sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Tour de France 2024 - 23/08/2024

É a maior prova do ciclismo mundial, o Tour de France 2024! Durante 12 etapas, os 40 ciclistas do calendário da LMC vão batalhar para colocar seu nome na história do esporte. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a segunda das 3 Grandes Voltas!

É a paixão do ciclismo invadindo as ruas da França! O Tour de France 2024!

1ª Etapa

No dia 10/08, começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2024 se iniciava com um contra relógio debaixo de um dilúvio monumental, do tamanho da competição.


Sem sombra de dúvidas, foi o melhor contra relógio na temporada, talvez o melhor de todos os seis anos de existência da LMC. Os ciclistas entregaram uma prova de primeiríssima linha, com muita velocidade, uma nota de corte baixíssima e quatro ciclistas no tempo mínimo, disputando a vitória, além de um show da Rabobank.

Ao final, a vitória coube ao holandês Bauke Mollema. Em segundo, o italiano Michele Scarponi (Lampre) voltou ao pódio após o terceiro nesta etapa em 2019, seu primeiro pódio na LMC. Em terceiro, o espanhol Oscar Freire coroou o excelente trabalho da Rabobank e voltou ao pódio nesta primeira etapa, após o segundo lugar em 2019 (quando foi campeão) e 2023. O quarto colocado foi o francês Julian Alaphilippe, que fez a festa da torcida local.

A vitória no contra relógio deu a Bauke Mollema a camisa amarela.


O pódio da primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o holandês Bauke Mollema (Rabobank). Abaixo dele, o italiano Michele Scarponi (Lampre), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), terceiro colocado.

2ª Etapa
No dia 11/08 se iniciava a primeira corrida de linha do Tour de France 2024. Totalmente plana, era um paraíso para os sprinters e seria disputada e um dia de céu azul e temperatura baixa.

A prova foi de uma velocidade altíssima, com Tom Dumoulin saindo em fuga e puxando um ritmo intenso e os demais se esforçando para buscá-lo. O infortúnio bateu à porta do holandês da Sunweb, que teve um problema mecânico, foi alcançado e terminou na sexta posição. O pelotão se organizou e preparou uma eletrizante chegada em sprint.

Ao final, a segunda etapa do Tour de France viu, pelo segundo ano consecutivo, a vitória do norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), que fez um sprint perfeito. Em segundo ficou o espanhol Oscar Freire (Rabobank), repetindo o seu lugar no pódio nesta etapa, como havia feito em 2021. Em terceiro chegou o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R).

O segundo pódio seguido neste Tour deu a Oscar Freire a camisa amarela, em uma etapa sensacional e sem abandonos.

O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole). Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), terceiro colocado.

3ª Etapa
No dia 12/08 se iniciava a terceira etapa do Tour, quase totalmente plana, com apenas uma leve inclinação de 5% na metade do percurso e chegada em sprint, além das primeiras metas volante do Tour, em um dia gelado.


Foi mais uma etapa de nível excelente. Mas, desta vez, para a fuga. O espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) saiu a solo logo cedo e, a cada trecho, aumentava a distância para os demais até finalizar com uma bela vitória na etapa que chegou em segundo em 2019. O norte americano Lance Armstrong (USPS) foi outro que, ao ver que o pelotão não trabalharia para pegar o escapado, buscou a sua própria fuga e chegou a solo na segunda posição. Em terceiro, já disputando com um grupo maior, chegou o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone).

Com a vitória na etapa e nas metas volante, Oscar Pereiro Sio é o novo camisa amarela do Tour de France, que viu seus dois primeiros abandonos. Mark Cavendish se queixou de muitas dores e deixou a competição pouco antes da metade. Já Alejandro Valverde sequer largou.

O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o norte americano Lance Armstrong (USPS), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

4ª Etapa
O dia 13/08 trouxe uma etapa bem parecida com a anterior. Quase totalmente plana, tinha apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova e farta distribuição de pontos em metas volante, além do final em sprint.

Disputada em um dia nublado e gelado, a corrida foi muito técnica e bem disputada, um show de estratégia. Uma fuga saindo logo no início, o pelotão organizado e buscando os escapados para uma grande chegada em sprint. E foi com emoção que essa arrancada final foi disputada, terminando com vitória do alemão Marcel Kittel (Katusha), que fez valer suas características para, enfim, vencer uma etapa de Tour de France.

Em segundo chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), o mesmo segundo colocado do ano passado. E, em terceiro, o belga Greg Van Avermaet (CCC) repetiu seu primeiro pódio na LMC, em 2021.

Com a vitória na etapa e os pontos em metas volante, Marcel Kittel é o novo camisa amarela, em uma etapa muito boa e sem abandonos.

O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o alemão Marcel Kittel (Katusha). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Greg Van Avermaet (CCC), terceiro colocado.

5ª Etapa
No dia 15/08, chegava a primeira subida mais difícil deste Tour até então, na metade do percurso, com 7% de inclinação, além das metas volante logo no início e de uma chegada em sprint, em um dia de céu azul e temperatura baixa.

Esta foi a melhor etapa do Tour de France até aqui, e isso significa mais quando vemos que o nível já é muito alto. Aqui, se superou, com os ciclistas imprimindo um ritmo muito forte, acelerando tanto que o pelotão se esfacelou totalmente e pequenos grupos foram formados, buscando alcançar o grupo da frente, mais parecido com uma clássica do que uma etapa.

Ao final, a vitória coube ao espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne), segundo aqui em 2020 e vencedor em 2022, igualando a performance do ano de Julian Alaphilippe do Tour da Suíça com 103 pontos de esforço no total, média de 17,1. Ele fez uma disputa emocionante em sprint com Murilo Fischer, cabendo ao brasileiro da FDJ o segundo lugar. Em terceiro chegou o norte americano Lance Armstrong (USPS), segundo em 2019 e 2021.

Numa prova que mostra o elevadíssimo nível deste Tour de France, Oscar Pereiro Sio volta a vestir a camisa amarela. Nenhum ciclista abandonou.

O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, o norte americano Lance Armstrong (USPS), terceiro colocado.

6ª Etapa
No dia 16/08, duas subidas, traziam um gostinho do que estava por vir ao final da primeira metade do Tour. A última etapa antes das montanhas trazia uma subida logo no início, com 6% de inclinação, e outra mais dura, com 7%, antes do final em sprint.

Disputada em um dia de céu azul e temperatura e elevação, esta foi mais uma prova de primeiríssima linha. Com as metas volante distribuídas ao longo da primeira metade do circuito, os ciclistas imprimiram um ritmo veloz e travaram ótimas disputas, reorganizando o pelotão antes da última montanha para se preparar para um sprint.

Na última subida, Bradley Wiggins atacou para tentar uma vantagem e, realmente, se distanciou do pelotão. Mas a aceleração dos que vinham atrás e seu próprio desespero o fizeram ir ao chão, terminando na quarta posição.

Quem se deu melhor foi o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), que sprintou bem para vencer no mesmo lugar onde fora terceiro em 2022. Em segundo chegou o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) e, em terceiro, o francês Romain Bardet (AG2R) fez a alegria dos torcedores locais.

Em mais uma corrida de nível elevado, Oscar Pereiro Sio manteve a camisa amarela. O ponto negativo foi o abandono de Fabio Aru, que sentiu muitas dores e não conseguiu completar a prova.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone). Abaixo dele, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Romain Bardet (AG2R), terceiro colocado.

7ª Etapa
No dia 17/08 se iniciava a segunda metade do Tour de France, com as etapas de montanha. Esta já seria difícil, nos Pirineus, começando plana, mas com as subidas vindo na sequência, primeiro com 6%, depois chegando a 10% e terminando em 7%.

O lindo dia de céu azul e temperatura em elevação escondia a tristeza de milhões de brasileiros com a morte de seu maior comunicador. Antes do início da prova, os ciclistas prestaram um minuto de silêncio, em memória de Silvio Santos.

Como forma de homenagear o Patrão, os atletas apresentaram uma espécie de "Show do Milhão"; uma corrida de primeiríssima linha, típica de montanha, com ataques e contra ataques sucessivos, ritmo forte e estratégias distintas, além de um final emocionante, que deixou todos na ponta dos pés.

Com dois ciclistas se destacando nos Pirineus, o público francês foi ao delírio quando viu Romain Bardet se destacar, mas viram Fabian Cancellara acelerando feito um foguete para caçar o escapado. O público empurrou mais ainda, gritou como nunca e vibrou neste teste para cardíaco para ver o francês da AG2R se tornar o primeiro do país a vencer nesta edição do Tour. Ao suíço da Saxo Bank, vencedor em 2022, restou o segundo lugar. Em terceiro, repetindo seu lugar em 2020, chegou o inglês Chris Froome (Sky).

A chegada das montanhas manteve o nível elevadíssimo deste Tour e, ao final da sétima etapa, Oscar Pereiro Sio se mantém de amarelo. Romain Bardet é o primeiro a vestir a camisa branca de bolinhas. O único ponto baixo da corrida foi o abandono de Andy Schleck.

O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Romain Bardet (AG2R). Abaixo dele, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank) segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

8ª Etapa
No dia 19/08, ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam mais dificuldades que a prova anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando a 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet.

O dia de céu azul e calor foi mais uma dificuldade para os ciclistas e, para piorar, o tempo mudou no meio da prova, com ventos fortes e mais frios, o que ocasionou muitas quedas e prejudicou a qualidade da prova. Mesmo assim, os atletas conseguiram entregar uma boa corrida, com sucessivos ataques e contra ataques e grupos se formando para tentar sobreviver às montanhas.

O final era no Tourmalet e isso representava um desafio extra. Tanto que Alberto Contador liderava a prova em uma fuga com Philippe Gilbert, mas não teve forças para os 11% de inclinação e acabou apenas em sétimo. O belga da Lotto Belisol conseguiu manter o ritmo e venceu a solo. Em segundo chegou o inglês Chris Froome (Sky) e, a alguma distância, chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank), o terceiro colocado.

Oscar Pereiro Sio sofreu nas montanhas, mas conseguiu se manter com a camisa amarela ao final da etapa. A camisa branca de bolinhas, agora, é dividida entre Chris Froome e Romain Bardet. Apesar das várias quedas, todos os ciclistas completaram a prova.

O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), terceiro colocado.

9ª Etapa
No dia 20/08, os ciclistas deixaram os Pirineus para trás, para enfrentar os Alpes franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, já começavam em 10%, mas a chegada seria em 7%. O dia nublado e de temperatura em queda deu um alívio aos ciclistas da etapa anterior.


Esta foi uma típica etapa de montanha, com ciclistas saindo na fuga, grupos de perseguidores, o pelotão sem forças para incomodar os escapados e grupetos. E, também, uma grande decepção. Chris Froome saiu em fuga logo cedo e abriu enorme vantagem. Quando o fim se aproximava, começou a cansar, mas mantinha ainda uma boa distância para os demais, exceto Alberto Contador, que deixou para lançar seu ataque na metade final. Tudo indicava uma disputa entre os dois, até que o ciclista inglês ativou o modo Crash Froome e foi ao chão na última montanha, acabando em oitavo. Contador teve que desviar do ciclista caído e perdeu tempo, sendo alcançado por Fernando Gaviria. O colombiano da Quickstep fez um incrível “sprint pra cima” e derrotou o espanhol da Astana, que chega em segundo nesta etapa pelo segundo ano consecutivo. Em terceiro, a alguma distância, o belga Tom Boonen (Quickstep) também conseguiu um “sprint pra cima” e completou a dobradinha da equipe.


O TCB foi acionado e não viu nada na conduta de Contador que ocasionasse a queda de Froome. O ciclista da Sky caiu sozinho. Desta forma, ninguém foi punido.

Ao final da nona etapa, Oscar Pereiro Sio se mantém com a camisa amarela. A tragédia na última montanha não ofuscou o restante da prova e, com a vitória em todas as metas volante, Chris Froome fica com a camisa branca de bolinhas, desta vez isolado. A corrida foi mais uma de altíssimo nível e sem abandonos.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep) terceiro colocado.

10ª Etapa
O dia 21/08 é especial. Conhecido como “Dia de  Jade”, também celebra o aniversário do Clube de Regatas Vasco da Gama. Nada melhor que celebrar desta forma com a Etapa Rainha do Tour. Ainda nos Alpes, os ciclistas subiriam o Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima, a não ser um trecho plano na metade.

Ao menos tivemos um dia nublado e de temperatura amena, para diminuir o sofrimento dos atletas. Mas eles sofreram do mesmo jeito, mostraram muitas dificuldades em vencer as inclinadas montanhas e apresentaram muitas quedas e problemas mecânicos. Mas o Mont Ventoux não é mítico à toa; qualquer corrida aqui será única.

Nesta etapa típica de montanha, um grupo grande conseguiu se destacar e aumentar o ritmo a cada subida. O pelotão ficou para trás, sem forças para agir, e alguns ciclistas formaram o sofrível grupeto.

Ao final, 12 ciclistas estavam na disputa pela vitória e indicavam uma eletrizante chegada de ataques e contra ataques. Porém, aconteceu o mesmo que na prova anterior. O holandês Bauke Mollema liderava, tinhas boas pernas para manter o ritmo e vencer, mas o zigue-zague para superar o Mont Ventoux acabou levando-o ao chão, obrigando os demais a diminuírem para não caírem também e embolando ainda mais a corrida. Ao final, a vitória coube ao espanhol Alberto Contador (Astana), com o inglês Chris Froome (Sky) em segundo e o alemão Marcel Kittel (Katusha) em terceiro.

O TCB foi acionado para ver se as manobras dos dois primeiros colocados influenciaram na queda de Bauke Mollema. Tinha que ser uma análise minuciosa, pois além de mexer nas duas primeiras posições da prova, uma punição acertaria nos dois últimos campeões do Tour (Contador em 2023 e Froome em 2022). Chris Froome, inclusive, já fora segundo desta etapa em 2019 e vencedor em 2022. Por fim, o Tribunal decidiu que ninguém foi responsável pela queda de Mollema e optou por não punir qualquer ciclista.

Com isso, Chris Froome mantém a camisa branca de bolinhas e é o novo camisa amarela. Esta acidentada e polêmica prova também trouxe uma decepção enorme aos franceses, que viram seu favorito Thibaut Pinot abandonar o Tour.

O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alberto Contador (Astana). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), segundo  colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

11ª Etapa
No dia 22/08, o Tour de France deixou as montanhas e entrou em sua reta final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes deste Tour e duas colinas, com apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas.

A décima primeira etapa do Tour 2024 ficará marcada como a “Lambança Italiana”. A competição se encaminhou para as suas duas últimas corridas sem termos uma dobradinha nacional até agora. Os italianos vieram determinados a quebrar este jejum e, desde cedo, buscaram a ponta da corrida, fosse na fuga ou na liderança do pelotão. Tivemos mais uma prova bem técnica, com tentativas de ataque e os demais organizados para buscarem os escapados.

Com a linha final chegando, alguns ciclistas começaram a acelerar mais forte e se destacar do pelotão, que tentava organizar uma chegada em sprint. Nas cinco primeiras posições, havia quatro italianos, disputando o segundo e o terceiro lugares, porque o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz) conseguiu se descolar e venceu sem ser incomodado pelos demais. Mas foi justamente aí que a lambança italiana aconteceu.

Os italianos diminuíram o ritmo, talvez se estudando para ver quem atacava primeiro, talvez por cansaço. Mas isso trouxe dois efeitos que sepultaram qualquer chance de dobradinha. O primeiro e mais lógico foi os ciclistas vindos de trás acelerando e disputando o restante do pódio. O segundo e mais trágico foi a queda de Filippo Pozzato, que prejudicou todo o trem italiano. Dessa forma, o inglês Bradley Wiggins (Sky) foi o segundo colocado e o espanhol Alberto Contador (Astana), o terceiro.

O TCB foi acionado novamente e, analisando as imagens, decidiu não punir ninguém. A expectativa de dobradinha acabou sem nenhum italiano no pódio. O melhor foi Domenico Pozzovivo (AG2R), que chegou em quarto.

Com os resultados da décima primeira etapa, Chris Froome permanece com as camisas amarela e branca de bolinhas. Ninguém abandonou nesta prova.

O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Abaixo dele, o inglês Bradley Wiggins (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

12ª Etapa
Sexta-feira, 23 de agosto de 2024. Os 35 ciclistas remanescentes pedalaram até Paris para dar as três voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elysées, para a última etapa do Tour de France 2024, em uma corrida totalmente plana e com chegada de frente para o Arco do Triunfo.

Com a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas arrancam pelas ruas de Paris, na última etapa do Tour de France 2024!
Quatro ciclistas tinham chances de título. Além de torcer contra os rivais, Romain Bardet precisava ao menos de um segundo lugar para dar à França o seu primeiro Tour. Já os espanhóis Oscar Pereiro Sio e Alberto Contador, empatados, precisavam de um quarto lugar. Oscar Pereiro Sio buscava seu primeiro Tour; Contador, o bicampeonato seguido, já que é o atual campeão. Chris Froome, vestido de amarelo, só precisava marcar os rivais para sair como bicampeão do Tour, já que havia vencido em 2022.


Um dia de muito calor brindou os ciclistas para o encerramento da maior volta ciclística do planeta. Os atletas não quiseram saber de cansaço e imprimiram um ritmo muito forte à prova, com tentativas de fuga para animar a corrida e o pelotão muito bem organizado para deixar todos juntos na chegada em sprint.

E foi dessa forma que os ciclistas chegaram à última volta por Paris, alinhados para a arrancada final e prontos para fazer história. Dispostos a deixar para trás o vexame da décima primeira temporada, os italianos pularam na frente e pedalaram como se o mundo fosse acabar, formando enfim a primeira (e única) dobradinha nacional no pódio deste Tour. A vitória coube a Filippo Ganna (Acqua & Sapone), com Damiano Cunego (Lampre) em segundo. Em terceiro chegou o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) e, por muito pouco, não tivemos uma histórica tripleta, já que Domenico Pozzovivo (AG2R) chegou em quarto, muito próximo de Van Der Poel.

O pódio da décima segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Filippo Ganna (Acqua & Sapone). Abaixo dele e fechando a dobradinha italiana no pódio, Damiano Cunego (Lampre), o segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), terceiro colocado.

Os postulantes ao título se esforçaram, andaram na frente, brigaram muito, mas não conseguiram o que precisavam. Assim, como uma forma de evitar uma queda que lhe tiraria o título e também para ter maior destaque, Chris Froome diminuiu o ritmo, deixou o pelotão passar e chegou a solo, em vigésimo quarto lugar. Alberto Contador foi o sétimo; Oscar Pereiro Sio, o nono; e Romain Bardet, o décimo sexto.

CHRIS FROOME CAMPEÃO TOUR DE FRANCE 2024

Froome foi cirúrgico. Até a chegada das montanhas, não vinha fazendo nada no Tour. Na sétima etapa, resolveu lutar pelo prêmio de montanha (que acabou conquistando) e pontuou muito bem, tanto nas corridas quanto nas metas volante. Seu desempenho foi tão bom que sequer venceu uma etapa, chegando em segundo em duas ocasiões e em terceiro em outra.

Dessa forma, Froome se torna o primeiro bicampeão do Tour (2022-24) e também fez a dobradinha pela segunda vez. Nas duas vezes que ganhou o GC, também ganhou a montanha. Mas, nesse prêmio específico, é a sua terceira conquista, já que levou também em 2019. Os dois títulos conquistados no Tour são seus primeiros na temporada, totalizando 7 em sua carreira na LMC.

Em segundo lugar, uma dobradinha espanhola com Oscar Pereiro Sio e Alberto Contador, empatados. Oscar Pereiro Sio liderou o Tour na terceira etapa, perdeu a camisa amarela na quarta, voltou a vesti-la na quinta etapa e dali foi até a nona. Somente na décima etapa perdeu para Chris Froome, que não largou mais. Alberto Contador teve uma estratégia parecida com a do campeão, deixando para acordar somente nas montanhas. Mas não fez tantos pontos quanto Froome e viu o sonho do bicampeonato se desfazer. Em terceiro, para delírio do público francês, veio Romain Bardet, que fez uma grande competição, pontuando bastante e chegando a vestir a camisa branca de bolinhas, mas jamais conseguindo de fato liderar o Tour.

O pódio do Tour de France 2024. No alto, com os troféus de campeão no GC e na montanha, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo do troféu do Tour, empatados, os espanhóis Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne) e Alberto Contador (Astana), com o troféu de vice-campeões. Abaixo do troféu de montanha, o francês Romain Bardet (AG2R), com o troféu de terceiro colocado.

Eu gosto de sofrer e o Tour nos leva ao limite, não só pela dificuldade das corridas, mas também pelo ritmo que os ciclistas imprimem. Eu gosto muito de correr aqui e ganhar é uma sensação indescritível!” - Chris Froome, após descer do pódio com os troféus de campeão do Tour e da montanha.
NOTAS RÁPIDAS
  • O Tour de France não é a maior competição ciclística do planeta à toa. Quem corre aqui acelera muito mais do que nas outras corridas. E a edição 2024 é a prova viva disso. Competições de pura emoção, reviravoltas, sustos e um final incrível, com quatro ciclistas disputando o título, onde quem ganhasse traria uma história especial;
  • No total, 11 ciclistas diferentes venceram neste Tour, sendo Oscar Pereiro Sio o único que conseguiu dois triunfos;
  • Ao todo, 25 ciclistas diferentes subiram ao pódio, sendo Alberto Contador e Chris Froome os que mais fizeram, 3 vezes;
  • 10 equipes diferentes conquistaram uma vitória neste Tour, sendo a Acqua & Sapone e a Caisse D’Epargne as que mais venceram, duas vezes cada. No total, 19 equipes diferentes subiram ao pódio ao menos uma vez, sendo a Rabobank e a Sky as mais que subiram ao pódio, 4 vezes cada;
  • 9 nações diferentes venceram e 13 foram ao pódio, mas a Espanha foi a que mais venceu, 3 vezes, e conquistou pódios, 7 vezes;
  • No quesito dobradinhas nacionais, o Tour deixou um pouquinho a desejar. Tivemos somente uma, na última etapa, com os italianos fazendo primeiro e segundo, além de um empate no pódio final, com o vice-campeonato indo para dois espanhóis;
  • Os ciclistas franceses trouxeram um misto de sucesso e fracasso para o público local. Sem dúvidas, o que mais brilhou foi Romain Bardet. Foi terceiro colocado na sexta etapa, venceu a sétima, chegou a liderar na montanha por duas etapas e terminou o Tour na terceira colocação, sendo o único francês a conseguir ir para o pódio. Mas Julian Alaphilippe também apareceu bem, bagunçou as coisas e trouxe um show. Já Sylvain Chavanel só andou na parte de trás do pelotão e saiu sem um ponto sequer. Mas o pior foi Thibaut Pinot, que era a maior esperança francesa por mais um ano e nova decepção. Após ser o único francês a não ir ao pódio em 2023 e ter abandonado em 2022, ele volta a abandonar no Tour deste ano, sem ter dado qualquer sinal de que poderia disputar alguma coisa;
  • Por falar em abandonos, tivemos 5 neste Tour, sendo o de Pinot a última decepção. O Giro D’Italia teve apenas 2;
  • O TCB foi acionado 3 vezes, para analisar imagens de acidentes. Nas 3 vezes, optou por absolver os envolvidos. Saiu do Tour com uma atuação discreta, principalmente após o acidente na décima primeira etapa que poderia influenciar na classificação geral e na montanha;
  • Tivemos poucas decepções nesse Tour, começando por mais um abandono de Thibaut Pinot. Além dele, Mark Cavendish deixou a competição na terceira etapa e segue sem vencer na temporada. Também decepcionaram Primoz Roglic e Remco Evenepoel, que chegaram como favoritos e jamais mostraram que esse favoritismo era verdadeiro. O desempenho ruim dos franceses e de Remco Evenepoel fizeram com que a Quickstep fosse a verdadeira decepção entre as equipes. Normalmente recordista de vitórias e pódios, saiu deste Tour com apenas uma vitória e um terceiro lugar, respectivamente com Fernando Gaviria e Tom Boonen, na nona etapa;
  • Mas destaques foram vários. Além dos quatro primeiros colocados, tivemos outros grandes nomes, que deram trabalho aos líderes e animaram muito as corridas. O Tour de France foi um dos pontos altos da temporada até aqui;
  • Após o Tour, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 138 pontos.
Tendo a Torre Eiffel ao fundo, os ciclistas partem para a tradicional volta da vitória, com Chris Froome na frente, levando os troféus de campeão do Tour e de montanha; Oscar Pereiro Sio e Alberto Contador atrás, levando o troféu de vice-campeões; Romain Bardet mais atrás, levando o troféu de terceiro colocado; e Filippo Ganna atrás dos vice-campeões, levando o troféu de vencedor da última etapa.

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