2ª Etapa
No
dia 11/08 se iniciava a primeira corrida de linha do Tour de France
2024. Totalmente plana, era um paraíso para os sprinters e seria
disputada e um dia de céu azul e temperatura baixa.
A
prova foi de uma velocidade altíssima, com Tom Dumoulin saindo em
fuga e puxando um ritmo intenso e os demais se esforçando para
buscá-lo. O infortúnio bateu à porta do holandês da Sunweb, que
teve um problema mecânico, foi alcançado e terminou na sexta
posição. O pelotão se organizou e preparou uma eletrizante chegada
em sprint.
Ao
final, a segunda etapa do Tour de France viu, pelo segundo ano
consecutivo, a vitória do norueguês Thor Hushovd (Credite
Agricole), que fez um sprint perfeito. Em segundo ficou o espanhol
Oscar Freire (Rabobank), repetindo o seu lugar no pódio nesta etapa,
como havia feito em 2021. Em terceiro chegou o italiano Domenico
Pozzovivo (AG2R).
O
segundo pódio seguido neste Tour deu a Oscar Freire a camisa
amarela, em uma etapa sensacional e sem abandonos.
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O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole). Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), terceiro colocado. |
3ª Etapa
No
dia 12/08 se iniciava a terceira etapa do Tour, quase totalmente
plana, com apenas uma leve inclinação de 5% na metade do percurso e
chegada em sprint, além das primeiras metas volante do Tour, em um
dia gelado.
Foi
mais uma etapa de nível excelente. Mas, desta vez, para a fuga.
O espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) saiu a solo logo
cedo e, a cada trecho, aumentava a distância para os demais até
finalizar com uma bela vitória na etapa que chegou em segundo em
2019. O norte americano Lance Armstrong (USPS) foi outro que, ao ver
que o pelotão não trabalharia para pegar o escapado, buscou a sua
própria fuga e chegou a solo na segunda posição. Em terceiro, já
disputando com um grupo maior, chegou o italiano Filippo Ganna (Acqua
& Sapone).
Com
a vitória na etapa e nas metas volante, Oscar Pereiro Sio é o novo
camisa amarela do Tour de France, que viu seus dois primeiros
abandonos. Mark Cavendish se queixou de muitas dores e deixou a
competição pouco antes da metade. Já Alejandro Valverde sequer
largou.

O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o norte americano Lance Armstrong (USPS), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), terceiro colocado.
4ª Etapa
O
dia 13/08 trouxe uma etapa bem parecida com a anterior. Quase
totalmente plana, tinha apenas uma leve inclinação de 5% no início
da prova e farta distribuição de pontos em metas volante, além do
final em sprint.
Disputada
em um dia nublado e gelado, a corrida foi muito técnica e bem
disputada, um show de estratégia. Uma fuga saindo logo no início, o
pelotão organizado e buscando os escapados para uma grande chegada
em sprint. E foi com emoção que essa arrancada final foi disputada,
terminando com vitória do alemão Marcel Kittel (Katusha), que fez
valer suas características para, enfim, vencer uma etapa de Tour de
France.
Em
segundo chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), o mesmo
segundo colocado do ano passado. E, em terceiro, o belga Greg Van
Avermaet (CCC) repetiu seu primeiro pódio na LMC, em 2021.
Com
a vitória na etapa e os pontos em metas volante, Marcel Kittel é o
novo camisa amarela, em uma etapa muito boa e sem abandonos.
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O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o alemão Marcel Kittel (Katusha). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Greg Van Avermaet (CCC), terceiro colocado. |
5ª Etapa
No
dia 15/08, chegava a primeira subida mais difícil deste Tour até
então, na metade do percurso, com 7% de inclinação, além das
metas volante logo no início e de uma chegada em sprint, em um dia
de céu azul e temperatura baixa.
Esta
foi a melhor etapa do Tour de France até aqui, e isso significa mais
quando vemos que o nível já é muito alto. Aqui, se superou, com os
ciclistas imprimindo um ritmo muito forte, acelerando tanto que o
pelotão se esfacelou totalmente e pequenos grupos foram formados,
buscando alcançar o grupo da frente, mais parecido com uma clássica
do que uma etapa.
Ao
final, a vitória coube ao espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse
D’Epargne), segundo aqui em 2020 e vencedor em 2022, igualando a
performance do ano de Julian Alaphilippe do Tour da Suíça com 103
pontos de esforço no total, média de 17,1. Ele fez uma disputa
emocionante em sprint com Murilo Fischer, cabendo ao brasileiro da
FDJ o segundo lugar. Em terceiro chegou o norte americano Lance
Armstrong (USPS), segundo em 2019 e 2021.
Numa
prova que mostra o elevadíssimo nível deste Tour de France, Oscar
Pereiro Sio volta a vestir a camisa amarela. Nenhum ciclista
abandonou.
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O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, o norte americano Lance Armstrong (USPS), terceiro colocado. |
6ª Etapa
No
dia 16/08, duas subidas, traziam um gostinho do que estava por vir ao
final da primeira metade do Tour. A última etapa antes das montanhas
trazia uma subida logo no início, com 6% de inclinação, e outra
mais dura, com 7%, antes do final em sprint.
Disputada
em um dia de céu azul e temperatura e elevação, esta foi mais uma
prova de primeiríssima linha. Com as metas volante distribuídas ao
longo da primeira metade do circuito, os ciclistas imprimiram um
ritmo veloz e travaram ótimas disputas, reorganizando o pelotão
antes da última montanha para se preparar para um sprint.
Na
última subida, Bradley Wiggins atacou para tentar uma vantagem e,
realmente, se distanciou do pelotão. Mas a aceleração dos que
vinham atrás e seu próprio desespero o fizeram ir ao chão,
terminando na quarta posição.
Quem
se deu melhor foi o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone),
que sprintou bem para vencer no mesmo lugar onde fora terceiro em
2022. Em segundo chegou o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) e, em
terceiro, o francês Romain Bardet (AG2R) fez a alegria dos
torcedores locais.
Em
mais uma corrida de nível elevado, Oscar Pereiro Sio manteve a
camisa amarela. O ponto negativo foi o abandono de Fabio Aru, que
sentiu muitas dores e não conseguiu completar a prova.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone). Abaixo dele, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Romain Bardet (AG2R), terceiro colocado.
7ª Etapa
No
dia 17/08 se iniciava a segunda metade do Tour de France, com as
etapas de montanha. Esta já seria difícil, nos Pirineus, começando
plana, mas com as subidas vindo na sequência, primeiro com 6%,
depois chegando a 10% e terminando em 7%.
O
lindo dia de céu azul e temperatura em elevação escondia a
tristeza de milhões de brasileiros com a morte de seu maior
comunicador. Antes do início da prova, os ciclistas prestaram um
minuto de silêncio, em memória de Silvio Santos.
Como
forma de homenagear o Patrão, os atletas apresentaram uma espécie de "Show do Milhão"; uma corrida de
primeiríssima linha, típica de montanha, com ataques e contra
ataques sucessivos, ritmo forte e estratégias distintas, além de um
final emocionante, que deixou todos na ponta dos pés.
Com
dois ciclistas se destacando nos Pirineus, o público francês foi ao
delírio quando viu Romain Bardet se destacar, mas viram Fabian
Cancellara acelerando feito um foguete para caçar o escapado. O
público empurrou mais ainda, gritou como nunca e vibrou neste teste
para cardíaco para ver o francês da AG2R se tornar o primeiro do
país a vencer nesta edição do Tour. Ao suíço da Saxo Bank,
vencedor em 2022, restou o segundo lugar. Em terceiro, repetindo seu
lugar em 2020, chegou o inglês Chris Froome (Sky).
A
chegada das montanhas manteve o nível elevadíssimo deste Tour e, ao
final da sétima etapa, Oscar Pereiro Sio se mantém de amarelo.
Romain Bardet é o primeiro a vestir a camisa branca de bolinhas. O
único ponto baixo da corrida foi o abandono de Andy Schleck.
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O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Romain Bardet (AG2R). Abaixo dele, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank) segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado. |
8ª Etapa
No
dia 19/08, ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam mais dificuldades
que a prova anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando
a 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet.
O
dia de céu azul e calor foi mais uma dificuldade para os ciclistas
e, para piorar, o tempo mudou no meio da prova, com ventos fortes e
mais frios, o que ocasionou muitas quedas e prejudicou a qualidade da
prova. Mesmo assim, os atletas conseguiram entregar uma boa corrida,
com sucessivos ataques e contra ataques e grupos se formando para
tentar sobreviver às montanhas.
O
final era no Tourmalet e isso representava um desafio extra. Tanto
que Alberto Contador liderava a prova em uma fuga com Philippe
Gilbert, mas não teve forças para os 11% de inclinação e acabou
apenas em sétimo. O belga da Lotto Belisol conseguiu manter o ritmo
e venceu a solo. Em segundo chegou o inglês Chris Froome (Sky) e, a
alguma distância, chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank), o
terceiro colocado.
Oscar
Pereiro Sio sofreu nas montanhas, mas conseguiu se manter com a
camisa amarela ao final da etapa. A camisa branca de bolinhas, agora,
é dividida entre Chris Froome e Romain Bardet. Apesar das várias
quedas, todos os ciclistas completaram a prova.
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O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), terceiro colocado. |
9ª Etapa
No
dia 20/08, os ciclistas deixaram os Pirineus para trás, para
enfrentar os Alpes franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa
e, aqui, já começavam em 10%, mas a chegada seria em 7%. O dia
nublado e de temperatura em queda deu um alívio aos ciclistas da
etapa anterior.
Esta
foi uma típica etapa de montanha, com ciclistas saindo na fuga,
grupos de perseguidores, o pelotão sem forças para incomodar os
escapados e grupetos. E, também, uma grande decepção. Chris Froome
saiu em fuga logo cedo e abriu enorme vantagem. Quando o fim se
aproximava, começou a cansar, mas mantinha ainda uma boa distância
para os demais, exceto Alberto Contador, que deixou para lançar seu
ataque na metade final. Tudo indicava uma disputa entre os dois, até
que o ciclista inglês ativou o modo Crash Froome e foi ao chão na
última montanha, acabando em oitavo. Contador teve que desviar do
ciclista caído e perdeu tempo, sendo alcançado por Fernando
Gaviria. O colombiano da Quickstep fez um incrível “sprint pra
cima” e derrotou o espanhol da Astana, que chega em segundo nesta
etapa pelo segundo ano consecutivo. Em terceiro, a alguma distância,
o belga Tom Boonen (Quickstep) também conseguiu um “sprint pra
cima” e completou a dobradinha da equipe.
O
TCB foi acionado e não viu nada na conduta de Contador que
ocasionasse a queda de Froome. O ciclista da Sky caiu sozinho. Desta
forma, ninguém foi punido.
Ao
final da nona etapa, Oscar Pereiro Sio se mantém com a camisa
amarela. A tragédia na última montanha não ofuscou o restante da
prova e, com a vitória em todas as metas volante, Chris Froome fica
com a camisa branca de bolinhas, desta vez isolado. A corrida foi
mais uma de altíssimo nível e sem abandonos.
 |
O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep) terceiro colocado. |
10ª Etapa
O
dia 21/08 é especial. Conhecido como “Dia de Jade”, também
celebra o aniversário do Clube de Regatas Vasco da Gama. Nada melhor
que celebrar desta forma com a Etapa Rainha do Tour. Ainda nos Alpes,
os ciclistas subiriam o Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e
o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta
etapa duríssima, a não ser um trecho plano na metade.
Ao
menos tivemos um dia nublado e de temperatura amena, para diminuir o
sofrimento dos atletas. Mas eles sofreram do mesmo jeito, mostraram
muitas dificuldades em vencer as inclinadas montanhas e apresentaram
muitas quedas e problemas mecânicos. Mas o Mont Ventoux não é
mítico à toa; qualquer corrida aqui será única.
Nesta
etapa típica de montanha, um grupo grande conseguiu se destacar e
aumentar o ritmo a cada subida. O pelotão ficou para trás, sem
forças para agir, e alguns ciclistas formaram o sofrível grupeto.
Ao
final, 12 ciclistas estavam na disputa pela vitória e indicavam uma
eletrizante chegada de ataques e contra ataques. Porém, aconteceu o
mesmo que na prova anterior. O holandês Bauke Mollema liderava,
tinhas boas pernas para manter o ritmo e vencer, mas o zigue-zague
para superar o Mont Ventoux acabou levando-o ao chão, obrigando os
demais a diminuírem para não caírem também e embolando ainda mais
a corrida. Ao final, a vitória coube ao espanhol Alberto Contador
(Astana), com o inglês Chris Froome (Sky) em segundo e o alemão
Marcel Kittel (Katusha) em terceiro.
O
TCB foi acionado para ver se as manobras dos dois primeiros colocados
influenciaram na queda de Bauke Mollema. Tinha que ser uma análise
minuciosa, pois além de mexer nas duas primeiras posições da
prova, uma punição acertaria nos dois últimos campeões do Tour
(Contador em 2023 e Froome em 2022). Chris Froome, inclusive, já
fora segundo desta etapa em 2019 e vencedor em 2022. Por fim, o
Tribunal decidiu que ninguém foi responsável pela queda de Mollema
e optou por não punir qualquer ciclista.
Com
isso, Chris Froome mantém a camisa branca de bolinhas e é o novo
camisa amarela. Esta acidentada e polêmica prova também trouxe uma
decepção enorme aos franceses, que viram seu favorito Thibaut Pinot
abandonar o Tour.
 |
O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alberto Contador (Astana). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado. |
11ª Etapa
No
dia 22/08, o Tour de France deixou as montanhas e entrou em sua reta
final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes deste Tour e
duas colinas, com apenas 5% de inclinação para dar alguma
dificuldade aos ciclistas.
A
décima primeira etapa do Tour 2024 ficará marcada como a “Lambança
Italiana”. A competição se encaminhou para as suas duas últimas
corridas sem termos uma dobradinha nacional até agora. Os italianos
vieram determinados a quebrar este jejum e, desde cedo, buscaram a
ponta da corrida, fosse na fuga ou na liderança do pelotão. Tivemos
mais uma prova bem técnica, com tentativas de ataque e os demais
organizados para buscarem os escapados.
Com
a linha final chegando, alguns ciclistas começaram a acelerar mais
forte e se destacar do pelotão, que tentava organizar uma chegada em
sprint. Nas cinco primeiras posições, havia quatro italianos,
disputando o segundo e o terceiro lugares, porque o brasileiro Rafael
Andriato (Imperatriz) conseguiu se descolar e venceu sem ser
incomodado pelos demais. Mas foi justamente aí que a lambança
italiana aconteceu.
Os
italianos diminuíram o ritmo, talvez se estudando para ver quem
atacava primeiro, talvez por cansaço. Mas isso trouxe dois efeitos
que sepultaram qualquer chance de dobradinha. O primeiro e mais
lógico foi os ciclistas vindos de trás acelerando e disputando o
restante do pódio. O segundo e mais trágico foi a queda de Filippo
Pozzato, que prejudicou todo o trem italiano. Dessa forma, o inglês
Bradley Wiggins (Sky) foi o segundo colocado e o espanhol Alberto
Contador (Astana), o terceiro.
O
TCB foi acionado novamente e, analisando as imagens, decidiu não
punir ninguém. A expectativa de dobradinha acabou sem nenhum
italiano no pódio. O melhor foi Domenico Pozzovivo (AG2R), que
chegou em quarto.
Com
os resultados da décima primeira etapa, Chris Froome permanece com
as camisas amarela e branca de bolinhas. Ninguém abandonou nesta
prova.
 |
O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Abaixo dele, o inglês Bradley Wiggins (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado. |
12ª Etapa
Sexta-feira,
23 de agosto de 2024. Os 35 ciclistas remanescentes pedalaram até
Paris para dar as três voltas em um circuito fechado, com chegada na
Avenida Champs Elysées, para a última etapa do Tour de France 2024,
em uma corrida totalmente plana e com chegada de frente para o Arco
do Triunfo.
 |
Com a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas arrancam pelas ruas de Paris, na última etapa do Tour de France 2024! |
Quatro
ciclistas tinham chances de título. Além de torcer contra os
rivais, Romain Bardet precisava ao menos de um segundo lugar para dar
à França o seu primeiro Tour. Já os espanhóis Oscar Pereiro Sio e
Alberto Contador, empatados, precisavam de um quarto lugar. Oscar
Pereiro Sio buscava seu primeiro Tour; Contador, o bicampeonato
seguido, já que é o atual campeão. Chris Froome, vestido de
amarelo, só precisava marcar os rivais para sair como bicampeão do
Tour, já que havia vencido em 2022.
Um
dia de muito calor brindou os ciclistas para o encerramento da maior
volta ciclística do planeta. Os atletas não quiseram saber de
cansaço e imprimiram um ritmo muito forte à prova, com tentativas
de fuga para animar a corrida e o pelotão muito bem organizado para
deixar todos juntos na chegada em sprint.
E
foi dessa forma que os ciclistas chegaram à última volta por Paris, alinhados
para a arrancada final e prontos para fazer história. Dispostos a
deixar para trás o vexame da décima primeira temporada, os
italianos pularam na frente e pedalaram como se o mundo fosse acabar,
formando enfim a primeira (e única) dobradinha nacional no pódio
deste Tour. A vitória coube a Filippo Ganna (Acqua & Sapone),
com Damiano Cunego (Lampre) em segundo. Em terceiro chegou o holandês
Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) e, por muito pouco, não
tivemos uma histórica tripleta, já que Domenico Pozzovivo (AG2R)
chegou em quarto, muito próximo de Van Der Poel.
 |
O pódio da décima segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Filippo Ganna (Acqua & Sapone). Abaixo dele e fechando a dobradinha italiana no pódio, Damiano Cunego (Lampre), o segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), terceiro colocado. |
Os
postulantes ao título se esforçaram, andaram na frente, brigaram
muito, mas não conseguiram o que precisavam. Assim, como uma forma
de evitar uma queda que lhe tiraria o título e também para ter
maior destaque, Chris Froome diminuiu o ritmo, deixou o pelotão
passar e chegou a solo, em vigésimo quarto lugar. Alberto Contador
foi o sétimo; Oscar Pereiro Sio, o nono; e Romain Bardet, o décimo
sexto.
CHRIS
FROOME CAMPEÃO TOUR DE FRANCE 2024
Froome
foi cirúrgico. Até a chegada das montanhas, não vinha fazendo nada
no Tour. Na sétima etapa, resolveu lutar pelo prêmio de montanha
(que acabou conquistando) e pontuou muito bem, tanto nas corridas
quanto nas metas volante. Seu desempenho foi tão bom que sequer
venceu uma etapa, chegando em segundo em duas ocasiões e em terceiro
em outra.
Dessa
forma, Froome se torna o primeiro bicampeão do Tour (2022-24) e
também fez a dobradinha pela segunda vez. Nas duas vezes que ganhou
o GC, também ganhou a montanha. Mas, nesse prêmio específico, é a
sua terceira conquista, já que levou também em 2019. Os dois
títulos conquistados no Tour são seus primeiros na
temporada, totalizando 7 em sua carreira na LMC.
Em
segundo lugar, uma dobradinha espanhola com Oscar Pereiro Sio e
Alberto Contador, empatados. Oscar Pereiro Sio liderou o Tour na terceira etapa,
perdeu a camisa amarela na quarta, voltou a vesti-la na quinta etapa
e dali foi até a nona. Somente na décima etapa perdeu para Chris
Froome, que não largou mais. Alberto Contador teve uma estratégia
parecida com a do campeão, deixando para acordar somente nas
montanhas. Mas não fez tantos pontos quanto Froome e viu o sonho do
bicampeonato se desfazer. Em terceiro, para delírio do público
francês, veio Romain Bardet, que fez uma grande competição,
pontuando bastante e chegando a vestir a camisa branca de bolinhas,
mas jamais conseguindo de fato liderar o Tour.
 |
O pódio do Tour de France 2024. No alto, com os troféus de campeão no GC e na montanha, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo do troféu do Tour, empatados, os espanhóis Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne) e Alberto Contador (Astana), com o troféu de vice-campeões. Abaixo do troféu de montanha, o francês Romain Bardet (AG2R), com o troféu de terceiro colocado. |
“Eu
gosto de sofrer e o Tour nos leva ao limite, não só pela
dificuldade das corridas, mas também pelo ritmo que os ciclistas
imprimem. Eu gosto muito de correr aqui e ganhar é uma sensação
indescritível!” - Chris Froome, após descer do pódio com os troféus de campeão do Tour e da montanha.
NOTAS RÁPIDASO
Tour de France não é a maior competição ciclística do planeta à
toa. Quem corre aqui acelera muito mais do que nas outras corridas.
E a edição 2024 é a prova viva disso. Competições de pura
emoção, reviravoltas, sustos e um final incrível, com quatro
ciclistas disputando o título, onde quem ganhasse traria uma
história especial;
No
total, 11 ciclistas diferentes venceram neste Tour, sendo Oscar
Pereiro Sio o único que conseguiu dois triunfos;
Ao
todo, 25 ciclistas diferentes subiram ao pódio, sendo Alberto
Contador e Chris Froome os que mais fizeram, 3 vezes;
10
equipes diferentes conquistaram uma vitória neste Tour, sendo a
Acqua & Sapone e a Caisse D’Epargne as que mais venceram, duas
vezes cada. No total, 19 equipes diferentes subiram ao pódio ao
menos uma vez, sendo a Rabobank e a Sky as mais que subiram ao
pódio, 4 vezes cada;
9
nações diferentes venceram e 13 foram ao pódio, mas a Espanha foi
a que mais venceu, 3 vezes, e conquistou pódios, 7 vezes;
No
quesito dobradinhas nacionais, o Tour deixou um pouquinho a desejar.
Tivemos somente uma, na última etapa, com os italianos fazendo
primeiro e segundo, além de um empate no pódio final, com o
vice-campeonato indo para dois espanhóis;
Os
ciclistas franceses trouxeram um misto de sucesso e fracasso para o
público local. Sem dúvidas, o que mais brilhou foi Romain Bardet.
Foi terceiro colocado na sexta etapa, venceu a sétima, chegou a
liderar na montanha por duas etapas e terminou o Tour na terceira
colocação, sendo o único francês a conseguir ir para o pódio.
Mas Julian Alaphilippe também apareceu bem, bagunçou as coisas e
trouxe um show. Já Sylvain Chavanel só andou na parte de trás do
pelotão e saiu sem um ponto sequer. Mas o pior foi Thibaut Pinot,
que era a maior esperança francesa por mais um ano e nova decepção.
Após ser o único francês a não ir ao pódio em 2023 e ter
abandonado em 2022, ele volta a abandonar no Tour deste ano, sem ter
dado qualquer sinal de que poderia disputar alguma coisa;
Por
falar em abandonos, tivemos 5 neste Tour, sendo o de Pinot a última
decepção. O Giro D’Italia teve apenas 2;
O
TCB foi acionado 3 vezes, para analisar imagens de acidentes. Nas 3
vezes, optou por absolver os envolvidos. Saiu do Tour com uma
atuação discreta, principalmente após o acidente na décima
primeira etapa que poderia influenciar na classificação geral e na
montanha;
Tivemos
poucas decepções nesse Tour, começando por mais um abandono de
Thibaut Pinot. Além dele, Mark Cavendish deixou a competição na
terceira etapa e segue sem vencer na temporada. Também
decepcionaram Primoz Roglic e Remco Evenepoel, que chegaram como
favoritos e jamais mostraram que esse favoritismo era verdadeiro. O desempenho ruim dos franceses e de Remco Evenepoel fizeram com que a Quickstep fosse a verdadeira decepção entre as equipes. Normalmente recordista de vitórias e pódios, saiu deste Tour com apenas uma vitória e um terceiro lugar, respectivamente com Fernando Gaviria e Tom Boonen, na nona etapa;
Mas
destaques foram vários. Além dos quatro primeiros colocados,
tivemos outros grandes nomes, que deram trabalho aos líderes e
animaram muito as corridas. O Tour de France foi um dos pontos altos
da temporada até aqui;
Após
o Tour, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 138
pontos.
 |
Tendo a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas partem para a tradicional volta da vitória, com Chris Froome na frente, levando os troféus de campeão do Tour e de montanha; Oscar Pereiro Sio e Alberto Contador atrás, levando o troféu de vice-campeões; Romain Bardet mais atrás, levando o troféu de terceiro colocado; e Filippo Ganna atrás dos vice-campeões, levando o troféu de vencedor da última etapa. |
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