendo a Française De Jeux e a Quickstep as que mais chegaram entre as três primeiras, 4 vezes cada;
- 6 países conseguiram vencer nas etapas, sendo o Brasil o maior vencedor, 4 vezes. 11 nações foram ao pódio, sendo o Brasil quem mais figurou entre os três primeiros, 7 vezes;
- Tivemos duas dobradinhas nacionais, ou melhor, uma dobradinha e uma inédita tripleta. Na sétima etapa, Vincenzo Nibali, Filippo Ganna e Fabio Aru fizeram história ao formar uma incrível tripleta italiana no pódio. Na nona etapa, foi a vez dos espanhóis conquistarem uma dobradinha, com Alberto Contador em primeiro e Oscar Freire em segundo;
- Os ciclistas franceses deram show neste Tour de France. Julian Alaphilippe conquistou um primeiro, um segundo e um terceiro lugares, vestindo a camisa amarela na segunda e na terceira etapas e terminando o Tour na quinta posição. Romain Bardet venceu a quarta etapa, vestindo a camisa amarela nas etapas 4 e 5. Sylvain Chavanel conquistou um terceiro lugar, o que fez com que a França terminasse o Tour com 5 pódios (2 vitórias, 1 segundo lugar e 2 terceiros lugares). O único que não fez absolutamente nada na competição foi Thibaut Pinot, que não só não disputou as primeiras posições como ainda viu seu companheiro de equipe sair como campeão sem que ele tivesse ajudado em nada. Mesmo assim, terminou o Tour com 6 pontos conquistados. Os franceses brilharam na edição desse ano;
- Foram 6 abandonos neste Tour de France, um a mais que a edição 2024 e também um a mais que o Giro D’Italia. É um número elevado, mas não alarmante, já que tínhamos 2 abandonos até a décima etapa, que foi a melhor da competição e, justamente por esses esforços elevadíssimos, alguns ciclistas não aguentaram;
- O TCB não foi acionado neste Tour, o que mostra o alto nível da competição;
- Mesmo com uma competição espetacular, tivemos decepções. Podemos citar a “janela negra”, com a quarta, a quinta e a sexta etapas como maiores decepções. Poderíamos citar os 6 abandonos como uma decepção, mas não é o caso. O que mais decepcionou neste Tour foi o desempenho de Thibaut Pinot, que foi o único francês a destoar dos demais. Também podemos citar como uma leve decepção os abandonos de Vincenzo Nibali (que venceu uma etapa e chegou a ser líder de montanha) e Filippo Ganna (que brilhou em três etapas e abandonou justo na que mais se destacava), mas é como foi dito anteriormente, os abandonos foram fruto de um ritmo elevado e não de má forma;
- Já os destaques individuais são vários, a começar pelo show que Brasil e França deram na competição. Juntos, venceram metade das provas do Tour (e as quatro primeiras) e foram ao pódio 12 vezes (7 para o Brasil, 5 para a França), dividindo a camisa amarela em duas ocasiões e só não ficando com ela na nona etapa, quando Alberto Contador a vestiu. Os quatro primeiros colocados tiveram apenas um ponto de diferença de um para o outro, o que mostra o altíssimo nível da competição. Além do campeão Murilo Fischer, de Lance Armstrong (o vice), Alberto Contador (terceiro e campeão de montanha) e Luciano Pagliarini, merecem destaque Julian Alaphilippe (quinto colocado), Primoz Roglic (o sexto) e Romain Bardet (o décimo primeiro), além de Filippo Ganna, que abandonou mas teve pontos para finalizar a competição empatado com Julian Alaphilippe. Com tantos destaques e tão poucas decepções, o Tour de France encerra com um saldo pra lá de positivo;
- Após o Tour de France 2025, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 146 pontos.
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